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História Match! Amor e Redenção. - Capítulo XXXVI


Escrita por: Lylynhaah

Capítulo 37 - Capítulo XXXVI



                         Izzy


Já estávamos terminando o café da tarde quando a Crystal chegou e sem responder aos nossos comprimentos, seguiu direto para o quarto. 

Antony e eu nos entreolhamos e estava claro que algo estava errado. Ela nunca, por mais cansativo que seu dia tenha sido, deixa de fazer uso de sua impecável educação, e deixa as pessoas sem uma resposta. Rapidamente levantei da mesa, e fui para o quarto dela. 

Chegando na porta, suavemente entrei, ela estava encarando a janela. Ela não estava ali, pelo menos não mentalmente, seus pensamentos estavam longe. 

- Crystal...? 

Ela se vira em minha direção, e seus olhos marejados indicam que realmente há algo errado. 

- Izzy...

- O que houve? 

Ela não responde, apenas vem a mim e me abraça. 

Eu sinceramente não sei o quanto eu devo ficar preocupada, pois além de não me falar nada, ela chora como se fosse a Crystal que eu conheci aos nove anos. 

Temendo que possa ser algo grave, eu me afasto dela e com as mãos em seu rosto, tento secar suas lágrimas. 

- Crystal, o que aconteceu? Por que você está assim? Está machucada ou sente alguma dor? 

- Não...eu tô bem...bom, não muito bem. Mas tô bem. 

Não sei se eu consigo entender perfeitamente o que ela diz, mas acho que consigo acompanhar o seu raciocínio. 

- Pode pelo menos me dizer, em poucas palavras, o que houve? 

- Ele...- ela volta a chorar. 

- Calma, Crystal. Não tenha pressa.- ela respira fundo e prossegue. 

- Depois de todo esse tempo juntos, e tudo o que compartilhamos, de todos os momentos felizes que partilhamos, eu ainda sou apenas uma amiga pra ele. 

- Ah, Crystal...

Acho que agora consegui entender o que está acontecendo. 

- Certo. Você quer conversar sobre isso ou quer...

- Eu só quero quero chorar, izzy...

E assim foi feito. Eu deixei que ela chorasse o que precisava e tomasse seu próprio tempo. Mas eu permaneci ali, eu a abracei e depois nós nos deitamos uma ao lado da outra e só depois de um bom tempo, ela resolveu começar a falar sobre o assunto. 

- Sabe quando você se dispõe totalmente para uma pessoa, sem pretensão alguma para si, só quer que a pessoa esteja bem. 

- Sim. Eu sei como é. 

Deitadas encarnado o teto, o assunto mais importante de nossas vidas, se tornam palavras ditas. 

- Pois é. Tudo começou desse jeito. - ela se cala por alguns instantes. - Os últimos dois anos, da minha vida, foram dedicados em ser esse tipo de pessoa. 

- Na verdade você sempre foi desse jeito. Só nunca encarou isso como um tempo perdido. 

Ela vira a cabeça em minha direção, e me encara pensativa. 

- Eu sempre, sempre mesmo, gostei da companhia dele. E depois que ele passou por um momento difícil, eu quis continuar ao lado dele, mas até aí tudo não passava de uma admiração pela pessoa que ele era. Mas quando ele estava no momento mais difícil em que eu já o vi estar, algumas coisas mudaram. 

- Quando passamos muito tempo observando alguém, as coisas tendem a mudar. Sejam elas para pior, ou para melhor. Pelo menos em termos circunstanciais. 

- Parece saber bem do que eu digo. - ela comenta. 

- Sei perfeitamente. - sorrio amarga. 

- É tão complicado ver as coisas agora. Nada deveria ter mudado. 

- Mas não escolhemos esse tipo de coisa. - completo. 

- Infelizmente. 

Ela pega minha mão, e ficamos ali, ainda encarando o teto, cada uma pensando em o quão difícil pode ser lidar com as coisas do coração. Não poder escolher de quem gostar, quem vai fazer um sorriso brotar em seu rosto ou quem fará seu corpo todo arrepiar. 

- Há alguns meses, tudo ainda era como costumava ser. Dois amigos tomando sorvete, passeando pelo parque, ou até pegando uma seção de cinema. - ela prossegue. - Eu não sei dizer quando exatamente tudo mudou, mas quando paro pra pensar, nada foi de uma hora pra outra. Eu vi o quão sensível ele podia ser e também o quão forte é. A atenção que ele me dava, os sorrisos que ele arrancou de mim, o quão ansiosa eu ficava em poder vê-lo de novo. Tudo isso veio aos poucos, e agora eu me sinto boba por ele me dizer que somos amigos e isso me deixar nesse estado. Só queria que ele também sentisse por mim, o mesmo que sinto por ele. 

- As perspectivas eram diferentes. Por isso, os sentimentos de agora também são. 

- Como a gente faz pra se livrar desses sentimentos? 

- Eu não sei Crystal. - suspiro. - Eu não sei. 

- Você ainda não superou seu coroa?

- Agora, falando sobre esse assunto com você, percebo que nada mudou pra mim. Nada. 

- Você já o viu depois que voltou? - pergunta curiosa. 

- Já sim. E por mais que eu tenha tentado pensar que deveria agir como se as coisas ainda fossem iguais, nada está diferente. Pelo menos em relação ao que eu sinto. 

- Estar longe não ajudou? 

- Me fez pensar menos nele, querer menos estar com ele. Mas voltar a vê-lo, acabou com tudo isso. 

- Hum... Então é isso que eu devo fazer. 

- Como assim? - agora sou eu que a encaro curiosa. 

- Eu vou parar de vê-lo. 

- Por experiência própria, isso não funciona. 

- Mas eu tenho que fazer alguma coisa. Não posso continuar agindo como se estivesse tudo bem em ele achar que somos só amigos. Preciso me afastar. 

- Bom, se ele sabe o que você sente e não faz nada a respeito, então você deveria mesmo tomar uma atitude. 

- Bem...na verdade ele...

- Ele fez algo? - me sento rapidamente na cama e a observo atentamente. 

- Não. Ele só não sabe o que eu sinto por ele. 

- O quê? - digo surpresa. - Como assim, você não disse a ele? 

- Bom... - ela também se senta. - Não faz muito tempo que ele finalmente superou a ex dele, então eu estava esperando mais um pouco para poder falar sobre isso. 

- Hm... Estava tomando cuidado para não afasta-lo. Entendo. 

- Extato. Sei que ainda teria que dar tempo para o coração dele aceitar outra pessoa. 

- Eu falei sobre meus sentimentos para o meu coroa. Mas as coisas não saíram como eu esperava. Acho que porquê tomei algumas atitudes que acabaram deixando ele um pouco assustado. 

- Que tipo de atitudes? 

Seu olhar curioso agora é mais intenso. 

- Ah, coisas minhas. 

- Ah não...agora você tem que me contar. 

- Não é nada de mais... 

- Então você precisa me contar. Eu preciso de alguma dica para saber o que fazer agora. 

- Você jamais faria algo do tipo. 

- Talvez eu deva. 

- Você, do jeito que é Crystal, jamais entraria no quarto dele enquanto ele dorme...- rapidamente levo a mão a boca, quando percebo que falei o que não devia. 

- O quê? Eu não acredito que você fez isso! 

- Fiz, e por mais que não tenha sido como eu queria que fosse, foram os melhores momentos da minha vida. - abro um largo sorriso ao lembrar da cena. 

- Me conta como foi. - ela insiste. 

- Bom, foi uma loucura. - fecho os olhos lembrando detalhadamente de cada segundo. - O jeito como ele deslizava as mãos pelo meus corpo, me desejando. O jeito como tomava minha boca na dele, sua mão na minha nuca e a outra sobre a minha calcinha...

- Ok, você já pode parar por aí.  

- Só sei que foi o momento mais inesquecível da minha vida. E eu daria tudo para ter outro como aquele. 

- Na verdade parece bem nojento. - ela faz uma expressão de nojo. - imaginar você com um velho é bem repugnante. 

- Te garanto que ele é bem melhor que qualquer cara a nossa idade. 

Ela pensa por alguns instantes, e então prossegue. 

- Na verdade, o cara de quem eu gosto, é pelo menos uns quatorze anos mais velho que eu. 

- O quê? E você está aí me julgando pelo meu ser apenas dezoito anos mais velho que eu? 

- Eu não sabia...

- Claro que não. Mas não justifica, mocinha...- nos duas rimos juntas. 

- Se parar pra pensar bem, o seu teria a mesma idade do meu pai. 

Instantâneamente eu paro de rir. Esse seria um bom momento para revelar para minha melhor amiga que sou apaixonada pelo pai dela? Eu me sinto desconfortável só de pensar. Imagina só tudo o que ela diria pra mim e como me reprovaria por tal sentimento. Não, não é sensato. Apesar que mais insensato ainda, é meu coração pertencer a ele dessa forma. 

- Pois é...- digo simples. 

Inesperadamente ela me abraça. 

- Obrigada Izzy! Você é uma amiga única mesmo. 

- Eu não fiz nada. Apenas escutei o que você precisava colocar pra fora. 

- E é exatamente nisso que você é incrível. 

Eu fico aliviada por ela não me perguntar quem é o cara que eu citava, mas sei que ela sabe que se me perguntasse, eu também perguntaria. E se ela não me disse, é porquê não está pronta para me dizer. Então vamos deixar essa situação confortável assim para ambas. 

- Acho que agora só preciso tomar um banho para me sentir ainda melhor. 

- Acho uma excelente ideia. - sorrio. - Eu preparo alguma coisa e trago pra você comer enquanto isso. 

- Obrigada Izzy! 

Ela levanta e entra no banheiro, mas volta a parecer na porta.  

- Se meu pai perguntar alguma coisa, diga que são problemas da faculdade. Não quero ele me fazendo perguntas no café da manhã. 

- Combinado. - dou uma piscada pra ela. 

- Obrigada. - volta a entrar no banheiro. 





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