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História Mary Washington Healthcare - Resoluções


Escrita por: hotlyminds84

Notas do Autor


FALA GALERA! O mundo dá voltas e olha eu aqui novamente hsaushsuha
Eu acho que avisei a maioria das pessoas que só iria voltar quando chegasse minhas férias, e advinha quem está free for the summer? Eu mesma que não, sou comprometida obrigada ajskajjsak brinks a parte, agora sim eu termino essa fic (faltam menos de 10 capítulos já :^)
Espero que gostem, e prestem atenção porque o próximo capítulo será baseado nos acontecimentos desse, então se pular vai ser mto complicado de entender o que está acontecendo. Não queremos ninguém que nem o meme da nazaré tedesco não é mesmo? ahshaush
Sem mais delongas, vamos ao que interessa! ;3

Capítulo 21 - Resoluções


Fuligem permeava o escuro, laranja e amarelo colorindo a terra, contrastando com o verde intenso das árvores frondosas. Seria uma bela visão, digna de pinturas e quadros, caso não pudesse representar o fim de tantas coisas ao mesmo tempo. A linguista apertou a mão no volante, pisando mais fundo sem a mínima cautela pela possibilidade de um acidente no terreno irregular. Aproximando-se da cabana, Alex pressionou o freio em meio a uma baliza assim que notara uma segunda explosão menor tomando conta de uma das rotas de saída. Em breve estariam envolvidas em chamas, não precisava de um perfilador para deduzir isso.

 A mulher mais velha pulara do carro o mais rápido possível, notando, então, que havia se esquecido de colocar o cinto de segurança no processo. Com a arma ainda no coldre, botas femininas percorreram o caminho até a clareira imersa em chamas. Apesar de um instinto natural alertá-la aos riscos e à possibilidade de ser uma armadilha, Blake gritou com toda sua força pelos nomes das duas mulheres supostamente presas na residência. Ela sabia da possibilidade de ser em vão, de as chamas terem engolido a loira e a morena antes das mesmas terem simples chance de defesa.

- Emily! J.J.! – bradou, tossindo logo em seguida devido ao gás sufocante do fogo. Não duraria muito se permanecesse no local, mas não pôde impedir o ímpeto natural de desafiar os limites.

 Quando menos esperava – seus olhos já ardiam, a garganta fechava aos poucos -, Alex notou uma sombra cambaleando em sua direção, circundado a casa em meio à neblina cinza e ao amarelo intenso. A linguista preparou-se para o ataque, mãos ágeis apontando a semiautomática em direção ao que poderia ser sua última esperança ou seu provável algoz. Um suspiro aliviado deixou os pulmões da agente mais velha na medida em que duas formas familiares delinearam-se em seu campo de visão, braços pequenos envolvendo um corpo maior na tentativa quase inútil de retirá-la daquela cena semelhante ao próprio limbo.

 Não havia uma palavra sequer capaz de definir o que ela testemunhara nos instantes finais - muito menos o que sentira - e ao receber o outro braço da morena em seus ombros, ela não pôde negar um peso imaterial de três vidas ao guia-las em direção ao veículo ainda parado em ponto morto. Assim que deitaram Emily no banco de trás do esportivo, Jennifer tomara um segundo para delinear as linhas profundas no rosto da morena mais velha, notar que talvez ao fundo ela escondesse algo como proteção de si própria e do time por extensão. Decidiu por não ler muito aquele detalhe, o tempo corria a cada movimento, tornava-os irremediavelmente lentos.

 Muito para seu alívio, o telefone de Blake vibrou em seu bolso, botando as duas mulheres em ação enquanto adentravam o carro para desaparecer da floresta o mais rápido possível. Atentando à linha, um tom peculiar ressonou pelo autofalante do aparelho – medo, ansiedade, tudo em conjunto no caos.

- Alex! O poema fala sobre a migração dos pássaros, sobre fugir na direção deles, Garcia e eu conseguimos o sentido exato e passa diretamente sobre uma das rotas de escape alternativas, atravessando o lago e indo na direção oposta ao sentido normal que usamos – palavra após palavra fazia-se ouvida, faíscas a correr pelas veias da loira com o tom do doutor – Todos os outros caminhos são armadilhas, bombas pressóricas estão escondidas, Hotch e Derek têm uma lista do material utilizado e é capaz de destruir um bairro inteiro...

- Spence... – a voz pequena ecoou, curta e entre um soluço retraído ao passo em que a emergencista manobrava o automóvel para seguir as instruções de imediato.

- J.J. – havia uma alívio palpável naquela breve troca de nomes, algo puro, capaz de causar comoção na mais frígida das pessoas, e isso não deixara de preocupar a mulher atrás do volante desde que o menino gênio confessara sobre seus sentimentos em relação à loira – Como você está?

- Bem ... – um caminho úmido formou-se em sua bochecha, o preto do solo manchando a pele alva devido à violência com que o atingiu – Spence...

- Eu sei, Jennifer, eu também...

 O silêncio cresceu no ambiente fechado, respirações cortadas da mulher mais nova sendo a única evidência de que a mesma permanecera na linha mesmo após tal confissão em frente a Alex – visto que Emily mantinha-se quase desacordada em exaustão. Uma eternidade - ou algo semelhante a tal - prolongou-se até a ligação acabar, até a morena finalmente descobrir os olhos em meio a uma curva sem rumo exato, até a linguista considerar que estavam seguras o suficiente para diminuir a velocidade. Mas, eventualmente, esse momento chegou, e as dúvidas irromperam crescentes enquanto elas seguiam a rodovia escura em direção à UAC.

(...)

 Em frente à tela brilhante da sala de conferências, o Chefe da Unidade tentava seu melhor para manter a postura calma e a expressão sem entregar mais do que deveria. Afinal, era seu trabalho, precisava mostrar a todos – e a si mesmo – ainda ser capaz de manter a racionalidade mesmo quando se tratava de Emily Prentiss. Algumas anotações decorreram até que a voz feminina do outro lado da chamada de vídeo fosse capaz de surgir com uma ideia. Parecia loucura – sem sombra de dúvidas – mas também poderia ser a única chance de mantê-la segura e sem ser nas costas do governo.

- Podemos extraí-la dos Estados Unidos, tenho contatos na Europa e posso enviá-la para morar em alguma cidade com outros documentos – mesmo não estando na presença física um do outro, havia uma tensão incomum no ar observada por ambas as partes – Ninguém saberia sua localização exata, pegaríamos um jatinho privado para alguma cidade, seguiríamos de trem ou qualquer outro automóvel para onde nos fixaríamos.

- E vamos simplesmente mandar Emily embora? Como se ela nunca tivesse existido em nossas vidas? – o homem moreno rufou de sua cadeira, dando de ombros à medida que sobrancelhas mexeram-se em tom questionador – Ainda por cima, vamos deixar ela sem proteção nenhuma... com todo o respeito Embaixadora, mas-

- Elizabeth, em quanto tempo você consegue o avião? – Hotch cortou o agente mais novo sem ao menos fitá-lo. Virando-se a Embaixadora Prentiss, ele rabiscou alguns nomes conhecidos capazes de ajudar na saída do país.

- Creio que em algumas horas, duas talvez.

 A resposta foi curta, ambos focados na única missão daquele momento – salvar Emily, protegê-la. Todavia, Aaron não falhou em capturar a reação ainda confusa de seu subordinado, o modo como o julgava com cada músculo tenso de sua postura combativa. Para Morgan, tal opção seria inviável, seria quase insano enviar a Prentiss mais jovem sem nenhum deles para manter sua cobertura. Talvez ele não entendesse – de fato, era a resposta mais provável -, talvez mais alguns anos o trouxessem uma família e o mesmo desenvolvesse aquela sensação devastadora de dispor-se a tudo em prol daqueles que pertencerão à mesma.

 Hotch engoliu seco, a saliva grossa ao mero pensamento de não ter a morena ao seu lado por Deus sabe quanto tempo sendo digerido da maneira mais torturante possível. Ainda que os últimos meses tenham passado bem longe da perfeição, a ideia de desconhecer o paradeiro da mulher que amava e do pequeno fruto a crescer dentro dela era imensamente mais dolorosa do que quaisquer milhas entre a UAC e a cabana do Dave. E, por conseguinte, este era o plano perfeito.

- Certo, assim que ela chegar vamos enviá-la ao aeródromo de Potomac – fechando a pasta em sua frente e preparando-se para sair da sala, Hotch conectou o olhar com o da mulher mais velha em uma busca fútil por segurança na próxima frase que pronunciaria – Doutor Reid irá encontrar-nos lá com Jack, não é seguro para ele ficar aqui com idade tão próxima de...

 Pausou ao rememorar-se da presença de Derek, a lealdade à Emily despontando mais forte do que o normal apesar de saber a necessidade de nenhuma informação ser mantida entre os membros da equipe. A morena mais velha assentiu antes de desconectar a ligação, o símbolo do FBI surgindo em tons de azul na tela. Na tentativa inútil de sair do recinto sem ser detido pela agente moreno, Hotch usou-se de sua expressão mais séria para provar seu ponto quanto às decisões tomadas na última hora.

- Hotch! – a tom ríspido surgiu enquanto levanta-se de seu lugar em volta da mesa redonda – Você está louco, cara? Mandar a Emily para a Europa sem ninguém para protegê-la é quase como pedir que Doyle a encontre e finalize tudo isso. – o silêncio do homem mais velho estendeu-se, transformando a voz firme de Morgan a única coisa presente – Ela vai para um exílio com a mãe, que merda Hotch! Você sabe o quanto a Emily vai sofrer sem ninguém lá por ela? O quanto isso vai fazer mal pra ela e pro filho dela? – um soco a mesa, suficiente para dissipar a raiva crescente.

- Morgan, eu não sei se você se lembra, mas o filho também é meu – o rosnado entre a tensão da mandíbula demonstrou mais do que Aaron queria, mais do que planejava com sua resposta impaciente. Encaravam-se, as personalidades fortes frente a frente no que seria a milésima vez que discordavam em algo – A decisão já foi tomada, não há nada que possa fazer.

- ‘Não há nada que possa fazer’? – sobrancelhas uniram-se, ombros abrindo-se enquanto os punhos cerraram para manter um resto de controle sobre si – Que tipo de resposta é essa!? Você começou tudo isso, nosso plano original era investigá-la para conseguir evidência e prendê-la se fosse o caso, mas não... – os passos do moreno em direção ao líder foram amplos, intimidadores, prontos para atacá-lo ao pontuar suas frases com um indicador acusativo – Alguém não sabe segurar as calças no lugar e agora a Emily que vai pagar por tudo isso, por que alguém aqui tem um ego maior do que todos nós e só porque é o chefe acha que pode passar por cima, e eu digo mais Hotch, se fosse qualquer um de nós dormindo com uma suspeita, você seria o primeiro a nos tirar da droga do time!

 Sem um segundo pensamento, o homem mais velho avançou perigosamente em direção ao mais novo, adrenalina correndo por suas veias ao passo em que a raiva crescia dentro de si. Olhos ficaram negros, fumegando em puro ressentimento pelas palavras que acabara de ouvir, narinas bufando em um esforço último para evadir do formigamento dos punhos cerrados no ímpeto de atingi-lo. Dane-se as regras, o FBI, o resto de respeito guardado dentro de si pelo subordinado a sua frente! Poderiam falar de todos, não de Emily, não do relacionamento que eles haviam construído, não depois de tudo enfrentado desde Foyet.

- Senhor! – uma voz feminina quebrou a cena, advinda da porta de trás e colorindo aquele ponto com amarelo e azul do vestido. Ambos não quebraram a conexão dos olhares, desafiando-se durante o breve momento que Penelope tomou para perceber o que se passava – Emily e J.J. acabaram de chegar com Blake.

 Ao deslizar suave daquele nome, a atenção do Chefe voltou-se para Garcia de imediato, um aperto em seu peito botando-o a cruzar o espaço em meros segundos. A loira olhou para Derek, a descendente delicada do canto das pálpebras a atestar o conhecimento de toda a conversa entres os dois. Pela primeira vez, ela estava do lado de alguém que não era o intensivista, e parte dele sensibilizou-se ao ler transcrito nas íris femininas a sinceridade. Hotch era tão vítima de tudo aquilo quanto Prentiss.

(...)

 Ainda confusa com o ocorrido, a mulher a acariciar a curva inquieta de sua barriga assistiu à porta do elevador rolar para dar acesso ao que ela supunha ser a base da UAC. O vidro temperado com as insígnias brancas decalcadas revelava um pouco das mesas, portas de escritórios ao fundo e uma passarela tão diferente de tudo que ela havia imaginado. Uma mão pequena pousou sobre a sua, entrelaçando com cautela para causá-la uma mínima menção de mover-se. Alex saiu à frente, percorrendo o caminho na ânsia de abrir a porta e receber as próximas instruções. Tudo que deseja era terminar aquele caso, aproveitar um resto de paz em meio ao mundo turbulento.

 Segurando a barra de metal para manter a entrada, sentiu uma mão masculina cobrir sua lombar, seguida de um beijo à têmpora direita com o áspero característico do cavanhaque. A linguista inclinou sua cabeça de forma a encostar-se em seu parceiro, notando o sorriso mais tranquilizado por tê-la de volta para si. Então, em súbito, a imagem de Hotch apareceu na periferia de sua visão até que o homem de terno estivesse em pé um tanto afastado do ponto onde se encontravam – o suficiente para que visse e fosse visto.

 Ombros arqueados caíram de imediato ao ter a visão de Emily e J.J. andando de mãos dadas aquele breve espaço, a loira com olhos azuis marejados e envoltos por uma dor excruciante. Não conseguiu impedir seu instinto de rapidamente estagnar seu olhar sobre morena ao seu lado, capturar o castanho escuro em uma conexão invisível, uma ponte construída com tantas penas desde o primeiro dia da missão. Mãos cerraram, dedos tremendo em ansiedade a cada batida da sola do sapato feminino contra o chão. Prentiss não pode evitar o desmanchar natural da conexão com a mulher responsável pelas mídias ao apertar o passo para então – e finalmente, tão finalmente – ter os braços masculinos envolta de si.

 Lágrimas salgadas escaparam de ambos os lados, braços femininos envolvendo os ombros largos, o trazendo para o mais perto possível com um sentimento devastador de que aquela parecia a última vez. E Aaron apenas refletia tal gesto, mãos firmes em sua costa, rosto mergulhado na essência tão única dos cabelos negros, lábios pressionando repetidas vezes por qualquer pele  alva que achasse no caminho – pescoço, ombros, mandíbula, bochechas. Ele segurou seu rosto em suas palmas largas, ligando as visões com um sorriso estúpido à pequena vida entre eles reclamar com um chute aplicado na parte inferior de sua barriga.

- Eu te amo – recostou as testas, pálpebras caindo sobre as órbitas molhadas – Nunca se esqueça disso.

- Nunca.

 Emily soube, naquele trocar cúmplice de frases, que era hora de partir, de fugir novamente, de virar outra pessoa sem ao mínimo ter conhecimento de qual. O destino parecia incerto, tempestuoso, e tudo o que a morena pôde fazer foi selar seus lábios em um beijo embebido em necessidade, puxá-lo para sentir aquele calor aconchegante enquanto memórias abriam-se e formavam-se no que aquilo – eles – seriam por um tempo indeterminado. Apenas lembranças, fotos ou vídeos gravados em sua mente para reviver.

 E se o choro silencioso foi de conhecimento da grande Elizabeth Prentiss ao sobrevoarem o enegrecido Atlântico meras três horas depois – o pequeno Jack recostado no assento ao lado ainda perdido no sono e na falta de conhecimento dos acontecimentos -, a morena se importaria escassamente com qualquer que fosse sua opinião.


Notas Finais


É isso por hoje gente, espero que tenham gostado!
Qualquer comentário é bem-vindo e amado.

Quero uma opinião: Bebê do Hotch e da Emily deve ser menino ou menina?
(eu já pensei em algo, mas quero ouvir vcs!)


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