História Me ajuda com uma coisa II Kiribaku - Red Riot

Eijirou Kirishima, também conhecido como Red Riot, era uma estrela pornô. 

Na faculdade ele dizia que era produtor de conteúdo e ninguém nunca se importou em perguntar que tipo de conteúdo era esse... bem, mais ou menos, é óbvio que existiam pessoas que o reconheciam pelo tipo de vídeo, mas nunca lhe trataram com desrespeito ou tiveram comportamentos abusivos, eles apenas ignoravam ou elogiavam, alguns até lhe presenteavam dos mais estranhos ao mais bonitos presentes

Tudo bem até aí... o próprio ruivo fazia isso por diversão, era como uma segunda fonte de dinheiro, gravaria até se cansar ou pelo menos até que seus hormônios normalizassem. 

As vezes o garoto pedia ajuda aos seus amigos mais próximos para gravar algum tipo de vídeo mais elaborado, apesar disso tudo, ele nunca havia transado com alguém em frente as câmeras. Eram sempre os mesmos pedidos: 

“Mina, Izuku, querem ter uma seção de masturbação?” 

“Denki, grava comigo?”

“Sero, me ajuda com o shibari?” 

“Todoroki, pode ser meu dominador hoje?” 

Nada além de provocações, boquetes, masturbação mútua, joguinhos de dominância e submissão... ele nunca foi além disso com o seu público. As vezes o bicolor transava com Kirishima depois de seções mais selvagens por assim dizer, quando isso acontecia era normal chamar seu namorado sardento para se juntar a eles, outras vezes era Denki quem o satisfazia... bom, resumindo, Eijirou mentiria se dissesse que nunca transou com o seu círculo de amigos e todos estavam satisfeitos com isso, ninguém se importava, o ruivo muito menos. 

Apesar de seu trampo como estrela pornô, Kirishima não tinha uma vida sexualmente ativa do jeito que se esperava de uma pessoa com o conteúdo como o dele. A verdade era que Red Riot era apenas um jovem adulto normal, ele transava quando dava na telha e se masturbava quando tinha vontade, a única diferença é que era pago pra filmar toda vez que gozasse.

Kirishima até tinha uma paixão, o nome dele era Katsuki Bakugou, o loiro também estava em seu íntimo círculo de amigos, mas nunca, nenhuma vez se quer, ajudou Eijirou com seus vídeos eróticos, não que ele desconhecesse da atividadezinha nada secreta do ruivo. 

Katsuki é hétero, era o que se passava na cabeça de Kirishima toda vez que ele entrava nesse assunto e o loiro esquivava.  

Mas não conseguia, ele poderia ter literalmente quem quisesse ajoelhado aos seus pés implorando por uma transa ou até um mísero beijo, mas nunca deixaria de almejar o inalcançável bad boy carrancudo da universidade. 

Foi difícil para conquistar a amizade de Katsuki, demorou muito tempo, muito esforço e muita força de vontade vindas de Kirishima. Ele se encantou pelo jeito dele, pelas míseras coisinhas, aquele espírito indomável... era tudo tão único, claro, Bakugou tinha suas falhas... mas mesmo assim... era tudo incrivelmente único. 

Aqueles músculos salientados pelas vestimentas de hétero top, que Eijirou achava cafona, até um pouco fofo, e Mina abominava, o intrigavam até de mais, o jeito dominador, os olhos selvagens, a voz rouca, as mãos... nossa, as mãos, Kirishima morreria para ter pelo menos um dedo do loiro tocando seu corpo, elas eram grandes, com veias saltadas por todos os cantos, diversos anéis, sem contar que o maior tocava bateria e o ruivo só pensava nessas palmas maciças batendo em sua bunda com a mesma força que ele usava naquelas baquetas. 

Tudo em Bakugou gritava caçador e Eijirou estava mais que disposto para se tornar sua presa. 

Se ao menos a tão sonhada apaixonite demonstrasse interesse no que ele faz... talvez fosse tudo diferente, talvez Kirishima não sentisse o anseio ardente de ter o que não pode, de querer o proibido. Era aquilo que o fazia gozar nas seções, era aquilo que lhe rendia arrepios e ardências internas tão boas quanto as ardências proporcionadas por cordas.. era quase como se Bakugou o estivesse ignorando no sentido erótico, fazendo com que o pobre ruivo implorasse por sua atenção. 

— Não fica assim. - Mina disse acariciando os cabelos ruivos do amigo. 

— Por que você não se declara pra ele? - perguntou Todoroki.

Kirishima levantou rapidamente, correu para o lado do bicolor e balançou o amigo de um lado para o outro como se ele fosse menos que uma boneca de pano. 

— Você tá louco? Não é tão simples assim, Katsuki nunca mais falaria comigo. - disse o menor se jogando dramaticamente no colo do garoto. — Já não basta ele ter recusado todos os meus convites para me ajudar nos vídeos. 

— Vai ver que ele só não gosta dessas coisas. - a garota do grupo se pronunciou recolhendo as roupas do ruivo pelo chão. — Todo mundo sabe que você é o preferido do pincher loiro. Talvez ele também goste de você. 

O ruivo bufou, sabia que aquilo era verdade, sabia que era o preferido de Katsuki... mas mesmo assim...

— Ele gosta de mim como um amigo. - bufou saindo do colo do bicolor e se jogando na cama. — Provavelmente é hétero, já vi saindo com algumas garotas. Já deve até ter namorada.

Minutos de silêncio se passaram, aquela alegação do ruivo era incontestável, 

Katsuki saia com uma garota diferente a cada semana, apesar de seu temperamento, o loiro se dava super bem com as mulheres. 

E claro, o pobre kirishima já cogitou o amigo estar namorando com alguém... sempre que ele saia com alguma garota mais de uma vez... aquilo machucava o coração do nosso ruivinho. 

A sorte do grupo foi que Deku, como havia apelidado o próprio loiro, apareceu bem a tempo, o garoto nem consegui pisar direito no quarto e já foi alvejado com perguntas: 

Primeiro foi a rosada que segurou o pobre garoto pelos ombros e o puxou para sentar na cama. 

— Pra que isso? - perguntou o esverdeado enquanto acariciava calmamente os cabelos ruivos do amigo deitado no colchão. — O que houve Kirishima? 

— Ele está assim porque Bakugou não quer comer o cu dele. - disse o bicolor. 

Seu namorado até o encararia com ira, se não estivesse envergonhado o suficiente para que o rosto ganhasse uma tonalidade completamente rubra. 

Felizmente a garota morena conseguiu desferir um tapa bem dado na nuca do maior.

— Estávamos nos perguntando se Katsuki é mesmo hétero. 

O pequeno pensou e pensou até que finalmente pudesse falar:

— É inegável que ele gosta de mulheres, mas também é bem provável que seja bi... 

Mina nem deu tempo para o sardento terminar de falar, pulou na cama do lado de Eijirou que também já tinha inclinado o corpo na direção do amigo. Ficaram os dois encarando Izuku com enormes e brilhantes olhos esperançosos. 

— Conte tudo o que sabe. 

O pobre garoto quase teve um troço ao ser “atacado” daquela maneira. 

— Calma, eu falei que provavelmente... - o esverdeado respirou fundo e começou a murmurar como sempre fazia quando estava concentrado de mais. — Quando éramos mais novos, acho que com 13 anos, demos um selinho, só pra ver como era, sabe?! Ele disse que odiou, mas talvez seja porque foi comigo. Também lembro dele comentado sobre alguma paixonite, acho que o nome dele era Wilson?! - o pequeno coçou a cabeça e riu. — Bom, isso foi a muito tempo, vai que ele realmente virou hétero... 

Pobre Izuku, nem tinha se dado conta das palavras, aquela última frase foi o suficiente para acabar com as esperanças do ruivo.

— Kirishima, calma, eu falei de brincadeira. - disse assim que viu o amigo rolar da cama para o chão gélido do quarto. 

— Você é a pessoa que mais conhece ele, provavelmente deve estar certo.

— Eu conhecia ele, conhecia, você sabe muito bem como anda nossa relação. 

— Mesmo assim...

Mina deu uma leve tossidinha no intuito de chamar a atenção dos três garotos. 

— Bom... pelo menos a gente sabe que o pincher é capaz de... ter uma paixonite em alguém. - riu de nervoso vendo que a única reação do amigo foi apenas resmungar o quanto Katsuki devia ter uma “paixonite” por alguma garota que ele dormiu.

— Por que não chama ele pra sair e acaba logo com isso? - Sugeriu Todoroki, meio cansado dessa conversa infinita que tinha uma solução simples e óbvia, o bicolor não entendia o por quê de tanto drama se tudo pode ser resolvido com o Kirishima chamando Katsuki pra sair. 

O maior foi agraciado com mais resmungos por parte do ruivo.

— É meu amor, por que não chama ele pra sair? Sabe... sem essas coisas de vídeos, de sexo... apenas uma saída para se divertirem juntos. -Disse a garota do grupo enquanto segurava a mão do amigo. — Se você gosta mesmo dele, tem que mostrar que ele é especial e que você quer mais que um mero conteúdo para o seu trabalho. 

— Mas essa é a questão... -disse Eijirou melancólico. — ...eu não gosto de ninguém a muito tempo, eu não... tenho uma relação concreta desde que meu ex me traiu e comecei a produzir esse tipo de vídeo. - suspirou resignado. — Acho que, lá no fundo, eu não quero me prender a alguém, por medo ou não. Talvez eu não queira um relacionamento, talvez seja apenas uma paixonite.

— Então o que você quer? - perguntou a rosada. 

— Eu... não sei... e se Katsuki for mesmo uma transa? Um desejo? algo que eu preciso ter porque nunca transei com ele... tipo... ele é muito gostoso, gostoso pra caralho... - trouxe as pernas para junto do peito e fungou. — Mas e se eu estiver enganado?! A esta altura eu não tenho certeza.

— Você nunca vai saber se não tentar. - disse Izuku. — Ele gosta muito de você. Tenta sair em um encontro, para saber o que realmente sente... vai com calma. Ele não é um de nós, você nunca vai conseguir nada se continuar tratando ele como um amigo. 

— Mas... ele é meu amigo. Meu melhor amigo.

O menor suspirou sorrindo melancólico para o ruivo. 

— O que eu quero dizer é... tratá-lo como a gente... não somos apenas “amigos”, digamos que temos benefícios... 

— Ele está certo. - disse Mina. — Você já viu que essa investida não vai funcionar, então, tente levar as coisa com calma. Chama ele para sair... o que pode dar errado?

— Ele recusar. - disse o bicolor como quem não quer nada. 

A garota e o namorado olharam para ele como dois gaviões espreitando sua presa, se Todoroki não estivesse cansado o suficiente, talvez, apenas talvez, sentiria um pouco de medo daquela ameaça velada. 

— Ele não vai recusar. - consolou o sardento. — Kacchan gosta de você... e se quiser, podemos ajudar. 

— Sim. - Mina bateu palminhas, animada com a possibilidade de juntar os dois amigos. — Operação conquistar loirinho.

O ruivo riu, incrédulo com a infantilidade e empolgação do seu grupo... bom... mais ou menos... pelo menos o bicolor estava ouvindo...

Não, ele acabou de dormir. 

Bem... pelo menos Mina e Deku estavam dispostos a ajudar na sua missão impossível. 

— Eu amo vocês caras. - Kirishima riu, abrindo os braços para acolher os dois amigos. 

— Deixa disso, estamos aqui para ajudar, meu amor. 

— O que devemos fazer agora?! -perguntou o ruivo todo animado, com a expectativa martelando seus ossos e a esperança brilhando-lhe os olhos. 

— Bom... limpar esse quarto. - a morena apontou para as embalagens de camisinhas usadas, para o tudo de lubrificante vazando em cima da cama e para o vibrador que ironicamente continuava ligado. - Está vivo. — sussurrou espantada. 

Os garotos olharam para ela com estranheza para logo em seguida fingirem que esse comentário nunca foi proferido. 

— Vem, vamos te vestir, tomar um banho e comer alguma coisa. - o esverdeado levantou e estendeu a mão para o maior. — Temos um encontro para planejar.