1. Spirit Fanfics >
  2. Meant to be. >
  3. Capítulo 2

História Meant to be. - Capítulo 2


Escrita por: joaanak

Notas do Autor


Olá, espero que gostem desse capítulo, em breve tem mais! Boa leitura :)

Capítulo 2 - Capítulo 2


“Alex? Você não devia estar se preparando para suas provas?”

“Agora não, Lex. Tô no meio de algo muito importante” – Alex falou e saiu em disparada.

Se eu tivesse estudado tanto para ajudá-lo a passar e ele estivesse desperdiçando essa chance agora, eu juro que o mataria. E como mataria.

 Já era noite em Seattle. O movimento nos corredores havia diminuído. Alguns médicos conversavam calorosamente nos corredores. Arizona Robbins brincava com Teddy Altman, enquanto Miranda Bailey flertava com Ben Warren. Não havia visto Derek nas últimas horas, nem Owen, muito menos Sloan, até o momento em que ele cortou a minha frente no corredor do terceiro andar.

“Nos encontramos de novo” – ele falou.

Eu sorri.

“A propósito, não foi eu, foi?”

“O quê?”

“Que separou vocês dois.”

A parada cardiorrespiratória é o momento em que o coração deixa de funcionar e o indivíduo deixa de respirar; eu já havia presenciado muitas pessoas tendo paradas cardiorrespiratórias e posso afirmar com quase 95% de certeza que, naquele momento, eu era a pessoa a estar sofrendo uma. Meu coração parou por alguns segundos e eu desaprendi a respirar. Eu perdi todos os meus sentidos enquanto Mark falava.

“O fato de que o Avery e eu estávamos trabalhando juntos, o fato de que você teria que me ver o tempo todo...” – eu só queria que ele parasse de falar porque eu acho que estava prestes a desmaiar – “eu não a deixo incomodada, deixo?” – Mark falou segurando minhas mão enquanto um arrepio percorria minha espinha.

“Não. Não deixa.” – menti escancaradamente.

“Que ótimo! Porque isto é legal. Conversar com você. Eu sinto saudades.” – ai meu Deus! Eu precisava sair correndo dali e me jogar de uma janela para acabar de vez com tudo porque isso tudo era constrangedor demais para se vivenciar – "sinto saudade de você.” – Mark falou.

Senti lágrimas se formando em meus olhos e tive que ser forte para não desabar ali mesmo, em seus braços.

“Também sinto saudades de você.” – falei baixinho. Aquela era a hora, eu ia falar, ia contar tudo, toda a verdade. Eu ia conseguir. Ia ser capaz. – “e o motivo pelo qual Jackson e eu terminamos...”

“Quer saber?” – Mark me cortou – “não precisamos falar sobre isso. Não é da minha conta. Esqueça que perguntei. Podemos ser amigos que não falam dessas coisas. Nunca.”

Com uma súbita pontada no peito, eu assenti.

Ele foi embora e parou.

“Mas, como seu amigo, se você ainda gosta dele, deve lhe dizer. Porque sério, vocês eram ótimos juntos.”

Aquilo doeu mais que uma facada.

Me fez querer morrer.

“Obrigada.”

“Não fique até tarde.” – ele piscou e foi embora.

Sai do corredor e fui direto para a dispensa. Tranquei a porta e chorei. Chorei pela décima ou vigésima vez naquela semana. Chorei pela oportunidade de ser feliz com o homem que eu amo que joguei fora há muito tempo. Chorei pelo passado. Chorei pelo presente e pelo futuro. Chorei desejando tê-lo ali para me consolar.

Para me abraçar.

Para me beijar.

Desejei sentir sua pele junto da minha e sentir o cheiro de cravo e canela dos seus cabelos. Desejei tê-lo.

Uma única vez.

Uma última vez.

 

Depois do que pareceram horas, voltei para os corredores. Certifiquei-me de que Mark ou Callie ou qualquer um que estivesse ligado à ele estivesse ali pronto para me encher de perguntas as quais eu não tinha condições de responder.

Zola não estava mais na creche.

Derek não estava mais no hospital.

Eu tinha mais alguns pacientes para visitar antes de voltar para casa.

Annie Clifford era uma mulher de trinta e cinco anos que havia acabado de operar um tumor benigno no cérebro. Ela estava sorridente e radiante.

Patrick Feigen era um senhor idoso que tratávamos há sete meses. Ele havia desenvolvido câncer cerebral. Deveria estar morto. Mas estava ali, bem na minha frente me contando sobre os netos que haviam lhe visitado hoje. Ele sorria e apertava minha mão com ternura a cada palavra proferida.

Jonah Wheeler havia acabado de sair de uma cirurgia para a retirada de um câncer na medula espinhal. Foi um sucesso. Ele ainda estava inconsciente mas o semblante de menino em seu rosto me dava a perspectiva de que em breve ele estaria aqui conosco.

Ao sair do quarto de Jonah, avistei Alex no corredor.

“Alex?”

“Quê?”

“Você devia ir. Ainda tem tempo.”

“Lexie, você é burra ou o quê?” – Alex falou em tom áspero – “já viu que horas são? Eu nunca vou chegar lá no tempo que preciso. Nunca!”

“Mas é que eu pensei...”

“Pensou errado. Agora vai embora.”

Sai de lá com os olhos cheios de lágrimas. Meu turno já havia terminado e graças à Deus, eu estava liberada para ir para casa. Sai apressada pelos corredores, esbarrando em Callie.

“Lexie, você está...”

“Tá tudo bem.” – eu gritei já bem na frente dela enquanto sentia seu olhar pesando sobre mim.

Ao passar pelo hospital, pude ouvir o som estrondoso de um trovão enquanto a chuva caía forte lá fora. No saguão, me deparei com Mark, que reparou em meus olhos marejados e ficou me encarando incansavelmente.

“Lex, você tá bem?”

“Sim Mark. Tá tudo ótimo.” – falei áspera e seca, deixando-o sem reação.

“Eu tenho um guarda-chuva. Vem, vamos, te levo até o seu carro.” – ele sorriu passando suas mão sobre meus ombros.

“Eu não... eu não preciso de você e nem de seu guarda-chuva estúpido.” – falei tirando suas mãos de mim – “eu só... só quero ficar sozinha. Boa noite.”

Sai de lá sem ao menos dar a chance de ele se despedir. Com o canto do olho vi que ele ficou parado, me olhando, enquanto eu adentrava a tempestade que caía lá fora. A chuva era revigorante. Fortalecedora. Lavava a alma. As lágrimas salgadas que escorriam agora se misturavam com as gotas que caíam com ferocidade sobre mim. Eu chorava cada vez mais até sentir que não tinha mais lágrimas para chorar.

E eu estava encharcada.

Tudo que precisava era de um pouco de colo.

Colo de minha mãe. De Meredith. De qualquer um.

Estacionei em casa e vi que as luzes ainda estavam acesas. Derek e Zola.

Eram uma e meia quando entrei em casa, e os dois ainda brincavam. E Zola estava vestida de abelha. Estava uma graça. Mas ainda assim estava vestida de abelha.

“Onde esteve a noite toda?” – Derek disse.

“No hospital. Estive terminando sua pesquisa. Porque ela está fantasiada?”

 Ele suspirou.

“Ela vomitou em todas as outras roupas.”

Sentei-me com ele e suspirei. Já que não tinha minha mãe e Meredith, Derek seria quem me daria o colo que eu precisava.

“Mark disse que sente saudade de mim. Mas eu sinto saudades dele.” – eu sentia as lágrimas se formando enquanto eu mordia meus lábios – “realmente... realmente sinto saudades.” – Derek passou suas mãos sobre minhas costas – “ele acha que eu ainda amo Jackson, e eu tento dizer a ele que não, tento dizer que o amo. Mas quando abro a boca, nada saí. E tudo fica horrível!”

Parei de tentar conter minhas lágrimas e deixei-as brotarem no colo de meu cunhado. Porque era tão difícil? Porque eu não conseguia seguir em frente? Tudo teria sido tão fácil se nós... Se nós tivéssemos dado certo. Se não tivesse Sloan Riley ou sei lá o quê. Ninguém tinha ideia do quanto tudo isso me corroía, do quanto era complicado. Mark Sloan era uma doença, uma doença altamente infecciosa e eu estava contaminada por ele.

E por seu sorriso.

E por seus olhos.

E por seu toque.

E por seu beijo.

Enquanto me afogava em minhas lágrimas, peguei no sono com Zola no meu colo e Derek do meu lado. Foi a primeira noite nas últimas semanas em que consegui dormir mais que cinco horas.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...