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História Meant to be. - Capítulo 12


Escrita por: joaanak

Notas do Autor


Mais um capítulo pra vocês.. espero que gostem e se gostarem, deixem seus comentários!

Capítulo 12 - Capítulo 12


(POV MARK)

 “Bom dia, Mark.” – Lexie falou enquanto colocava Sofia em cima de mim e puxava uma cadeira ao lado da minha cama, sentando-se ao meu lado. Ela acariciou meus cabelos e beijou minha bochecha.

Lexie havia emagrecido nos últimos meses e parecia mais velha; o cansaço da vida no hospital estava acabando com ela. Sofia também estava crescida, ela já falava e andava sozinha e pelo que eu acompanhara, ela e Lexie estavam se dando cada vez melhor.

“Sofia, você não pode mexer ai!” – Lexie falou tirando Sofia de perto dos equipamentos médicos que me ligavam à vida.

“Vejamos...” – ela continuou – “Adele Webber, a mulher de Richard chegou ao hospital ontem... ela morreu. E Bailey vai casar na próxima semana, com tema natalino! Arizona está de volta ao hospital e está se acostumando muito bem à sua prótese nova; eu tenho passado muito tempo com ela, Callie e Sofia, sabe? Derek fez sua última cirurgia de reconstituição de nervos ontem e pelo que Callie falou, foi um sucesso. Antes do que imaginemos, ele vai estar apto a operar novamente! Cristina e Owen assinaram os papéis do divórcio para fortalecer o caso do acidente, mas eles continuam juntos, como um casal... e Dr. Webber e Dra. Avery estão mantendo um relacionamento amoroso; e nossa, você não vai acreditar, mas Jackson está com April, e ela está grávida! Você acredita nisso? April? Grávida? E Meredith também. São apenas oito semanas, mas já tem uma pequena vida dentro dela...”

Ela parou.

“Hunt veio falar comigo ontem... nós conversamos sobre o prazo de seis meses que você estipulou no seu testamento. Faltam apenas quatro semanas e você tem que dar um jeito de sair dessa. Nós sentimos sua falta, Mark...” – ela passou sua mão sobre meu rosto desacordado e começou a apertar suas mãos. Lexie fazia isso quando ficava nervosa.

“Sofia sente sua falta. Callie, Arizona, Derek... eu... nós todos sentimos sua falta, Mark. Por favor, você tem que acordar.”

Faziam cinco meses desde o acidente de avião e desde aquele dia, Lexie vinha todos os dias no meu quarto conversar comigo. Apesar de eu já saber da maioria das coisas, ela não se importava de sempre repetir a mesma história, além de tudo, a voz dela me acalmava. Constantemente, ela vinha trazendo Sofia junto com ela, acho que isso a fazia se sentir menos sozinha.

“Callie e Arizona estão pensando em ter mais um bebê no futuro.” – ela suspirou – “todos estão seguindo em frente com suas vidas... se casando, tendo filhos... e... e eu sei que isso vai soar egoísta e errado, mas eu gostaria de seguir em frente também. Com você, de preferência. Eu preciso que você acorde para que nós sigamos em frente, Mark. Preciso que você faça esse esforço, porque eu já fiz tudo o que estava ao meu alcance e não funcionou. Agora depende de você...” – ela suspirou – “por favor, Mark...”

“Tia Lessie?” – Sofia falou interrompendo.

“Sim, meu amor?” – Lexie falou com toda a ternura que existia dentro dela.

“Mama?” – Sofia fez sua cara de choro.

“Vem cá.” – ela pegou Sofia no colo – “vou te levar para sua mamãe.”

Ela deu um beijo em meu rosto.

“Estarei de plantão hoje. Volto para vê-lo em algumas horas...”

Lexie se foi e eu permaneci sentado ao lado do meu corpo durante horas. Estava escurecendo e ficando cada vez mais frio. Eu havia me acostumado a ficar olhando o fluxo de pessoas que caminhava diariamente pelos corredores do hospital. Era reconfortante. Eu gostava.

As palavras de Lexie martelavam em minha cabeça e me deixavam cada vez mais nervoso. Meredith e April grávidas. Bailey iria se casar. Todos seguindo em frente. Ela também queria seguir em frente, no entanto, estava presa a mim. Eu precisava deixá-la livre, eu não podia ser o responsável por ela continuar vivendo essa vida miserável que ela vivia agora.

Lexie precisava de um futuro e eu não era parte dele.

Eu. Não. Era. Parte. Dele.

Não era mais parte da vida dela.

Minha cabeça começou a doer e minha respiração começou a falhar.

Comecei a bambear pelo quarto tropeçando em meus pés.

Eu tentava respirar, no entanto, não conseguia. O que estava acontecendo comigo? Eu perguntei isso mesmo sabendo o que era. Minhas mãos tremiam e comecei a ficar tão cansado que mal conseguia piscar os olhos.

Foi então que um clarão ofuscante se fez na minha frente; senti uma dor horrível que me rasgou por um momento violento. Gritei silenciosamente implorando para tudo parar e, quando parou, eu senti paz. Levantei-me do chão, dei uma última olhada no meu corpo ali deitado na cama e segui na direção oposta; segui na direção da luz.

 

 (POV LEXIE)

Eu havia procurado Callie e Arizona por todo o hospital, no entanto não havia nem sinal delas, quem sabe se eu olhasse no quarto de plantonistas? Pensei melhor. Eu não iria gostar de ver o que elas estariam fazendo lá. Por fim, passei na creche e fiquei com Sofia por um tempo.

“Você está cada vez maior, Sof! Já tá passando a Zola.” – eu sorri e ela ignorou, prestando atenção apenas na boneca que ela cuidava.

“Dra. Grey?” – Kerri, a responsável pela creche me chamou – “você vai ficar por muito tempo? A Dra. Torres pediu para colocar Sofia para dormir mais cedo.”

“Só mais um pouquinho.”

Ela assentiu.

“Sof, eu vou ter que ir, mas amanhã eu venho te ver de novo, está bem?”

“Papa?” – Sofia mordeu o beiço e seus olhinhos se encheram de lágrimas.

“Olha só...” – eu a peguei no colo – “seu papai está dormindo, a gente estava com ele agora mesmo, não é? Amanhã de manhã eu venho aqui e te levo para vê-lo.” – eu pisquei para ela.

“Tá.”

“Agora vamos, tenho que colocar você para dormir.”

Dei um beijo em Sofia e a deixei na creche. Já estava escuro quando saí de lá. Nos corredores, já se notava um grande vazio na equipe médica, apenas os plantonistas estavam à vista. Não havia muito barulho no hospital, estava tudo quieto. Quieto demais.

Eu adorava andar pelos corredores do hospital sozinha, aquilo me dava uma sensação de poder. Ultimamente eu tinha me sentido mais solitária, apesar de tantas pessoas estarem ao meu redor expressando todo o seu apoio por mim, eu ainda me sentia vazia; ainda havia um enorme buraco em meu peito causado pela falta que Mark me fazia e, apesar de vê-lo todos os dias e conversar com ele, era diferente, pois eu sabia que ele não estava ali para mim. A cada dia que se passava, eu sentia que eu o estava perdendo um pouco mais.

“Dra. Grey?”

“Sim, Wilson?” – eu perguntei desinteressada quando ela chegou.

“Desculpa interrompê-la, mas, temos uma emergência!”

“Não podia ter me bipado?” – perguntei brava.

“Sim, mas... é o Dr. Sloan...”

O que acontece quando você ama alguém?

“Dra. Grey, você está bem?”

E se você gostar e depender dessa pessoa?

“Sim Wilson, prossiga.”

E se você modelar sua vida em torno dessa pessoa?

 “O coração do Dr. Sloan está parando.”

E depois... tudo acaba? É possível sobreviver a essa dor?

“Wilson?”

Perder um amor é como perder um órgão. É como morrer.

“Sim?”

A única diferença é que a morte termina, mas isso? Isso continua para sempre.

“Corre.”

 

Durante os últimos cinco meses, eu havia sonhando centenas de vezes com a morte de Mark. Centenas. Eu já havia me preparado para isso. Ou eu havia achado que tinha me preparado. A verdade é que nada te prepara para a morte de alguém, você pode repetir para si mesmo todo dia, de manhã, à tarde e de noite: hoje é o dia, você tem que ser forte! No entanto, quando o momento chegar, você nunca vai estar pronto; quando o momento chegar, você é quem queria estar morrendo porque é egoísta demais para suportar a perda de alguém que você ama.

“Jackson?” – eu gritei abrindo caminho entre as pessoas que estavam ao redor da cama de Mark.

“Carregue em 300!!” – ele gritou – “afastem-se!”

O choque tomou conta do corpo de Mark pela primeira vez, e nada aconteceu. Ele permanecia semimorto. O monitor cardíaco continuava sem sinal.

“De novo.” – ele gritou – “afastem-se!”

Eu olhava para tudo o que acontecia ali parada enquanto um filme de nossa história passava pela minha cabeça... eu queria pensar em outra coisa, pensar que tudo daria certo e que ele não morreria, contudo, a ideia de que ele fosse sobreviver a isso era tão improvável que eu quase ria por dentro. Eu chorava um choro silencioso, as lágrimas desciam, mas eu não conseguia emitir som algum. Eu estava sufocada em sentimentos; sufocada em dor; sufocada por lágrimas.

“Afastem-se!”

“Afastem-se!”

“Afastem-se!”

Uma vez ouvi dizer que a fé operava milagres e desde lá, sempre tive isso em mente. Milagres médicos existem. Sendo adoradores do altar da ciência, cirurgiões não gostam de acreditar que milagres existem, mas eles existem. Coisas acontecem e não podemos explicá-las nem sequer controlá-las, mas elas acontecem. Milagres acontecem na medicina. Acontecem todos os dias. Quando o monitor cardíaco voltou a marcar o ritmo do coração de Mark, eu e Jackson nos olhamos simultaneamente, pensando que isso era loucura. Era impossível. Imagine então, o que nos ocorreu quando segundos depois, a atividade cerebral de Mark começou a apresentar um funcionamento normal. Um funcionamento que permanecia inexistente nos últimos cinco meses.

“Lexie?” – Jackson me chamou.

Eu o olhei e ele pegou minha mão puxando-me para perto da cama de Mark, a fim de presenciarmos o impossível. Em um minuto, Mark Sloan estava tendo uma parada cardíaca, morrendo. E no minuto seguinte, suas pálpebras se mexiam enquanto seus lábios se contorciam levemente. Eu peguei sua mão e a mesma exerceu uma leve pressão sobre a minha.

“Mark?” – eu perguntei.

Lentamente, a imensidão azul do mar revelou-se em seus olhos semiabertos.

“Você está me ouvindo? Você está me vendo?” – minha voz estava trêmula.

“Add...” – ele murmurou.

“O quê? O que você está tentando falar? Jackson me ajuda com isso.” – eu falei e ele me ajudou a tirar o tubo que encontrava-se dentro da boca de Sloan.

“Mark, sou eu, Lexie.” – eu sorri.

“Addie... Addison?”

Eu parei.

“Não, sou eu, Lexie.”

“Eu... eu não sei... Eu quero a Addison. Cadê a Addison?”

Senti um choque violento percorrendo meu corpo enquanto minhas pernas perdiam a força; com a visão desfocada por causa das lágrimas comecei a cambalear por meio da multidão que se encontrava no quarto e saí daquele lugar.

 “Alguém chame o Shepherd, agora.” – ouvi a voz de Jackson soar apreensiva lá dentro enquanto eu me afastava cada vez mais. Depois de alguns metros parei de me esforçar e simplesmente deixei-me desabar, sendo corroída por tudo que me assombrava.



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