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História Masterpiece - Ive been waiting for you


Escrita por: kendoll

Notas do Autor


sim, é exatamente isso que vocês estão pensando *triste*!!! boa leitura.

Capítulo 7 - Ive been waiting for you


Fanfic / Fanfiction Masterpiece - Ive been waiting for you

Narrado por Ella.

Jack insistiu em dizer que aquilo não era um encontro, nada mais era que um saída casual entre amigos, mas o modo como ele gaguejava tentando se explicar parecia querer dizer outra coisa. De qualquer forma, uma grande parte de mim se sentiu feliz por estarmos saindo como amigos, primeiramente porque Jack nunca estaria na minha lista de quem eu sairia e também, uma parte de mim sabia que não era com ele que eu preferia estar. Porém naquela hora tudo parecia ser conveniente, tirando o fato de minha mente me gritar a todo momento de que eu estava fazendo algo errado e eu não sabia se acreditava que o algo errado era eu estar saindo com Jack ao invés de Justin, ou eu estar saindo um dia antes da minha apresentação — o que, você sabe, que vai totalmente contra o que eu sempre fiz.

– As vezes nós precisamos quebrar as regras. – Aubrey diz, num discurso pró minha ida a festa. – E não é como se você estivesse indo para uma noitada de drogas, sexo e rock'n'roll.

– Isso me parece muito conveniente para uma festa de fraternidade.

– Ella, nem tudo é como vemos nos filmes! – Ela sorri. – É uma coisa nova para você, acho que deveria tentar.

Mordo o lábio.

– Acho que se for para sair... Talvez eu deva ir com Justin.

– Justin? – Minha amiga ri. – Nada contra o Justin, mas ele não faz nada além de socar alguns caras, ele não pode te fornecer a experiência que você nunca teve em uma festa como essa.

– Você fala como se fosse a festa do século – Falo, desconfortável.

– Eu acho incrível – Ela da os ombros. – Se você quiser ir, posso te ajudar com a escolha da roupa.

– Nem pense em me arrumar como uma Barbie versão vadia!

Aubrey solta uma risada.

– Não, você sera tipo a Barbie versão especial universitária descolada.

Conforme as horas passavam, meu estômago se remexia como um bebê dentro da barriga da mãe e minha mente só sabia praguejar a noite de hoje. Aubrey matou suas últimas aulas para me deixar como uma Barbie universitária descolada e Leelah também apareceu mais tarde — aparentemente existe um ritual antes das festas onde meninas precisam se arrumar juntas. — e disse que Trevor e Jack nos buscariam juntos. E isso me fez lembrar que Aubrey não iria e isso me deixava apavorada pensando na hipótese de que se tudo desse errado ela não estaria lá para me ajudar.

Me assusto com o toque do celular. É uma mensagem.

[25/03 22:46] Justin: Não quer mais falar comigo?

Meu coração se aperta por um instante.

[25/03 22:50] Ella: Me desculpe, eu estive meio ocupada.

[25/03 22:52] Justin: Tudo bem, não quis parecer muito paranóico. Me desculpe.

[25/03 22:52] Ella: Não precisa se desculpar. Você esta bem?  :)

[25/03 22:54] Justin: Sim, e você? Animada com a apresentação amanhã?

[25/03 22:54] Ella: Um pouco nervosa...

[25/03 22:56] Justin: Vai dar tudo certo, você é ótima.

Aubrey queima o couro da minha cabeça com a maldita chapinha. Solto um gemido baixo.

– Me desculpe, mas você não ta facilitando abaixando essa cabeça de cinco em cinco minutos.

 – Que horas eles vão chegar? Não vou aguentar nem mais cinco minutos dessa tortura. – Digo, passando a mão pela pequena queimadura.

– Trevor acabou de me mandar uma mensagem. Eles estão passando pela Brooklyn Pass e em cinco minutos estão aqui – Leelah arruma seu decote. – Pensei que estivesse falando com Jack.

– Ela esta falando com Justin.

– Uau – Leelah sorri. – Então, nos fale mais sobre o nosso Não–Veterano.

– Não é nada demais, um lutador amador aspirante a lutador profissional – Aubrey responde por mim, e isso me deixa extremamente irritada.

– Com licença, eu posso falar? A pergunta foi para mim.

Ela da os ombros e entra no banheiro. Eu continuo.

– Ele participa de lutas clandestinas...

– Jura? Isso é incrivelmente sexy. Ella Johnson você é uma vadia sortuda! – Reviro os olhos rindo. – E o que mais?

– Na verdade só sei isso – Penso um pouco. – Ele não me disse muita coisa.

– Misterioso, mais cinco pontos.

– Não sei se gosto disso – Aubrey reaparece com um vestido preto nas mãos e me entrega, eu o analiso por alguns segundos.

– Disso o quê? – Olho o vestido mais uma vez. – Acho que não vou usar isso.

– Você não sabe nada sobre ele, ninguém sabe. Eu perguntei pro Chaz e ele não me disse nada além do que você também sabe – Aubrey tira um sapato de salto de uma caixa debaixo da cama e também me entrega. – Vai usar o vestido sim, e isso aqui também.

– Vai ver ele é um bandido procurado pela policia e agora ele sobrevive com uma nova identidade em uma cidade diferente.

Aubrey e eu a encaramos.

– Qual foi? Vamos cogitar a hipótese, filmes são baseados na realidade.

E isso me fez pensar no que Aubrey me disse mais cedo e em como a realidade é dura.

 

***

Trevor e Jack acabam chegando mais tarde do que nós previmos, com jaquetas de couro cheirando a cigarro e o porta-malas repleto de cervejas. Antes de sairmos houve uma discussão entre Trevor e Aubrey sobre ela precisar ir na festa também, e isso deixou Leelah desconfortável até chegarmos ao lugar da festa. Senti uma grande ligação com Leelah naquele momento porque nós duas parecíamos dois peixes domésticos em um oceano repleto tubarões e criaturas desconhecidas.

Uma mansão repleta papel higiênico jogado no telhado e jovens já bêbados no jardim da frente da enorme casa era o cenário perfeito para uma festa mostrada nos filmes adolescentes. Trevor e Jack descarregaram o porta-malas juntos, cada um com uma caixa de isopor nos ombros, enquanto eu e Leelah andamos lado a lado olhando para todos os cantos. Somos recebidos por um grupo de Veteranos com camisetas do time de Basquete, eles cumprimentam Jack e Trevor com alguns tapinhas nas costas e depois nos falam alguma coisa que parece disputar nossa atenção. A música eletrônica não deixa ninguém parado em uma pista de dança improvisada na sala, quem não esta dançando esta conversando em uma roda de amigos. Há tantas pessoas diferentes, umas com cabelos coloridos, piercings e tatuagens, e outras só diferentes por não parecerem pertencer a aquele tipo de lugar.

– Foi mal pularmos a parte do jantar – Jack me chama atenção, com o corpo perto demais do meu e um copo nas mãos. – Trevor quis substituir por algumas tragadas.

– Pelo jeito não foi só ele.

Duas pessoas passam do nosso lado e cumprimentam Jack, eu fico de cabeça baixa quase que o tempo todo.

– Você está muito bonita.

Lembro de meu próprio reflexo no espelho. Cabelo extremamente liso, vestido preto colado e um salto assustadoramente alto, essa era uma versão minha que eu com certeza nunca imaginei que iria existir.

Jack vestia-se em uma roupa enganadora, o cheiro do cigarro empreguinado na jaqueta, topete brilhante e impecável e uma bebida azul em seu copo. Não sei a quem ele quer enganar, não sei se ele quer enganar alguém, não sei quem ele é.

– Obrigada... Você ta engraçado.

– Valeu, era isso que eu esperava ouvir – Ambos sorrimos. – O que acha de dançar comigo?

Encolho-me.

– Não faço o tipo de quem dança essa musica.

Era uma musica agitada demais para o que eu estava acostumada a ouvir, mesmo tendo mudado sutilmente meu gosto musical, isso ainda não era o que eu poderia chamar de agradável.  Os olhos de Jack se estreitaram para mim, como se duvidasse do que eu falei. Atrás dele um grupo de garotas se esfregava em uns garotos com jaquetas que Aubrey chamaria de “descoladas”.

Não sei por onde está o copo, só sei que agora suas duas mãos encontram-se pressionadas sobre minha cintura e meu corpo quase se unindo ao dele.

– Tenho quase certeza que pra se dançar essa musica não precisamos ficar tão próximos – Não ouço o som da minha própria voz.

Uma de suas mãos me solta e estende para mim um copo.

– Beba – Ele disse.

– Você costuma usar esse tom sempre?

– Só com quem não me obedece – Jack contrai os lábios em um sorriso divertido, ele ri. – Esta com medo? Quem diabos pensa que eu sou? Christian Grey? Posso te garantir que não vou te punir com umas palmadas se você não beber.

– Quem é Christian Grey? – Pergunto, completamente confusa. Ele me responde rindo mais e revirando os olhos. – Estou tentando entender quem você é.

O garoto enfraquece a outra mão, dando espaço para que eu me afaste e assim eu faço.

– Fácil, Jack Fucking Foster.

– Além disso.

– Isso é tudo que você precisa saber.

– Resposta errada.

Lhe dou as costas, mas sua mão em meu braço não parece estar disposta a dar um fim nessa breve conversa.

– Ella – Jack chama. – Onde está indo?

– Vou procurar Leelah, quem sabe ela quer ir embora tanto quanto eu.

– Agora que ela esta se amassando com Trevor? Acho que não, talvez quando ela ver ele com outra.

– Isso é... – Minha boca continua aberta na intenção de pensar em alguma palavra repulsiva o suficiente, mas não há.

– É o universo masculino, bem-vinda.

– Nem todos os homens são canalhas assim.

Jack une as sobrancelhas.

– Esta se referindo a aquele cara da moto? Aquele que as meninas estavam dizendo ser seu namoradinho?

– Não estou me referindo a ninguém, só não quero generalizar as coisas – Meia mentira.

– Bom, então pare com isso – Ele bufa e eu tento ir embora novamente. – Por que esta tentando fugir?

– Porque esse não é o meu lugar!

E a festa inteira parece estar calada nos olhando, mas quando olho a minha volta as pessoas continuam dançando como se nada tivesse acontecido, talvez nada tenha acontecido. Talvez nada realmente tivesse acontecido do jeito que eu penso que aconteceu. Jack solta um suspiro fracassado enquanto balança sua cabeça, eu cruzo os braços também cansada.

– Não quero brigar com você e essa também não é a hora – Ele olha para os lados. – Temos uma apresentação amanhã, eu trouxe você aqui para se divertir e é isso que eu vou fazer você querendo ou não, Ella Johnson.

Jack sorri para mim e eu retribuo o sorriso, cansada de discussões e pronta para apreciar uma nova experiência, eu aceito o copo de bebida.

 

Narrado por Justin.

Acordei esta manhã com a memória fraca sobre a noite passada, as únicas pistas do que acontecerá estavam espalhadas por toda a casa. Caixas de pizza jogadas no chão e algumas garrafas de cerveja em torno do sofá e da cozinha, este era o reflexo de uma festa entre amigos e minha pequena amnésia matinal só demonstrava um exagero alcoólico. Nunca fui de beber, encher a cara com os amigos e reclamar dos meus problemas nunca passou pela lista de hobby do sábado a noite, mas a noite parecia muito própria para ficar em casa e exagerar um pouco dentro da minha zona de conforto. Felizmente, ao invés de ser o amigo contanto problemas, eu fui o amigo que ouvia todos os “problemas”.

Os problemas dos meus amigos eram garotas, garotas e provas finais. Ninguém me dissera sobre alguém na família com câncer ou a beira da morte, alguém próximo passando por necessidades ou desaparecido. Garotas, garotas e malditas provas finais. O que era sinônimo de problema para eles, para mim era minha paz. Pensei em Ella quase que todos os dias que se passaram, os dias que não nos falamos foram ainda piores, menos esta noite passada – acho que foi bom dar este tempo a ela, principalmente sabendo que hoje seria o dia de sua apresentação e eu estava secretamente animado com isso.

Abro o guarda-roupa e por lá fico parado um bom tempo, minhas opções de roupas eram das piores, nem sequer me lembro qual foi a ultima vez que me dei de presente uma peça de roupa nova. Jeans velhos, algumas poucas jaquetas baratas e blusas de moletom eram as únicas coisas que eu tinha, e eu tinha certeza que eu não deveria usar aquilo. Passo a mão pelo cabelo, desajeitando-o sem pensar.

– Somers – O chamo, abrindo uma fresta na porta. – Você tem alguma coisa para uma apresentação de Ballet.

– Claro, dentro do meu closet há uma coleção de ternos da mais alta costura – Ele me olha irônico por cima do livro – Olhe para mim cara, eu lá tenho cara de que tenho coisa de engomadinho?

– Até que tem quando não ta enfiando esse dedo no nariz – Bato em seu livro e ele grunhi um palavrão. 

– Espera ai, talvez eu tenha o básico – Chaz pula da cama e começa a jogar algumas roupas em cima da cama, demorados minutos depois um paletó azul escuro cai em meu rosto. – Ta ai, a única coisa que eu tenho.

– Valeu, vai servir – Digo, olhando a peça de roupa.

– Por acaso você vai onde eu penso que vai?

– Sim, – Paro em frente ao seu espelho, ajeitando-me no paletó. – reunião de negócios.

– Cai logo fora daqui.

Olho-me no espelho mais uma vez antes de sair, meu rosto parece um pouco corado e minha aparência com um paletó e jeans escuro se parece totalmente estranha e artificial. Suspiro umas duas vezes tomando coragem para chegar na apresentação e tento me acalmar lembrando do dia em que Ella dançou para mim.

Tento me recordar do que foi falado nos corredores da Juilliard. Sobre Ella, um tal sabotamento, seu parceiro Jack e a disputa dos entre os dois queridinhos da professora. Mais coisas sobre Ella e sobre Jack estar estranho, sobre Jack ser estranho sempre em relação a Ella. Acelero a moto mais um pouco e a estaciono em uma pequena vaga entre dois carros, a apresentação foi mudada para o Teatro Azenail, um lugar com muito mais espaço para pessoas de fora. Todos na Juilliard falavam sobre esta ser uma das primeira apresentações abertas para o público.

Checo o relógio antes de entrar e respiro fundo. O lugar esta lotado das mais diversas pessoas, alguns alunos reconheço da Juilliard e outros uniformizados são de outros lugares que desconheço. Decido ficar em pé quando cedo lugar para uma senhora com o filho no colo, ela sorri para mim de cinco em cinco minutos e isso começa a me deixar constrangido. Olho o relógio mais uma vez para ver se as horas já passaram.

– Justin! – A voz de Aubrey me chama, ela sorri ao me cumprimentar. – Ella vai ficar contente em saber que você esta aqui.

– Eu espero que sim, como ela esta?

– Oh, ainda não sei. Acabei de sair de uma fila de meia hora no estacionamento, quer que eu a avise que esta aqui?

– Hã... Claro, pode ser – Tento sorrir. – Obrigada.

– Me agradeça depois, contando mais sobre você – Ela grita para mim e em seguida some na multidão.

Uma mulher aparece no palco fazendo algum tipo de discurso de abertura enquanto todos ainda estão tagarelando por todos os cantos, uma pequena orquestra começa a tocar algumas musicas em seguida e só assim as pessoas conseguem ficar quietas. Quando as apresentações começam, minhas mãos soam escandalosamente em meus bolsos, a primeira dupla é de duas garotas gêmeas que dançam tão rapidamente que meus olhos não consegue acompanha-las. A próxima dupla é de um garoto e uma garota, eles estão vestindo uma roupa amarela gritante e esta é a única coisa mais chamativa em toda sua apresentação. Mais duas duplas se seguem tediosamente, com musicas que eu pensei só serem ouvidas em funerais e trilhas sonoras de momentos tristes e suicidas das novelas.

Quando o nome Ella Johnson é chamado, nós todos somos surpreendidos por um pequeno atraso de minutos seguido apenas da aparição de Jack Foster. No mesmo momento meu celular toca e eu me apresso para atender e evitar mil olhares furiosos me encarando.

– Ella?! – Eu sussurro, encarando o palco com o garoto dançando solitário. – Onde você esta? Sua apresentação já começou!

Justin, por favor me ajude... – Ela esta chorando. – Eu não sei onde estou.

 

Narrado por Ella.

– Espere ai – Posso escutar claramente a melodia de minha musica tocando, a música que eu deveria estar dançando agora. Demora alguns minutos para que Justin volte a falar. – Do que você esta falando, Ella? O que esta acontecendo?

– Justin, eu não faço a mínima ideia de onde estou – É a única coisa que sei dizer. – Acordei nesse lugar, trancada. Eu não consigo me lembrar do que aconteceu.

– Como é esse lugar?

Olho em volta, uma escada empoeirada dando para uma enorme porta marrom trancada. Caixas fechadas lotam praticamente todo o lugar e as teias de aranhas são as únicas decorações.

– Um porão, eu acho.

– Você não lembra como chegou nesse porão?

– Não – Mordo o lábio, segurando um enorme grito de choro. – A única coisa de que me lembro é que ontem Jack, Trevor, eu e Leelah viemos para uma festa dada pela turma da fraternidade de Trevor. Eu tomei algumas coisas e... E eu não me lembro de mais nada.

– Você não se lembra de como chegaram a esse lugar?

– Vagamente.

– Espere, eu vou pegar minha moto e você vai me dizendo a direção.

Novamente tenho que esperar alguns minutos até que possa ouvir o ronco de sua moto ecoar fortemente contra meus ouvidos, e eu lhe digo em voz alta os caminhos que me lembro de pego. Enquanto ele procura, tento achar alguma brecha para sair, algum barulho suspeito para que eu possa gritar ainda mais alto pedindo socorro.

Mas é única coisa que eu consigo pensar em fazer é me deitar no chão em posição fetal e chorar como um bebe, amaldiçoando a noite de ontem tendo certeza que foi a pior de toda a minha existência. Flashs passam por minha cabeça tão rapidamente que não posso me dar conta do que fiz, quero ter certeza de que não fiz nada de errado, mas minha parte que ainda raciocina me faz parar de pensar para evitar uma decepção. Subo as escadas empoeiradas novamente, analisando calmamente algum modo de sair dali. Suspiro fundo e mordo o lábio pela milésima vez, não me permitindo chorar mais naquele momento.

Meu celular vibra e o nome de Justin aparece na tela.

– Você se lembra de como é a casa?

Fecho os olhos.

– Se parece com uma... Mansão, está coberta de pedaços de papel higiênico.

– Achei – Ele corre e eu escuto o barulho do vento batendo rapidamente. – Esta fechada – Ouço alguns barulhos. – Porra... Espere – Ele suspira fundo e em seguida um estrondo ecoa no porão, meu coração da um pulo. O movimento se repete quatro vezes até que um barulho maior parece ser o fim de diversas tentativas. – Estou dentro, bata na porta para eu tentar achar você.

Faço imediatamente o que ele pede, batendo insistentemente na porta.

– Ella! – Sua voz suavemente me chama atrás da porta, encosto minha cabeça na mesma. Uma chave se vira e quando a porta se abre, meu rosto é abraçado pelos braços de Justin. Ele cheira paz.

 

Narrado por Justin.

Meu coração se acalma quando tenho Ella envolvida em meus braços, eu a aperto suavemente mais perto enquanto escuto seu gemido quase inaudível bem próximo de mim. Só quero que o mundo pare agora para perceber o que está acontecendo comigo e talvez me dê uma resposta ou cura para o que estou sentindo. Nossos corpos se afastam, mas eu me recuso a parar de toca-la e seguro seu rosto com minhas duas mãos. Um par de bochechas rosadas, um cabelo liso e olhos completamente perdidos na imensidão de tristeza e desespero.

– Me desculpe por te incomodar.

– Eu viria mesmo que você não me chamasse – Eu respondo, ela tenta sorrir. Pego sua mão. – Venha, aquele teatro está repleto de pessoas que tenho certeza que não aceitarão ir embora sem vê-la dançar.

Quando passo por aqueles corredores, tenho a sensação de que já estive ali e tento me lembrar do por que aquele lugar não é tão estranho para mim, mas tento me esquecer assim que sinto a mão de Ella apertando a minha. Sei que aquela é uma situação na qual ela não queria estar, mas não posso deixar de me sentir feliz estando tão perto dela.

Ella estremece quando percebe que estamos andando em direção a moto e eu me lembro da nossa conversa no terraço e da cicatriz – De sua pele lisa e tão tocável, me lembro de querer toca-la por horas e sentir sua pele encostando na minha.

– Não tem como ir andando? – Ela solta minha mão.

– Só se você quiser chegar lá amanhã – Pego o capacete e a encaro seus olhos. – Você confia em mim?

– Hã... Sim.

– Ella, você confia em mim? Confia quando eu digo que não vou deixar nada de errado ou grave acontecer com você?

Confio, Justin.

Então coloco o capacete em sua cabeça e me certifico que está bem preso, em seguida ponho o meu e a ajudo a subir na moto.

– Pode se segurar em mim se quiser.

O ronco da moto a assusta e ela se aperta fortemente contra mim, até juro que posso sentir seu coração pulsando rapidamente. Eu tento ir devagar, mas o mais rápido possível para não chegarmos tarde demais. Na verdade minha mente já diz que é tarde demais, já diz que isso me cheira a outra sabotagem e me faz querer perguntar várias coisas para Ella, mas eu resolvo não piorar as coisas e só continuo dirigindo até chegarmos ao Teatro.

Posso ouvir o suspiro aliviado de Ella atrás de mim quando nós estacionamos em frente ao lugar das apresentações, e quando descemos da moto, ela também suspira com um ar de choro, mas não fala nada e nós estramos juntos. Ela aparenta estar suja, percebo que seus olhos estão borrados de maquiagem e seu cabelo mesmo liso ainda está bagunçado, ela mal consegue andar em cima do enorme salto.

Há tantas pessoas ainda no lugar e nós nos desvencilhamos rapidamente de todas elas, Ella não esta segurando minha mão agora e isso me deixa perdido. Ela parece estar procurando alguma coisa, mas não fala nada para mim, levanta os pés para ficar ainda mais alta para conseguir enxergar por cima de tantas pessoas que ficaram sem lugares. Então ela para e põe a mão na boca, eu sei que devo fazer algo... Só não sei o que. Ela abre espaço pela multidão agora mais desesperada e rápida, me esforço para acompanhar seus movimentos e quase a perco. Termina o mar de pessoas e eu reconheço o lugar que estamos como os bastidores. Alguém a puxa e eu imediatamente me viro. É Aubrey.

– Meu Deus! – Ela abraça a amiga. – Puta merda Ella onde você estava? O que aconteceu com você?

– Me trancaram... E-Eu não sei direito o que aconteceu, não me lembro de mais nada.

– Você bebeu, não é? Meu Deus... O que fizeram com você... – Aubrey a abraça novamente e dessa vez eu escuto um gemido de choro.

– Ella? – Um garoto que eu reconheço como o parceiro de Ella apareceu, mais assustado do que todos nós. Ella se solta de Aubrey e vai para cima dele.

– Você... Foi você que fez isso, não é? – Ella limpa as lágrimas. – É por isso que você não me deixou ir embora ontem, por isso que você insistiu que eu bebesse. O que você fez comigo Jack? Por que você fez isso comigo?

– Espera ai, – Aubrey balança a cabeça – Você a embebedou?

– Eu não... Eu... Me desculpe, eu não queria fazer isso...

– Mas fez! – Ella grita – Você fez e me magoou, você estragou tudo. Eu simplesmente não acredito que você fez isso. Jack, você sabia que essa era minha chance.

– O que esta acontecendo aqui? Que gritaria é essa na minha apresentação? – Uma mulher mais velha que nós aparece e olha indignada para Ella. – O que... Ella Johnson o que você esta fazendo aqui... Vestida desse jeito?

– Senhorita Bellmore, eu posso explicar...

– Se for sobre você ter perdido a apresentação não precisa me explicar, eu já percebi o que aconteceu – A mulher diz, olhando Ella dos pés a cabeça.

– Eu posso garantir que não é o que a senhora esta pensando – Eu digo, e é a minha vez de ser julgado como se você um ninguém por seu olhar impiedoso.

– O que diabos o faxineiro esta fazendo aqui na minha apresentação e falando nesse tom comigo?

– Isso não tem nada a ver com ele, pelo amor de Deus eu preciso fazer minha apresentação!

– Sua apresentação acabou faz dez minutos, e a propósito você não estava lá.

– Porque Jack me sabotou!

– Senhorita Bellmore, ela esta mentindo – O garoto diz, eu e Aubrey o olhamos sem reação.

– É óbvio que ela esta mentindo. Ella, olhe para você... Você esta suja e cheirando a bebida, realmente quer botar a culpa em outra pessoa por sua falta de responsabilidade?

– Mas eu...

– Basta! – A mulher a interrompe aos gritos. – Ella você perdeu a sua chance e me decepcionou muito, principalmente por aparecer desse jeito. Essa não é você, não estou a reconhecendo mais... Vá para casa e descanse bem, conversaremos na segunda-feira.

E nós saímos todos cabisbaixos, mas eu não saio antes de acertar um soco na cara do tal Jack Foster.

 

Narrado por Ella.

Sinto que todas as desgraças do mundo se juntaram e encarnaram no único dia em que eu tinha que fazer tudo dar certo. Me sinto péssima, porque pior do que decepcionar outra pessoa – uma pessoa que sempre apostou em mim – era decepcionar a mim mesma. E ainda pior que isso era lembrar que provavelmente isso chegaria ao ouvido da minha mãe, que resultaria na minha lenta e dolorosa morte interna.

Acompanho todas as pessoas saindo silenciosamente e fito o palco e a luz se apagando, me lembro de todos os meus ensaios miseravelmente desperdiçados, o convite de Jack e de meu desespero ao acordar em um lugar totalmente desconhecido. Minha cabeça martelava uma explicação, exigia respostas do que mais tinha acontecido na noite passada, como fui parar ali e como me deixei chegar a aquele ponto. Olho novamente para o palco, antes de sair do Teatro e penso em como seria minha apresentação se nada tivesse dado errado, se eu não insistisse em querer aproveitar uma experiência tão fútil como aquela.

Aubrey pede para que eu vá com ela e conte tudo o que aconteceu, mas eu não tenho animação para relembrar de nada. Quero esquecer a imagem de Jack sorrindo para mim, de suas palavras traidoras e toques malditos. Quero que Jack Foster simplesmente desapareça da face da terra e leve junto todas as memórias que fizemos juntos, principalmente aquelas que um dia pensei em eternizar.

Nós chegamos um pouco tarde em casa e quando saímos do estacionamento e chegamos ao Metric Hall, reconheço a moto de Justin e seu corpo parados em frente ao prédio. Minha amiga cutuca meu braço e faz um sinal com a cabeça, vou até ele em silêncio. 

– Você esta bem? – Ele pergunta, assim que paro em sua frente.

– Fisicamente sim.

– Isso é o mais importante, o resto vai passar com o tempo.

Eu dou os ombros.

A brisa toca meu rosto e eu fecho os olhos. Sinto uma vontade imensa de chorar, mas ao invés disso esbanjo um pequeno sorriso. Abro os olhos para fitar o os olhos de Justin me encarando sem expressão. Não havia percebido antes o quanto Justin estava elegante e sério vestindo um paletó que combinava perfeitamente com a cor de sua pele. Justin tinha olhos sinceros como eu nunca tinha visto antes, olhos claros e uma pele pálida que eu resistia em tocar.

– Isso é tudo culpa minha – Balanço a cabeça. – Eu só sai porque eu achei que talvez deveria dar uma chance para me divertir, sabe... Como as pessoas normais, como a Aubrey.

– Ella, nada disso foi culpa sua – Justin responde, com o tom irritado. – Você não tem culpa de confiar nas pessoas e se decepcionar. Tudo daria certo se aquele imbecil não tivesse ferrado com você.

Isso me faz lembrar do soco que Justin acertou em Jack e eu solto uma risada que o faz ficar confuso.

– Você mandou bem hoje com o Jack.

Justin sorri.

– Eu disse que sou um bom lutador.

– Quero ver isso mais de perto, será que eu sou bem vinda na sua próxima luta?

O rosto dele se ilumina com um sorriso maior.

– Com certeza.

– O que a ocasião pede que eu vista? – Ele ri.

– Vá como quiser, como você se sentir melhor.

Meu coração sorri.

– Você me salvou hoje, se não fosse por você eu ainda estaria lá presa e desesperada. Muito obrigada, Justin – Ele maneia a cabeça, sorrindo de canto. – Você é tão... Especial. Como você ainda não esta com outra garota?

– Porque eu estive esperando por você.

E isso bastou para que debaixo daquela árvore, depois de uma catástrofe histórica e a traição de Jack Foster, eu beijasse Justin Bieber.


Notas Finais


espero ter agradado a expectativa que vocês tinham do primeiro beijo deles e espero ter agradado com esse capítulo, eu gostei muito dele<3 se quiserem falar comigo é só se soltar nos comentários ou no ask (ask.fm/justtinos) UM BEIJO ENORME PARA TODAS VOCÊS FUTURAS RAINHAS DO MUNDO!!!!!!!! amo muito vcs


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