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História Medo - Capítulo 19


Escrita por: Arauta

Capítulo 19 - Capítulo 19


Ouviu a porta se abrir, mas não se virou. Era a terceira vez que Sakura entrava no quarto aquela noite e nenhuma das vezes tinha batido. Logo que começou a trabalhar, Ino a chamou e ela se foi. Regressou a primeira vez para chama-lo para preparar o jantar e ele disse que estava ocupado e que não iria jantar. A segunda vez foi para fazer o tratamento para insônia, que recusou com a mesma desculpa. Sakura não protestou nenhuma vez, e isso era um mau sinal.

– Gaara, já é tarde. – Diz parando ao lado dele. – Você precisa ir dormir.

– Estou ocupado.

– Esses são meus relatórios? – Pega uma das folhas para ver de perto. – Está questionando meu trabalho?

– Sei que você está me escondendo alguma coisa. – Suspira, a olhando. – E pelo bem de Suna, preciso descobrir o que é.

Dizer que Sakura estava com raiva era pouco. Ela estava furiosa. Prova disso foi que devolveu a folha que tinha retirado do relatório com tamanha força que a escrivaninha não suportou e se partiu. Então ela respirou fundo e girou sua cadeira para que ficasse de frente para ela.

– Pelo o bem de Suna? – Se apoia na cadeira para ficar cara a cara com ele. – Escuta aqui, seu arrogante presunçoso. – Diz ela praticamente roçando seu nariz ao dele. – Eu que estou vendo seu povo sofrendo naquele hospital, eu que estou dando meu melhor para aliviar esse sofrimento e sou eu quem tem que olhar nos olhos dos familiares e dizer que não fui capaz de salva-lo. – Diz com a voz dura. – EU prezo pelo bem de Suna!

– Sakura, se acalme.

– Me acalmar? – Ri, ficando ereta e empurrando a cadeira com os pés, quase o fazendo bater na parede, não fosse pela a areia que o amparou. – Como ousa colocar em dúvida meu profissionalismo e minha lealdade? Eu recebi uma missão: ajudar Suna. E estou dando meu sangue por ela.

– Então por que não me conta o que esta ocultando?

– Porque minha vida pessoal não é da sua maldita conta, Kazekage.

Isso o emudeceu. A forma como pronunciou seu titulo com desprezo. Mas não teve tempo de paralisar, já que Sakura se dirigiu a porta. Cobriu a maçaneta com areia e Sakura se deteve, mas não se virou. Deixou que alguns minutos passassem, com os dois em silencio, tanto para aplacar o humor dela, quanto porque não tinha realmente pensado em nada para dizer.

Que o segredo de Sakura fosse algo relacionado a vila era bem pouco provável, sabia disso. Simplesmente não gostou que lhe ocultasse informação e tinha feito aquilo para afeta-la, mas não imaginou que a afetaria tanto. Ela estava rígida, podia ver seus ombros tensos, e por baixo de toda aquela ira, sabia que também havia magoa.

– Me desculpe. – Pediu, ganhando a atenção dela. – Em nenhum momento duvidei de sua lealdade ou de sua capacidade. – Admite. – Temari me disse que tem uma equipe médica para traduzir seus relatórios e mesmo assim eu peguei as cópias que ela guarda aqui. – Explica. – Não tenho a menor ideia do que está escrito ali. Mas como você não confiou em mim para contar o que tinha acontecido, eu quis desconfiar de você.

– Está em seu direito. – Diz seca.

– Sakura...

– Me deixará sair, Kazekage? – Pergunta sem se virar. – Se não pretende receber seu tratamento não há razão para eu estar aqui.

– Eu quero receber meu tratamento.

– Então me deixe ir buscar o óleo.

– Você sabe que eu prefiro o outro método.

– O outro método exige confiança. – Diz ainda de costas para ele. – E confiança é uma via de mão dupla.

– Eu magoei você e eu sinto muito por isso. – Se aproxima lentamente. – Mas não diga que eu não confio em você. Confio minha vida a você e o bem estar de Suna.

– Não é o que parece. – Se vira de frente para ele.

– Eu sei. – Suspira. – Quando pedi a ajuda a Konoha exigi que você fosse enviada para essa missão porque é a única que considero capaz de lidar com esse problema, a única que confio para colocar a saúde de Suna em mãos estrangeiras. – Explica. – O de agora foi...

– O Gaara. – O interrompe. – O Kazekage confia em mim, no meu trabalho. Mas o Gaara não.

– O Kazekage confia em você, nenhuma dúvida nisso. – Concorda. – O Gaara estava apenas ciumento, inseguro, e agiu impulsivamente.

– Impulsivo? – Coloca a mão na cintura. – Você?

– Agimos sem pensar quando sentimentos estão envolvidos.

Isso a emudeceu. E permaneceram em silêncio vários minutos, apenas se encarando. Não estava acostumada a lidar com pessoas que admitiam sentimentos com facilidade. Gaara tinha dificuldade para compreender os sentimentos, mas não gostava de mentir para si mesmo. Estava apaixonado por Sakura e não se envergonhava disso. Se Sakura não tinha parado para pensar ou não estava pronta para falar a respeito, bem. Iria esperar o tempo dela. Mas não se ocultaria, nem dela e nem de ninguém.

– Deite-se. – Diz indicando a cama com a cabeça. – Precisa descansar.

Os olhos dela estavam expressivos. Diziam muito. Assentiu com a cabeça e caminhou até a cama. Retirou a blusa e a calça antes de se deitar. Não estava seguro do que faria, se iria pelo óleo, se deitaria com ele. Estava claro que não queria continuar o assunto que tinham iniciado e Gaara respeitou isso. Ficou ali, deitado, sustentando o olhar dela. Esperando pacientemente que se decidisse. Sakura parecia tão incerta do que faria quanto ele. Mas depois de alguns instantes parada, se afastou da porta em direção a cama.

Parou ao lado dele e retirou as roupas. Cada peça saiu de seu corpo devagar, como se mesmo agora não tivesse certeza de sua decisão de ficar. Gaara não disse nada, não tentou aplacar nenhum dos temores que via em sua expressão. Quando esteve nua, se pôs sobre ele. Gostava de sua desinibição, estava satisfeita com seu próprio corpo, ciente de suas habilidades sexuais, e já tinha superado sua insegurança em relação aos seus gostos. Pelo menos com ele.

Sakura se debruçou sobre ele, mas ao contrário do que pensou, não o beijou. Colocou o rosto no vão do pescoço dele e prendeu sua orelha entre os lábios. Arrepiou-se com a carícia úmida. A língua dela percorreu a área sensível lentamente. Deslizou as mãos pelas costas dela, um toque singelo, sem apressa-la ou incentiva-la. Esperava, apenas esperava. Com a paciência que só um ninja experiente poderia ter.

Perdeu o peso do corpo dela quando Sakura se jogou para o lado e sentou na cama sobre seus joelhos. Ela deslizou os olhos para baixo, agarrou o cós de sua cueca e rasgou o tecido de um puxão. A brutalidade daquelas mãos delicadas o excitou ainda mais. Sakura o olhou, queria ver sua reação ao gesto brusco. Mas Gaara manteve a face em branco.

A mão dela era quente e macia. Seu toque firme e experiente. O olhava nos olhos enquanto o manuseava, como se testasse seu nível de conforto com ela. Buscava em seu rosto qualquer sinal de dúvida. Se encontrasse qualquer uma, recuaria. Gaara sabia disso. Mas ao que parecia, tinha muito mais certezas do que ela.

– Essa é a hora de dizer não. – Anunciou.

– Sim. – Murmura. – Eu digo sim.


Notas Finais


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