História Maze. - O sangue de um inocente em minhas mãos.

Aquele homem me tirou do carro e chamou a ambulância, e com isso eu sobrevivi, eu nunca soube o nome dele ou pra onde ele foi depois, eu não soube de mais nada dele. O meu problema com a esquizofrenia começou aí, eu tive que ir para um orfanato pois ninguém queria ficar comigo, daí eu ia para a escola e começou o maldito bullying, ele me chamavam de pobre pois eu ia com a mesma roupa quase sempre, porque o orfanato não era um dos melhores, eles me chamavam de ''A orfã'' e diziam que eu que tinha matado os meus pais. Essas coisas me deixaram com ansiedade, depressão, desconfiança, confusão mental, hostilidade, isolamento social, raiva, agressão e várias outras coisas da esquizofrenia.

Com isso, o orfanato não me quis mais, eles tinham medo de mim, do meu comportamento, e então eu mesma tomei a decisão de sair de lá com apenas 10 anos, vivi até os 12 fazendo pequenos furtos e dormindo na rua, durante esse tempo aconteceram várias coisas, eu quase fui estuprada, essa foi uma das poucas vezes que a voz me ajudou, ela mandou eu arrancar o pênis dele, e eu estava com medo, confusa, desesperada, fui lá arranquei com uma faca afiada que o próprio homem tinha e fugi.

Aos 12 anos a dona de um orfanato me viu na rua e me colocou no orfanato dela, esse foi o meu segundo anjo, eu vivi lá até me prenderem aqui, nessa porcaria de loucos, o orfanato dela diziam que era o melhor do país, ele estava sempre cheiroso e com comidas ótimas, me davam roupas novas uma vez por semana, era um sonho para quem não tinha nada além de pão velho e uma faca. Me colocaram em uma escola muito boa, que era também a melhor da cidade.

Aos 12 anos também foi quando conheci o sedutor, fofo e encantador Viktor Chavalier, ele estudava na mesma escola que eu, ele era famosinho pois era filho do governador, e todas as meninas gamavam nele inclusive eu, ''Mas quem iria te querer fofa? você é uma berração.'' 

-ELE QUIS SUA PUTA!

-''Ele teve pena de você e você matou ele''

-VOCÊ QUE FEZ EU MATAR ELE DESGRAÇADA!

-''Ai ai, vamos confesse, não foi só eu que fiz você matar ele, você queria saber como era ter o sangue de alguém em suas mãos não é mesmo?''

-Eu, eu, eu...

-''ME POUPE QUERIDA HAHAHAHAHA! Viu, não foi só um motivo, e não fui eu  que fiz matar ele, você podia muito bem me ignorar HAHAHAHAHA''

-Sabe de uma coisa? Você tem razão, matei porque quis e por ele ser o filho do cara que desfez um acordo importante para os meus pais, eu não queria ter matado ele, queria ter matado o pai dele...

É como puderam ver, não sou 100% sofredora, vitima e blábláblá, matei o Viktor com uma facada na barriga, no começo quando a gente se conheceu ele gostou de mim e se transformou em meu melhor amigo, de melhor amigo para namorado, e de namorado pra morto. KKKKKKKK é até engraçado sabe? Matar alguém não foi como eu esperava que fosse, foi muito mais, como posso dizer... Muito mais delicioso e prazeroso. 

Eu realmente gostava dele, mas a culpa foi do pai dele não minha, eu tinha ódio, ódio por ter perdido os meu pais, ódio por passar a maior parte da minha adolescência perdida por ai sem ninguém, ódio da voz, ódio de mim mesmo, não que essas coisas tenham mudado claro, mas sei lá, tenho dois motivos por ter matado ele, o primeiro foi do maldito pai dele, eu transferi a minha raiva do governo para raiva do Viktor pelo o que aconteceu, e segundo, eu queria matar, queria saber como era, saber como é ter esse ''poder''.

Quando descobriram que matei o Viktor, que foi um dia depois do ocorrido, o pai dele mandou me colocarem em um manicômio por eu ser louca, mas na verdade ele sabia que o manicômio era bem pior que a prisão, e que na prisão as chances de eu sair de lá mais cedo que o esperado era muito grande, eu sei que ele tem o direito disso por eu ter matado o seu filhinho amado, mas ele não tinha o direito de destruir minha vida descumprindo o acordo com os meus pais sem eles saberem, eu vou fazer ele pagar por isso, ele fodeu a minha vida esse filho da puta.

O estranho é que eu soube que não acharam o corpo de Viktor onde eu tinha o matado, então eles me acusaram de matar e esconder um cadáver, o que isso na verdade é uma boa ideia, mas não fiz, eu o matei e sai de lá, e isso me incomoda, porque eu tenho certeza que ele morreu, eu vi ele morrendo na minha frente, eu esperei ele parar de agonizar no chão para ter certeza que ele tinha morrido, mas eles nunca souberam onde o corpo de Viktor foi parar e nem eu.