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História Maybe Someday - Cap.14


Escrita por: SrNalu

Notas do Autor


Estou de volta..e é só isso mesmo

Capítulo 15 - Cap.14


Lucy  

 Natsu larga o violão pela primeira vez em mais de uma hora. 

Não trocamos nenhuma mensagem até agora porque estávamos inspirados. É muito legal como conseguimos trabalhar bem juntos. Ele toca a música várias vezes, e fico deitada na cama dele com um caderno na minha frente. Escrevo a letra conforme as palavras vão chegando, na maioria das vezes, embolando o papel e jogando-o no outro lado do quarto, até começarmos de novo. Mas terminei quase que a letra inteira de uma música, e ele só cortou dois versos que não gostou. Acho que foi um grande progresso.  

Há algo que eu realmente amo nesses momentos que passamos compondo juntos. Todas as minhas preocupações e meus pensamentos sobre o que está dando errado na minha vida parecem desaparecer durante esse curto espaço de tempo. É ótimo. 

Natsu: Agora vamos tocar a música inteira. Sente-se para que eu possa vê-la cantar. Quero ter certeza de que está perfeita antes de mandar para Zeref.

Ele toca a música, então começo a cantar. Está me observando atentamente, e o modo que os olhos dele parecem acompanhar cada movimento que faço me deixa constrangida. Talvez seja porque ele não consegue expressar palavras pela fala, mas tudo o que faz compensa isso.  

Até que é fácil interpretá-lo, mas só quando ele quer que isso aconteça. Na maioria das vezes, é capaz de controlar sua expressão, e não consigo imaginar no que ele está pensando. Ridge é o rei da comunicação não verbal. Tenho quase certeza de que, considerando os olhares dele, mesmo que pudesse falar, não seria necessário.

Acho desconfortável ficarmos nos olhando enquanto eu canto, então fecho os olhos e tento me lembrar da letra enquanto ele continua tocando a música. É estranho cantar com ele tão perto de mim. Na primeira vez que escrevi uma letra, ele estava tocando a uns duzentos metros de distância, lá na sua própria varanda. Ainda assim, por mais que na época eu fingisse estar escrevendo sobre Sting, sabia que era em Natsu que eu pensava quando cantava.  

 UM POUCO MAIS 


Porque não deixa

Que eu te leve daqui

  Viver o que quisermos  

 Onde você quiser ir 


 Serei o seu ninho 

 O lugar pra nós dois  

 Juntos é bem mais difícil  

 Se sentir sozinho


  Conquistar tudo que sempre sonhamos 

E um pouco mais

 Só um pouco mais

  

O violão para, então, naturalmente, eu paro. Abro os olhos, e ele está me observando com uma de suas expressões neutras. 

Retiro o que disse. A expressão não é nem um pouco neutra. Ele está pensando. Pelo modo que semicerra os olhos, percebo que está tendo uma ideia.

Ele desvia os olhos e pega o celular.

Natsu: Você se importa se eu tentar uma coisa?  

Eu: Só se você prometer nunca mais começar uma pergunta querendo saber se me importo de você tentar alguma coisa.  

Natsu: Boa tentativa, mas isso não fez o menor sentido.  

 Dou risada e olho para ele. Concordo de leve com a cabeça, com medo do que ele está prestes a "tentar". Natsu se ajoelha e se inclina para a frente, apoiando as mãos nos meus ombros. Tento não ficar ofegante, mas não consigo. Não sei o que ele está fazendo ou porque está tão próximo de mim, mas... Merda.  

 Merda. 

Por que meu coração está reagindo dessa forma? 

Ele me empurra até me deitar no colchão. Pega o violão atrás de si, o coloca ao meu lado e se deita do outro.  

Acalme-se, coração. Por favor. Natsu tem poderes supersônicos e vai sentir os batimentos pela vibração do colchão.

Natsu se aproxima mais de mim e, considerando sua hesitação, acho que ele não sabe se vou deixá-lo chegar ainda mais perto. 

Eu vou. Com certeza, vou.  

Ele está olhando fixo para mim, pensando no que fazer em seguida. Sei que ele não vai passar uma cantada. Seja lá o que ele está prestes a fazer, está deixando-o mais apreensivo do que se estivesse planejando apenas me beijar. Está observando meu pescoço e meu peito como se estivesse procurando uma parte específica do meu corpo. O olhar dele se detém na minha barriga. Ele pega o celular. 

Ai, meu Deus. O que ele vai fazer? Será que vai me tocar? Quer me sentir enquanto canto essa música? Sentir exige tocar, e tocar exige mãos. As mãos dele. Sentindo meu corpo.  

Natsu: Confia em mim?  

Eu: Não confio em mais ninguém. Minha confiança foi totalmente exterminada essa semana. 

Natsu: Será que consegue confiar em mim por cinco minutos? Quero sentir sua voz.  

Respiro fundo e olho para ele - deitado ao meu lado - e concordo com a cabeça. Natsu larga o telefone sem desviar os olhos de mim. Parece que quer me avisar para manter a calma, mas o efeito é completamente o oposto. Estou em pânico.

Ele se aproxima e passa o braço sob meu pescoço. 

Ele está ainda mais perto. 

Seu rosto está acima do meu. Ele estica o braço pega o violão, puxando-o para mais perto de nós dois. Ainda está me olhando com uma expressão que parece querer me acalmar. 

Mas não consegue. Ele não me acalma nem um pouco.

Ele baixa a cabeça até o meu peito e encosta o rosto na minha camiseta.  

Que ótimo. Com certeza está sentindo o meu coração disparado. Fecho os olhos e sinto vontade de morrer de tanta vergonha, mas não tenho tempo para isso, porque ao meu lado ele começa a dedilhar as cordas do violão. Percebo que está tocando com ambas as mãos, com a que está sob minha cabeça e a outra que ele passou por cima de mim. A cabeça dele está no meu peito, e sinto seu cabelo roçar meu pescoço. Ele está esparramado em cima de mim para poder alcançar o instrumento com as mãos.

Ai, meu querido menino Jesus da manjedoura.

Como é que ele pode esperar que eu cante? 

Tento me acalmar, regulando a respiração, mas é muito difícil com ele nessa posição. Como sempre acontece quando perco a deixa, ele volta para o início. Ao chegar na hora, começo a cantar. Mais ou menos. É bem baixo porque ainda estou tentando fazer o ar voltar para os meus pulmões.

Depois de alguns versos, encontro a firmeza da minha voz. Fecho os olhos e me esforço ao máximo para imaginar que estou sentada na cama dele exatamente como na hora que passou.  


 Traço um destino  

 Pra você mapear  

Podemos seguir os planos 

Ou nunca mais voltar 


 Sentindo a brisa  

Nunca estive tão bem

E vendo as estrelas 

Até que sumam no além 


Conquistar tudo que sempre sonhamos 

 E um pouco mais 

 Só um pouco mais 


Ele termina o último acorde, mas não se mexe. Suas mãos permanecem no violão. Seu ouvido continua firme no meu peito. Minha respiração está mais pesada após ter cantado a música inteira, e a cabeça dele acompanha meu peito subir e descer.

Ele suspira fundo, depois ergue a cabeça e rola para o lado, sem me olhar. Ficamos deitados em silêncio por alguns minutos. Não sei muito bem por que ele parece tão indiferente, mas estou nervosa demais para fazer qualquer movimento brusco. Seu braço ainda está debaixo de mim, e ele não faz qualquer tentativa de retirá-lo, então nem sei se ele já encerrou sua pequena experiência. 

Também não tenho certeza se sou capaz de me mexer. 

 Lucy, Lucy, Lucy. O que você está fazendo? 

Tenho certeza absoluta de que não quero ter essa reação. Faz uma semana que terminei com Sting. A última coisa que quero - ou de que preciso - é me apaixonar por este cara.

No entanto, estou começando a achar que isso aconteceu antes dessa semana.

Merda.  

Viro a cabeça e olho para ele, que está me observando, mas não sei o que a expresso dele significa. Se eu tivesse que adivinhar, diria que ele está pensando: Ei, Lucy,  nossas bocas estão tão próximas que podíamos fazer um favor a elas e reduzir essa distância.  

Ele olha para a minha boca, e fico impressionada com meu poder telepatico. Seus lábios carnudos estão entre abertos enquanto ele inspira devagar várias vezes. 

Consigo escutar a respiração dele, o que me surpreende, porque esse é um dos sons que ele mantém no mais absoluto controle. Gosto do fato de ele parecer não conseguir controlá-lo nesse momento. Por mais que eu diga que não quero me prender a nenhum homem e permanecer independente e forte, a única coisa em que estou pensando é no quanto eu gostaria que ele asumisse o controle completo e absoluto sobre mim e forçar sua boca incrível na minha, tornando-me de uma vez por todas dependente dele para respirar.  

Recebo uma mensagem no celular, o que interrompe minha imaginação hiperativa. Natsu fecha os olhos e se vira para o outro lado. Suspiro, sabendo que ele não ouviu o barulho da mensagem, portanto se afastou por livre e espontânea vontade. E fico me sentindo esquisita por ter criado aquele diálogo detalhado na minha cabeça. Estendo a mão acima da cabeça tateando até encontrar meu telefone. 

 Sting: Já está disposta para conversar? 

Reviro os olhos. Bela maneira de arruinar o momento, Sting. Eu esperava que depois de vários dias ignorando suas mensagens e seus telefonemas, ele ia se mancar. Balanço a cabeça e respondo: 

 Eu: Seu comportamento está beirando o assédio. Pare de entrar em contato comigo. Está tudo acabado entre nós.  


Notas Finais


Parece que o clima esquentou ein.. Espero que tenham gostado desse capítulo e desculpa qualquer erro ortográfico.


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