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História Maybe Yeah, Maybe No - Química. Física. Matemática. Exatas!


Escrita por: thankful

Notas do Autor


Hey!

➳ Meus amores, como vão? Olhem só, eu postei em menos de três meses, temos um recorde!!!! Bom, por falar em meses, eu ia atualizar no Natal, mas passei na casa do meu pai e o capítulo nem mesmo estava pronto, então, não deu. Sei que já faz algumas semanas que o Natal passou, mas de qualquer forma, desejo um FELIZ NATAL pra vocês!!! Yay! Bom, aí eu adiei a atualização pro Ano Novo, mas fui pra igreja e quando cheguei minha mãe não me deixou usar o computador, então..... FELIZ 2016 ATRASADO! Espero que esse ano possa ser de realizações pra vocês e que MYMN se torne uma fanfic ainda mais popular!!!

➳ Agora, vamos falar do quão vocês são maravilhosas e o quanto estão tornando MYMN especial pra mim: 214 FAVORITOS? 64 COMENTÁRIOS? EM 4 CAPÍTULOS? MEU DEUS, GENTE, SEI NEM O QUE FALAR MAIS. VOCÊS SÃO TÃO ESPECIAIS PRA MIM, E EU SÓ TENHO A AGRADECER!!! MUITO OBRIGADA POR GOSTAREM DE ALGO QUE ESCREVO, SÉRIO, É POR VOCÊS QUE ESTOU AQUI, FIRME E FORTE, PORQUE SE NÃO, EU NÃO SAIRIA DO CAPÍTULO 2 DE MYMN, ENTÃO, MUITO OBRIGADA! *Imaginem que beijo cada uma de vocês na bochecha*.

➳ Na 2ª postagem de MYMN (essa que vocês estão lendo é a 3ª ou a 4ª, nem lembro mais), a capa, foi feita pela Gabe (@retrive). Tudo bem, mas aí, a brubEs (@tattooed) se ofereceu pra fazer uma capa com gif pra mim, e ela fez essa. Aplausos pra ela, gente *clap clap clap* e desculpa por agradecer depois de tanto tempo, a capa está maravilhosa mesmo szszsz

➳ AAAAAAAAAAAAAAAH, GENTE, MINHA FANFIC AGORA TEM MADRINHAS! NO PLURAL, SIM! Essas pessoas sempre me ajudam quando aquele branco me aparece, sempre opinam no que devo melhorar, são diretas que chega até a doer no heart, etc, etc. Então, nada mais justo que dar essa denominação à elas! Mais aplausos para esse time: ThA-íS (@picole), brubEs (@tattooed), Debas (@atlanta) e Rafszinja (@Niallpelado). Será que esqueci de mais alguém? Scr. Tipo, ando muito esquecida ultimamente.

➳ Quem conversa comigo pela timeline sabe que eu ia atualizar dia 7, mas passei o dia fora. Então, como não gosto do dia 8, e até ocorreu umas tretas brabas aqui em casa, não atualizei, mas tô atualizando agora, madrugada do dia 9, tuts tuts. Eu espero ter chegado às 10.000 palavras, ou ao menos em 9.000 mil, eu parei de contar quando estava em 7.000. "Por que capítulos tão grandes, Gabes?" Porque, se lembram do vestibular que avisei no capítulo anterior que ia fazer em novembro? Pois é, foi cancelado e a nova data é 28 de fevereiro. Por isso, tô atualizando logo para me dedicar aos estudos, e irei demorar a postar o capítulo 6 por conta disso, e também minhas aulas voltam dia 15 de fevereiro, então, vai ficar bem pesado pra mim tentar conciliar tudo, mas quando vocês menos esperarem, vou atualizar MYMN, tan tan tan!!

➳ Então, acho que já falei demais, kk! Espero que gostem desse capítulo, teve umas partes que não curti porque escrevi em uma época em que estava em um branco total, mas depois de algumas melhorias, ficou agradável de se ler. Acreditam que até assisti a série da Netflix "Demolidor" para minha criatividade voltar? E deu certo! Vi toda a Season 1 em menos de três dias e quando terminei de assisti, passei o dia escrevendo. E por incrível que pareça, uma outra Melanie me ajudou... Melanie Martinez! Ouvi Cry Baby e minha criatividade voltou. Deixarei link nas notas finais pra quem quiser ouvir enquanto lê. Antes eu escrevia 2k palavras em 1 hora, por isso que minhas fanfics eram ruins, agora, pra escrever 2k, uso até um dia inteiro, kk. Isso explica porque comecei a escrever esse capítulo dia 20 de novembro, pois é.

➳ Se virem algum erro, me avisem nos comentários, okay? Fiz esse capítulo meio na pressa e como tô sem o Word pra revisar... zzzz. Espero animar a madrugada de vocês com esse capítulo, yay!
Aproveitem e nos vemos nas notas finais.

Capítulo 5 - Química. Física. Matemática. Exatas!


Fanfic / Fanfiction Maybe Yeah, Maybe No - Química. Física. Matemática. Exatas!


— Estou com sono, Dinah! — murmurei ao finalizar um bocejo. — Que horas são?

Dinah olhou o relógio de seu celular e arregalou os olhos.

— Já é duas e meia da manhã, Mel! Nossa, eu não imaginava que nossa conversa duraria tanto.

— Nem eu — sussurrei em resposta e não sei se Dinah havia escutado. O sono me veio rapidamente, e a única coisa que ouvi foi o "boa noite" dela. O quarto ficou mais escuro e deduzi que ela havia desligado o abajur. Eu teria uma boa noite de sono e iria descansada para mais um dia na Corse.

Tsc. Mal sabia eu que havia me enganado.

Abri meus olhos bruscamente. Cadê meu sono?, pensei e arqueei minha sobrancelha. Tateei meu criado-mudo à procura de meu celular. Depois de ter derrubado a latinha seca em que antes de Dinah atacar havia guaraná, o achei num canto. Liguei-o e deixei meus olhos entreabertos, se acostumar com a claridade não foi tarefa fácil. 05h08. Droga, eu ainda tinha, basicamente, duas horas para dormir.

Odeio insônia, odeio mesmo. Ainda mais quando ela é causada por pesadelos envolvendo um ex-namorado machista versus um anjo belo.

Rolei na cama. Tentei várias posições. Nada.

— Problemas pra dormir, Mel? — levantei-me num sobressalto com o susto que Niall havia me dado e relaxei meus ombros ao ver a silhueta dele ao meu lado.

Sim..., foi a única coisa que respondi. Ele mordeu o lábio inferior, e com a claridade do amanhecer que entrava pela fresta iluminando seu rosto, aquele movimento sutil se tornou atraente para mim, tanto que fechei meus olhos com força. Droga, Niall. Eu preciso dormir, me ajude, por favor, como você sempre faz.

— Tudo bem. Se importa se eu dormir com você?

Mas que pergunta tosca, Niall. Não precisa pedir, você sabe a resposta. Além do mais... não é a primeira vez que fazemos isso.

Me espremi na cama tentando dar mais espaço à Niall. Sem querer, acabei dando uma cotovelada em Dinah, que resmungou algo do qual não consegui entender. Desculpa, desculpa, desculpa!, pensei freneticamente.

Assim que virei ao lado oposto de Dinah, levei um pequeno susto ao perceber que Niall me fitava. Digamos que era um olhar forte, pesado e profundo, por isso que, sem conseguir me conter, murmurei:

— Seus olhos são lindos, Niall.

Recebi um sorriso em resposta e resolvi sorri também. A cena deveria estar cômica: três pessoas se apertando para caber numa cama, sendo que duas estão se encarando com sorrisos bobos no rosto por conta de um elogio mais bobo ainda. Por fim, uma se destaca mais que os outros por estar com os cabelos bagunçados e dando um sorriso, não simpático, mas sim o sorriso de uma psicopata pronta para atacar.

Quebrando o clima que ousou existir entre nós, Niall chegou mais perto de mim e passou os braços por minha cintura. Respirei fundo antes de me aconchegar ao peito dele e acabar adormecendo.

Para mim, não havia passado nem mesmo dez minutos de sono; talvez eu estivesse errada, não sei. A única coisa que sei é que o som do alarme ecoando pelo meu quarto além de ensurdecedor, tornou-se irritante. Resmunguei antes de pegá-lo e observar as horas, e até arregalei meus olhos ao ver que era 8h30 da manhã. Isso significa que eu estava muito, muito, mas muito atrasada, se considerar que tenho que estar na Corse em meia hora e só a viagem de ida duraria de 45 a 50 minutos.

— Ai, paçoca! — levantei-me bruscamente da cama que acabei chutando Niall sem querer. Meu grito também foi capaz de acordar Dinah, que com o susto, acabou caindo da cama.

Eu riria da cena, até, mas o horário não me permitia, humpf.

— Dinah, acorde minha mãe e peça para ela me levar ao trabalho de carro. Por favor, nunca te pedi nada! — falei afobada enquanto pegava minha toalha e ia correndo para o banheiro. A última coisa que vi antes de fechar a porta de meu quarto foi Dinah assentindo com a cabeça.

Cheguei ao banheiro e fiz um coque malfeito no meu cabelo. Também fiz uma rápida conta mentalmente e deduzi que eu tinha, no máximo, em torno de 27 minutos para me arrumar e chegar sã e salva na Corse.

Tudo estava indo bem, até que o coque que fiz acaba desmanchando.

— Droga! — resmunguei com tanta raiva que comecei a socar a parede. — Agora terei que lavar meu cabelo.

Molhei-o rapidamente e passei shampoo para que ele não ficasse com um cheiro esquisito. Enquanto o produto fazia efeito, eu passava sabonete pelo meu corpo de uma maneira rápida. Ao terminar, coloquei-me embaixo do chuveiro e tirei todo e qualquer tipo de produto de uma vez. Nas minhas contas, haviam passado-se quatro minutos. Um novo recorde, parabéns, Melanie!

Enrolei-me em minha toalha felpuda e fui correndo para meu quarto. Ao tentar parar bruscamente minha corrida no assoalho liso, me desequilibrei e acabei caindo. O único movimento que fiz ao cair foi cruzar as pernas e segurar o nó que havia em minha toalha. Me levantei rapidamente sem nem mesmo pestanejar com a dor que comecei a sentir em meus quadris.

— Você está bem, Melanie? — a voz de Niall me fazendo essa pergunta ecoou em meus ouvidos e apenas assenti com a cabeça enquanto escancarava meu armário atrás de uma roupa que fosse rápida, leve e confortável.

Meus olhos bateram em um vestido verde que há tempos não o uso. Mas ele tinha um pano leve e era necessário apenas colocá-lo por cima, então, ele teria que servir. Coloquei minhas roupas íntimas rapidamente — não sem antes pedir para Niall se retirar —, e em seguida, coloquei o vestido. Na parte do busto ele era tomara-que-caia e um pouco apertado, mas na cintura ele começava a ficar mais frouxo, quase que uma saia rodada.

Eu estava parecendo uma menina de quinze anos! Mas eu não tinha o direito de reclamar, já que estava atrasada. Olhei no visor do meu celular e ele marcava 8h46. Ainda me restava exatos 14 minutos.

— Melanie, sua mãe já está te esperando — Dinah falou encostada na porta e assenti enquanto desembaraçava meus cachos. — No carro conversamos, você parece atrasada. Até logo!

Enquanto tentava domar meu cabelo, meus olhos procuravam em minha sapateira um calçado fácil. Mirei minha sapatilha branca com um laço marrom de enfeite e a calcei. Eu não podia mais perder tempo, por isso, joguei meu pente na cama e decidi que iria à Corse de cabelo solto.

— Avental, crachá, dinheiro... — falei para mim mesma enquanto conferia meus pertences na bolsa. — Tudo okay! Vamos, mãe! — gritei para senhora Kailey no momento em que tranquei minha porta.

Quando sentei no banco passageiro do carro de minha mãe, me permiti relaxar por um momento. Respirei fundo e fechei meus olhos; quando os abri, pude ver pelo retrovisor que já estávamos longe de casa. Mamãe sabia o caminho para o shopping, o que era bom, assim pouparia minha bela voz.

— Coloque o cinto, Melanie! — Dinah sibilou de modo brincalhão e foi impossível evitar meu risinho baixo. Eu, a senhorita-que-só-sai-de-carro-se-ele-tiver-cinto-de-segurança, havia esquecido de colocar algo que considero importante. Culpe a adrenalina, ela me fez esquecer totalmente desse método de segurança.

No momento em que olhei para o banco de trás para poder agradecer Dinah pelo aviso, meus olhos bateram em Niall, que estava sentado ao lado dela com uma feição triste. Fiquei tanto tempo o encarando que fui tirada de meu devaneio por estalos excessivos de Dinah, que tentava chamar minha atenção.

— Hum...?

— Estamos chegando no shopping! — ela apontou para o horizonte e segui a direção de seu dedo, podendo visualizar melhor o edifício que ficava cada vez mais perto.

Peguei meu celular para checar as horas mais uma vez. 8h55. Eu tinha cinco minutos, seis estourando. Sei que vou conseguir, sei que vou conseguir!, repeti palavras de ânimo em minha mente várias vezes, mas então... por que continuo apreensiva?

Niall, por que estou me sentindo assim? Você sabe?

— Sim, eu sei. E você vai saber o por quê daqui a pouco.

Arregalei meus olhos. Quis olhar pra trás e tentar tirar algo mais de Niall, mas sei que ele não falaria mais nada, até porque, ele já me fez muito ao falar para me preparar por algo pior que estava por vir.

Quando voltei à realidade, pude ver mamãe pronta para puxar o freio de mão, mas não esperei. Tirei o cinto bruscamente e ao fechar a porta — que fechei com muita força por causa da falta de tempo — fui correndo para a Corse. A única coisa que pude ouvir antes de sumir do ponto de vista da mamãe foram seus resmungos, que ecoavam pelo estacionamento que se encontrava parcialmente vazio.

Ao dobrar o corredor, pude ver a fachada marrom com letras amarelas da Corse. Não pestanejei e acelerei o passo. Falta pouco, falta pouco. Sorri ao ver que consegui entrar na Corse sem mais problemas, porém meu sorriso logo sumiu ao ver que o senhor Corse já perambulava pela loja para saber se estava tudo nos trinques. Avental, avental, avental. Ele não pode me ver sem o avental. O procurei rapidamente na minha bolsa, mas o puxei de mal jeito, fazendo com que os bottoms que antes se encontravam fixados no avental fossem de encontro ao chão, chamando a atenção não só do sr. Corse, mas também dos outros funcionários que ainda não haviam notado minha presença ali.

Murmurei várias palavras de baixo calão e ao abaixar para pegá-los, senti uma fisgada em meu quadril. Levei minha mão ao lugar da dor e ao fazer esse simples movimento, minha mão bateu em um disco de vinil antigo que estava exposto em uma mesa próxima à mim.

Murmurei ainda mais palavras de baixo calão ao perceber que o disco de vinil que bati havia caído e levado consigo outras peças, causando uma queda do tipo dominó, que você cai, mas não vai sozinho.

Oh, estou encrencada! Era a coleção preferida do senhor Corse, e valia uma fortuna.

Talvez eu estivesse menos encrencada se os vinis não tivessem caído no chão, se tornando pedacinhos. Fiz careta e, lentamente, virei minha cabeça para ver como os outros funcionários estavam. Até aquele momento, encontravam-se preocupados, e sei o por quê, só me negava a acreditar.

— Senhorita Petterz! — a voz do sr. Corse ecoou forte e poderosa em meus ouvidos e estremeci. Droga, droga, droga. — Não sei se meus olhos querem acreditar no que vejo aqui — ele resmungou de modo sarcástico e evitei falar alguma coisa. Tudo o que eu falar pode, e será usado contra mim. Então, como sei que estou encrencada, evitar falar talvez amenize a situação e eu saia sã.

Cada movimento dele me dava medo e eu tentava normalizar minha respiração que estava descompassada. Passei minhas mãos em meu vestido tentando amenizar o suor que só parecia aumentar a cada minuto. Eu estou muito, mas muito nervosa, e cada minuto se torna uma aflição maior.

— Pense em algo que goste muito... uhum. Mas tem que ser algo que ultrapassou décadas, que marcou uma geração e que, infelizmente, entrou em extinção por conta de sua fabricação interrompida. Relíquia, não é mesmo? — ele dirigiu a pergunta a mim enquanto cruzava os braços e assenti freneticamente com a cabeça. — Agora, imagine um homem poderoso que teve a chance de ter várias dessas relíquias nas mãos, avaliadas em números com bastante zeros.

Imagino um homem poderoso, mas ele não é o senhor, pensei de soslaio tentando relaxar, mas foi uma tentativa em vão, já que me senti ainda mais tensa.

— Pra finalizar, imagine esse homem poderoso rodeado de gente desastrada que, com uma simples mãozinha, foi capaz de derrubar a relíquia inteira, deixando-a sem valor... acha banal esse homem poderoso demitir a pessoa irresponsável, ou melhor... a garota responsável? — ele sibilou ainda mais próximo de mim e fechei meus olhos com força, pensando que ele fosse me machucar. Quando os abri, pude vê-lo acariciando seu grande bigode marrom, provavelmente, esperando uma resposta coerente minha.

Senti-me humilhada recebendo sermão na frente de todos os outros funcionários. Por outro lado, o lado em que me culpava por ter dado tanto prejuízo ao sr. Corse e que dizia que eu merecia levar o sermão, me levou a falar:

— Não, senhor. Não é banal demitir a pessoa culpada. — Respondi e baixei minha cabeça em seguida.

— Ótimo. É ótimo ouvir isso de você. Entregue-me seu avental, você não é mais funcionária da Corse.

Ainda de cabeça baixa, levantei minha mão, já que eu ainda segurava o avental; bruscamente, o sr. Corse o puxou de mim, como se o avental valesse mais do que eu... e talvez valha, pensei. Engoli em seco evitando que alguma lágrima caísse. Se tem algo que odeio, essa coisa é chorar em público.

— Vamos lá, pessoal, aos seus postos. Tempo é dinheiro, e eu não gosto de perder nenhum dos dois. Se não obedecerem as regras, terão o mesmo destino que aquela teve. — Sr. Corse ditava as ordens aos funcionários em alto e bom som, e aquele foi o estopim para que eu me retirasse dali, não sem antes levantar a cabeça e ver os olhares de pena que eram dirigidos à mim. Eu, definitivamente, nunca mais voltarei aqui.

Ou melhor... terei que voltar para assinar a papelada de demissão. Depois disso, impedirei meus pés de até mesmo passar na frente dessa espelunca. Argh!

Assim que saí da Corse, abracei meu corpo. Oh, o que falarei para minha mãe? Queria apenas que ela se orgulhasse de mim, que pensasse que meu problema de auto-estima baixa tivesse ficado no passado, que eu o havia superado. Mas temo que ele esteja voltando com uma força maior.

Sem que eu percebesse e pensando nas palavras certas para dar a notícia à minha mãe, acabei chegando na praça de alimentação. Era cedo, mas havia várias pessoas se entupindo de fast-foods, algo típico não só aqui em Nova York, mas nos Estados Unidos inteiro.

Olhei em volta... as pessoas pareciam excitadas com aquele tipo de comida, mas meu estômago embrulhava só de pensar. Eu estava enjoada com tudo e de todos, e a única coisa que desejo no momento é ficar com meu pijama dos ursinhos carinhosos, comendo pipoca e assistindo filmes depressivos, acompanhada apenas por minhas almofadas e coberta com meu edredom.

Mas talvez eu troque tudo isso por um bom milkshake.

Dei um sorriso bobo ao perceber que eu estava na frente de uma sorveteria e poderia cumprir meu desejo. O fato de existir poucas pessoas na praça de alimentação foi a válvula de escape para que meu sorriso aumentasse, afinal, eu seria rapidamente atendida.

— Ahn, com licença — chamei a atenção da atendente e me repreendi mentalmente em seguida pelo fato de não tê-la cumprimentado direito. — Desculpe! Bom dia, antes de tudo. Eu gostaria de um milkshake sabor chocolate. — Fiz meu pedido ao dar uma rápida olhada no cardápio.

— Claro, custa 15 dólares. — Peguei minha bolsa atrás de uns trocados. Achei rapidamente três notas e, com um sorriso singelo no rosto, paguei. — Aqui, sua senha. Venha buscar seu pedido quando chamarmos o número que está escrito aí.

O número que estava em meu papel era o 51; olhei para a televisão em que era mostrado as senhas e o número que ele indicava era o 45. Havia cinco pessoas na minha frente. Não eram tantas assim, afinal, pensei com desdém. Dei de ombros procurando uma mesa em seguida. Não foi uma tarefa muito difícil, e apesar de amar a tranquilidade das mesas afastadas, me sentei em uma mesa em que o número de pessoas indo e vindo era alto. Não gosto muito do vai e vem das pessoas na hora que estou comendo, mas creio que isso que isso não seria um incômodo pra mim a essa hora da matina. Sentar aqui uma vez para ser a exceção de uma regra não vai me matar, certo?

Tamborilei meus dedos na mesa para ver se assim o tempo passava mais rápido e meu milkshake ficasse pronto no período. Suspirei e ao olhar para o assento ao meu lado, pude ver que alguém deixara ali o jornal diário da cidade.

Folheei tentando deixar meu tédio ameno, e acho que consegui, já que me peguei rindo de uma mulher que colocou uma foto dela e do marido no jornal, fazendo uma declaração insana de amor pelas bodas de prata que eles comemorariam esse ano.

— Vamos amar intensamente, mas não a esse extremo. — Murmurei baixinho ainda sem conter algumas risadas. Com a situação que eu estava vivendo, acreditar no amor e na sorte não era mais uma opção.

O número 51 finalmente fora mencionado e dei glórias aos céus por isso. Preciso afogar minhas angústias em algo, e esse milkshake até que veio a calhar.

— Obrigada — agradeci a atendente com um rápido aceno de cabeça e me dirigi ao lugar que estava antes.

— Eu quero! — Niall falou de repente enquanto eu colocava uma colherada na boca e me recuperava do susto repentino que ele havia me dado.

— Agora você me aparece, não é? — interroguei-o indignada e cruzei meus braços. — Estou machucada, Niall, e esse milkshake é o remédio que preciso no momento.

— Você está machucada? Ora, eu também estou! Bati meu dedinho na quina da porta de seu quarto. E essa coisa de chocolate me parece boa. Me dê um pouquinho, Mel, nunca te pedi nada!

Revirei os olhos.

— Tudo bem, abra a boca! — Niall sorriu e em seguida fez o que pedi. Porém, quando levei a colher à boca dele, a mesma passou direto. Fiz careta antes de fazer uma pergunta à Niall: — Você está na sua forma humana?

Uhm? Oh, sim, esqueci desse pequeno detalhe. Desculpe. Tente agora.

Ele novamente fechou o olho e abriu a boca, e aquela cena estava tão fofinha, que foi impossível não sorrir. Niall era tão doce, tão inocente, parecia um bebê, e dessa vez, quando levei a colher à boca dele, ela não atravessou.

— E então, está gostoso? — Interroguei ao ver o quão devagar ele movia a boca, como se estivesse sendo impossível mastigar aquilo, ou até mesmo como se estivesse saboreando cada parte do chocolate.

— Hum, está sim! Está delicioso, na verdade. Poderia me dar mais?

Sorri mais uma vez. Eu nunca divido meu milkshake com alguém — não é por ser uma pessoa egoísta —, é mais porque quando se trata de chocolate, me torno uma pessoa possessiva. O louco é que essa possessividade toda não persistiu quando Niall me pediu mais um pouco do milkshake, e me peguei ora dando colheradas para ele, ora levando as colheradas à minha boca, sem nem mesmo pestanejar.

Ficamos um tempinho nessa brincadeira boba, e quando olhei para a taça que antes estava cheia, pude perceber que já havíamos tomado mais da metade de seu interior.

Levei mais uma colherada à minha boca e em seguida, ao levar à boca de Niall, acabei deixando sem querer o lábio inferior dele com farelos de chocolate, pelo fato de ter pegado uma colherada cheia e por estar afobada, que ainda foi capaz de atingir o queixo dele.

— Niall, espere, te sujei sem querer. Deixe-me limpar.

Ele assentiu com a cabeça e me virei para o lado oposto ao dele para poder pegar um guardanapo, e assim que o peguei, levantei meu olhar, ação que me arrependi de ter feito; a uns metros de distância, petrificado como uma estátua e com o olhar pesado na minha direção, fui capaz de ver a silhueta franzina de Eduardo, que de quebra, veio acompanhada de uma expressão carrancuda.

— O que você faz aqui? — Me perguntei baixinho enquanto espremi meus olhos para saber se aquele era realmente quem eu estava pensando que era. Minha visão nos últimos anos não tem sido uma das melhores, mas tenho a absoluta certeza de que aquele é sim meu ex-namorado machista.

Olhei para Niall e arregalei meus olhos quando minha ficha caiu. Do jeito maquiavélico que Eduardo é, ele claramente pensa que após nosso "término", fui correndo atrás de consolo do garoto estranho que apareceu em minha casa do nada impedindo-o de fazer as coisas obscenas que ele gostaria de fazer. Que tipo de garota ele acha que sou?

— Que demora pra pegar um guardanapo — Niall resmungou ao meu lado, me tirando de meu devaneio.

Ignorando minha consciência e amassando o guardanapo, impulsionei meu corpo na direção de Niall e, o que era pra ser limpo com o papel que amassei, acabou sendo limpo pela minha boca.

Não, não foi um beijo. Tampouco um selinho. Era difícil explicar a situação drástica que estou vivenciando por conta de um mero impulso.
Apenas encostei meus lábios no lábio inferior de Niall para limpar o resquício de chocolate que tinha ali. Entreabri minha boca e levada por mais um impulso — que eu não faço a mínima ideia de onde estão vindo —, mordi o lábio dele. Estávamos com os olhos abertos, e seria mentira se eu dissesse que não desejava fazer aquilo há tempos.

— O que você está fazendo? — Niall me perguntou com dificuldade por estar com o lábio preso nos meus dentes, e só então caí em mim.

Droga. O que eu realmente estava fazendo? Está aí uma resposta que eu mesma gostaria de saber.

— E-eu e-estava te l-limpando. — Gaguejei ao tentar me justificar.

— Com sua boca? Não seria melhor com o papel?

— É, seria — respondi sentindo minhas bochechas queimarem.

Eu estava definitivamente corada, mas apesar dos pesares, eu queria aquilo desde que percebi os lábios em forma de coração que Niall tinha. Apesar de não ser o certo, eu queria — não apenas uma mordida no lábio inferior, mais que isso, até, não serei hipócrita em negar —, mas uma vozinha no meu consciente me repreendia: "isso é errado, é errado ter pensamentos infames com um anjo, mulher, recomponha-se!"

Que tapa na cara acabei de levar de meu consciente.

Sem nem mesmo pensar, me levantei rapidamente, o que me causou uma pequena tontura. Preocupado, Niall perguntou se havia algo de errado comigo, o que neguei com a cabeça. Me recompus e, sem dar explicações, segui sem rumo pelo shopping, abandonando meu milkshake e Niall, sabendo que, de qualquer forma, o segundo me seguiria.

Inerte, nem percebi quando cheguei à um petshop. Instantaneamente, me lembrei de Rogers. Talvez ele esteja faminto uma hora dessas.

A loja era um amorzinho, um recanto para pessoas que adoram animais. De fato, não era grande, mas era confortável e tinha um cheiro agradável. As paredes tinham tons pastéis com pôsteres promocionais de rações premium, o teto era todo no gesso branco e haviam colunas de mármore muito bonitas na entrada.

Ali estava lotado, mas não por pessoas, e sim por animais. Vi desde um peixinho dourado até um porquinho-da-índia. Havia também animais exóticos, como uma cobra e uma iguana. Particularmente, não sou fã desse tipo de animal, então tratei logo de me afastar dali. Numa ponta, havia um balcão afastado em que se localizava uma mulher com boina e camiseta amarela; ela era bonita até, mas aparentava ser arrogante... e a arrogância é capaz de estragar até a beleza da mulher mais bela do universo.

— Oi, bom dia — chamei a atenção da atendente loira, que me deu um sorriso torto. — Qual é a melhor ração para filhotes?

— Temos diversos tipos de ração com qualidades diferentes — disse ela. — Mas depende de cada cão se adaptar à ela. Um veterinário também é capaz de deduzir as opções corretas conforme o que o organismo do cão pode aceitar ou não.

Mordi meu lábio inferior.

— Quais rações você me disponibiliza?

— Temos as rações populares — ela disse e apontou para um saco de ração na cor verde que estava em um armário ao lado dela. — São os produtos mais baratos, mas pouco recomendáveis. Temos também as rações standart — ela apontou para uma ração de sacola rosa, que estava na vitrine do balcão. — São produtos de empresas de renome, na maioria das vezes, apresentam ingredientes melhores que das rações populares.

— Hum, eu gostaria de saber das rações premium — exclamei, envergonhada de interromper a atendente.

Pude percebê-la fazendo cara feia. Como pensei, ela não gosta de ser interrompida.

— Eu já estava chegando neles, amorzinho — ela falou rudemente e eu dei um sorriso falso pra ela, como se quisesse dizer: "então fale logo, tonta, não tenho nem a paciência nem todo o tempo do mundo!" — A ração premium, aquela de sacola amarela e em destaque na vitrine é mais cara, porém é de primeira qualidade. Como elas possuem maior digestibilidade, o consumo diário se torna menor, promovem uma vida mais saudável ao cão e de quebra, reduzem o volume das fezes.

Ela ia continuar falando sobre o último tipo de ração que faltava, que era a ração super premium, mas a interrompi pela segunda vez.

— Eu gostaria de levar essa. — Sorri falso e por mais louco do que possa parecer, ela retribuiu meu sorriso.

Qual das duas ganha o embate de sorriso falso?

— Irei pegar no estoque. Custa 55 dólares.

Que caro, pensei, mas é para a saúde de Rogers. Procurei uns dólares na bolsa e fiquei feliz ao perceber que tinha dinheiro suficiente para até três pacotes de ração, mas, por ora, vou levar apenas um.

Enquanto esperava a atendente falsa preparar o que pedi, resolvi dar uma volta pela loja. Em um canto, havia uma prateleira cheia de apetrechos caninos. Fiquei os acariciando por um momento — eram tão fofinhos que seria impossível sair daquela loja sem ao menos apertá-los —, até que uma voz estridente ecoando pelo lugar me chamou a atenção.

Hoje é, definitivamente, o dia.

Revirei os olhos. Eu nem mesmo poderia me dar ao luxo de perguntar "o que você está fazendo aqui, Valenttine?", já que nos encontrávamos num lugar público, e ela tinha o direito de ir e vir, assim como eu.

Tínhamos direitos iguais e ela não estava me enchendo o saco, então me mantive quieta e apenas ignorei a presença dela, voltando a mexer nos bichinhos fofinhos das prateleiras.

— Valenttine, minha querida amiga, o que faz aqui? — a atendente loira perguntou enquanto imprimia meu cupom fiscal e revirei os olhos. Tinha que ser amiga de Valenttine para ser tão falsa.

— Grace! Vim aqui para comprar uma coleira nova para minha poodle. Poderia me mostrar o que você tem? — Valenttine pediu e rapidamente Grace deixou meu pacote de lado para atendê-la.

Epa! Se eu cheguei primeiro é obrigação da vendedora me atender, para depois atender algum outro cliente. E não é a amizade de ambas que vai fazer com que isso aconteça. Amigas? Amigas. Negócios à parte.

— Oi? Com licença — interferi sensata, chamando atenção da tal Grace, e consequentemente, de Valenttine, que fechou a cara ao ver minha silhueta. — Onde está meu pedido? Não acha justo primeiro finalizar sua venda comigo, para depois continuar com um outro cliente? — Finalizei colocando meu braço no balcão e dando um sorriso de mostrar os dentes.

— Ora, ora, ora, olha quem encontro aqui... ela está certa, Grace, cuide logo do pacote dela para depois cuidar do meu... — disse Valenttine, e fiquei sem ação porque não pude deduzir o que a voz dela tinha, não senti nem mesmo deboche.

Mudei o peso do meu pé para outro ao ver que o que pedi estava pronto — depois de séculos de espera. Peguei o pacote e Grace nem mesmo me agradeceu pela compra. Humpf, que tipo de espelunca é esta? Talvez agora eu entenda o por quê da loja ser agradável e não haver nem sombra de clientes.

Tudo estava indo bem no momento que virei para sair da loja, mas depois... é difícil descrever, é mais como se em uma hora eu estivesse em pé e lúcida, e na outra, caída e com um aumento repentino na dor que senti em meus quadris mais cedo da manhã. Murmurei um "ai" antes de virar minha cabeça para poder ver o que, em quem, ou onde eu havia esbarrado.

A única coisa que vi foi Valenttine com o pé levemente levantado e se apoiando com força no direito — que mais tarde poderiam causar calos, já que ela usava um sapato branco formal acompanhado de um salto gigantesco. Levantei meu olhar e a vista do vestido preto de bolinhas brancas acinturado que ela usava meu deu enjoo, e levei minhas mãos à boca para tentar não vomitar ali mesmo.

Respirei fundo e ao encará-la, pude ver que ela estava com um sorrisinho no rosto do tipo "a vingança tem gosto doce."

Olhei para Grace, que me parecia neutra: um lado dela gostaria de me ajudar a levantar, e o outro, queria rir sem parar pelo fato da amiga dela ter colocado o pé para uma trouxa cair.

Eu não queria a ajuda de nenhuma das duas — e talvez elas nem me ajudassem —, por isso, levantei-me rapidamente e peguei o pacote de ração do Rogers, que apesar da queda, parecia intacto.

— Cuidado com o que você vai fazer, Melanie! — pude ouvir Niall me dando conselhos, mas os ignorei, mais uma vez, em menos de 24 horas.

Desculpe, Niall, mas quero fazer isso desde que a conheci, e agora, tenho motivo para tal.

O único barulho que se ouviu a seguir fora o barulho do tapa que desferi em Valenttine. Pode-se dizer que foi um tapa dado com extrema força, já que pude ver a marca dos meus quatro dedos na cara dela.

— Nunca mais ouse colocar os pés pra me fazer cair.

Ainda com a mão na bochecha, ela foi capaz de rir com desdém.

— Você é realmente cômica, garota, eu faço é me divertir. Eu deveria saber que alguém da sua laia não é capaz de resolver tudo na conversa e parte logo pra pancadaria. Agora sei porque o Eduardo te fez de trouxa... você é muito infantil e ele queria uma mulher madura como eu — a mão que antes estava na bochecha dela foi para a cintura. — Imagine o que aconteceria se ele terminasse com uma criança que faria a maior pirraça para que ele continuasse... que lástima, além de insuportável e desagradável. Sabe, Melanie, eu tenho é pena de você. Enquanto não se livrar dessas atitudes infantis, vai ser difícil arrumar alguém que goste de você, por isso, tenho um conselho pra te dar... — ela fez uma pausa e dessa vez, deu um sorriso debochado em seguida. — ... Cresça! Você tem 21 anos, não haja como uma adolescente de quatorze, é ridículo!

Me senti pronta para desferir mais um tapa, mas alguém forte pegou minha mão no ar. Incrédula, me virei para dar o tapa na pessoa que estava me segurando, mas suavizei ao ver quem me segurava.

— Niall? O que você está fazendo aqui? Como pôde me segurar? Está na sua forma humana? — fiz a última pergunta para que apenas ele ouvisse.

Antes de responder, ele me deu um sorriso acolhedor.

— Sim, sou eu. Apareci pra te impedir de fazer mais uma bobagem. Pude te segurar porque sou forte, uhum. Estou na minha forma humana sim, senão, eu nem mesmo teria conseguido te segurar. !

Apenas Niall conseguia tirar um sorriso de mim em um momento de tensão. Olhei para Valenttine e ela suspirou assim que a vi, o que me fez entender que estava morrendo de tédio. Grace não mudava a expressão, o que me irritou até, já que não pude descobrir o que ela pensava no momento.

— Niall, me tire daqui. Por favor. — Supliquei com minha voz trêmula e sentindo que desabaria a qualquer momento.

Por educação, Niall disse um "com licença" e se retirou dali, me puxando em seguida.

Estava tão fofinho Niall e eu andando de mãos dadas, porém, eu ainda não tinha conseguido esquecer o que eu havia feito minutos atrás com ele, e minhas bochechas enrubesciam só de pensar.

— Olhe, um banco — disse ele. — Vamos nos sentar, você precisa desabafar... — ele sentou no banco de madeira e eu acompanhei seus movimentos. Depois de uma pequena pausa, ele respirou fundo e tornou a falar: — Você sabe que pode confiar em mim, né? Então, pode me contar tudo, isto é, se você se sentir à vontade para isso.

Tombei minha cabeça para o lado afim de descansar no ombro dele e comecei a mexer minhas pernas em vaivém, demonstrando meu nervosismo. Tudo o que passei na minha adolescência é algo pessoal e que não gosto de mencionar, foi uma época ruim e que só superei com a ajuda de minha mãe.

— Sabe, Niall... há quatro anos atrás, quando eu tinha dezessete anos, meu último ano no colégio... — funguei, até voltar a falar: — Teve uma festa. Minha festa de formatura. O colégio todo estava lá. Me senti desconfortável, sabe? Não, desconfortável não é a palavra exata, me senti extremamente deslocada. Nessas festas, se você for sozinho, significa que você é insignificante e que ninguém nota sua presença a ponto de te convidar. E a maior bobagem que cometi na minha vida foi ir à essa festa sozinha.

Sem que eu percebesse, comecei a lagrimar e lembrei que Niall não gosta quando choro, por isso tentei me segurar.

— Me doeu tanto ser ofendida, sabe? Só que o que eu não imaginava era que esses bullies¹ preparavam coisa pior pra mim. Esses bullies me lembram Valenttine, por isso me exaltei lá no petshop. Eu já aguentei tanto calada, Niall, que depois de tanto tempo, fica difícil me manter nessa forma, ouvindo ainda mais desaforos que, como há quatro anos atrás, foram proferidos sem motivo algum.

Desabafei com a voz embargada e foi impossível evitar meu choro ao terminar de falar. Dei um soluço e senti-me protegida quando ele me abraçou; retribuí o abraço e molhei um pouco a camisa quadriculada que ele usava. Ele não se importou, tampouco eu. Ficamos nessa posição até uma voz aguda chamar meu nome e fazer com que nosso abraço fosse quebrado.

— Mãe?! Dinah?! — engasguei com minha saliva e arregalei meus olhos. Eu pensava que depois de tanto tempo que havia passado, ambas haviam ido embora, mas não. Elas estavam ali, e o pior... me pegaram abraçada a Niall. — O que vocês estão fazendo aqui?

— Eu pensava que você estivesse trabalhando, Melanie — minha mãe disse com uma voz repreensora e fechei meus olhos com força. Era agora ou nunca que eu falaria de modo desleixado o que eu estava planejando falar para ela com toda a calma e cuidado do mundo, já que se trata de um assunto delicado.

— Sabe, mãe... — enrolei gesticulando com as mãos, porém Niall passou na minha frente e disse:

— Sua filha acabou de ser demitida, senhora Petterz. À propósito, sou amigo da Melanie e apareci no momento exato para ajudá-la a superar isso. Foi um baque pra ela e espero que a senhora entenda, foi uma surpresa desagradável e ela está sensível, necessitando de todo o apoio possível. Ah, meu nome é Niall, Niall Horan, mas me chame de anj... quer dizer, me chame de só Niall mesmo.

Incrédula, dei um tapa no ombro dele, que fez careta pra mim. Qual a parte de eu mesma conto você não sabia? Tente colocar um zíper na boca antes de sair falando por aí, vai que alguma besteira saia sem querer querendo? Pelo amor de Deus, querubim!, repreendi Niall em pensamento — o fato dele ler mentes tem um lado bom, afinal — que apenas levantou as mãos em rendição e emitiu sem som a palavra "desculpa".

— Meu amor — disse minha mãe, chamando nossa atenção. — Então por isso você estava chorando e por isso está com o rosto vermelho agora? — ela repuxou os lábios e assenti com a cabeça. — Querida, entenda que nem tudo são flores na vida, e que esse não será nem seu único e último emprego, filha. Não permaneça nessa tristeza toda, venha, vamos dar uma volta no shopping.

Ela estendeu a mão para mim e arqueei minha sobrancelha. Isso não está me cheirando bem... olhei para Niall e em seguida para Dinah, ambos tinham um sorriso encorajador no rosto, do tipo "deixe de frescura, menina, é só uma volta no shopping com sua mãe para tentar te tirar do fundo do poço, quantas garotas não almejam seu lugar, né?"

Com certo receio, aceitei a mão estendida de minha mãe.

— Obrigada por consolar minha filha enquanto não estive aqui, só Niall mesmo, você é uma gracinha. — Mamãe elogiou Niall e ele corou. Ele deve ser uma das únicas pessoas no mundo que fica adorável com bochechas vermelhas.

Mesmo envergonhado, ele acenava para nós três com graça. Assim que viramos o corredor e não consegui mais ver sua silhueta, voltei a minha atenção à minha mãe, que só depois de tudo o que aconteceu, percebi que ela estava com duas sacolas no braço, ambas da livraria concorrente da Corse.

— Mamãe? Por que a senhora está com essas sacolas? Fez compras? — perguntei apontando para as sacolas.

— Sabe, meu sexto sentido, com razão, não falha. Ele me disse que você precisaria disso aqui! — Paramos de andar e ela tirou das sacolas três livros extremamente grossos, e só de olhá-los, pude vibrar de excitação.

Tentando ajudar minha mãe que estava toda desengonçada, Dinah pegou dois livros, para que elas pudessem me mostrar melhor.

— Comprei livros de matérias exatas, sei o quanto você gosta delas — ela fez uma pausa enquanto eu repuxava meus lábios. — Esse aqui é de Física, o que Dinah segura é de Matemática e Química. Você é muito inteligente, meu amor, e agora que está desempregada, por que não une o útil ao agradável?

Entortei minha boca enquanto acariciava os livros que Dinah segurava.

— O que a senhora quer dizer com isso?

— Dê aulas de reforço, minha querida. Não é todo mundo que tem afinidade com essas matérias. — Ela afirmou e revirou os olhos em seguida, arrancando um riso baixo meu. Sei o quanto minha mãe odeia essas matérias, e ela não é a única a pensar assim.

— Pensarei na sua proposta, ela é tentadora. Por ora, me deem aqui esses livros, quero cheirá-los. Não há cheiro melhor que o cheiro de livro novo.

— Deixe para cheirar depois, chegamos em nosso destino.

Mesmo contra minha vontade, mamãe pegou os livros e os colocou um a um na sacola. Resmunguei, mas em vão, já que ela não me daria de novo.

Olhei para a fachada da loja que estávamos e engoli em seco. Era uma loja especializada na venda de óculos de grau, havia até oftalmologistas à disposição para fazer exames a qualquer hora do dia a preço popular, por isso, essa loja é bastante reconhecida e tem renome alto.

— O que estamos fazendo aqui?

— Sua mãe me disse que você tem reclamado nos últimos anos por não conseguir enxergar coisas que estão ao longe, e como vocês duas nunca tiveram tempo para ir a um médico especializado, deixaram esse problema de lado — Dinah me respondeu e deu de ombros, até voltar a falar: — E alguns minutos atrás, quando sua mãe e eu conversávamos, eu dei a ideia de vocês visitarem esta ótica, já que agora vocês têm tempo e fica perto do seu... hum... antigo trabalho.

— Obrigada, Dinah — bati palmas sarcasticamente. — Eu quero mesmo usar óculos, wow!

— Não me agradeça, quero apenas te ver bem.

Revirei os olhos. Dinah não havia entendido meu sarcasmo.

Assim que entrei na loja, fui recebida por uma vitrine cheia de óculos dos mais variados tipos, tamanhos e gostos. Minha vontade era a de sair correndo pela primeira porta aberta que entrasse em meu campo de visão, mas não, eu seria forte, eu sou forte, e apesar de saber que eu sairia dali usando um óculos fundo de garrafa, eu encararia tudo com maestria.

— Olá, em que posso ajudá-las? — uma mulher que trajava calça e blusa social preta acompanhada por uma echarpe rosa nos dirigiu a pergunta.

— Oh, gostaríamos de consultar um oftalmologista — respondeu minha mãe.

— Claro, deixe-me ver se há algum disponível... — disse a mulher bonitona ao pegar um tablet numa mesinha que estava próxima de nós. — Hum, o sistema não está pegando. Por favor, sentem-se aqui que irei averiguar pessoalmente.

Mamãe murmurou um "obrigada" educadamente e nos sentamos.

O lugar estava vazio, e o único barulho que se ouvia era o do salto que a mulher que nos atendeu usava. Pelo amor de Deus, eu já não estava mais suportando mulheres usando salto, só de ouvir o plec plec pelo corredor me causava uma irritação imediata, parece que a existência de sapatilhas ou de algum outro sapato confortável é algo banal para elas.

Melhor, sobra mais sapatilhas pra mim, humpf, resmunguei encarando meus pés.

— Ainda não entendi o por quê da senhora ter me trazido aqui. Tudo bem que para enxergar longe eu tenho que espremer meus olhos, mas não cheguei a um nível crítico a ponto de usar óculos.

— É melhor prevenir do que remediar, meu amor, nunca ouviu esse ditado? Tsc.

Revirei meus olhos, respirei fundo e cruzei meus braços. Só depois disso tudo, pude observar a ótica melhor: ela tinha dois andares, e o andar em que estávamos era destinado à venda de óculos; já o segundo andar, deveria haver os consultórios de que tanto a boca miúda falava; não pude confirmar claramente minha teoria, pois nada lá de cima estava no meu campo de visão, apenas uma escada — que era muito bonita, por sinal —, que dava acesso pra lá.

Eu estava tão nervosa, e cada segundo se tornava uma tortura.

Olhei o relógio de meu celular. 10h15. Tanta coisa ocorreu em menos de 2hs... e do jeito que o dia começou ruim, ele provavelmente irá acabar ruim.

— Não pense dessa forma, Melanie, você pode mudar essa situação e fazer com que o dia acabe bem — interrompeu-me Niall aparecendo do nada na cadeira em que a mulher bonitona estava sentada quando chegamos aqui.

Minha vontade era a de gritar "Niall!", mas como minha mãe e Dinah não esboçaram reação alguma, deduzi que ele não estava na tal forma humana, e se eu gritasse ali, pagaria um mico grande.

Niall, saia já daí! Vai que a dona da cadeira volta e senta em cima de você?

— Nah, que nada. Ela vai aparecer daqui alguns segundos, mas não para se sentar aqui, e sim para te levar lá pra cima — ele exclamou feliz e apontando o dedo indicador para o segundo andar.

Tentei sorrir para amenizar a tensão que eu sentia, mas em resposta, senti o milkshake que tomei revirar em meu estômago.

— Senhora? — a voz da mulher que nos atendeu entrou em meus ouvidos me tirando do devaneio. — Temos um doutor disponível para consulta, por favor, queira me seguir.

Levantamo-nos afim de seguir a mulher bonitona. Olhei para Niall e ele estava com o polegar para cima, provavelmente me desejando sorte e energias positivas.

Quando já estávamos no segundo andar, pude perceber que não era um andar qualquer, e sim um mezanino². Um mezanino bem espaçoso e bonito, diga-se de passagem. Havia dois lustres no teto, que além de deixar o ambiente formal, lhe deu um ar chique. Havia na lateral da sala, duas mesas — provavelmente dos médicos — acompanhadas por cadeiras de couro. Oposto à elas, existia duas máquinas grandes que me causaram receio, afinal, eu teria que passar por elas para ter um diagnóstico preciso.

— Por favor, sentem-se aqui... — a mulher apontou para uma das mesas, mas havia apenas duas cadeiras, e pelas minhas contas, alguém teria que ficar de pé. — Oh, cometi um equívoco! Por favor, senhoras, me deem um minuto que busco outra cadeira num instante!

— Não será necessário — interferiu Dinah. — Eu posso ficar em pé sem problema algum.

A mulher bonitona suspirou, como se Dinah tivesse tirado um fardo pesado das costas dela com poucas palavras.

— O doutor já está vindo, ele foi apenas tomar um copo de água. Sintam-se à vontade, senhoras — disse a mulher e a última coisa que vi foram seus cabelos negros sumindo conforme ela descia os degraus.

— Céus... mãe! Meu coração tá batendo muito rápido! Oh, sinta aqui — peguei a mão dela e coloquei-o em meu peito esquerdo, apenas para que minha dramatização fosse merecedora do Oscar. — A senhora sabia que eu posso morrer por estar com os batimentos rápidos? Pelo amor de Deus, mamãe! É isso o que quer para sua filha amada?

Ela tirou a mão de meu peito bruscamente e fez cara de desgosto.

— Ew... você é dramática igual ao seu pai.

Fechei minha cara e cruzei meus braços. Definitivamente, a brincadeira que comecei perdeu toda a graça. Não é que eu não goste do meu pai — apesar dele ter me abandonado quando eu tinha seis anos —, mas é que depois de tanto tempo afastada dele, eu aprendi a conviver com nada relacionado à ele. Foi difícil, sim, mas o tempo me ajudou a superar, e falar dele mesmo depois dessa minha "superação", me machuca, me dói bem no íntimo, e esse é um ponto fraco do qual não demonstro a ninguém, nem mesmo para minha mãe, que é minha melhor amiga e confidente.

— Olá, bom dia — um homem alto, bonito e que usava jaleco branco nos cumprimentou e na mesma hora, quase que sincronizadamente, minha mãe e eu nos endireitamos na cadeira. — Sou Louis Tomlinson, e irei atender vocês — ele se apresentou e deu um sorriso sutil enquanto ajustava melhor o jaleco no corpo.

— Bom dia, doutor Tomlinson — minha mãe se levantou para que ambos apertassem as mãos. Deixem de formalidade e vamos logo ao que interessa, pensei e bufei de exaustão. O dia mal havia começado e eu já me encontrava exausta. — Minha filha anda reclamando por não poder enxergar bem coisas que estão ao longe.

O doutor repuxou os lábios e colocou as mãos no bolso.

— Por favor, mocinha, queira me acompanhar para fazer uns exames — ele afirmou e minha mãe ia interferir em algo, mas o doutor Tomlinson a interrompeu no ato. — Não há com o que se preocupar, senhora. As máquinas estão em um raio de dois metros e os resultados, além de imediatos, permitem que você seja capaz de comprar seus óculos logo após a consulta.

— É, mãe — tombei minha cabeça para o lado tentando ajudar o médico na afirmação que ele fez. — Sentada aí, a senhora pode me ver ali... não é tão longe, apenas relaxe.

Ela assentiu com a cabeça e, com minhas pernas tremendo, tentei acompanhar os passos apressados do doutor.

— Sabe... — falei de soslaio enquanto sentava em uma cadeira e ficava frente a frente àquela máquina estranha. — Você é muito bonito e me aparenta ser jovem. Deve ser legal começar uma carreira tão cedo.

Ele deu um risinho irônico.

— Eu devo ter o dobro da sua idade, mocinha, não se deixe enganar pelas aparências... até deixei a barba crescer para aparentar minha idade real, mas acredito que foi uma tentativa falha. Fazer o quê? Poucas pessoas nascem com a genética boa como a minha. Aqui, mocinha, coloque suas mãos abertas na mesa, encoste o queixo aqui nessa pequena depressão e encoste seus olhos nas lentes.

— Melanie. Me chamo Melanie — murmurei para o doutor antes de seguir suas instruções e ele me deu mais um sorriso em resposta.

Assim que coloquei meus olhos nas lentes, meu medo sumiu. Não era um bicho de sete cabeças como pensei, apenas vi o desenho de um balão de ar quente colorido. Algumas vezes, a imagem mudava: ou ficava nítida, ou ficava com contraste alto, ou o desenho ficava menor. Contei cinco imagens do mesmo balão em formas diferentes, e aquele processo durou menos de dois minutos.

— Tudo bem, Melanie — disse o médico quando pegou um papel cheio de códigos da máquina. — Vamos para aquela outra máquina maior ali... não se preocupe, vai ser um pouco mais demorado que esse, mas te garanto que vai ser legal.

A outra máquina da qual o doutor se referia era maior do que a anterior. E essa tinha várias lentes, parecia os olhos de uma aranha, e tremi de nojo ao pensar. Não pense nisso, Melanie, não pense nisso!, repeti e respirei fundo.

Assim que me sentei, ele pegou as lentes e as aproximou de mim. Segurei com força no braço da cadeira e fechei meus olhos. Quando os abri, pude ver que não eram várias lentes, e sim duas, como a outra máquina. Diferentemente dela, com essa, eu podia enxergar muito bem, obrigada. Havia um televisor cheio de letrinhas ali perto, e sorri ao ver que pude enxergar nitidamente.

— Está enxergando? Leia as letras da primeira fileira para mim.

— A. G. H. L.

— Muito bem. Agora, hum... sim, leia as letras da segunda fileira para mim, Melanie.

— X. M. E. N.

— Vejo que esse seja o grau perfeito para você. Sim... — ele falava enquanto anotava algo em um papel e eu continuava na máquina, e não me importava em ficar ali por mais tempo, eu estava enxergando bem, era uma sensação boa, e creio que estou sorrindo igual uma boba.

— Venha, Melanie — doutor Tomlinson disse ao tirar a máquina de mim e fiz biquinho. — Aqui está sua receita, minha querida. E devo dizer, você deixou sua miopia chegar a um grau alto... por que não consultou um médico assim que desconfiou de mudanças na vista? Quando mais cedo a miopia ser constatada, mais cedo ela pode começar a reduzir, claro, se você usar óculos.

Entortei minha boca.

— Não, doutor, eu nunca tive muito tempo, sabe? Sempre foquei no meu trabalho e deixei os problemas relacionados à minha vista pro canto. Pra mim, como isso nunca interferiu em nada do que sempre faço, então não tinha porque me preocupar com ela, certo? — Finalizei dando de ombros.

— Errado! — Ele exclamou e me abraçou de lado, ato que estranhei, mas deixei ele o fazer porque como ele era maior do que eu, o abraço de tornou acolhedor. — Mas o que importa é que você vai usar óculos e poderá reparar isso. Tome, é sua receita — ele me entregou o papel que havia assinado uns minutos atrás e lhe dei um sorriso sem mostrar meus dentes.

— Obrigada — sussurrei para ele e fomos para lados opostos. Assim que me aproximei de minha mãe e Dinah, elas se levantaram, provavelmente esperando um relatório meu sobre o que ocorreu com o doutor e suas máquinas gigantes e loucas. — Estou com a receita em mãos, mamãe. Se esse era o empecilho que faltava para comprar meus óculos... ele já foi resolvido.

Mamãe e Dinah sorriram, enquanto meu sorriso foi forçado. Se é algo que minha mãe quer que eu use, e o doutor ainda disse que é um bom método pra diminuir minha miopia, quem sou eu pra contrariar?

Desci as escadas mais confiante do que pensei, mas tremi quando a mulher bonitona veio ao nosso encontro, assim que descemos todos os degraus da escada.

— Vejo que sua empreitada lá em cima foi bem sucedida — disse ela enquanto afrouxava um pouco a echarpe que usava. — Me dê sua receita e lhe mostro os óculos que combinem com seu grau.

Estendi minha mão e ela leu a receita e antes de me devolver, arregalou os olhos e colocou a mão no peito, como se aquilo que estava escrito a tivesse chocado.

— Que grau alto, menina! Uff. Bom, os tipos de óculos que temos aqui... — ela foi para atrás do balcão e tirou de lá alguns óculos feios, todos tinham bordas, e elas eram grandes, muito grandes. — Esses combinam com seu grau. Se você usar um óculos sem borda, o grau irá aparecer e vai ficar bem feio, então, o indicado para você são esses com bordas e de cores claras. Qual você escolhe?

Eu tenho que escolher?!, me perguntei mentalmente. Eu já aceitei usar óculos — mesmo contra minha vontade —, querem ainda me dar um óculos feio? Não pode ser ao menos um daqueles bonitinhos que as modelos usam em comerciais de televisão? Minha vontade era, definitivamente, a de sair chorando dali. Eu acho que meu estoque de lágrimas encheu e eu devo liberar algumas, será que posso liberá-las agora?

— Melanie? — a voz de Niall ecoou em meus ouvidos mais uma vez naquele dia. — Se você escolher algum desses óculos... eu juro de dedinho que uso óculos também. Por você. Mas, por favor, escolha logo um modelo!

Você promete? Bom, tudo bem. Então, temos um trato.

 Eu escolho esse modelo — apontei para um óculos de bordas brancas e atendente bonitona me mostrou o polegar para cima, como se minha escolha tivesse sido perfeita. Na realidade, eu não estava nem ligando para isso. Só aceitei mesmo porque estou ansiosa para ver Niall usando óculos.


Notas Finais


Bullies¹ = Plural de "Bully", palavra que significa "Tirano", "Brigão" ou "Valentão". Aquele que pratica o Bullying. Fonte: Significados.
Mezanino² = Em arquitetura, um mezanino é um nível particular do edifício situado entre o piso térreo e o primeiro andar, normalmente rebaixado, e que não entra no cálculo total dos andares. Aqui uma imagem para tomarem um exemplo melhor [https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/85/Industrial_Mezzanine.jpg] Fonte: Wikipedia.

➳ LIPS SO GOOD, I FORGET MY NAME. Gente, qual a música preferida de vocês no "Made In The A.M"? Esqueci de perguntar lá em cima, kkkkjj. A minha é Never Enough szsz

➳ O que acharam do capítulo? Quem está ansioso pra ver o Niall de óculos? o/o/ ele de óculos é maravilhoso, pela fé. Ah, uma observação: MYMN está sendo escrita desde 2014 e estava previsto a Melanie usar óculos desde o início, então, não pensem que o fato de eu ter começado a usar óculos em 2015 tenha influenciado em algo. A única coisa que coloquei nesse capítulo foi as máquinas que usei em minha consulta, coloquei toda minha experiência nesse capítulo e espero que tenha saído bom! Quero ver nos comentários o que acharam, viu? Por falar em comentários, ainda não consegui responder os do capítulo anterior, mas pretendo responder os do anterior e os novos nessa semana que entrar. APAREÇAM, LEITORAS NOVAS, QUERO CONHECER VOCÊS! Ah, quem me mandou MP, pode esperar que vou responder tudinho, okay? Leio tudo, tudo, tudo, e também espero responder nessa semana que entrar.

➳ Mores, ganhei um Style de presente! E ele é lindo, quem quiser usá-lo, só ir aqui https://socialspirit.com.br/personalizar/style/originais-lovely-panda-5009650 obrigada, lolapop (@iukes) meu amor. Gabs loves u.

➳ Link de Cry Baby: https://www.youtube.com/watch?v=Zq8C5L80Zj0

➳ Postei MYMN no wattpad! Quem tiver conta lá, pode dar uma forcinha pra fanfic não flopar? KKKKKJ, obrigada! https://www.wattpad.com/story/59355519-maybe-yeah-maybe-no

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Nos vemos numa próxima! Beijos, ❀ Gabe ✿


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