História Maybe I'm liking you - Mclennon - Capítulo 5

01 de janeiro de 2020

01 de janeiro de 2020...

Era a única coisa que John conseguia pensar após ter acordado no susto com o barulho de vários fogos de artifício e das pessoas comemorando ao lado de fora. Pegou o celular ao lado da cama e viu a hora. Naquele momento ele tinha vontade de morrer, por Deus, era oito e meia da manhã, precisavam acordar o bairro todo por causa disso? Justamente a essa hora? Isso só indicava que o ano iria ser ruim. Não seja exagerado John. Ele começou a pensar positivamente para ter esperança, embora tivesse suas duvidas. 

Já conseguia ver pela barra de notificações as milhares de mensagens sobre o ano novo ou como desejam uma vida próspera que ele ignorou. hilário, de fato. Não ligava se fosse  muito ignorante ou rude, ele só não sabia explicar porquê não tinha paciência pra isso, talvez por serem da boca pra fora, e daqui uma semana não vai iria ninguém se importando com ninguém, e ele odiava isso.

Depois de um tempo, ele resolveu levantar  na força do ódio pois infelizmente não teria seu sono de volta tão cedo. Caminhou até o banheiro, fez suas necessidades e depois desceu as escadas só com meia e sua calça de pijama. Começou a procurar por Mimi na casa, a encontrou tomando chá na cozinha, enquanto lia um jornal extremamente concentrada e com expressão séria em seu rosto.

Só a Mimi mesmo pra continuar lendo jornal.

John passou por ela e abriu a geladeira, ficou alguns segundos olhando até ela se fechar automaticamente.

Nada (de bom) pra comer nessa casa.

No final das contas pegou um pacote de biscoitos e se sentou na mesa para comer. 

— Seria ótimo ouvir um “bom dia tia Mimi? Como está sua manhã? A propósito, feliz ano novo!” - Mimi abaixou o olhar para observar John com repreensão, e também  se questionando como que o garoto estava sem camisa e sem sentir frio com aquele inverno. Era capaz de pegar um resfriado.

— Não enche. Estou de mal humor hoje - John lhe respondeu com cara de poucos amigos.

— E quando você não está? O que houve agora? 

— Aqueles putos acordando o bairro todo a essa hora! - John apontou o braço para janela da cozinha, para indicar os vizinhos e fez uma expressão inconformada com a situação.

— Olha a boca! Dessa vez tenho que concordar com você. Sua sorte é que você tem sono pesado, querido. Eles começaram por volta das cinco da manhã. O lado bom disso tudo é que pelo menos eles estão felizes, já você...

— Grande merda, a felicidade deles não vai trazer meu sono de volta - o rapaz respondeu emburrado e de cara feia.

— John! Que falta de educação! Primeiramente não fale assim, ainda mais de boca cheia, agora tira o cotovelo da mesa e vá por uma camiseta! Onde já se viu sentar na mesa sem camisa? Até parece que não recebeu a devida educação. - sua tia ficou o medindo de cima abaixo e desaprovando com o olhar. John sabia que ela só queria o melhor pra ele, mas puta merda, ela conseguia ser insuportável e exagerada demais as vezes.

— Mimi que diferença faz? Só tem eu e você na mesa!

— Exatamente, tem EU e você, portanto eu exijo respeito. - ela falou apontando a mão para si própria e depois para John no mesmo momento em que se referia a ambos.

— Mas Mimi... - John tentou contraria-lá mas foi cortado logo no início.

— Vai. Agora, John. - Ela lançou mais um de seus olhares mortais, que convenceu o garoto a levantar e seguir até o quarto pra por uma roupa, mesmo não estando de acordo com aquele exagero, ele não queria ouvir sermão logo de manhã, principalmente aquela manhã em específico, que já estava sendo ruim.

Depois de se trocar, John pegou o celular e começou a responder brevemente aquelas mensagens chatas de ano novo com algum emoji ou figurinha. Ok, ele realmente não tinha paciência.

No entanto, se deu conta que havia mensagens diferentes em uma certa notificação, que eram do Paul. Droga, John! Ele tinha esquecido completamente de responder o garoto pela qual passou a tarde toda conversando ontem. Era tudo culpa de Ringo, que sempre gosta de criar teorias na madrugada e o John era obrigado a ouvir. Droga! O que ele iria pensar? Que obviamente que era falta de interesse!

Mas temos que confessar que John achou um pouco desanimador saber que não tinha seu contato salvo no celular de Paul até ontem à tarde. Mas tudo bem. ele mesmo  não salvava o contato dos outros na hora, ainda mais de estranhos, então ele entendia o ponto do garoto, era sempre um pouco suspeito.

John clicou nas mensagens para ler o que o garoto havia mandado. Ele tinha respondido sua pergunta sobre altura, pois eles entraram e uma falsa discussão de quem é o mais alto, até John decidir tirar a limpo e perguntar à altura do garoto.

“ eu tenho 1,66. Posso passar por cima de você Johnny :)” 

Johnny

Johnny

Johnny

Ele tinha chamado John de Johnny... Ninguém nunca o chamou assim, era diferente, mas não de um jeito ruim, e sim de um jeito bom. geralmente seus amigos lhe chamavam de Lenny, ou apenas John. mas de fato, Johnny era mais fofo, e isso aqueceu o coração do acobreado, o deixando com uma expressão boba no rosto. Depois desse pequeno analise, John obviamente riu com aquela mensagem, ele já imaginava que fosse mais alto por ser mais velho. Mas pela idade do garoto, ele realmente devia ser alto para as pessoas da mesma faixa etária.

“Estou admirado com sua altura pequeno rapaz, mas fique sabendo que eu tenho 1,79 :) 

Vamos ver quem pisa em quem huh?” John respondeu debochando e usando a mesma carinha que a do garoto. 

Ele começou a pensar se o rapaz gostaria de receber uma mensagem de feliz ano novo. Ele odiava mas o garoto poderia gostar, não é? Pode ser que demonstre um ato de amizade ou coisa do tipo, isso seria realmente bom mostrar que se importava com ele. Mas porquê ele realmente se importava? Ela isso que o deixava curioso. Não queria ser aquela pessoa que julga as ações dos outros pra depois ir fazer igual. Não queria ser hipócrita, se bem que isso não significa nada, não é? Poderia ser uma mensagem de educação apenas.

Lembrava claramente da mensagem do garoto que dizia não gostar de ano novo, mas não disse nada sobre mensagens, pelo que John lembra, então talvez não seria um problema? 

Ok, foda-se! Vou mandar.

“Enfim Paul, sei que nao gosta de ano novo, eu também não gosto, mas espero sua você tenha tido uma boa virada e que aconteça tudo de bom para sua família. Nos conhecemos a pouco tempo mas pode contar comigo pra qualquer coisinha, menos pra matar alguém, sou jovem e lindo demais pra ser preso por assassinato  <3”

Ele coçou a nuca olhando pra tela do celular e ficou analisando o que acabará de fazer. Muito bom Lennon, você se tornou o que mais odiava. O tiozão das mensagens motivacionais, só estava faltando você mandar fotos de rosas com varios “que Deus te ilumine” ou coisa do tipo.

Ele bloqueou a tela do seu celular e suspirou. Guardou o aparelho no bolso da calça para voltar a cozinha e ter a “permissão” de Mimi para estar na mesa de um jeito apresentável.

Ao chegar na porta da cozinha começou a fazer o moonwalk até Mimi, ele deu um sorriso sarcástico e colocou as duas mãos em cada lado de sua bochechas para mostrar o quão glamuroso estava. O que rendeu um olhar  de reprovação por parte de Mimi. 

— Olá senhorita Smith, estou apresentável para me juntar diante de você nesta querida e agradável mesa? - parou diante dela e fez uma reverência.

— Os óculos John. - ela simplesmente respondeu sem tirar os olhos do acobreado.

— Ah mas tá de sacanagem? Eu acabei de descer e... - Ele desfez toda sua postura de galã pra mostrar sua indignação mas não conseguiu terminar de falar, pois novamente sua tia o interrompeu.

— Os. Óculos. John. - Pelo que ele conhecia a mulher, quando Mimi falava pausadamente significava que ela estava ficando sem paciência, e na cabeça de John isso só significava que deveria insistir mais.

— depois eu subo pra pegar Mimi, não preciso de óculos para tomar café e... - interrompido novamente. Aparentava ser uma mania da mulher.

— OS ÓCULOS JOHN! - ele bufou e deu as costas para subir ao seu quarto novamente 

— us oculis jihn - respondeu o garoto com voz fina e deboche.

— John Winston Lennon, você me respeite! - Mimi se levantou e John deu uma corridinha apressando o passo. Tinha quase certeza que iria tomar uma cadeirada a mulher.

— Desculpa! - sorriu e saiu da cozinha indo em foi em direção a escada. 

E lá vamos nós novamente.

Mais tarde naquele dia, John conversou com Stuart para fazer mais um capítulo de sua história, já fazia alguns dias que não tinha atualização, passou a tarde toda escrevendo e nem se deu conta das mensagens que havia no seu celular. Ele realmente se concentra muito nisso, até porque era meio difícil de ter ideias e de traduzir algumas palavras específicas.

Depois que terminou ele resolveu pegar o aparelho, checou que tinha mais mensagem de “feliz ano novo”, mensagem do Ringo e de Paul. Naquele momento seu corpo gelou. Ele esperava não ter sido xingado pelo garoto. 

Primeiro ele abriu a mensagem de Ringo, que perguntava quando ele voltava para casa, já que tinha que “comemorar” em casas de campos sempre.

“Volto em dois dias. Algo em mente?” A mensagem não demorou muito para ser respondida, já que o mesmo se encontrava online. Ringo é mais viciado que eu, por Deus. O garoto tá sempre online.

“Quer vir a minha casa quando voltar? Tipo pra comer salgadinho, ver pornô ruim e jogar alguma coisa? Tenho que te mostrar uma musica nova também” John riu disso.

“Querido Rings, se você está afim de me comer, era só falar. Não precisava dessa cerimônia toda,muito menos uma serenata, querido” John falou na brincadeira mas real ele sempre quis que fosse verdade, que Ringo gostasse dele de verdade, que os sentimentos fossem recíprocos. E talvez no fundo ele ainda tinha esperanças, mesmo não sentindo os mesmo sentimentos de antes, e tendo noção que nunca iria ocorrer nada entre os dois, ele não deixava de acreditar nas possibilidades de ter um romance com o amigo. 

“Vai a merda John, quer vir ou não? Caso ao contrário eu chamo o Pete”

“Nossa amorzinho, vai me trocar pelo Broxa do Pete? :(  me sinto inútil agora. 

Mas respondendo sua pergunta, é claro que eu vou, idiota”

“Pete é bem mais gostoso e charmoso que você, amado ;)

Mas que bom, vou ficar te esperando”

“E o Pete algum dia já foi gostoso? 

A propósito, me chame de Johnny agora.”

“E  porque eu faria isso Johnny boy?”

“É bonito, é chique, é fofo. me sinto sensual e mafioso.” Ele riu da sua própria mensagem. Ele não se via nem um pouco fofo e muito menos sensual, ele achava que as pessoas que gostaram dele tinham mais miopia que o mesmo, mas de qualquer modo, ele não deixava de brincar às vezes, não era como se ele fosse convencido ou coisa do tipo.

E de fato, o apelido era bonito e agradável, então porquê não? 

“Mafioso sim, sensual nunca ‘3’

Não seja convencido Johnny boy”

“Arrombado. Carreira de musico é só onde eu lavo dinheiro. Eu trabalho mesmo pra máfia” xingou ringo mesmo não estando bravo com o mesmo. Pra falar a verdade ele estava rindo internamente. 

“Sempre duvidei, JOHNNY BOY”

John riu e saiu da conversa de Rings para ir ver o que Paul tinha lhe mandando.

Ficou mais tranquilo ao ler a mensagem que o garoto lhe mandou.

“Obrigado Johnny, desejo tudo de bom pra você também. Pode contar comigo pro que precisar. E fique tranquilo, não assassinei ninguém AINDA

E eu calço 42, se você tiver o pé maior que isso, eu desisto e você vence a discussão” John riu com o final, foi bom saber que o garoto não tinha ficado bravo, e que também não era um assassino, mesmo já tendo certeza disso, ou nem tanta certeza assim. Mas achou hilário Paul dizer o número que calçava, em pouco tempo já tinham essa intimidade de compartilhar números de calçados. A amizade estava indo bem e John definitivamente gostou disso. 

“Fico triste em lhe informar, Macca, mas eu calço 45. E sim, até eu fico indignado com isso. Não sabia nem que era possível existir e muito menos comprar sapatos dessa numeração” ele criou um apelido com o sobrenome de Paul. Era justo não era? O mesmo havia criado um também. 

“Que caralhos, não é possível isso! Duvido que você calça 45. E que diabos é ‘macca’?” 

“Seu apelido. McCartney-Macca. McCartney é muito grande e também é justo, não é? Você me deu um apelido também. A propósito, essa é uma foto minha calçando um tênis de 45. Jamais duvide de mim” John enviou uma imagem do all star preto, mostrando o tamanho enquanto calçava.

“Eu achei que já te chamavam de Johnny. Ninguém nunca me chamou de Macca e eu realmente estou impressionado, Tudo em você é grande! temos um pé grande entre nós e ninguém desconfia” obviamente John morreu de rir com isso. Ele teve pensamentos maliciosos e distorcidos do significado dessa frase, e se fosse alguém com intimidade já iria pedir foto do pau pra comprar qual é maior também, mas no entanto, como não era o caso. Ele decidiu que era melhor ficar quieto e só falou que seu nariz era grande também, até porque o garoto falou sem nenhum duplo sentido, então ele não dizer uma coisa assim.

“Aparentemente sou o Pinóquio também. Meu nariz é enorme, eu odeio ele. Mas de qualquer modo Paul, você não gostou do apelido? Eu posso voltar a falar Paul ou te chamar como quiser se isso te incomodar” a preocupação e insegurança reinavam em sua mente paranoica. 

“Relaxa, eu gostei sim, Johnny e eu te garanto que seu nariz é mais bonito do que você pensa ;)” Ele leu a mensagem mais de uma vez, apenas por ler, só que dessa vez ele focou no “Johnny”.

Johnny... é, ele definitivamente tinha gostado desse novo apelido.

“Vai duvidar de mim novamente? Você nunca viu meu rosto pra saber disso” 

“Não é o cara da foto?” 

“Não” 

“Então me manda uma foto sua”  ok, por essa ele não esperava. Que foto iria mandar? Não tinha nenhuma decente! O que o garoto ia pensar? John tinha cara de drogado. Não que ligasse pro que os outros diziam sobre sua aparência, mas dessa vez ele sentiu a necessidade inexplicável de passar uma boa impressão de si próprio para Paul. Ele resolveu pegar a foto que denominou ser a melhor da sua galeria, o que foi algo trabalhoso, pois analisou até os mínimos detalhes, analisou as fotos por tanto tempo até encontrar defeito em todas. Então só  enviou uma que gostava, com uma breve mensagem.

“Viu? Eu disse que meu nariz é enorme!”

Ele viu a mensagem “digitando” aparecer na tela mas não teve tempo de ver qual foi a resposta pois a luz da casa acabou. 

John não conseguia crer que está merda estava acontecendo. Nem ter luz em paz ele podia mais? Tinha que ficar preso naquela casa olhando pro teto até voltar pra Liverpool? Aparentemente o destino não colaborava com o mesmo.

Sem muito o que fazer, John ficou olhando pro teto até tirar aquele famoso cochilo da tarde pra repor o sono que perdeu de manhã, e o próximo que tentasse lhe acordar seria morto.

Exceto Mimi, é claro.