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História Meant to be. - Capítulo 1


Escrita por: joaanak

Notas do Autor


Oi gente, essa história já está disponível no Nyah! Fanfiction, no entanto, como tem gente que não consegue acessar por lá, resolvi disponibilizar através do Spirit também. Espero que gostem, boa leitura! :)

Capítulo 1 - Capítulo 1


“Lexie? Lexie? Você ainda está ai? Vamos, você vai se atrasar” – Meredith batia na porta do meu quarto. Eu sabia que estava atrasada. Muito atrasada! Já havia olhado no relógio dezenas de vezes durante a noite, mas não encontrei em momento algum vontade para sair da cama. Tudo o que eu queria era passar o dia deitada em minhas cobertas, assistindo à algum romance triste e chorando. Chorando por quê? Pelo quê? Por Mark? Era isso mesmo? Toda essa angústia, essa aflição era por causa dele? As últimas noites em claro tinham sido por causa dele?

Eu sabia que o problema era ele. Mark Sloan. Cirurgião plástico do Seattle Grace Mercy West. O homem responsável por todas as coisas ruins que estavam me corroendo. Cada vez que ele se aproximava de mim, eu tinha essa sensação de que precisava colocar tudo para fora; todos os meus sentimentos, tudo o que eu sentia, tudo o que eu sempre senti. Tudo o que nós dois vivemos, continuava ali. Nunca havia ido embora, apesar de tudo. Eu o amava. Amava de todos os jeitos possíveis. Amava de uma forma tão intensa que doía, no entanto, não era capaz de falar isso à ele.

Porque não?

Porque era tão difícil ser Lexie Grey perto de Mark Sloan?

Porquê, oh Deus?

“Lexie? Nós temos que operar hoje!” – dessa vez era Derek quem batia na porta.

Afundei a cabeça em meu travesseiro e com um último suspiro, levantei-me da cama e fui me arrumar. Eram quase sete horas da manhã. Para um cirurgião, o dia estava quase na metade, mas ainda havia uma chance de fazê-lo valer a pena.

Hoje seria o dia que os residentes do quinto ano fariam suas provas finais, o que significava que eu teria trabalho em dobro para cobrir seus respectivos pacientes. Nos últimos dias, eu havia estudado tudo que Alex, April e Jackson haviam me incumbido. Meu cérebro estava prestes a colapsar, mas esse era o preço a pagar por se ter uma memória como a minha e eu não podia reclamar. Eu queria ajuda-los. Eles tinham que passar nessa prova.

O hospital estava um caos, pacientes moribundos chegavam o tempo inteiro e minha dor de cabeça só piorava. E não eram nem oito horas da manhã. Alguma coisa me dizia que o dia seria longo.

 

“Preciso de você, Lex” – eu estava organizando alguns prontuários quando a voz de Mark me deu um susto fazendo com que eu perdesse todo o bom senso que eu havia reservado para aquele dia.

“Oi... o quê?” – falei gaguejando. Respira Lexie. Respira.

“Preciso de você” – ele tornou a repetir – “Vou fazer um enxerto de pele e meu estagiário acha que desbridamento do tecido necrosado é o título de um álbum do Nine Inch Nails.” – aquilo me deixou decepcionada, realmente achei que no momento que ele falou que precisava de mim, ele precisava de mim. E não precisava de mim para um procedimento cirúrgico.

“Tem certeza que não é?” – Mas o que diabos havia saído de minha boca? Cala essa boca Alexandra Caroline Grey!!!

Ele sorriu.

“Pode ser, não conheço o trabalho mais recente deles.”

“Só está triste porque Jackson viajou para fazer a prova.” – falei evitando-o.

Mark suspirou.

“Ele e eu trabalhamos bem. Nós nos entendemos.”

Eu sorri para ele.

“Como você e eu nos entendíamos, sabe?” – ao falar isso, Mark quase me fez engasgar. Esse era para ser um dia bom, o plano era não falar com Mark Sloan. Evitá-lo. Riscá-lo da minha vida. Ao menos hoje. Encarei-o. Completamente sem graça. Sem saber o que falar, o que fazer ou como reagir. – “então, preciso de você.”

“Não posso.” – me atropelei em minhas próprias palavras – “Estou muito atrasada com essa pesquisa do Shepherd. Eu ia passar a noite para conseguir termina-la, então...” – não conseguia mais olhar para ele. Olhar seus olhos. Seu sorriso. Seu cabelo. Ele. Dei as costas e ignorei-o. Eu não queria, mas era necessário, era o melhor para nós.

“Tudo bem” – ele falou decepcionado – “só achei que seria divertido trabalharmos juntos de novo.” – Mark deu de ombros – “mas, se está ocupada...”

“Mark, espere!” – o que eu estava fazendo? – “você deveria ouvir o último álbum do Nine Inch Nails... É muito... fresco” – FRESCO? EU REALMENTE HAVIA USADO AQUELA PALAVRA?

Ele não demonstrou reação e respondeu com um simples “ok”, indo embora em seguida, me deixando sozinha com meus pensamentos e com a certeza de que eu me arrependeria daquilo pelo resto da minha vida.

O resto da manhã foi monótona. Passei algum tempo com as pesquisas de Derek, depois fui visitar alguns pacientes em recuperação, uma senhora com tumor cerebral, um garotinho que havia engolido uma bola de gude e uma adolescente recém saída de um coma. Passei algum tempo com Zola na creche do hospital e aproveitei a oportunidade para brincar com Sofia. Ela estava grande, e cada vez mais parecida com Callie. Não parecia muito com Mark. Mas era a filha dele.

Dele com Callie.

Não minha.

 

Pontualmente as duas da tarde, decidi que era hora de comer.

A cantina estava quase vazia sem os residentes do quinto ano. Tudo parecia incrivelmente silencioso sem April e Cristina brigando o tempo inteiro, ou Alex e Jackson roubando as batatinhas um do outro. Sentei sozinha, tentei me concentrar e focar na pesquisa de Derek que ainda não estava terminada. Se eu não terminasse aquilo, meu cunhado me mataria, e não estou falando hipoteticamente.

Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi passos largos vindos em direção da mesa aonde eu estava, e, por mais ridículo que isso soe, eu já conhecia aqueles passos.

“Importa-se?” – Mark falou sentando-se em frente a mim e mordendo sua maçã.

“Não, à vontade” – falei tentando ser simpática.

“Mandei o estagiário idiota buscar o almoço” – ele começou – “falei: qualquer coisa menos sopa de lentilhas. Adivinhe o que ele trouxe?”

Eu achei que tinha conseguido me livrar de Mark hoje. Ao menos hoje. Um dia na semana. Mas não. Ele estava lá. Ele estava ali o tempo todo, mesmo quando não estava, ele estava. Dentro de mim, o tempo todo.

“Sopa de lentilhas” – falei em tom de brincadeira.

“O futuro da medicina!” – Mark exclamou.

“Não sei... Nem todos são incompetentes.”

“Eu sei. Fiquei mal acostumado com Avery. Ele é rápido, eficiente, engraçado...” – ele começou a falar e senti que eu ia vomitar as uvas que tinha acabado de comer. Aquilo não acabaria bem – “o que aconteceu entre vocês dois? Porque terminaram?”

Ouch.

Senti minha garganta secar e minhas mãos gelarem. Eu poderia falar a verdade. Poderia falar que ele era a razão. Que a razão pela qual eu e Jackson não estarmos mais juntos era por que eu ainda estava apaixonada por Mark. E eu queria. Queria mesmo. Mas as palavras não saíam. Elas travavam. Ficavam presas. Sloan me olhava e eu não conseguia encará-lo de volta. Respirei fundo e me preparei para dizer a ele. Para dizer a verdade; ele merecia saber e eu precisava tirar esse peso de dentro de mim.

“Ótimo. É dumbo, o idiota voador” – Mark falou quando seu pager tocou. Ele continuou falando mas eu não ouvia mais nada. Só conseguia formular frases que não saiam de minha boca. Ele falava com seu sorriso encantador e eu olhava encantada. Sorrindo também – “continuaremos depois.”

“Está bem.”

E lá se foi ele. Pela segunda vez naquele dia. E pela, só Deus sabe quantas vezes naquele ano. Mark era um especialista em entrar e sair da minha vida. Era um especialista em me decepcionar. Em quebrar meu coração. Em acabar comigo. Às vezes eu queria poder ser uma das pacientes de Alzheimer de Derek e esquecer que ele sequer fez parte da minha vida para acabar com toda a dor e o sofrimento que ele me causava, porque realmente doía.

Doía amar ele.

Doía vê-lo sendo feliz e construir sua vida ao lado de Julia.

Doía saber que não era eu a mulher que passaria o resto da vida do lado dele.

Essa é a coisa ruim de ser uma cirurgiã. A gente aprende a lidar com a dor dos outros. Aprendemos a curar a dor dos outros. Aprendemos a lutar pela dor dos outros. Mas somos fracos para conseguirmos lidar com nossa própria dor. Existe remédio para amigdalite; existe cirurgia para consertar um intestino perfurado, existe transplantes para órgãos que não funcionam mais. Existem quimioterapias para amenizar a dor dos que tem câncer e existe apendicectomia para retirada de apêndices. Infelizmente, ainda não criaram um remédio, cirurgia ou um tratamento agressivo o bastante para arrumar um coração partido.

E enquanto a cura para essa doença não era encontrada, eu continuaria ali. Sofrendo por alguém que sequer lembra que eu estou aqui.


Notas Finais


Espero que vocês tenham gostado, conto com você para comentarem a história, pois a opinião de vocês é fundamental!
Até breve <3


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