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História Masmorra - Último Dia


Escrita por: Yoruon

Notas do Autor


◊ Primeiramente, me perdoem o horário! eu sei que está tarde e são quase 00:00, mas apenas terminei o capítulo agora. Posso trocar a capa também.

◊ Segundo, me perdoem pelo capítulo! eu sei, eu sei, é o último, e talvez não esteja tão bom. Ele não foi revisado (apesar de querer muito) pelo meu coautor que deve estar dormindo...

◊ Fiz o meu máximo, eu juro, espero que esteja bom...Postarei os agradecimentos falando sobre isso.

https://youtu.be/bx502ENewIY - Parte em negrito. Música usada no capítulo.

Capítulo 20 - Último Dia



No palácio. 
Entramos correndo pelo grande salão de festas. 
Kacchan e Shouto ao meu lado, os dois com as mesmas armaduras dos soldados do reino.

O lado de fora estava um possível caos, por isso já esperávamos que nos depararíamos com soldados preparados para nos encontrar, ou apenas para saírem. 

Eu parei de andar, empunhando o arco. Os dois passaram por mim, espadas desembainhadas, soldados a frente. Já estávamos preparados para aquilo. 

Parecia que podia ouvir meu coração diretamente em meus ouvidos. 

Os soldados tinham a mesma armadura que os dois usavam, mas, estes haviam elmos pesados, eu não usava a mesma armadura, apenas um peitoral não tão pesado para não me atrapalhar.

- Matem todos eles! - Gritou o líder.

- Tenta seus merdinha - Rebateu Kacchan furioso.

Katsuki havia se dividido, chamando atenção no lado esquerdo do salão, cinco em cima dele. Do outro, Shouto, quatro com ele. E quatro corriam em minha direção. 

O salão que deveria tocar músicas no momento se ouvia apenas os metais e gritos e juras de morte.
O trono do rei estava vazio.

Empenhei o arco e atirei mirando no pescoço do guarda mais próximo de mim, antes de soltar a flecha mudei a mira acertando o homem ao seu lado. O guarda caiu na hora com a flecha entalada. 

Comecei a correr, armando mais uma flecha. Tentei atirar, mas um dos três desviou. Quando menos percebi, os dois estavam do meu lado. 

Guardei o arco em minhas costas, tirando a adaga de minha bota, tomando posição de defesa. 

O guarda da minha frente estava rígido, os dois ao meu lado, adequadamente distanciados. 

- Acabou os xingamentos? nada? - Questionei olhando de relance os outros dois nos meus lados. O terceiro, da esquerda apertou mais forte sua espada. 

- Cale a boca! seu filho da puta! - Mandou, o segundo, da direita, foi o primeiro a atacar. 

Ele tentou me cortar na lateral, porém desviei pulando para o lado. Desviei novamente de outro ataque vindo de trás, o da esquerda havia tentado me acertar e me prender entre ele e o da direita, sai a tempo do meio dos dois. Ouvi mais espadas ao meu lado, não muito longe, Katsuki, logo atrás Shouto.

O primeiro atacou-me, contudo, tentando me cortar novamente, o mesmo ataque. Eles continuaram me atacando, simultaneamente e eu fugia e me esquivava com mais facilidade.

- Vamos matar todos vocês! - Ameaçou o primeiro, tentando me derrubar, desviei. 

- Não conseguem nem me acertar! 

- Seu merda!

Resolvi avançar no terceiro. Corri de frente para ele, o mesmo ergueu a espada para me acertar com lentidão, desviei por pouco, correndo para trás do mesmo. Rápido, ergui a espada chutando a dobra de seus joelhos, o que o desequilibrou. Acertei seu pescoço com a adaga. 
Voltando a correr, deixei a adaga de lado. Os outros dois mais furiosos atrás de mim, voltei a pegar o arco e mirar em quem estava na minha frente. 

- Ei! 

Acertei um guarda despreparado, pulei por ele parando ao lado de Katsuki, ele ainda lutava com três, um deles que chutei por trás. 
- Deku!? 

- Trouxe gente comigo. Oi?

Ficamos de costas um para o outro. Agora, cinco guardas nos cercavam. 

- Eu já tinha acabado com eles todos! E tu me traz mais!? 

- Pensei que ia gostar. Nada tá bom! Leva o que conseguir para longe, eu acerto - Disse baixo. O senti assentir. 

Armei mais uma flecha, Katsuki avançou com tudo para os que estavam do seu lado. Outros três avançaram em cima de mim, quase desviei de todos os ataques, passando por baixo e pelos lados, mas um deles cortou minha bochecha, em troca, soquei seu rosto, pulando para trás.
Mirei, nos dois que estavam de costas para Katsuki, atirei duas flechas seguidas acertando um e assustando o outro que em seguida caiu. 

Faltavam três. 

Antes que armasse outra, um dos guardas me derrubou, a flecha se quebrou em minha mão.

Senti o corte no meu rosto arder mais e o gosto de sangue na minha boca, algumas flechas se quebraram nas minhas costas.
Um deles estava em cima de mim, me encarava com puro ódio, um sorriso debochado como se tivesse ganho tudo, quase senti sua espada em minha garganta. 

Usei a flecha quebrada enfiando na lateral de sua garganta, o tirando de cima de mim.
Meu rosto estava com seu sangue, em minha mão direita também. 

Minhas mãos tremiam, o lugar todo cheirava a sangue e ferro. 

- Oe! Deku? - Ouvi Kacchan me chamar, ao seu lado vinha Shouto também com sangue no rosto. 

Eu vejo aquele olhar em seus olhos

Que me faz ficar cego


-Tudo bem? - Questionou Shouto. Já estava de pé. 

- Claro, é... só um corte. 

Ao nosso redor, a cada ponto havia um corpo caído numa poça vermelha viva.

- Três deles fugiram, idiotas - Bradou Kacchan, também me analisando, ele também tinha cortes no rosto e sangue no peitoral.
 
- Temos que continuar - Disse encarando a porta dos fundos, andando na frente de ambos. 

Os corredores estavam vazios.

Me cortam profundamente, estes segredos e mentiras

A enorme construção estava calma.

Andávamos devagar e cautelosamente pelos corredores.

Tempestade no silêncio

O silencio era cortante, andava tentando normalizar meu coração.

"onde ele estaria?" questionava-me. Parado atrás de uma parede, na retaguarda de Shouto 

- Oe tudo bem? - Sussurrou Kacchan às minhas costas. 
Assenti, vendo Shouto começar a andar. iria o seguir, mas Kacchan me segurou.

- Eu só quero acabar com isso logo, estou bem. - Disse sincero, sorrindo como pude. 

- Tive uma ideia, mas só conto depois - Contou sorrindo de canto, passando por mim. Curioso, o segui. 

Ooh, ooh, ooh

O corredor era o mesmo de sempre, o chão de madeira, o tapete azul, cortinas vermelhas e amarelas com seus quadros e armaduras.
Porém, sua visão era arrasadora, vários pontos cinzas tomavam os céus, lutas acontecendo abaixo com nossos amigos lutando.

Ooh, ooh, ooh

Ouvi passos vindo de trás de nós, instintivamente, apontei o arco. Os meninos tomaram a defensiva. 
Apenas uma pessoa virou a esquina, assustada.

- Tsu? - Questionei ao vê-la também na defensiva segurando uma tesoura vermelha.

- Izu! - Ela correu até mim, Shouto e Kacchan abaixaram as espadas, percebi Kacchan encarando a tesoura que ela levava. - Você está bem? fiquei preocupada! gero 

- Estou bem não se preocupe. 

- O que faz aqui? - Questionou Shouto.

- Estava tirando as pessoas daqui de dentro, gero. A cidade está um caos! 

- Sabemos - Afirmou Kacchan, ainda encarando a tesoura. 

- Vocês têm que sair também! colocaram fogo na cozinha. - Avisou segurando meu braço. Não sai do lugar, trocando olhares com os dois atrás. 

- Temos que continuar; sabemos onde o rei está, vamos até ele.

Sinta a fúria chegando

Ela ficou apreensiva.

As resistências estão se esgotando

Mas, me soltou, abatida.

- Se não voltar completamente inteiro...gero - Tentou dizer, respirando fundo.

- E quando eu não voltei inteiro? - Ela me encarou, os olhos verdes parecidos com os meus brilhando - Está bem, se não pode bater no Kacchan e no Shouchan. 

Ela concordou, apreensiva. O loiro reclamou e Shouto não disse nada.

Tsuyo deu meia volta, voltando a correr por onde veio. 

- O fogo vai chegar aqui a qualquer momento. - Avisou Shouto - Eu sei aonde ele deve estar.  

- Eu também. 

Nenhum lugar para correr de todo esse estrago

Eu e Shouto fomos correndo na frente, guiando Kacchan, rumo a sala do trono, um dos únicos lugares que não havíamos explorado no castelo.

O Rei, com certeza estava lá. 

Nenhum lugar para se esconder de toda essa loucura,

O caminho foi calmo sem mais nenhum guarda. 
Podia sentir meu estômago embrulhado, me esforçava respirar normalmente a correr até onde podia. Um calafrio. 
A sala estava aberta, grandes portas vermelhas e douradas. 

loucura, loucura

De frente, sentado no trono tão brilhante quanto o mais puro ouro, nos tecidos de veludo no tom de vermelho vivo, estava o rei, entediado. Usava suas vestes azul escura das mais caras, tão brilhante quanto as portas, junto de um manto vermelho e branco aveludado, tão chamativa quanto o trono. Ele tinha uma grande barba, os cabelos vermelhos. Nos encarando. 
Ao seu lado, não havia mais nada. 

Loucura, loucura, loucura

Apostos. Entramos. 
Ele não fazia nada. Estático. 

- Você me causou muita confusão, filho - Disse a voz veemente. 

- Fala como se me importa-se. - Respondeu indiferente, porém carregado de rancor falava ao meu lado direito. 

- Foi tudo graças a essa rasinha desprezível. Eu sei. 

-  A culpa sempre foi seu mesmo. - Respondeu Kacchan zombando-o. - Seu... 

- Se acha tão engraçado, será assim quando seus amigos morrerem? 

- Em comemoração à sua queda? Talvez. - Respondi, o encarando, seu olhar azul era frio e duro, como gelo. 

- O bastardo de Inko. Nojenta até na procriação. 

Acho que nunca senti tanto ódio por um ser em minha vida toda. 
Meu coração bateu mais forte, como um soco em meu peito. 

Ooh, ooh, ooh

Irado, iria apontar uma flecha e atirar nele, ali mesmo. Em seu brilhante trono. 
Contudo, uma flecha, de trás da cadeira enfeitada, atingiu meu ombro. 

- Deku! 

- Izu! 

Ooh, ooh, ooh

- Antes de deslumbrar morte daquelas pragas, vou observar a morte de vocês. Isso será um exemplo a não me contestaram! Não duvidarem. 
Ooh, ooh, ooh

A flecha estava parada em meu ombro, mas não a sentia na pele, mesmo assim, meu ombro estava dolorido. Sentia o chão vibrar, logo mais uma leva de soldados estava ao nosso redor saindo de trás da cadeira enfeitada. 
Katsuki e Shouto juntaram-se ao meu redor.

- Deku? - Chamou olhando-me de esguia. 

- Estou bem - Respondi, retirando a lança de meu ombro, a seta havia ficado parada entre uma pequena parte de meu ombro e o peitoral que usava. - Não está sangrando muito. 

- E não queria usar o peitoral, idiota. 

Me levantei num salto ficando ao lado deles. 16 soldados a nossa volta, dez a frente, os outros atrás numa fileira. 
Nós três no centro. 

Ooh, ooh, ooh

"Tudo para dar errado" Pensei de costas para dos dois. Inconscientemente, sorrindo. Tive uma ideia e ela era péssima, mas era o que seguiria 
"pode facilitar a eles" 

Minha adaga em mãos, algumas flechas e meu arco. 
Nenhum de nós falava nada. 

- Vamos nós separar - Disse aos dois. De primeira não entenderam. 

Num só impulso, corri em direção a porta furando a barreira de dois soldados. Passei por ambos, correndo para o corredor. Os deixando para trás. 

Os dois guardas me seguiram. 
Voltei a vagar pelos corredores. 

Os passos pesados, a respiração densa, meu ombro latejavam de leve, mas corria. Comecei a ficar com mais calor, dificultando mais minha respiração, fumaça saia de uma parte do corredor. 

Parei tentando respirar. 
Os dois guardas atrás. 

- Achou que poderia correr? - Questionou um. 

- Covardia é de família. - Respondeu outro. 

Segurei mais forte minha adaga. 

- Não estou vendo ninguém correndo além de vocês mesmo. 

Os dois me atacaram. Daquela vez não tirei o arco. 
Tomei minha pose defensiva, as mãos na frente do corpo a adaga na diagonal. 

- Passar um tempo com muscular pode ter feito bem para ele. - Comentou um deles, rindo. Vindo devagar até mim. 

O outro ficou apoiado na espada, assistindo. 
Mais deles deveriam chegar logo. 

Assim que ele iria atacar, recuei, o encarei e virei o corredor, a fumaça piorava, mas consegui lidar com ela. Não fui muito longe, chamas tomavam o tapete, cortina e quadros em todos os cantos, até o piso do segundo andar começava a queimar. 

- Eu disse que não tem aonde ir. - Dizia, tossindo um pouco, apenas ele estava lá. 

O mesmo voltou a pegar impulso, com a espada tentou me cortar, como os outros. Abaixei desviando e enfiei a adaga em sua coxa, onde a armadura tinha uma brecha. Ele guinchou de dor, tirei e me levantei do outro lado. O fogo aumentava as suas costas.

Mancando e raivoso, veio para cima de novo. 
Um corte diferente, direto, mudando de posição no último minuto, também desviei pulando para seu lado, chutando-o na mesma perna e o cortando no braço esquerdo. Recuei.

O fogo aumentava, minha pele ardia igual meus pulmões. 

Sinta a fúria chegando

Avancei, rápido, desviei de um corte tremulo, mudei de posição indo ao seu lado direito batendo com a base da adaga em sua mão, com toda a força que tinha, quase tirei sua espada, mas ele a recuperou, se jogando em cima de mim.

- Talvez o Rei o deixe comigo desta vez. - Dizia, esperançoso e sorrindo, tentando atacar o que deixou a guarda abaixada.

Não respondi nada. Com força, chutei-o no peito, com força, sua perna cortada fraquejou o desestabilizando, ele caiu de costas numa parte que pegava fogo. 

Seu grito foi estridente o fogo apenas aumentou mais e parte do telhado caiu alimentando mais as chamas.

Estamos nos esgotando irmãs

Corri de volta encontrando mais seis guardas vindo em minha direção.
Foi extremamente difícil lutar contra todos, porém consegui.

Voltei para a grande sala, onde estavam Katsuki e Shouto.
Cansados, sangrando e com sangue a sua volta, corpos aos seus lados.
Kacchan me encarou, preocupado, porém via irritação.

Nenhum lugar para correr de todo esse estrago
Nenhum lugar para se esconder de toda essa loucura,

O rei havia se levantado, deixado a capa luxuosa em seu trono brilhante.
Ele era grande, quase dois metros com sua impotência, sua espada cintilante ao seu lado. 

- Está bem - Disse desembainhado sua arma - Farei vocês voltarem para suas mães logo. 

Podia ouvir os dentes de Kacchan rangendo, Shouto também se deixou levar apertando mais sua espada. 
A fumaça que estava no corredor começou a preencher o telhado do cômodo
.
loucura, loucura
Loucura, loucura, loucura

Guardei a adaga de volta na bota, tomando o arco.
Katsuki tomou posse defensiva e Shouto também, podia-se notar, claramente o quão cansados estavam.
O rei avançou, diretamente em Shouto.

Ooh, ooh, ooh

Antes dele chegar perto tentei lhe acertar uma flecha, mas ele cortou-a antes mesmo de o acertar. 
Katsuki e Shouto foram para cima do mesmo, juntos. 
O Rei se defendeu do ataque de ambos. Shouto tentou o acertar no lado direito enquanto Katsuki foi ao esquerdo, eu mirava em seu peito.

A sala esquentava mais e mais, minha respiração densa, queimando.

Não conseguia achar uma brecha para o acertar graças aos dois que estavam o atacando então voltei a pegar a adaga.
Ele, se deixou ser cortado por Shouto quando se virou diretamente para Kacchan.
Sem se importar. 

Aproveitando seu cansaço e um curto tempo que deixou a guarda abaixar pelo ataque ofensivo. O rei bateu com o cabo da espada na costela de Katsuki que, rangeu de dor logo dando-lhe um chute em seu peito, o jogando para longe.

Ooh, ooh, ooh

Focou primeiro em Katsuki, parando seu ataque enfurecido com sua enorme espada, conseguindo aproveitar da brecha de seu cansado o chutando para longe. 
Quando Shouto foi tentar o defender, tentando o acertar no peito, com toda a fúria que sentia, havia conseguido quase o cortar, mas o Rei o segurou.

Quando Shouto iria ao acertar novamente, ele se virou com tudo, acertando seu rosto, cortando-o no lado esquerdo de seu rosto. Um grande corte. Shouto caiu no chão, num grito e sangue.

- Deveria ter terminado com o que comecei quando era pequeno, você é muito parecido com ela - Disse o homem, encarando Shouto de baixo, com desdém.

Ooh, ooh, ooh

Corri pegando a espada mais próxima de alguém caído, parando em sua frente o defendendo de outro ataque. 
Meu braço fraquejou, dolorido, ele era mais forte e muito mais alto que eu. Shouto estava atrás de mim, chiando de dor. Sangue em suas mãos.
Consegui direcionar a espada para o lado, tendo tempo o suficiente para me defender de um soco, mas um chute veio em seguida, me jogando por cima de Shouto a espada foi parar do outro lado, parando perto de outro corpo.

Ooh, ooh, ooh

Meu peito todo doeu pela batida, mas o peitoral amorteceu a queda. O ar queimava meus pulmões e me deixava mais dolorido e exausto.

- Morrerá aos meus pés como sua mãe.

Quando ele chegou perto, tirei uma flecha, uma das poucas que me sobraram, enfiando em seu tornozelo com força. 
O rei gritou me xingando. Num salto dolorido, me ergui antes de me chutar novamente. Parando ao seu lado. 

- Levanta, meio a meio. Não morre agora não, maldito! - Ouvia Kacchan ao fundo, ajudando Shouto.

- Obrigada? 

O lugar estava muito mais quente, as chamas queimavam as portas, do telhado saia fumaça da madeira que começava a ficar cinza. 

Nenhum lugar para correr
Não há lugar para se esconder


Ele avançou em mim, com fúria, dei uma cambalhota para trás tomando distância.
Ele continuava vindo para cima, e eu me distanciando, as vezes passando por baixo de seus cortes, por trás de si, fazendo pequenos cortes onde podia, aproveitando seu tamanho ao meu. 

Avancei novamente em dado momento, reto, desviei de outro corte direto, indo a sua lateral cortando seu tronco com a adaga.
Ele recuou alguns passos, voltei a atacar, contudo ele se recuperou rápido demais, batendo com a base em meu rosto.
Cai, um enorme gosto de metal em minha boca.

Katsuki passou correndo, com óbvia dificuldade em se manter reto, segurando sua espada.
Shouto ao seu lado, uma espada qualquer em mão, o olho esquerdo fechado em sangue.

Respirava com muita dificuldade, parecia que não havia ar na sala. 

Nenhum de nós notou quando o fogo tomou parte da entrada do lugar.

Um pedaço do telhado caiu entre Shouto e Katsuki e ele os separando. 

- Vamos ficar sem ar - Avisou Shouto, sua voz já seca. 

- Eu tive uma ideia. - Disse alto acima das chamas para nós três. Também sentindo a escassez do ar. 

- Se sair correndo de novo, eu te jogo nesse fogo!

- Qual? - Disseram os dois juntos.

- Apenas fugam dele. O deixem no lado direito da sala. Vamos derruba-lo. - Disse me empunhando meu arco.

Isso é loucura, loucura, loucura

Mais quatro flechas era o que tinha. 
Os dois assentiram. Eu fui para trás deles. 

O rei saiu das chamas que haviam caído, suas vestes rasgadas, chamuscadas e sujas, brilhantes acima de tudo.

- Filhos de escravos são feitos para servir ao seu rei! - Disse frio como uma lâmina - Abaixem-se e aceitem! e peçam por redenção. 

- Vai para o inferno - Mandou Shouto, irado. Voltando a atacar junto de Katsuki. 

Daquela vez, ambos não atacavam diretamente, as vezes o cortavam, mas recuavam em seguida, revisando os ataques e defasas. Kacchan defendia e Shouto atacava e fugia. 

Corri até o ponto de fogo mais próximo, colocando-a em minha flecha.

Loucura, loucura, loucura

Os dois o levavam cada vez mais próximos a porta, ao fogo.
Respirando o pouco que dava, sentindo fogo e fumaça secos preencherem meu interior. 

Minha visão, por um momento, ficou escura, meu corpo leve como o vento.

- Saiam! - Gritei de uma vez, com tudo que tinha, Shouto chutou-o no peito e Katsuki sua perna perfurada. Numa só mira, acertei seu ombro.
Os dois pularam para trás, no momento em que o grande Rei foi tomado por chamas.

Suas vestes, sua capa, foram pegando mais e mais fogo. Seu grito pareceu entrar em minha cabeça, por bastante tempo parecia que ainda podia ouvi-lo até dormindo, ou senti-lo por perto. 

*Loucura, loucura, loucura*

Shouto estava estático por muito tempo se deixasse, mas Kacchan o erguei gritando para sairmos. 
Meu corpo pedia para deitar.

- Onde? por onde saímos dessa merda? - Perguntou Kacchan guardando sua espada, segurando sua costela com uma mão, a outra cobria sua boca.

- Pelos fundos - Respondeu Shouto diretamente. 

Corremos até atrás do torno, lá havia outra porta azul dourada, onde dava para o cômodo onde o Enji, o rei, dormia. 

Antes de passarmos a porta, vi um pedaço do telhado caindo por cima do ouro. 
O quarto era luxuoso, o maior de todo o castelo, digno de um rei imperador. 
Mas, não havia saída. 
E o fogo não se importava.

- Vocês também não vão gostar da saída. - Disse encarando as enormes janelas de vidro.

Atirei no vidro o quebrando por completo. 
Não era muito alto, dava para as árvores do quintal. Os pontos cinza da cidade já não eram tantos. 

- É só pular - Disse respirando ar de verdade, puro. - Tenta se prender num galho alto.


- Acha que é a droga de uma peça da cidade? 

- Não temos outra opção - Respondeu Shouto, tomando distância. 

- Eu vou matar vocês dois se eu morrer. - Ameaçou também tomando distância. 

Eu fui o primeiro a correr e saltar, janela a baixo. 
A brisa gélida batendo em meu rosto.
Meu peito parecia flutuar.

Alguns galhos me cortaram antes de me segurar num maior, antes de bater no chão, depois senti a grama em minhas costas. 
Ouvi mais dois barulhos ao meu lado.


- Vocês estão bem? - Questionei, sem me levantar, meu peito e minhas costelas e cabeça, meu corpo doía. 


- Nunca mais - Respondeu-me Kacchan, mais a longe.

- Nunca mais - Concordou Shouto, do outro lado.


Tive vontade de rir, mas isso doeria também. 


Devagar, me levantei. Respirando o mais fundo que conseguia. 

Encontrei Kacchan mais a minha frente, Shouto me seguia atrás. 


Kacchan estava com a perna machucada num corte.

- Você não vai conseguir andar assim - Alertou Shouto, segurando seu olho cortado.

- Claro que consigo! 

- Claro que não! - Repreendi. - Vem, se apoia em mim. 

- Eu posso andar, Deku. - Dizia dando as costas, mancando. 

Minha paciência havia se queimado também. 
- Para com isso! quanta marra - Gritei, tomando seu braço e o passando por cima de meus ombros - E para de reclamar, é só um apoio! 
Ele não me encarou, virando o rosto.

Muito devagar e em silencio, demos a volta no castelo. 

Encontramos todos na entrada do palácio, muitos e muitos guardas espalhados em todas as partes. 
Guardas do reino Youruzo. 

Nemuri conversava com Aizawa, de longe ele não parecia muito bem.
Sero, Eijiro e Mina falavam com Denki, que também não parecia bem. 
Lida e a guarda de Momo corriam de um lado para o outro. 

Momo, a princesa em sua armadura corria e mandava seus soldados carregando baldes de água enquanto jogavam terra na entrada do palácio. 

Tsuyo conversava com Toga, ambas ajudando com a terra. 
Elas foram as primeiras á nos ver. 

- Izuku! - Chamou Tsuyo correndo até nós. Mesmo ainda segurando Kacchan ela se jogou em mim junto de Toga, as duas abraçando a mim e Kacchan.

Por um tempo ele não disse nada. 

- Oe! deu! - Reclamou as afastando, as duas com os olhos brilhando, Tsuyo já chorava. 
Momo corria até nós também. 

- Vocês estão péssimos! - Disse preocupada encarando Shouto e depois a nós. 
Logo depois, o resto do pessoal. 

O castelo se tornou uma enorme fogueira durante três dias e quatro noites diretas. 
Nesses dias, Eu, Shouto e Kacchan não podíamos fazer nada, eu dormi por pelo menos quase os três dias seguidos.
Nemuri cuidou de nós o tempo todo, junto da ajuda improvisada de Tsuyo e Mina. 

Quando acordei e me sentia menos dolorido, pude conversar com os outros. O que deu me mais choradeira por Mina e Eijiro. 
Denki, me contou sobre Shinso, foi ai que entendi porque Aizawa parecia mal. E ele ainda também. 
Shouto dormiu por apenas dois dias. 

Acordando descobrindo que perdeu a visão de seu olho esquerdo graças ao corte que recebeu. 
Ele apenas se tornou Rei quase cinco Dias depois, quando o fogo parou no castelo.
A reconstrução demorou mais nove meses para ser feita, os tratados que ele fez antes de se tornar rei com as famílias ricas ainda estão sendo cumpridos, aos poucos.

A aliança e seu casamento com Momo foram bancados por ambos os reinos em acordos futuros e prósperos. 
Ele se tornou o rei de Magi.
Momo se tornou Rainha de Youruzo. 
Pude a conhecer melhor e ela é engraçada, rígida com regras, um pouco igual Lida, mas extremamente preocupada com os outros. 
Toga continua com ela.

Ambos moram em seus reinos, mas são ótimos amigos e se dão extremamente bem, mas não é nada mais que isso.
Mesmo que eu insista, os dois negam num acordo mútuo. 

A morte do antigo rei se tornou um assunto de Tabus pelo reino, comentado por um tempo, lembrado como "era do fogo", mas quase esquecido tão rápido quanto. 

Lida não estava tão machucado. 
foi nomeado com a maior patente do exército quando Shouto se tornou Rei. 

No fim, não precisávamos mais dos Teki. 

Aizawa ajudou na reconstrução do reino. 
Logo depois, encontrou duas crianças, uma menininha de cabelos brancos e seu irmão, um rapazinho de cabelos escuros, que perderam a casa e seus pais no meio do caos, ele se sensibilizou por eles.
Até onde sei, ele mora longe como Gran-Torino fez. 

Nemuri também ajudou e foi para longe. 
Levando Tsuyo, Mina e Sero junto dela, como suas mais novas pupilas. 
Tenho quase certeza de que no fim, Mina e Sero estão juntos, Tsuyo ainda não me confirmou isso. 

Eijiro quis ir para outra cidade, que ainda precisava de reparos, para ajudar por lá.
Num vilarejo chamado Masutafu, ele encontrou um rapaz de cabelos platinados.
Nas cartas recentes que mandou para Kacchan, que só resmungava do "abobalhado apaixonado" parece que gosta do rapaz. 

Denki demorou bastante para melhorar da perda que teve, ele amava muito Shinso. 
Resolveu ficar no reino, após ser convencido por Jirou a ficar. 
Ao que ele me contou, e parece bem melhor, eles estão juntos. 

Kacchan  e eu. bem, ficamos ajudando até o máximo que podíamos, em seu primeiro acordo, Momo e Shouto praticamente nos expulsaram de Magi por isso.

De qualquer modo, não ficaríamos por lá, afinal, passei tempo de mais em muralhas. 
Nós nos tornamos viajantes, passando de reino em reino, cidade a cidade e vilarejo a vilarejo, conhecendo pessoas novas e novas paisagens.
Às vezes, fazemos alguns trabalhos de encomenda e caça por alguns trocados e voltamos a andar. 

Kacchan, estou quase o ganhando na esgrima, mas ele nunca vai dizer isso. Ele ainda me ensina sobre escrita e leitura, ainda á muito que não afinal, por isso tive a ideia de começar a escrever, como estou fazendo agora, meu pequeno diário de viajem, sobre o que houve e o que está havendo. Espero um dia passar a alguém, como a carta de minha mãe, Inko Midoriya, que carrego comigo.

Hoje, irei aquelas cachoeiras que mencionou. Kacchan diz serem lindas, e ter surpresas lá. 
Estou ansioso para vê-las e descreve-las aqui. 
 
Bem, por esse tempo, é só. 
Espero escrever sobre mais viagens, e não guerras. 


Notas Finais


▯ Esse foi o final de "Masmorras" obrigada por ler e me seguir nessa aventura.

▯ Eu vou postar uns agradecimentos daqui a pouco, se quiser sinta-se à vontade a lê-la. Irei ficar bem feliz!

▯ Desculpem os erros...pelas lutas mais ou menos. Amanhã, assim que meu amigo acordar e me responder, vou ter uma segunda opinião sobre, e talvez possa mudar alguns erros que eu não vi.

✨ VÓS VEJO NUMA PRÓXIMA JORNADA✨


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