— Por que você inventou isso do nada? – Sakura perguntou assim que entraram no carro e fecharam as portas.
— Você já ficou doente perto da minha mãe? – Perguntou ligando o carro.
— Pior que sim... Ela me obrigou a ficar só deitada, eu não podia nem me levantar pra beber água, a gente ficou brincando em cima da cama. – Relembrou sorrindo, o tempo passou rápido demais, a tempos atrás estavam brincando de pega-pega pelo jardim e em outro dia já estavam entrando no ensino médio.
— Comigo seria pior ainda, e por cima tem meus tios dentro de casa... Eles iriam me infernizar. – Disse fazendo a outra sorrir negando com a cabeça. — Quer ir comer a onde? – Perguntou a olhando brevemente, logo voltando a atenção ao trânsito.
— Eu não estou com tanta fome... Vamos comer um Burger King? – Perguntou e Naruto revirou os olhos sorrindo, ela tinha mania de se entopir de besteira na hora mais improvável do dia. Ele tinha estranhado ela ter pedido para comer isso já que tinha dito que estava de dieta antes, mas não disse nada e logo acelerou indo em direção ao shopping.
***
— Olha... Vieram mais cedo. – Os dois que estavam sentados na praça de alimentação, olharam para trás reconhecendo a voz. Shikamaru e Rock Lee se aproximaram da mesa dos dois, cada um com uma bandeja com os lanches em mãos, se sentaram na frente dos mesmos.
— Lee! Desde quando você come esse tipo de coisa? – A rosada indagou vendo o mesmo bebericar o refrigerante no refil.
— Eu tava na academia e bateu a fome... – O mesmo disse e a Haruno logo notou as roupas atléticas que quase sempre ele usava. A camiseta verde escura e o short de Lycra preto, era quase como um uniforme fora da escola.
— Que dieta é essa? Preciso de uma assim. – Naruto sorriu vendo o outro mostrar o dedo do meio mordendo o lanche.
— Vocês querem pegar o horário das duas da tarde? São mais de uma hora, não vai demorar muito até a sessão começar. – O Nara despejou um sachê de ketchup em cima do hambúrguer, logo em seguida a maionese.
— Não vamos esperar os outros pra irmos ver o filme? – Naruto perguntou sugando o último gole de refrigerante do copo.
— Eu já chamei eles, daqui a pouco chegam. – O moreno na frente dele respondeu.
— E qual vocês estão pensando em assistir? – A Haruno perguntou imitando todos ali e mordendo um pouco de seu lanche.
— Annabelle 3. – Lee disse e o Uzumaki ao lado dela se engasgou com o refrigerante. A rosada bateu levemente nas costas do mesmo.
— Vocês sabem o quanto eu odeio filme de terror. – O loiro disse tossindo contra a mão.
— Você não odeia, você tem medo. – Shikamaru disse e garoto o olhou sério.
— Não é medo... – O mesmo disse e respirou fundo. — Eu só não gosto de tomar susto toda hora.
— Eu vou ter que concordar com ele, você tem medo. – Sakura disse colocando a mão sobre o ombro do amigo, sorrindo amarelo.
— Ta bom então! Se vocês dizem que eu tenho medo vamos ver então, eu não vou me assustar um minuto sequer. – Disse se recompondo e logo causando risadas nos outros. — Ei! Tão querendo dizer que eu não vou conseguir?
— Não é que a gente acha que você não vai conseguir assistir, é que você não vai conseguir assistir. – O menino de sobrancelhas exageradamente grandes na frente dele disse, Naruto bufou.
— Calma... Quem sabe você não tira esse medo bobo? – A Haruno disse o confrontando, o mesmo sorriu cínico voltando a atenção ao seu hambúrguer.
***
E como já era esperado de todos ali, Naruto não desgrudou da mão de Sakura um segundo sequer. Agora eles saíram da sala de cinema, enquanto o mesmo se agarrava na cintura da rosada, enquanto tremia não só por causa da febre mas também por causa do susto que ocorreu a vinte minutos atrás e ainda ficava em sua cabeça.
— A gente tentou avisar, você não ia aguentar. – Sasuke disse andando atrás dos dois. O Uzumaki olhou por cima do ombro da amiga ao lado e mostrou o dedo do meio.
— Você foi doente assistir o filme, e ainda levou susto. Achei que você iria morrer na penúltima cena. – Ino começou fazendo Rock Lee rir lembrando.
— Ele quase caiu da poltrona. – Falou Kiba jogando o copo do refrigerante no lixo, andando ao lado do grupo.
— Ah, gente, para. O menininho tá tremendo. – A Haruno disse, fazendo o outro a olhar com falsa indignação. Sorriu bagunçando os cabelos loiros do mesmo, vendo o rosto corado e cansado. Se amaldiçoou por ter o arrastado pra lá, ele estava passando mal e ainda a acompanhou. Havia horas que achava que não merecia a amizade de Naruto. — Gente... Acho que já vamos. – A rosada continuou, se rendeu ao ver o rosto do amigo quase lhe passando empatia. Recebeu um olhar confuso do mesmo.
— Mas já? – Shikamaru olhou torto, a menina assentiu rapidamente.
— Naruto tá meio mal ainda, tô com pena de arrastar ele pelas lojas. – Sorriu amarelo, ainda com o rapaz lhe abraçando de lado.
— Você sabe que não tem problema ficar mais um pouco aqui, não é? – O Uzumaki perguntou brevemente, um olhar confiante da parte dela lhe deu a resposta. Ela queria cuidar dele. Não aguentou ver a expressão de cansaço que ele carregava nos quatro cantos dali. — Tudo bem, vamos.
— Tchau então. – A rosada acenou para o grupo de amigos ali.
— Tchau, teme. Não bate o carro, parece que tá bêbado. – Sasuke disse fazendo Kiba rir concordando.
— Não deixa o Naruto te levar pro mal caminho, amiga. – Ino falou recebendo um olhar distante dela. E quem diria que já tinha deixado ele a levar por esse caminho.
— Vamos. – Puxou o amigo pelo braço, indo até a saída do shopping. Queria distanciar a lembrança de mais cedo de sua cabeça, não era hora de ocupar a mente com remorso. Iria cuidar dele primeiro, de tantas vezes que ele já havia feito uma refeição para ela quando a mesma não pode, quantas vezes já foi a companhia dela quando estava entediada, quantas as vezes que a ajudou no dever de casa, quantas vezes que cuidou dela quando doente, estava na hora de retribuir pelo menos um pouco. Sempre se cobrava por causa disso, diferente do que os outros pensavam, via Naruto como um anjo que fora enviado para cuidar de si. Sakura por mais que tentasse, não conseguia chegar no nível de caridade que ele já tinha feito a ela. Os mimos que ela o dava era apenas dez por cento do que ele a fazia.
O loiro chegou ao estacionamento, vendo que a amiga estava um pouco agoniada demais para poder ir embora. Destrancou o carro, indo até o banco do motorista, entrando no veículo devagar, sentia como se a dor de cabeça quisesse voltar de segundo em segundo, isso estava o irritando.
— Por que quis ir embora do nada? – Perguntou assim que deu partida no carro, arrancando com o motor.
— Eu... – Iria dizer por que realmente não quis continuar forçar ele a ficar lá, mas respirou fundo. — Me desculpa...
— Mas... Por que pedir desculpas assim, repentinamente? – Ela fitou a expressão confusa que ele tinha, e respirou fundo outra vez.
— Me desculpa por ter te arrastado até lá, você tava doente, eu sei o quanto incomoda ficar assim em um lugar público. Você devia querer me bater. – Disse, Naruto levou aquilo em sua cabeça como uma piada, mas viu que ela estava um pouco envergonhada. Voltou a olhar para a estrada, se encostando mais no banco decidindo esperar ela continuar. — Você cuidou de mim tantas vezes... Eu ainda te faço ficar lá, assistir um filme que você não queria. Eu devia estar cuidando de você também.
— Sakura... Não fala isso. Eu fiquei até sem jeito quando você me fez aquela sopa. Receber um carinho seu já é estar cuidando de mim. Acho que ter sua amizade já é um agrado... Você é incrível! – Olhou brevemente para ela, vendo suas íris verdes brilharem com sua fala, sorriu de lado, recebendo um sorriso ainda maior dela.
O trajeto até a casa de Sakura foi curto, passaram a maioria do tempo quietos somente escutando a música que passava na rádio local, o silêncio por mais que surpreendesse ela, foi harmônico. Achou que realmente iria ficar um clima desagradável, mas somente pela calma de Naruto deixou o clima mais leve, e pensou que talvez quem estava tensa ali era ela.
Olhou pelo retrovisor e viu o prédio logo atrás, o loiro havia parado em baixo de uma sombra, o sol de quatro horas da tarde iria os ferver ali dentro. Olhou para ele, que sorria esperando uma despedida com o carro ainda ligado.
— Vamos? Você não vai sair? – Perguntou pegando a bolsa no banco de trás. Voltando a fitar os olhos azuis que se desviaram do dela rapidamente.
— Não, eu tenho que ir, minha mãe vai ficar brava se não voltar. – Pensou em insistir para cuidar dele e de sua febre, mas sabia da natureza de Kushina e não tentou outra vez. Apenas riu colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.
— Tudo bem... Desculpa ter te obrigado a ir.
— Não tem problema, já disse. Eu achei até legal levar uns sustos pra mim perder esse medo bobo de terror. – Disse e ela sorriu largamente, colocando a bolsa sobre o ombro.
— Baka. – Se aproximou dele e lhe abraçou, era raro um comportamento desse jeito, carinhoso, vir da Haruno, então o Uzumaki não desperdiçou e a apertou entre os braços, beijando a bochecha dela demoradamente. No mesmo instante que ele tirou os lábios de sua bochecha, Sakura se separou centímetros, mas ainda ficando perto, sua boca ficou perto da dele, fitou a pele vermelha dos lábios dele, sentindo novamente aquela quentura se apossar de seu corpo, era instantâneo, não conseguia controlar.
Sentiu a respiração quente dele bater contra sua bochecha e parte de sua boca, a fazendo arrepiar somente em um ato simples. A rosada levantou os olhos, percebendo que ele também fitava seus lábios. Mordeu a carne, o fazendo olhar para seus olhos, sentiu todo o desejo que ele sentia passar para seu corpo, novamente, aquela sensação de formigamento passou para seus braços e suas costas, lugares onde os braços do loiro encostavam nela.
Por que ele? Por que ele me faz sentir isso? Se perguntou por segundos, até esquecer a razão quando um dos dedos dele tocaram seus lábios, como se fosse uma criança curiosa para saber a textura. Pressionou a pele levemente, logo tirando o indicador de lá e mordendo o lábio inferior dela, o puxando, levando Sakura a se aproximar de seu corpo. Até soltar seu lábio, a rosada estava inclinada em direção a ele, segurando em seus ombros, o olhando intensamente, e se perguntava como aqueles pequenos gestos a fazia perder a consciência. Ela mesma subiu em cima dele, sentando em seu colo com as pernas em cada lado de seu quadril. O comichão em ambas as línguas se fez presente, como se quiserem sentir uma a outra.
Uma das mãos dele seguraram a cintura dela com firmeza, outra subiu para os cabelos, agarrando a raíz e a puxando com força, a fazendo gemer baixo. O mínimo som que ela soltou o fez perder o controle, juntou as duas bocas de uma vez, sentindo outra vez aquela pele quente dela contra a sua. Era como se a febre passasse quando a beijava, percebeu isso naquele dia mais cedo. Não sentia mais as dores no corpo, nem a febre, nem o desconforto. Ela parecia estar sendo o remédio dele naquele momento.
Então Naruto segurou mais ainda a raiz do cabelo dela, segurando sua cintura contra si. Sakura levou as duas mãos para o maxilar dele, tentando acompanhar os movimentos rápidos que ele iniciou com a língua. Ela sentiu a pulsação do sangue começar a se acelerar, o curto circuito de seu coração parecia estar mais presente a medida que o sangue esquentava sentindo as línguas se entrelaçando. Uma descarga elétrica passou pelo seu corpo, sentindo a peça íntima se umedecer com a excitação. Os dois pareciam terem sentido uma necessidade tão intensa de repente de se sentirem, que se seguravam para que ambos não se soltassem. Gemeu contra a boca dele, sentindo a mão atrevida do maior desceu de sua cintura, se enfiando por baixo da saia, agarrando cada pedaço de seu corpo. Subiu de sua coxa para a nádega esquerda, erguendo a calcinha, enfiando os dedos logo depois a mão por baixo do tecido, apertando a bunda dela com tanta força, como se fosse a última vez que estivesse fazendo aquilo.
A Haruno arranhou seu pescoço, mordendo o lábio inferior do Uzumaki, sentindo o líquido escorrer como água de sua intimidade. O controle que ele tinha sobre aquela parte específica do corpo dela era absurdo. A ereção do loiro já chegava a incomodar a garota, de tão duro que se encontrava.
O desespero de Sakura para sentir os dedos sobre seu clitóris novamente era tão grande, que não se aguentou e tirou a mão de Naruto de dentro de sua saia, e a colocou sobre sua intimidade. E ele mesmo ainda por cima do pano, conseguiu sentir toda a lubrificação dela, logo sentindo ela gemer contra sua boca pelo contato mesmo que insignificante, intenso. A rosada queria, queria mais do que tudo sentir ele a penetrar outra vez, se desfazer em um orgasmo sobre os dedos masculinos. Mas o Uzumaki sabia que fazer aquilo ali não era certo, em um lugar público por cima.
A mão que ainda agarrava a raiz dos fios rosa puxou-a para se separarem, abriu os olhos, observando ela abrir as pálpebras, revelando as íris verdes brilhantes, quase se rendeu a fazer toda a vontade da menor somente por vê-la com a expressão de súplica e o implorando com o olhar. Baixou os olhos, vendo a boca da Haruno vermelha e inchada, a mesma mordeu o lábio inferior vendo o olhar dele sobre si. Suspirou, mantendo o pensamento de a afastar.
— Eu não posso fazer isso aqui... – Disse com a respiração ofegante, ainda fitando os lábios da garota.
— Por favor... – Pediu o olhando com cara de cachorrinho perdido. Fazendo um pequeno biquinho, voltando a se aproximar, tentando o beijar, mas Naruto a puxou de volta pelo cabelo, aquilo o deu um ar autoritário.
— Eu disse que não. – Usou uma voz mais grave e rouca, fazendo Sakura se arrepiar. Não entendeu por que sentiu aquilo, mas respirou fundo. Percebeu que a mão dele ainda estava entre sua pernas, logo tratou de se movimentar sobre a palma dele, fazendo a ponta dos dedos dele roçarem com seu clitóris,, gemeu longamente, jogando a cabeça para trás mordendo os lábios. Agarrou os cabelos dele assim como ele ainda fazia com ela, os puxando e fazendo ele a olhar nos olhos.
— Então deixa eu fazer pra você. – Disse e o Uzumaki viu um lado que nunca tinha visto a Haruno usar, um lado sensual, ela não estava sendo uma garota comportada como era na frente dos amigos ou dos mais velhos, ali ela era uma mulher, não uma estudante com notas no boletim horrendas de tão boas.
— É melhor você sair. – Não estava sendo chato em não querer dar prazer a ela ou querer que ela lhe desse prazer, mas sabia que se alguma das outras coisas acontecesse não iria conseguir se controlar como antes mais cedo. Iria tirar a virgindade por completo dela ali mesmo, naquele carro e no meio da rua plenas quatro horas da tarde. — É sério Sakura, eu não vou conseguir me controlar.
— Mas não tem problema... – Disse sorrindo de um jeito safado, rebolando outra vez contra a mão dele, que ainda estava ali.
— Sakura, saí. – Ordenou, fazendo ela tirar o sorrisinho do rosto, fechando a cara. Tirou ela mesma a mão dele de seu cabelo e a outra do meio de suas pernas, saiu de cima dele se sentando no banco do passageiro e arrumando a roupa. Ainda sentia a calcinha úmida, sabia que a excitação não iria passar tão rápido, e o praguejou por isso. — Ei. – A chamou de volta, fazendo ela o olhar já com a mão na porta pronta para sair. Se aproximou dela, a beijando com fervor mas sem envolver a língua dessa vez. — Depois te recompenso. – Falou assim que se distanciou, vendo o sorrisinho no rosto dela.
***
O resto do fim de semana havia passado rápido, não tinha nem se dado conta. Ela não recebeu mais mensagens de Itachi, mas algumas de seu amigo. Claro, ele não sabia o que era manter distância dela, e não queria nem experimentar.
Sakura passou o domingo se remoendo de vontade de ir atrás de Sasuke, e perguntar por que aquele desgraçado de seu irmão estava fazendo que não a mandou uma sequer mensagem. Os dois eram farinha do mesmo saco, sabia mais do que ninguém disso, ambos os Uchiha estavam pouco ligando para presença de alguma garota, ja que elas mesmas iam atrás deles.
Era segunda-feira e de alguma forma não conseguia nem se concentrar no livro que lia, era a quinta vez que lia o mesmo parágrafo, os pensamentos só iam para um certo par de olhos Onix, que atordoavam sua mente constantemente. Suspirou, fechando as pálpebras fortemente, tentando organizar os pensamentos. Fechou aquele livro de literatura que tentava ocupar sua cabeça, mas decidiu trocar para um assunto que realmente a interessava, medicina.
Levantou da cadeira, indo até o penúltimo corredor da biblioteca, onde ficavam os livros de estudos mais avançados. Passou pelas prateleiras, olhando todos os tipos de livros sobre medicina, era como se fosse uma loja de doces pra uma criança, Sakura poderia passar o resto das aulas somente lendo todos ali, porém queria o que ainda nao tinha tido tempo de continuar a ler. Parou na frente da fileira, era sobre o corpo humano, tinham todos modelos de todas escritoras e editoras, autobiografias de famosos e renomados doutores mundiais. A edição que tanto procurou brilhou no meio de todos os outros, na terceira fileira da prateleira. Então se esticou para pegá-lo, ficando na ponta dos pés, encostou a ponta dos dedos na capa, mas não conseguiu agarra-lo.
De repente, sentiu uma pressão sobre si, um calor corporal se aproximando, a mão que ela levantou tentando pegar o livro foi coberta por uma maior, que o pegou ainda com a mão sobre a dela. A Haruno se assustou levemente pelo toque, se virando para trás rapidamente. Fitou aquele sorriso de lado, logo seu corpo tremeu.
— Anatomia humana? – Itachi perguntou olhando a capa e folheando as páginas pelos dedos de um jeito rápido. — Você consegue se distrair com isso?
— Eu... Gosto. – Disse se virando de frente para ele, que a entregou o livro. — Mas eu tento.
— Hm. – Murmurou levantando uma mão em direção a rosada, ela apertou o exemplar em suas mãos, temendo o que ele faria. O Uchiha apenas colocou a franja dela atrás de sua orelha, lhe dando uma visão ampla dos olhos verdes brilhantes. Sorriu ao ver ela o encarando com esperança que ele fizesse mais algo. Abaixou o tronco ficando na altura dela, tombou a cabeça em cima do seu ombro esquerdo, chegando perto do ouvido da rosada. O moreno inspirou, sentindo o perfume doce e forte dela. — Tem algum compromisso hoje a noite? – Sakura negou com a cabeça rapidamente. Itachi passou a mão pelo braço dela, descendo até a cintura dela apertando, como se quisesse segura-la. — Quer sair comigo?
— Acho... Que s-sim. – A voz falhou igual a respiração, a proximidade dele era muita, não poderia nem se dizer que eram mais do que centímetros.
— Me passa seu endereço mais tarde, vou te buscar às oito. – Sussurrou, deixando um beijo demorado na bochecha, bem próximo a boca dela, apertando mais a cintura dela contra o seu quadril. — Se arrume bem, talvez você seja a sobremesa. – Mordeu a carne do maxilar dela, a deixando mole em seus braços. A Haruno ainda segurava o livro nas mãos, o que distanciava eles um pouco.
— Eu... Vou dar o meu melhor. – Juntou todas as suas forças para sorrir quando ele se afastou.
— É melhor que sim. – Falou e sorriu de lado, saindo de perto dela, deixando Sakura e sua consciência tentando a acordar do transe.
***
— Eu mudei meus horários. – Ino disse chegando perto das amigas sentadas na mesa. Tenten, Temari e Sakura discutiam sobre qual dos tons de vermelho vinho combinava mais como esmalte, e isso já estava durando quase vinte minutos.
— Como assim? – Tenten perguntou assim que a loira mais nova colocou a mochila em cima da mesa.
— É... Eu quis mudar um pouco, eu estava ficando entediada, já tinha decorado todas as aulas. – Falou bufando somente de lembrar como era entediante as aulas de uma segunda-feira e de uma quarta-feira.
— Sim, mas como ficou? – Perguntou a rosada que colocava um maçã na boca, mordendo a casca e fazendo o típico efeito sonoro.
— Bom... – Começou pegando a folha dentro da bolsa, abrindo o papel dobrado. — Segunda, tenho aula de computação gráfica, Japonês com a Sakura, e nas duas últimas tenho aula de música. Educação física na terça com o Naruto e Kiba, Química com Shino, Geometria nas duas últimas. Quarta só física teórica e outra de Japonês. Quinta às duas primeiras vão ser de Fotografia, Trigonometria com o Lee e a Tenten, Geografia e álgebra com Sasuke-kun. Na sexta só mais uma de Química e de Biologia, a última é de Artes. – Terminou fechando a folha novamente e a guardando.
— Hm.... Artes na sexta? Deidara também tem aula lá. – Temari disse com um sorriso safado no rosto, olhando para a outra loira com a mão em baixo do queixo.
— O amigo do Itachi? O loiro? Ele é um gato... – Tenten suspirou fechando os olhos por segundos, como se estivesse lembrando dele.
— Falando em Itachi, como vocês estão? – Ino perguntou se virando para Sakura.
— Bom... – A rosada começou sorrindo boba desviando o olhar das amigas que a olhavam com atenção, corando levemente lembrando da cena dos dois na biblioteca. — Ele... Me chamou pra sair.
— O que?! – Todas elas disseram em uníssono, a Haruno se espantou as olhando com os olhos arregalados.
— Por que não me contou isso? – A Yamanaka perguntou com o tom um pouco mais sério.
— Aconteceu ainda hoje... Na biblioteca. Não tive tempo.
— Na biblioteca? – Tenten perguntou a olhando diretamente.
— Qual o problema?
— Por que tipo, a biblioteca é o lugar oficial da pegação... Aconteceu mais alguma coisa? – Temari colocou outro sorriso depravado no rosto, fazendo Sakura corar no mesmo instante e ficar em silêncio por trinta segundos.
— Aí... Meu... Deus! – Ino disparou olhando para ela com as sobrancelhas mais levantadas ainda.
— Vocês transaram?! – Tenten perguntou alto, fazendo as outras três a olharem para a Haruno vidradas.
— Claro que não! – A rosada disse com convicção. — Mas... A gente... Quase, quase, se pegou. – Confessou começando a corar na medida em que as meninas a olhavam com dúvida. Entendeu que elas queriam mais detalhes. — Ele... Veio em mim, chegou perto, e pelo amor de Deus... A tensão sexual está em mim até agora. – Falou suspirando incomodada. — Enfim, ele perguntou se eu estaria livre, eu disse que sim, então ele me chamou, e eu aceitei.
— Uma história romântica, até. – Temari disse.
— Sakura, como você consegue se controlar perto daquele homem? – Tenten perguntou colocando a mão na cabeça. — Jesus! Eu já estaria agarrando no mesmo instante.
— Vou mentir se falar que foi fácil me segurar... Ele tem uma mão, que eu nunca senti, mas deve ser mais boa do que a boca. – Falou divertida causando risadas entre as amigas. Logo suas risadas foram parando, sua mente lhe relembrou de um certo loiro, que foi causa de seus gemidos na noite de sábado quando se aliviou sozinha depois de chegar em casa ainda sob efeitos das carícias dele da tarde. Se lembrou de como agiram normalmente, como se fosse costume. Eram amigos e estavam fazendo aquilo, não sabia como a amizade ainda se manteve forte, mas não iria mentir, aquilo sim, era agilidade com as mãos. Devia estar achando isso de Itachi... Mas de alguma forma elogiava seu melhor amigo de lhe proporcionar a melhor masturbação que já teve.
Era como se o destino quisesse mantê-la presa a ele, quando ela direcionou o olhar para a entrada do refeitório, viu a cabeleira loira junto com um sorriso tão alegre contrastando o branco de seus dentes com a pele bronzeada, poderia estar rindo de alguma piada dos companheiros. Naruto entrava junto com seus amigos, mas quando o olhar dele se cruzou com o dela, não percebeu quem estava do lado dele, sentiu a espinha arrepiar quando o mesmo diferiu um sorriso de lado para ela, como sempre fazia, mas dessa vez a menina sentiu um comichão se alastrar no interior de suas coxas. Lembrou das sensações do último sábado, e lembrou que não tinha o visto desde o dia, chegou atrasada na aula e não teve tempo pra sair com ele no domingo.
— O que essa garota tá fazendo aqui? – Percebeu que o grupo se aproximou, quando a voz de Shikamaru brandou alto, se referindo a Temari, que fechou os olhos com calma ao lembrar da voz.
— E por que essa ratazana do satanás anda com vocês?! – Disparou olhando com raiva para trás.
— É isso que vocês chamam de relacionamento saudável? – Sasuke perguntou, com sua expressão neutra referindo-se a cena dos dois. Se aproximou da mesa, rodeando e indo para trás de Ino, colocando um braço de cada lado apoiado na mesa, abaixando o tronco e beijando a bochecha dela por trás.
— Nem fala em relacionamento saudável, vocês não se assumem e ficam se cobrando. – O Nara falou cruzando os braços observando o Uchiha se sentar ao lado da garota. Voltou a encarar Temari, que ainda lhe direcionava o olhar de raiva. — O que tá fazendo aqui ainda? Achei que tivesse entendido que sua presença me incomoda, pensei que mulheres fossem mais espertas.
— Você realmente não mudou esse jeito machista. Seria melhor você sair do que eu deixar de ficar com as minhas amigas por causa de homens como você. – A menina se virou ficando de costas para ele e voltando a atenção ao suco de caixinha que bebia.
— Vamos... É melhor você sair de perto antes que isso vire a Terceira Guerra Mundial. – Kiba o puxou pelo braço, sentindo Shikamaru puxa-lo de volta.
— Eu não vou sair. – O moreno pigareou ficando no mesmo lugar cruzando os braços, esperando que a menina saísse e lhe desse o lugar para sentar.
— Ah, você quer que eu saía pra você se sentar? – Riu debochada voltando a olhar para trás e encontrando os olhos castanhos. — Pelo amor de Deus!
— É sério... Você tá fazendo ceninha. – Ino disse olhando o amigo em pé revirando os olhos.
— Senta do outro lado da mesa e para com essa merda, teme. – Naruto disse e o Nara apenas soltou a respiração cansado de escutar as vozes de seus amigos.
— Engole o orgulho caralho, é só se sentar em outro lugar e aguentar ela aqui. Mas a Temari não é obrigada a ficar escutando seus discursos de ódio. – Tenten disse com raiva.
— Falou a inútil. – Shikamaru rebateu, fazendo a mesmo franzir as sobrancelhas cerrando o punho tentando se controlar para não o bater ali mesmo.
— Ah, não! Olha o que você ta fazendo! Só por causa disso. – Inuzuka disse puxando o amigo de volta.
— Me deixa, porra! Eu sei andar sozinho. – Se soltou novamente, agora cedendo o orgulho e indo para fora do refeitório, atraído por olhares alheios do pessoal que almoçava ali e que tinha presenciado a cena.
Kiba se apressou para ir atrás dele, mas uma mão feminina o impediu colocando o braço sobre o peito dele.
— Deixa que eu vou. – Temari estava de pé, olhando no fundo dos olhos pretos, o moreno sentiu a confiança vinda da loira e assentiu deixando ela ir.
— Não deixa ele fazer nada. – O Inuzuka disse, a menor assentiu seguindo o mesmo caminho que o amigo. Sabia que Shikamaru era muito explosivo, se Temari tentasse ir para cima dele... Não queria nem imaginar se ele fosse capaz de machucar uma mulher.
***
— Você está aí... – A loira isse descendo as escadas, observando os cabelos espetados de costas. Passou exatos sete minutos andando pela escola, que não tinha muito conhecimento, até acha-lo.
— Você parece que está me perseguindo! – Falou alto, colocando as mãos no rosto, tampando os olhos e apoiando os cotovelos nos joelhos. Aquela escada era seu único lugar de descanso, e até ali ela tinha o perseguido.
— E parece que você me odeia! – Afirmou descendo os degraus e parando em pé ao lado dele, enquanto ele continuava sentado na escada.
— Não parece... Eu realmente te odeio. – Falou tirando a mão do rosto e a encarando com desdém.
— Você está fazendo nossos amigos entrarem no meio da nossa confusão. – Temari o encarou de volta, cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha.
— E de repente você também decidiu passar a culpa pra mim... É tão irônico! – Olhou para cima como se estivesse escutando a coisa mais engraçado que já ouviu.
— E a culpa seria minha? – A loira abaixou a cabeça para o lado.
— E quem foi que causou isso tudo?! – Se alterou cerrando os punhos, a olhando com raiva. Temari apenas fechou os olhos e suspirou.
— Eu sou obrigada a aceitar quando qualquer homem me convida pra transar? – Perguntou com um tom talvez irônico, talvez sério. Ele não soube distinguir.
— Não me venha com essa merda de discurso feminista... – O Nara desviou o olhar dela para seus sapatos. Apenas a risada anasalada dela era possível de se escutar.
— Eu que fiquei brava só por que alguém não quis sair comigo? – Agora sim, ela foi irônica.
— Você não só me rejeitou, foram três vezes! Não foi uma, três! E foi só isso?! Não! Por que você não soube ser humilde e só dizer que não queria! – Temari viu ele se levantar com fúria, logo deu um passo para trás, tentou não sentir medo e continuar com a postura de antes, mas o olhar cortante dele se cruzou com o seu e fez seu corpo tremer. — Você me iludiu! Entendeu?! Brincou com os meus sentimentos, pra no final do me dizer que não atura homens machistas?! Que porra de desculpa é essa? – Gritou com sangue nos olhos, o coração de ambos batia mais forte, com os batimentos cardíacos quase estourando. A loira jurou ver lágrimas de ódio no rosto dele.
— Eu não disse que não aturava homens machistas! Eu disse que se você tivesse uma mãe presente na sua vida, não teria esses pensamentos idiotas! – Gritou de volta, a briga vista de outra pessoa, com certeza diria que os dois ali estavam surtando.
— Ah, sim! Claro! – Shikamaru virou de costas rindo em desespero, era uma risada frouxa, como se fosse uma de um psicopata pronto para matar alguém. E esse alguém com certeza seria Temari. — É como se você estivesse pegando motivos aleatórios pra se justificar! Pelo amor de Deus, Temari! Você não enxerga?! Eu só queria ter uma chance, a porra de uma chance com você! E você só me iludiu dizendo que talvez, sempre era um talvez. – Se virou de volta, colocando a mão na cabeça. — Eu tenho dó de quem se apaixonar por você. – Nesse momento ela sentiu o coração das voltas, um aperto se fez presente, seu sangue antes corria quente, agora se esfriou. A respiração se cortava, dificultando a saída e a entrada de oxigênio.
— V-você... – Começou, sentindo a garganta se aranhar. Suspirou, tentando manter a calma e pensar bem se aquilo que se passava pela sua cabeça era o certo. — Então... Tudo bem. – Disse em um suspiro abrindo os braços, como se tivesse perdido a partida. — Você quer uma chance, não é? Te dou essa chance. – Tentou sorrir ladino, mas seu coração batia forte demais, deixando seu sorriso meio tremido e ansioso.
— Eu acho que já é tarde pra isso. – Disse olhando para ela, sentiu seu próprio corpo se acalmar, deixando a adrenalina ficar menos agitada em suas veias. — Eu esperei demais.
E era de fato, uma ironia. Ele acabou de negar a chance que antes tanto pedia. Apenas saiu subindo as escadas e deixando a menina e seu coração mais acelerado do que nunca. Os lábios se abriam levemente, em choque pelo o que havia acabado de acontecer. Suas últimas lembranças de Shikamaru naquele dia foram dele subindo as escadas e a deixando sozinha.
***
Já se passavam das oito da noite, Sakura estava se vestindo atrasada, tinha ficado tão eufórica pelo encontro, que não percebeu a hora passar. Ela apenas pegou uma jeans preta, a vestindo nos tropeços, uma blusa branca com os ombros descobertos, magas ciganinhas, algum dos tênis que pouco usava e logo estava pronta. Agradeceu por Itachi ser um pouco atrasado também, e passou seu melhor creme corporal, um perfume doce, que usava somente em ocasiões especiais, essa era uma delas.
Deixou as madeixas lisas e grandes soltas em suas costas, e não decidiu passar nada nos rosto. Apenas creme facial, deixou o rosto limpo, não queria borrar o batom pra qualquer coisa que acontecesse.
E de imediato, a mensagem que ele mandou era um aviso que já estava a esperando na frente do prédio. Olhou pela janela pegando sua bolsa, Itachi estava com uma moto preta, e um capacete reserva no braço, ela sorriu largamente percebendo que iria o trajeto todo supostamente grudada a ele. Fazia um tempo que não andava de moto com alguém, mas estava confiante.
Apagou a luz do quarto, passou pelo corredor atravessando a casa o mais rápido que pode, tentando não o deixar esperando. Ela agradeceu por seus pais estarem fora, então poderia sair sem ficar com um interrogatório atrás dela.
A Haruno já estava andando pelo hall do prédio, saindo pela porta de vidro, observando o moreno que logo a jogou um sorriso e um olhar que secou a alma. Sakura passou pelo portão, indo até ele.
— Oi... Desculpa a demora. – Disse vendo ela se aproximar, junto ao cheiro de cereja que ela carregava.
— Tudo bem, eu também estava meio atrasada. – Sorriu sem jeito, logo o mais velho ligou a moto, colocando o capacete.
— Então, já andou de moto? – Perguntou lhe entregando o capacete no braço.
— Poucas vezes na vida. – Disse e sorriu novamente colocando a proteção, fechando o pequeno encaixe em baixo.
— Monta e segura firme. – Falou, as mãos dela tremeram um pouco, mas logo aproximou mais o corpo da moto, apoiou a mão no ombro dele e o pé esquerdo no pedal, passando a perna para o outro lado e se sentando no banco. Segurou nos ombros dele, mas sentiu a mãos frias dele se encontrem com as suas, descendo os braços e os rodeando em sua cintura. — Aperta bem, é perigoso. – Falou e ela assim fez, prendendo o corpo dele contra o seu. O arranque do escapamento a assustou um pouco, mas ele acelerou e rumou ao local de encontro.
***
E na escolha mais óbvia, Sakura não pensou. Um bar.
Pensou em um parque, uma lanchonete, até mesmo no restaurante de lámen, mas estava associando Naruto demais a isso.
Um bar não era a pior opção, melhor lugar para conhecer mais pessoas ou se conhecerem.
— Pede alguma coisa, eu pago. – Ela seguiu Itachi até o balcão, onde o barman chacoalhava uma bebida em um recipiente de metal. Se sentou junto a ele nas banquetas, e suspirou. — Quer uma indicação?
— Por favor. – Disse ela e ele sorriu de lado, como se conseguisse ler o que ela pensava.
— Dois copos e um Jack Daniels, por favor. – O Uchiha informou a outra atendente que assentiu rapidamente, sumindo dentro do armário de bebidas.
— Whisky? – Perguntou retórica. — Não é uma bebida muito forte?
— Sim, mas acho uma boa para podermos nos soltar mais. – E novamente, a rosada sorriu boba.
***
Na ótima companhia de um balde de pipoca e de uma garrafa de Coca-Cola, Naruto passava a noite assistindo um filme aleatório de sua conta na Netflix. Se passavam da meia noite, seus avós e seus pais dormiam, mas ele ainda não conseguia sentir sono. Sua febre insistiu em continuar durante o fim de semana, e agora parecia mais calma, porém a dor de cabeça continuava. Como se fossem batidas no fundo de sua consciência, mas os sons que escutou foram reais. Alguém bateu na porta.
Não que ele quisesse dizer que era confiante, mas sentiu medo das muitas vezes em que nunca pensou em se sentir recuado. Era madrugada, estava silêncio, a não ser pelo som quase inaudível do filme que rolava dos fones de ouvido que ele usou para assistir. Uma pessoa bateu na porta, e de novo, pensou na pior hipótese, um ladrão, sequestrador, mas se levantou, ainda com um pé atrás. Foi até a porta, respirou fundo três vezes, e a abriu de supetão. Estufou o peito, e olhou para a pessoa em sua frente. Ao seus olhos se encontrarem com as íris verdes, sua postura se desmoronou no momento em que viu as lágrimas brotando no canto das pálpebras.
— Sakura?
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