História Match! Amor e Redenção. - Capítulo XV

                        Antony 

Cheguei a casa da família da Izzy, em 18 minutos, freei  bruscamente, e logo desliguei o carro. 

- Caralho Antony, você estava querendo nos matar? - ouço Michael protestar ao meu lado. 

Mas eu não dei atenção a ele, só tirei meu cinto de segurança, e desci rápido do carro, adentrando a passos largos na casa. Michael estava logo atrás de mim. 

A casa estava cheia, e a galera por aqui já estava bem "doida". A música alta, só deixava o ambiente ainda mais descontrolado, com tanta gente dançando ao mesmo tempo. 

Da sala, eu avistei a Izzy risonha demais com um garoto que estava praticamente em cima dela. Me aproximei dela o mais rápido que pude, tentando desviar de toda aquela gente. 

- Izzy! - grito quando estou praticamente ao lado dela. 

- Antony! - ela parece surpresa ao me ver. - O que está fazendo aqui? - ela simplesmente passou a ignorar a presença do outro garoto, e exibia um largo sorriso pra mim. 

- Onde está a Crystal? 

- Bom, ela estava no...- ela interrompe a frase. - Porque você não aproveita um pouco da festa comigo? Seria um ótimo presente de aniversário. - ela passa a mão pelo meu braço sugestiva. 

- Para com isso garota! Onde está a Crystal? Ela me ligou pedindo para eu buscá-la. - vejo sua expressão mudar bruscamente. 

- Ela estava no quintal com o...

- Ótimo! - não espero ela concluir, e sigo pela cozinha, chegando até o quintal. 

- Que porra foi aquilo, Antony? - Michael pergunta próximo ao meu ouvido. 

- Aquilo o quê? - meus olhos percorrem todo o quintal, mas eu não a vejo. 

- Tô falando da Izzy. - insiste. 

- A gente conversa depois. - eu vejo a Annie com um grupo de garotas logo a minha direita. 

Eu vou até ela, e suavemente pego em braço, a puxando pra mim. 

- Sr Moretti! - indaga surpresa. 

- Você viu a Crystal? 

- Ela estava ali - ela aponta para o local vazio mais distante no quintal. - conversando com o Doug. Ué, pra onde ela foi? 

Eu não tenho tempo para suposições, apenas volto a entrar na casa, e vou percorrendo os cômodos, a procura da Crystal. Mas ela parece ter desaparecido. Me deparo com as escadas, e subo correndo, desejando muito que se ela não estiver muito bem, que pelo menos esteja sozinha, já que suas amigas nem ao menos sabiam que ela já não estava mais no quintal. 

O corredor é extenso, e há várias portas. 

- Caramba! - ouço Michael na minha cola. - Você na direita, e eu na esquerda. 

- Ok. - concordo. 

Eu sigo para a primeira porta, e encontro três meninas sentadas no chão, com uma garrafa de wisky, e rindo  demais. 

- Aí coroa, não sabe bater antes de entrar não? - diz uma das garotas, e as outras caem no riso. Estão bêbadas. 

- Crystal? - olho todo o quarto. - A Crystal está aqui? 

- Quem? 

Eu resolvo apenas ignorar as três garotas, e seguir para o próximo quarto. 

Ao abrir a porta, encontro um cara de joelhos na cama, sem a camisa, e a sua frente, duas garotas seminuas se beijando. 

- Crystal? - adentro quarto, mas só o suficiente para olhar atrás da porta. 

- Ele vai participar também? - uma das garotas pergunta, mas eu não tenho tempo pra essa balela, muito menos pra esse tipo de orgia estão fazendo. 

Quando parto para o terceiro, abro a porta, e ele está escuro, então acendo as luzes. 

- Crystal? 

Vejo um cara por cima de uma garota, passando as mãos em sua perna, e beijando seu pescoço.  Quando ouve a minha voz, ele olha para porta, levemente se erguendo, e eu vejo o rosto da Crystal, e ela parece apagada. 

- QUE PORRA VOCÊ ESTÁ FAZENDO!? - vocifero, correndo para dentro do quarto, e empurrando ele para longe. - CRYSTAL!?

- Encontrou ela? - Michael chega da porta. 

- Aí cara, eu levei muito tempo para deixar ela assim. Então se você quiser uma chance, vai ter que esperar a sua vez. 

- SEU FILHO DA PUTA! - avanço na direção dele, mas o Michel me segura. 

- Calma Antony! Precisamos tirar ela daqui. Vamos nos atentar as prioridades. 

Eu volto a dar atenção à Crystal. 

- Crystal? Você me ouve? - dou dois tapinhas leves em seu rosto, mas a única coisa que tenho como resposta, são uns grunhidos estranhos. 

- O que você deu pra ela? - pergunto sem desviar meu olhar dela. 

- Cara, nem foi muito difícil, só coloquei três gotas da bebida dela...

- Você deu "Boa noite Cinderela" pra ela? - Michael praticamente tira ele do chão ao agarra-lo pela camisa. 

Ele estava visivelmente bêbado também, já que nem se tocou ainda da real situação aqui. Mas quando ele deu aquele sorrisinho sínico, eu não pude me conter. 

- Isso ajuda a facilitar as coisas, sabe. 

Em um pulo, eu empurrei Michael pro lado, puxei ele pela camisa com a mão esquerda, e com a direita, acertei em cheio a cara dele. Ainda insatisfeito, desferir outro soco. 

- Antony! - Michael me puxa pelos braços, e eu caio no chão. - Já chega, senão você  vai mata-lo. 

Quando olho para a cara daquele desgraçado, ela está completamente coberta de sangue. Foram apenas dois socos, mas com a fúria que eu estava, usei toda a força que eu pude. 

- Venha, vamos tirar ela daqui. 

Ele me ajuda a levantar, enquanto o garoto, literalmente chora no chão. 

Peguei a Crystal no colo, desci as escadas, e fui direto para o carro, colocando-a deitada no banco de trás. 

- O que houve, Sr Moretti? - ouço a Annie perguntar ao se aproximar do carro. 

- Falamos disso depois, Annie. - fecho a porta do carro. 

- A Crystal tá bem? 

- Ela vai ficar. 

- O que está acontecendo? - Izzy chega logo depois. 

A minha raiva é tão grande, que não consigo segurar as palavras. 

- Esses seus amiguinhos, não valem nada. E você está indo pelo mesmo caminho, então fique longe de mim, e principalmente da Crystal. 

- Mas Antony...- vejo seus olhos marejados. 

- Não me chama assim. - sou ríspido. - Não temos intimidade pra isso, e nunca teremos! Você entendeu? - disparo com o corpo ardendo de raiva. 

- Eu...- uma lágrima solitária corre pelo rosto dela. 

- Michael, você dirige. 

- Ok. Annie, vá pra casa. E Izzy, sugiro que você termine agora essa festa. - ouço  Michael aconselhar as meninas, antes de eu bater a porta do carro, já colocando meu cinto de segurança. 

Ele entra no carro, coloca seu cinto, e logo nos saímos dali. 

Eu passei a noite toda em claro, só conseguia ficar no quarto da Crystal, observando seu sono, e imaginado o que poderia ter acontecido se eu não tivesse chegado a tempo. 

Por um lado eu me culpo, por não tê-la impedido de ir na festa, já que eu estava ligeiramente incomodado com ela, mas por outro, sou dominado pela raiva desse tipo de gente, que precisa se aproveitar da inconsciência de outra pessoa, só para satisfazer seus desejos medíocres. 

 Sentado na cadeira do computador, com a cabeça pousada na mão, que está com o braço apoiado na mesa, eu a vejo acordar. 

- Pai! - seus olhos encontram os meus. - Tá tudo bem? - ela senta na cama. 

Eu levanto da cadeira, e sento ao seu lado na cama, e a abraço forte. 

- Não importa o que aconteça, eu quero que você sempre conte comigo. Eu estarei ao seu lado, contra tudo, e contra todos. - ela me devolve o abraço, e eu a envolvo mais em meus braços.