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História Me Ame De Novo - Beija, beija, beija...


Escrita por: BATOMVERMELHO

Notas do Autor


Quem é vivo? XD Que saudades! Saudades de escrever, de vocês leitoras e da fic. Saiu esse capítulo levinho no feriado, espero que gostem.

Capítulo 22 - Beija, beija, beija...


– Eu perdi a cabeça...  – ele tentou se justificar, seu tom de voz saiu alterado. – Você transou com aquele “idiota“, Mirely... Eu fiquei tão louco de ouvir da sua boca isso...  – ele se aproximou.

– Ontem você me fez sentir a pior mulher do mundo.  – minha cabeça doía na medida que as lembranças da noite anterior vinham à tona. – A “sua” mulher, mãe do seu filho Gabriel...  – murmurei me dando conta que aquilo não significava mais  nada agora.

– Você lembrou que era “minha” mulher quando estava na cama com outro homem? Lembrou que tinha um filho, Mirely?  – berrou questionando, agora seus olhos verdes me encaravam com frieza.

– Eu não tenho mais nada pra conversar com você, Matthew! Não depois de ontem...  – encerei por fim aquela conversa, tinha medo de onde terminaria.   

– Mirely...  – ouvi sua voz me chamar enquanto me encaminhava para a porta.

 

 

Bati a porta com força, queria sair dali o mais rápido possível. Peguei o carro e segui rumo ao hospital. O que me confortava um pouco era que eu iria ver meu menino, que naquele momento era minha maior prioridade. Estava tão ansiosa para vê-lo que isso pareceu fazer com que o caminho para o hospital ficasse mais demorado do que de costume. Dirigi um pouco mais rápido que o habitual pra chegar logo. Será que meu menino já teria acordado? Estacionei o carro enquanto mil e um pensamentos invadiram minha mente. Desci e adentrei no hospital e fui direto ao quarto onde meu menino estava.

Quando cheguei na porta ouvi uma risadinha que conhecia bem e de fundo a voz da minha mãe. Meu coração disparou de alegria e parecia que iria saltar do peito. Abri a porta e entrei indo direto ao encontro do meu menino, o abracei tão forte que pareia que iria machucá-lo de tanto que eu o apertava. Fechei os olhos e as lágrimas de alegria caiam sem se importar. Mas nem tudo era alegria, Gaby não retribuiu meu abraço e se quer se moveu. O soltei e o encarei, ele fechou a expressão assim que nossos olhos se encontraram, de um jeito que eu nunca tinha visto ele fazer antes. Ele não estava feliz em me ver, comprovei no momento que vi ele virando seu rostinho para não me encarar.

 

 

– Gaby... A mãe te ama muito!  – disse sorrindo se me importar com até então sua rejeição, coloquei minha mão sobre seu rostinho e fiquei acariciando ali com amor.

– Eu odeio você! Você é uma mentirosa!  – ele berrou histericamente fazendo eu me assustar. – Eu odeio você!  – ele repetiu dando ênfase na frase, pegou sua mãozinha e tirou a minha de seu rostinho com violência. 

– Não faz “isso” com a mamãe, Gaby...  – supliquei chorosa.

– Sai daqui! Sai daqui agora!  – ele berrava enquanto tentava me empurrar, ainda sentado na cama tentou se levantar.

– Mirely, sai!  – minha mãe pediu enquanto tentava segurá-lo como podia, ele se debatia e me fitava com ódio, seu rostinho pálido estava ficando vermelho pela força que fazia.

 

 

Fiquei imóvel vendo meu próprio filho berrar comigo como nunca tinha feito antes. Me afastei sem saber o que fazer. Tudo em volta parecia ter parado no tempo e só restava o meu menino me dizendo que me odiava e que era pra eu sair dali. Fui despertada do transe quando a porta do quarto se abriu e a enfermeira Glória veio até mim e me puxou pela mão, vi quando o doutor Willian e mais uma enfermeira passou por mim e foi até onde Gabriel ainda estava berrando. A enfermeira Glória me puxou para fora do quarto e logo em seguida praticamente bateu a porta na minha cara. Cogitei entrar no quarto mas vi que não era uma boa ideia quando ouvi do lado de fora que meu menino tinha se acalmado. Sai dali sem rumo, andei devagar pelo corredor, por mais que tentava limpar as lágrimas não adiantava, pois elas caiam ainda mais. Vi quando Matthew virou o corredor e me fitou assustado, correu em minha direção e me segurou pelos ombros fazendo eu parar de andar.

 

 

– Mirely, o que aconteceu?  – ele estava com a expressão assustada e preocupada. 

– Não me toca!  – tirei suas mãos bruscamente de meus ombros e encarei seus olhos verdes.

 

 

Aquela imensidão de verde fez eu me lembrar dos olhos do meu menino berrando comigo. Fiquei sem rumo e só queria chorar, queria poder voltar lá no quarto e dizer que eu faria qualquer coisa para que ele nunca mais me tratasse daquele jeito. Queria voltar lá e pedir perdão por tudo que eu e o pai dele estávamos fazendo ele passar. Doía tanto em mim saber que a culpada por ele ter me tratado daquele jeito era eu mesma. Eu nunca iria querer que todo o amor que ele sentia por mim se tronasse em ódio. Matthew era o mais próximo que poderia chegar do Gaby. Olhar em seus olhos era como se eu estivesse olhando para os do meu menino. Em um gesto completamente desesperado abracei Matthew com todas as minhas forças, naquele momento foi como se eu estivesse abraçando o meu menino também. Não me importei com o que tinha acontecido com nós dois na noite anterior, naquele momento eu só queria senti-lo o mais próximo de mim possível. Ele colocou seus braços em volta de mim com cautela e por fim retribuiu na mesma intensidade com a que eu o abraçava.

 

 

– Vai ficar tudo bem, Mi... Eu estou aqui, sempre estarei ao seu lado, cuidando do nosso menino e de você...  – ele sussurrou enquanto tentava me acalmar.

– Obrigada...  – respondi depois de um longo tempo, por incrível que pareça nos braços de Matthew eu tinha me acalmado.  

– Está melhor?  – ele abriu um sorriso e colocou uma de suas mãos grandes em meus cabelos como se quisesse arrumá-los, ele continuava com um braço envolto ao meu corpo me segurando forte, como se quisesse me proteger realmente.

– Estou...  – passei as mãos em sua camisa onde eu tinha encostado o rosto e molhado, evitei contato visual entre nós.

– Me conta... O que houve?  – ele pediu limpando meu rosto molhado com as mãos.

– Gaby... Ele está acordado, fui vê-lo e ele me “rejeitou”... Disse que me odiava e berrou para que eu saísse do quarto... Foi horrível ver “nosso” filho me tratar desse jeito, Matthew...  – contei ainda abraçada nele.

– Você tem que dar um tempo para ele, Mi... Não é fácil para ele aceitar que vamos nos separar....  – concluiu um pouco triste.

– Senhor e Senhora Sanders, eu posso falar com vocês?  – pediu o doutor Willan ao se aproximar de nós dois, assentimos rapidamente em silêncio.          

 

 

Acompanhamos o doutor Willian até seu consultório. Ele perguntou o que tinha acontecido com o Gaby, porque tinha fugido de casa e porque de seu comportamento tão violento comigo. Ele parecia curioso e com vontade de entender tudo. Eu e Matthew explicamos tudo o que estava acontecendo e nossa atual situação, ele ouviu em silêncio e prestou bastante atenção em tudo que explicamos para ele. Por fim, doutor Willian deu sua opinião, não muito diferente das demais opiniões. Disse que aquele não era o melhor momento para uma separação, não pelo menos até Gaby se recuperar por completo, o que talvez não demoraria muito. Ele também iria dar alta para Gaby, já que ele achava que o ambiente hospitalar iria deixá-lo mais estressado e que em casa ao nossos cuidados ele se recuperaria mais rápido. Ele também indicou uma psicóloga para o Gaby, que ajudaria ele a entender nossa separação. Matthew relutou um pouco sobre isso, mas eu e o doutor Willian fizemos ele aceitar que isso seria melhor para o nosso menino. Doutor Willian pediu que tivéssemos paciência e que por enquanto evitasse o assunto sobre o divórcio perto do Gaby. Ficamos conversando um bom tempo com ele e tivemos bom aproveito da conversa.

Gaby passaria somente mais uma noite no hospital e no dia seguinte poderia ir conosco embora para casa, Doutor Willian tinha feito vários exames e o nosso menino reagia bem ao tratamento. Enceramos a conversa e ficamos esperando o dia virar na sala de espera. Daríamos um tempo para o nosso menino como o próprio doutor Willian tinha recomendado. Mãe cuidaria dele durante esse tempo, ele estava feliz por tê-la por perto e isso nos tranquilizava. Eu e Matthew estávamos nos tratando com respeito na mediada do possível, era o mínimo que poderíamos fazer por nosso menino. Conversávamos somente o essencial, nada além disso.

No outro dia depois de muito esperar e uma noite nada confortável nas cadeiras do hospital, Matthew e eu tomamos um café e ficamos esperando no corredor do quarto do nosso menino. O doutor Willian já tinha dado alta e ele iria para casa conosco. A porta do quarto se abriu e mãe estava sorridente. Eu estava ainda com medo da reação do meu menino, por isso tinha pedido para que Matthew entrasse primeiro. Ele entrou e minha mãe disse que eu poderia entrar também. Entrei me sentido um pouco acuada, fiquei em um canto do quarto segurando as próprias mãos de ansiedade, observando como Gaby trataria seu pai. Pra minha surpresa ele o abraçou e o beijou muito, estava muito feliz por vê-lo, totalmente diferente de sua reação comigo. A cena era linda de se ver, pai e filho juntos novamente. Apesar de estar me sentindo excluída, fiquei feliz por estar presenciando a cena. Depois dos dois bobões se apertarem muito, meu olhar e o de Gaby se cruzou e eu dei um passo para trás receosa.     

 

 

 

 – Mamãe... Vem aqui...  – ele pediu batendo uma das mãozinhas na cama, eu rapidamente fui e sentei ao seu lado.

 – Me perdoa, mamãe...  – ele me abraçou forte, senti que ele estava chorando e logo eu comecei também.

 – Tudo bem, meu amor! Só não faz mais isso... A mamãe tinha ficado muito triste pelo jeito que você me tratou...  – o soltei e limpei as lágrimas do seu rostinho pálido.

– Eu sei...  – ele fez o mesmo gesto que eu, me fitava com amor enquanto isso.  – Eu nunca mais vou fazer isso! A vovó me “explicou tudo”...  – ele trocou um olhar com minha mãe suspeito, os dois pareciam que estavam escondendo um segredo.

 – “Explicou tudo”?  – perguntei curiosa tentando saber mais.

 – É..  – .ele se limitou a responder, os dois trocaram um sorriso sapeca.

 – Bom... Eu acho melhor irmos pra casa agora...  – minha mãe pareceu querer fugir do assunto.

 – Eu e Matthew viemos em carros separados...  – disse baixo um pouco constrangida.

 – Carros separados?  – ela interrompeu assustada.  – “Ótimo”, me dê suas chaves, Mirely! Você vai com o Matthew e Gaby no carro dele.  – ela praticamente ordenou e eu obedeci como se fosse uma menina com medo. 

 

                                       

Ajudamos Gaby para que ele se levantasse da cama e ele praticamente se jogou nos braços do pai para que ele o levasse no colo. Eu adverti Matthew no caminho para que ele tomasse cuidado, mas ele e Gaby não se importavam e faziam até algumas brincadeiras juntos , nada que fizesse muito esforço físico, mas mesmo assim, como mãe coruja que sou, me incomodava. Finalmente chegamos no carro e foi um alivio quando Matthew colocou Gaby sentado como de costume. Eu ele adentramos no automóvel também e seguimos para nossa casa. Já diferente do dia anterior, dessa vez o caminho pareceu super curto, isso porque hora ou outra Matthew fazia Gaby gargalhar de alguma palhaçada dele. Não vimos o tempo passar no caminho e logo já estávamos em casa. Ajudamos Gaby sair do carro, esperamos mãe que estava logo atrás de nós e entramos. Maria tinha arrumado a casa e estava tudo limpo e cheiroso. Gaby logo que a viu foi abraçá-la com amor.

Ficamos um bom tempo conversando com ela, sobre ele e seu estado de saúde. Logo eu adverti que Gaby teria que tomar um banho e pedi que Matthew fosse ajudá-lo. Eu fiquei de levar minha mãe ao quarto de hospedes que Maria tinha arrumado para que ela se instalasse e descansasse. Subimos as escadas e fomos para o quarto. Enquanto eu ajudava ela à desfazer suas malas, ela puxou um assunto que até então eu estava evitando ao máximo que podia.

 

 

 – Você e Matthew parecem “bem”.  – comentou contente.

  – Estou tentando pelo Gaby... Até porque eu e ele estamos bem longe de estar “bem”  – suspirei frustrada relembrando o que aconteceu entre nós.

 – Aconteceu algo, filha?  – questionou, parecia bem interessada em saber e um pouco desconfiada.

 – Não!  – respondi ríspida vendo ela se assustar.  – Eu... “Só” assinei os papéis do divórcio, estão prontos...  – evitei de fitá-la, meu tom de voz era baixo.

 – Esse não é o “melhor momento” para um divórcio, Mirely...  – hesitou em dizer, seu tom de voz era calmo.

 – Nunca é o “melhor momento”...  – disse no mesmo tom pensativa.  – Acabamos... Vou deixá-la descansando...  – disfarcei com o resto da roupa encerrando o assunto e saindo do quarto logo em seguida.

 

 

Ouvi a gargalhada alta de Matthew e de Gaby vindo do quarto e eu fui ver o porque de tanta diversão. Abri a porta devagar e entrei em silêncio. Eles estavam no banheiro, me aproximei ainda em silêncio. A porta estava um pouco aberta. Espiei pelo vão. Matthew parecia uma criança brincando com o nosso filho na banheira, naquela altura suas roupas estavam todas molhadas. Gaby gargalhava alto enquanto batia as mãozinhas na água e espirrava no pai, o molhando mais ainda. Matthew tentava ensaboá-lo com um pouco de dificuldade. Abri mais a porta e entrei me divertindo da tentativa frustrada de Matthew em dar banho no nosso filho. Nosso menino colocou as mãozinhas para o alto em rendição e logo depois apontou para o pai.

 

 

– A culpa é do meu papai, mamãe!  – gargalhou sapeca.

– Eu esqueço que tenho dois “meninos” em casa...  – disse me aproximando da banheira, sorri ouvindo Gaby gargalhar.

– Gaby, acho que a mamãe está precisando de um banho..  – Matthew pegou um pouco de água em uma das mãos e jogou em mim molhando minha blusa, os dois gargalharam se divertindo juntos.

– Você não acha nada, Matthew!  – joguei um pouco de água em seu rosto. – Chega por hoje, você vai pegar um resfriado, Gaby!  – adverti pegando uma toalha enquanto Matthew terminava de dar banho nele.

 – Se vira, mamãe! ... Você é “menina”!  – ele disse envergonhado.  

– Está bem! Mas não tem nada aí que eu já não tenha visto antes...  – ele reprovou meu comentário baixinho e eu ria enquanto entregava a toalha para seu pai, que enrolou ele na mesma.

 

 

Ele o pegou no colo com cuidado e levou ele para o quarto colocando Gaby em cima da cama. Matthew o enxugava com a toalha e Gaby não parava quieto. Peguei um pijama no armário para ele e ajudei ele a se vestir. Logo depois ele se deitou na cama e eu e Matthew nos sentamos ao seu lado.

 

 

– Está se sentindo melhor, Gaby? A sua cabeça está doendo? ...  – eu perguntei preocupada fitando sua cabeça enfaixada, olhar me causava um certo desconforto. 

– Estou bem, mamãe! Não se preocupa... Eu até gosto disso aqui...  – ele tocou de leve com uma das mãozinhas na cabeça. – Fica parecendo que eu acabei de sair de um filme de terror...  – ele gargalhou logo em seguida fazendo eu e Matthew sorrir.

– Eu e seu pai vamos deixar você descansando agora... Qualquer coisa é só chamar nós dois... Amo você!  – dei um longo beijo em seu rostinho e ele me abraçou.

– Fica bem, “meu monstrinho de filme de terror”!  – Matthew o abraçou fortemente e sorriu, Gaby retribuiu.

 

 

Saímos do quarto e fomos para o nosso. Matthew foi trocar suas roupas molhadas e eu me deitei na cama. Ainda me sentia cansada pelos dias difíceis que vinha passando. Logo Matthew voltou com roupas secas e limpas. Eu estava respondendo algumas mensagens no celular, mantive o olhar na tela do aparelho quando ele se aproximou da cama.  Ele se deitou na grande cama um pouco receoso. Continuei fazendo o que estava, mas logo sua presença me incomodou. Não era bem a presença em si, mas o fato de estarmos deitados na mesma cama depois de tudo que aconteceu entre nós. Me levantei rapidamente da cama um pouco irritada. Ele me encarou fixamente e se levantou também.

 

 

– Não precisa sair... Eu entendo que você não vai me perdoar pelo o que eu fiz com você...  – se aproximou ficando na minha frente, seu tom de voz era calmo.

– Você não merece o meu perdão, Matthew! E que bom que “você entende”!  – o fitei com desprezo.

– Tudo o que eu disse pra você até agora era verdade...  – tentou se justificar, ele mantinha seu olhar sobre mim.

– Em qual parte? Na parte que me chamou de “vagabunda” várias vezes?  – perguntei sarcástica me irritando ainda mais.

– Não na parte que eu disse que eu te amo... Eu te amo tanto que acabei te machucando...  – seu olhar estava perdido procurando as melhores palavras.

– Você foi longe demais dessa vez, Matthew...  – murmurei amargurada.

– Eu sei... “Não queria te machucar”...  – ele quebrou a distância entre nós, colocou a mão na minha cintura, estava calmo e parecia um pouco ansioso.

– Por favor, não repete essa frase porque o que você mais queria era sim me “machucar”...  – supliquei tristemente.  

– O que...  – ele encostou seu corpo no meu me puxando gentilmente, puxei um pouco de ar pela boca. – Eu mais queria...  – senti sua respiração ofegante, ele estava com dificuldade em dizer e pensar, suas mãos passearam pelo meu corpo e eu automaticamente fiquei atônita as suas caricias. – Era que eu e você ficássemos “juntos” de novo...  – senti seus lábios tocarem meu rosto em um beijo, fechei os olhos e abri fitando os seus verdes.   

– Não vai acontecer...  – aproximei nossos lábios deixando somente o espaço para sussurrar calmamente. – Eu acho melhor eu e você dormimos em quartos diferentes à partir de hoje... Não quero nenhum tipo de aproximação entre nós dois...  – expliquei sem muita convicção. – Eu sei que você vai ficar “tentando”, Matthew... Mas você não vai conseguir! Eu já tomei minha decisão!  – fui o mais firme e convincente que eu consegui naquele momento, tirei suas mãos do meu corpo e sai do quarto sem ouvir uma resposta vinda dele.  

 

 

Antes de descer para o andar de baixo fui no quarto de Gaby para ver como ele estava, eu e Matthew tínhamos deixado a porta do quarto aberta. Vi pela porta que ele dormia tranquilamente, entrei no quarto e fiquei um pouco com ele. Passei a mão com cuidado em seu rostinho para não acordá-lo e logo depois sai. Desci e fui procurar Maria pela casa, a encontrei na cozinha. Ela parecia realmente empenhada no que fazia e demorou para perceber minha presença no ambiente.

 

 

– Senhora Mirely!  – sorriu quando finalmente percebeu minha presença. – Estou fazendo o bolo favorito do Gaby... Como ele está?  – revelou e perguntou contente.

– Que bom, Maria! Ele vai gostar...  – sorri largamente me aproximando do balcão de onde ela estava. – Ele está bem, parece bem melhor do que quando estava no hospital... Está dormindo agora...  – disse enquanto pegava um pouco de confeito colorido que ela colocava no bolo.

– Hospital não é lugar de criança, ainda mais o Gaby que é tão cheio de vida... “Aposto” com a senhora que ele vai se recuperar muito mais rápido aqui em “casa”... Ainda mais com a senhora e o senhor Matthew ao lado dele...  – sorriu e continuou a cobrir o bolo com os confeitos coloridos.

 – Falando em Mathew...  – disse receosa, à ajudei colocando um pouco de confeito no bolo também. – Eu quero que você arrume um quarto de hospedes da casa, Maria...  – pedi um pouco incomodada.

– Algum problema com o quarto que eu arrumei para a sua mãe, senhora Mirely?  – ela parou o que estava fazendo e se assustou.

– Não, Maria! Está perfeito! Não é para ela, é para o Matthew...  – revelei sem fita-la, terminando de colocar o restante dos confeitos que tinha na mão.

– Como a senhora quiser...  – se limitou em dizer e sorriu meio sem graça.

 

 

Enceramos esse assunto e começamos a conversar assuntos variados, nada que importasse tanto. A casa estava quieta, revelando que todos estavam dormindo. Fiquei ajudando Maria com o bolo que ela estava fazendo para Gaby, as horas passaram rápido e nos divertimos bastante juntas. Terminamos o bolo e fomos arrumar a bagunça que tínhamos feito. Ela não queria que eu ajudasse arrumar a bagunça, insistiu que era o trabalho dela, mas eu não me importei e mesmo ela se sentindo incomodada eu ajudei mesmo assim.

 

 

– Ficou lindo, Maria!  – disse parando em frente ao bolo azul com confeitos coloridos.

– Espero que o Gaby goste... Obrigada por ter ajudado, senhora Mirely!  – parou ao meu lado admirando o bolo que tinha feito.

– Ele vai gostar!  – afirmei à fitando e no mesmo instante a campainha começou a tocar.

– Está esperando alguém, senhora Mirely?  – ela perguntou achando estranho, mas se encaminhou para ir atender a porta.

– Não...  – disse a seguindo.

– MARIA!  – gritaram em coro assustando a mesma quando ela abriu a porta, eram Brian, Jimmy, Zacky e Johnny.

– Que saudades, Maria!  – eles praticamente levantaram ela do chão quando foram abraçá-la.

– Mi...  – os quatros vieram na minha direção, também me abraçando, exceto Johnny.

– Eu te abraçaria também, Mi... Mas...  – ele disse com dificuldade, quase não dava pra ver seu rosto já que as várias caixas de pizzas que trazia consigo estava quase tampando seu rosto.

– Ah, esquecemos de apresentar esse...  – Jimmy apontou com desdém para Johnny e fez uma expressão engraçada. – Esse é o nosso “gnomo entregador de pizza” ao seu serviço, “senhora Mirely”!  – todos gargalharam alto, o pobre Johnny parecia estar fazendo realmente muito esforço segurando todas aquelas caixas de pizza.

– Não gostei da brincadeira! Vocês ficaram com os mais leves!  – disse com a expressão brava, se referindo à algumas sacolas que os quatros traziam consigo. – Vocês aproveitam da minha boa vontade.  – ele entrou resmungando e praticamente jogou as caixas em cima da mesa da sala.

– Esse “gnomo entregador de pizza” é muito bravo!  – disse gargalhando vendo ele se sentar no sofá e cruzar os braços emburrado.

– Estamos “trabalhando” nisso...  – Jimmy afirmou indo sentar ao seu lado.

– Onde está o homem dessa casa?  – perguntou Brian olhando em volta.

– Estou aqui...  – Matthew disse ao apontar na escada chamando a atenção de todos, ele desceu animado com a presença dos amigos.

– Eu não estava falando de você, cara!  – o moreno socou seu ombro assim que ele desceu e negativou com a cabeça de maneira engraçada.

– Eu vou ver se o “homem da casa” já acordou...  – disse com um meio sorriso, os outros quatro gargalharam da cara que Matthew fez. – Maria, ajude os “meninos”...  – pedi virando para fitá-la, mas fui interrompida.

– Com a comida! Estou com fome, Maria!  – Zacky até então que estava em silêncio resolveu se pronunciar me interrompendo.

 

 

Subi deixando Maria com os cincos, estava dando pra ouvir as gargalhadas altas de longe. Estava feliz por tê-los em casa e o meu Gaby também ficaria. Entrei no quarto e seus olhinhos verdes estavam abertos, ele logo sorriu largamente quando me viu. Me aproximei me sentando na cama e ele veio para o meu colo.

 

 

– Faz tempo que está acordado, meu amor?  – passei meus braços pelo seu corpinho o puxando para mais próximo.

– Não... Eu ouvi meus “tios”...disse olhando para a porta se referindo aos quatro barulhentos que estavam lá em baixo. – Posso descer pra vê-los, mamãe?  – perguntou me abraçando com uma voz manhosa.

– Está bem... Mas só se a “super mamãe” te levar...  – disse o agarrando firme e levantando da cama, ele passou os bracinhos pelo meu pescoço e segurou enquanto gargalhava.

 

 

Desci as escadas com todo o cuidado que eu pude ter. Gaby queria descer do meu colo porque estava reclamando que eu estava demorando demais e que não precisava “disso tudo”. Apertei seu bumbum fazendo ele gargalhar e parar as reclamações. Quando chegamos na sala ele praticamente se jogou do meu colo para o de Jimmy, que era o mais próximo no momento. Jimmy o abraçou, o apertou e o fez várias perguntas de como ele estava. Foi do mesmo jeito com Brian, Zacky e Johnny, eles sem dúvidas estavam muito animados e felizes por estarem juntos novamente como de costume. Eu e Matthew não menos, ficamos admirando o carinho que eles tinham com o nosso menino.

 

 

– Eu quero pizza!  – gritou histérico após sentar no sofá junto com seus “tios” babões.

– Gabriel... Não se esforça tanto!  – adverti o fitando preocupada.

– Tá bom, mamãe... Desculpa...  – se encolheu no sofá e sorriu.

– Tudo bem...  – me encaminhei para um dos sofás vazios e quando iria me sentar Gaby me interrompeu.

– Mamãe, senta com o papai!  – pediu me fitando com os seus olhinhos verdes, o clima ficou estranho à partir do momento que ele terminou a frase, os meninos fitaram eu e Matthew um pouco inquietos e ansiosos.

– Claro...  – me encaminhei para o sofá onde o pai do meu filho estava sem enrolar, me sentei ao seu lado e dei um tapinha em sua perna e sorri sem graça, vi os quatro e inclusive nosso filho respirarem aliviados.

– Nosso filho sempre vai fazer “isso” com nós dois, Mirely!  – Matthew sussurrou chegando mais perto de mim e depois sorriu mostrando suas covinhas.

– Cala boca!  – dei uma cotovelada nele que riu baixo, os cincos no outro sofá pareceu não perceber o que estava acontecendo.

 

 

Maria entrou na sala com algumas cervejas que os meninos tinham trazido, entregou para eles e também para Matthew. Eu, Gaby e ela ficamos no refrigerante. Zacky como todo bom gordinho foi o primeiro a abrir uma das caixas de pizza e praticamente devorar uma fatia. Gaby foi ajudado pelos seus tios um pouco desastrosos, mas muito empenhados. Comemos, bebemos e conversamos muito. A tarde passou rápida e agradavelmente com todos reunidos, já que minha mãe também se juntou a nós depois de um tempo. Eu sempre pegava Gaby olhando para mim e Matthew, ele estava gostando de ver nós dois juntos, mesmo que só sentados em um sofá jogando conversa fora. As horas se passaram e veio a sobremesa, os meninos tinham trazido sorvete e Maria tinha feito o bolo, que segundo Gaby era a combinação perfeita para encerrar a tarde que tinha sido “foda”. Já era de noite quando os meninos resolveram ir embora. Gaby insistiu para que eles ficassem mais, mas seus tios relembraram que ele tinha que descansar. Todos os quatro se despediram de nós e foram embora. Maria logo se encarregou de arrumar a bagunça da sala. Meu menino pediu para sua vó o ajudar a tomar banho e se arrumar para dormir. Eu subi para fazer o mesmo e fui seguida por Matthew.

 

 

– À partir de hoje você não dorme mais aqui, Matthew! Maria já arrumou o “seu” quarto...  – coloquei meu corpo o impedindo de passar e disse autoritária o encarando.

– O que, você está “brincando”...  – se alterou visivelmente, estreitou o olhar pra cima de mim tentando me intimidar.

– Não, Matthew... Por favor... Tivemos uma tarde tão agradável, não estraga tudo...  – pedi calma baixando um pouco a guarda.

– Tudo bem! Eu vou pegar uma roupa e já estou saindo.  – fiquei estática e bastante incomodada pelo fato dele ter aceitado que não dormiria ao meu lado mais. – Com licença...  – pediu passagem com um ar superior que eu quis socar a cara dele ou talvez a minha própria.

 

 

Dei passagem para ele e fingi uma expressão de desprezo. Vi ele entrar no quarto, pegar sua roupas e sair sem mesmo me olhar e nem dizer nada. Bati a porta com força já que o mesmo quando passou não fechou a porta. Peguei um pijama fresquinho e fui tomar um banho. No chuveiro me ensaboando vi que as marcas arroxeadas do meu corpo estavam clareando. Me vi com ainda mais raiva de mim mesma por querer, mesmo negando, dormir ao lado de um homem que fez aquilo comigo. Terminei meu banho e sai bufando de raiva, liguei a tv em um desenho qualquer e fui pentear os cabelos. Quando estava terminando ouvi batidas na porta, fui ver quem era.

 

 

– Mamãe!  – se apressou em dizer, tinha um sorriso em seu rostinho. – Posso dormir aqui com você e o papai?  – fitou em volta, parecia procurar o pai.

– Comigo e o papai? ...  – devo ter ficado até pálida repetindo.

– É!  – seus olhinhos verdes ficaram esperando uma resposta positiva.

– Pode sim... Só espera aqui, o papai “foi beber água” e já volta... Eu vou lá chamar ele... A vovó te deu os seus remédios?  – me atrapalhei um pouco com as palavras, pensando com que cara chamaria Matthew de volta.

– Sim, eu tomei todos...  – entrou e se aconchegou na grande cama e começou assistir o desenho que passava na tv.

– Eu já volto...  – ele se limitou a assentir com a cabeça e eu sai indo em direção ao quarto de hospedes onde Matthew estava.

– Matthew...  – abri e entrei sem bater, o chamei receosa, ele estava acabando de enxugar o corpo, tinha saído do banho fazia pouco tempo, me encarrou com a expressão surpresa.

– Vai me expulsar da casa agora, Mirely?  – jogou a toalha na cama e soltou a frase se alterando.

– Não...  – me aproximei dele com cautela. – Eu vim chamar você pra dormir comigo... Comigo e o Gaby na verdade...  – vi ele sorrir sem muito humor quando ouviu o nome do nosso filho.

– Isso que você está fazendo é errado... “Enganado” nosso menino... Eu não vou “participar” disso...  – vestiu a cueca e depois um short, disse sem me fitar, seu tom de voz era baixo, porém irritado.

– Eu só quero que o nosso menino continue “feliz”...  – disse tristemente. – Isso “depende” de você...  – o fitei, mas ele continuava sem me olhar.

– “Depende” de nós dois... Enganar ele não é felicidade, Mirely...  – finalmente me fitou, jogou a frase na minha cara.

– Volta pro quarto comigo, Matthew!  – praticamente implorei, me aproximei um pouco mais.

– Você está fazendo “isso” pelo Gaby...  – soou como uma pergunta e afirmação ao mesmo tempo.    

– Não... Estou fazendo por mim também... Eu não sei como vai ser amanhã... Mas hoje eu quero você comigo...  – peguei uma de sua mãos e apertei com as minhas sem encará-lo. – Mesmo depois de “tudo” o que você fez comigo... Eu quero você ao meu lado hoje...  – aquilo estava ficando realmente muito embaraçoso para o meu lado.

– Eu vou...  – ele colocou a mão no meu rosto e sorriu quebrando todo aquele clima que tinha se formado.

– Obrigada...  – o puxei como eu pude e o abracei como forma de agradecimento, ele retribuiu com carinho.

– Acho melhor nós dois irmos...  – disse completamente sem graça me soltando dele.

– É... Eu também...  – assentiu suspirando.

– Veste sua camiseta!  – peguei a mesma na cama e ele sorriu.

 

 

Ele vestiu e saímos indo para nosso quarto. Encontramos Gaby já bem sonolento na cama, mesmo assim ele abriu um sorrisão ao ver eu e seu pai juntos. Quando eu e Matthew fomos nos deitar ele chegou para o lado da cama deixando um grande espaço para que nós dois nos deitássemos um ao lado do outro. Deitei perto do nosso filho e Matthew ao meu lado. Me senti confortável ao lado dos homens da minha vida. Gaby estava tranquilo e logo adormeceu. Matthew desligou a tv e se aconchegou bem perto de mim, estava de costas para ele e o mesmo se aproveitou para passar o braço pela minha cintura me puxando um pouco para si, me permitir relaxar em seus braços. Não vi a hora que adormecemos, nós três estávamos bastante cansados.

Acordei com o sol já iluminando um pouco o quarto, Matthew já tinha levantado, o que eu achei um pouco estranho. Chamei Gaby para ele acordar também, ele assim que notou perguntou do pai e eu disse que não sabia onde ele estava. Nos levantamos e nos arrumamos. Descemos para tomar o café da manhã, que estava com um cheiro maravilhoso. Tinha sido preparado por Maria e minha mãe. Gaby perguntou por seu pai e as duas responderam que ele tinha saído mas voltaria para o café da manhã. Nos sentamos e começamos a conversar. Não demorou para que Matthew chegasse, parecia muito feliz, trazia consigo uma caixa grande com alguns furos nela e um buquê de tulipas rosas. Nosso filho se levantou e foi correndo ao seu encontro, abraçando as pernas de seu pai, já que ele estava com as mãos ocupadas.

 

 

– Papai, bom dia! Essas flores são para a mamãe?  – perguntou animado, continuei sentada apenas observando.

– São sim... O que você achou, Gaby?  – ele girou o buquê para que o nosso menino olhasse melhor.

– São lindas, entrega logo pra ela!  – ele me fitou sorrindo. – Levanta, mamãe!  – pediu quando seu pai veio me entregar o buquê.

– Obrigada, Matthew!  – peguei um pouco sem jeito, realmente era lindas as tulipas rosas.

– Beija, beija, beija...  – ele puxou o coro sozinho batendo as mãozinhas, mãe e Maria o ajudavam com as palmas e incentivos.

– Pode ser no rosto, eu não me importo...  – ele ficou parado na minha frente esperando, sorriu divertido pela situação.

– Está bem!  – coloquei uma das mãos em seu ombro e fui para beijá-lo, no rosto, mas o mesmo se virou fazendo nossos lábios se encostarem bem devagar.  


Notas Finais


E aí?


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