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História Medo Do Escuro - Os Irmãos da Paz


Escrita por: calebcorleone

Notas do Autor


Introdução ao tema seitas! Os Irmãos da Paz irão aprontar muito ao longo da história.

Capítulo 5 - Os Irmãos da Paz


1.

Caleb havia sido levado para o hospital, mas como insistia em dizer que estava bem, recebeu alta. Já passava de quatro horas da madrugada quando eles chegaram em casa. Na manhã seguinte todos já falavam da repentina falta de luz que havia feito muitas pessoas perderem um episódio explosivo de S.O.S Malibu, todos estavam indignados. “Um corte de luz desnecessário e sem aviso? Isso é errado!”, exclamavam uns, “Eu não acredito que eles cortaram nossa energia bem na hora da série!”, diziam outros. A falta de energia tinha sido em toda a cidade, e Caleb não sabia se era por causa da Usina ou por causa do que havia acontecido na noite anterior. Acordou às 6:00 da manhã, bem antes do que costumava acordar, e desceu para tomar o café da manhã com a tia, pois a irmã ainda dormia. 

 

- Você vai me levar à escola hoje? - perguntou ele.

- Não, você não vai hoje à escola! - determinou Eve, mas Caleb a olhou com olhar de tristeza. - Aquilo que aconteceu ontem não tem explicação! Sua janela explodiu e a Usina S & A já confirmou que não desligaram a energia da cidade. É difícil entender. 

- Tia... - Caleb queria contar o que tinha visto, mas sabia que Eve não acreditaria e encontraria uma explicação racional como “Você estava com medo!” - Eu quero ir à escola hoje. Preciso ver meus amigos, preciso ver o Alex. Você sabe que ele é cuidado por uma mulher que não dá a mínima pra ele, e ele é meu melhor amigo, não posso deixá-lo.

- Você está se sentindo bem o suficiente para ir? - o garoto se lembrou do momento em que aquela luz dourada entrou por sua boca, lembrou daquela criatura pedindo algo de volta… sentiu um arrepio.

- Sim!

Caleb estava suando no carro, se sentia diferente, como se estivesse sendo mudado por dentro. Umas nove vezes no caminho para a escola, Eve perguntou se o garoto estava bem, e ele sempre dizia que sim, mesmo sentindo pontadas no estômago e na cabeça de vez em quando. Quando chegou na escola, nem deu tchau para a tia e foi logo correndo, como se estivesse fugindo de algo, de algo muito assustador! O primeiro tempo ainda não havia batido e Alex não havia chegado, então ele foi até a biblioteca e pediu um livro de demonologia para a bibliotecária. 

 

- Esses livros não são para sua idade! - os livros mais pesados, não literalmente, mas sim, mais difíceis de ler, ficavam na ilha da bibliotecária. 

- Por favor, eu preciso.

- Seu professor pediu? - a mulher era linda e novinha, mas quase um estereótipo de bibliotecária antipática.

- Não, na verdade, sabe o que é… - Caleb começou a usar seu poder de persuasão. - O diretor Brian está começando um projeto particular sobre seitas e esse tipo de coisa, e pediu para que eu viesse buscar um livro desses pra ele. 

- Preciso da autorização dele, mesmo que escrita num papelzinho.

- Ah, qual é Cindy?! Você é uma pessoa legal e jovem, porque tem que ser tão  velha ao mesmo tempo? Para com isso e me dá o livro! - ele não aguentava ficar tanto tempo esperando, então, viu que três garotos bem bonitos entraram na biblioteca. Eram Sam Davies, Michael Roberts e Esteban De La Cruz, os mais cobiçados adolescentes da escola, e Cindy não parava de olhar para Esteban. - Vi que gosta do Esteban.

- Quê? Cala a boca e sai daqui pirralho. 

- Eu não sou pirralho, tenho 12 anos, e… - ele a olhou no fundo dos olhos e sua voz ficou terrivelmente fria e arrastada. - Se você me der o livro que eu quero, posso arranjar um encontro seu e do miserável do Esteban!

 

Os olhos de Cindy ficaram vermelhos por dois segundos e ela piscou os olhos, confusa, balançou a cabeça positivamente e pegou o livro que Caleb tanto queria. 

 

- Muito obrigado. - falou ele, rindo. 

 

Depois foi até Esteban, que estava sentado próximo à fileira de livros de química e sentou-se do lado dos garotos, que olharam para ele sérios e depois começaram a rir feito bobocas.

 

- O que quer aqui seu idiota Gianni. - falou Sam.

- Eu quero falar com você Esteban. - quando o garoto falou aquilo, o idiota De La Cruz ficou assutado. 

- Comigo? 

- Sim, quero que saia com a bibliotecária. - antes de Caleb terminar a frase, Esteban virou os olhos e riu. - Olhe nos meus olhos Esteban, seu merdinha! - Sam, de impulso, pegou o pescoço de Caleb, e Esteban pediu para ele parar. 

- Está bem, vou olhar nos seus olhos, o que quer?

- Quero que você, Esteban De La Cruz, saia com Cindy Williams. Hoje! É uma ordem.

 

Os olhos de Esteban ficaram como os de Cindy e ele piscou. Caleb sorriu de canto de boca e se levantou, piscando para os outros rapazes com deboche e saiu da biblioteca, levando o livro. Ele não tinha noção do que estava fazendo, era automático.

 

2.

Aquele foi um dia estranho, e não só para Caleb, mas também para sua irmã Sofie. Naquela manhã um grupo de pessoas havia se instalado na antiga penitenciária da polícia, que havia sido reformada e parecia mais uma igreja. Mas era exatamente isso: uma igreja, ou melhor, parecia uma igreja. Sofie estava indo a escola caminhando, e passou em frente ao local. Sinistro. Antes velho e caindo em pedaços, agora estava completamente branco e com um belíssimo painel com o símbolo da igreja. Era uma cruz com o nome ``Irmãos da Paz embaixo, tudo azul e branco, com fundo preto. De lá saiu um garoto bem bonito, rapaz um pouco maior que Sofie e cabelos pretos, olhos azuis e um sorriso bem grande. Ele saiu de dentro da igreja com um homem um pouco velho e que parecia ser seu pai, dizia algo que o fazia sorrir. E aquele sorriso fez Sofie parar no tempo, ou melhor, o tempo não parou, mas ela… Acabou não vendo o degrau bem na sua frente e acabou tropeçando, e derrubou alguns livros da escola. O garoto foi até ela e ajudou-a.

 

- Você está bem? - ele perguntou, parecia realmente preocupado. - Minha nossa, caiu tudo. - ele riu e ela riu também.

- Está tudo ótimo eu só… - “Ele é muito gato!”, pensou ela. - Eu só preciso ir pra escola agora, acho que vou me atrasar.

- Onde você estuda? - o pai do garoto se aproximou, e com um sorriso no rosto perguntou se a menina estava bem. 

- Eu estou ótima. - ela voltou seu olhar para o menino. - Estudo na Victoria Elementary and High School.  - ele fez cara de surpresa.

- Também! Cheguei aqui faz três dias, e… Vou estudar lá também. Hoje é meu primeiro dia.

- Ótimo, já fez uma amiga. - falou o homem, que era altíssimo visto de baixo, Sofie logo se levantou e começou a sorrir. 

- Meu nome é Sophie. 

- Este é meu filho, Oliver, e eu sou o Sean. - ela ria feito boba e não conseguia parar. - Bom - falou o homem, olhando o relógio. -, é bom irem andando, já vai bater o sinal.

- Vou buscar minha bolsa. - falou Oliver e correu. “Parece o cara perfeito.”, pensava a menina.

 

3.

Os dois foram para a escola falando de suas vidas e conhecendo um ao outro. Oliver era agradável, e um pouco safado mas era uma pessoa legal. Sofie perguntou sobre a igreja, e ele explicou que era um local que abrigava crianças carentes e desabrigadas, e que eles andavam de lugar em lugar pregando sobre a paz no mundo e sobre o amor ao próximo.

 

- É uma parada meio hippie, sabe? - explicou Oliver, e Sofie balançou a cabeça positivamente. - A chefe, aquela que comanda tudo é a Ayana, uma mulher muito legal.

- Nossa, nunca tinha ouvido esse nome, é bonito.

- Sim, significa “bela flor”, é de origem africana. - Eles haviam chegado na escola e entraram.

 

Bem a frente dos dois veio Oliver, com a aparência muito cansada e parecia estressado também. Ele parou na frente de Sofie e Oliver.

 

- Você viu o Alex? - perguntou ele. Estava com olheiras.

- Minha nossa, Caleb, você está horrível!

- Obrigado, irmã. - falou ele com deboche. - Agora, você viu o Alex? - o menino ignorou completamente a presença de Oliver.

- Não, mas a Lisa está ali - ela apontou de forma bem discreta. - Vindo atrás de você. - Caleb virou-se, pediu para Lisa correr e depois virou-se para a irmã novamente, agora notando Oliver.

- Quem é esse? Seu novo namorado?

- Não, eu sou amigo dela. - falou o garoto, que não tirava os olhos de Caleb, que, igualmente, não tirava os olhos do maior. - E… você não está atrasado para a aula? 

- Não. O sinal não está batendo desde às sete e meia. - Oliver desviou os olhos dos de Caleb, como se sentisse observado pelo garoto, como se Caleb estivesse lendo os pensamentos dele. Lisa chegou, e Caleb começou a falar frenético: - Elisabeth, preciso falar com você urgentemente. Agora!

- Sim. - falou a menina, estranhando o amigo. - Eu odeio que me chamem de Elisabeth, está tudo bem com você?

 

Caleb puxou a menina para eles terem privacidade, e Sofie achou aquilo, de certo esquisito, no mínimo.

 

- Seu irmão é bem maluquinho não é? - falou Oliver, rindo.

- Desde ontem, quando a janela do quarto dele explodiu que ele está assim: esquisito.

- Explodiu?

- Sim. Ao mesmo tempo a cidade perdeu eletricidade, estranho não é?

 

O garoto balançou a cabeça positivamente, e os dois foram para suas salas. O corredor estava vazio, pois mesmo sem o sinal tocar, os alunos estavam nas salas. Exceto Caleb e Lisa, que estavam numa sala vazia. Quando Oliver passou com Sofie por aquela sala, não desgrudou os olhos de Caleb, pois sabia o queria e precisava saber o que ele estava escondendo.

 

4.

Naquela manhã, os Irmãos da Paz bateram de porta em porta convidando pessoas para sua palestra naquela noite. Iriam falar sobre a guerra da fome no mundo, e muitos se interessaram. Mas quando bateram na porta de Alex, Julie já gritou logo:

 

- Não queremos saber das histórias das Testemunhas de Jeová! - ela estava deitada escutando rock pesado, numa altura razoavelmente boa. Viu Alex acordando e perguntou para o menino: - Não vai para a escola cagão?

- Sem vontade.

 

Ela deu de ombros. Mais uma vez bateram a porta, e ela repetiu o que já havia dito antes, só falou um pouco mais alto. Alex a olhou com desprezo e foi até a porta ver quem era, e não pareciam nadinha com as Testemunhas de Jeová. Primeiro que não usavam terno e gravata, mas sim roupas brancas e uns chapéus bem fofinhos, estilo anos 50, e a única mulher usava um vestido cinza e muito bonito, luvas e um chapéuzinho também estilo anos 50, feminino. Eram só essas três pessoas. E a mulher tomou a palavra:

 

- Olá jovem rapaz. - Ela era muito bonita, certamente de ascendência africana. Alex achava as mulheres negras as mais belas. - Somos da igreja Irmãos da Paz, e queremos convidá-lo para uma grande palestra sobre o amor e a paz na terra. Seus pais estão aí? 

- Eu não tenho pais. - respondeu tristonho. 

- Oh! - exclamou ela. - Que coisa. Não tem nenhum responsável? 

- Sim, pode-se dizer que sim.

- E amigos? - ela parecia assustadora agora. - Adoramos crianças da sua idade Alex. Cuidamos de crianças sozinhas e atraímos elas para o nosso caminho!

- Como sabe meu nome?

- Você me disse.

- Não disse, não. 

- Oh, querido. - Ela pegou o rosto de Alex com carinho. - Esteja na nossa palestra hoje. Chame seus amigos. Tem amigos, não tem? - Alex mexeu a cabeça positivamente. Quem são seus amigos? - indagou a mulher. 

- Tem a Ana, o Patrick, a Lisa e o Caleb. 

- Caleb. - falou ela, olhando para os outros dois homens. - Onde ele mora, Alex? 

- Por que quer saber?

- Nada. Nada - ela riu. - Só queremos convidá-lo também. Afinal, amamos crianças! - Alex estava desconfiado, mas deu o endereço de Caleb. - Bom, obrigado Alex. Somos os Irmãos da Paz, e não as Testemunhas de Jeová. Fale isso com a sua babá. Sou Ayana Prudence, foi um prazer conhecê-lo, e espero vê-lo hoje.

 

Ela foi embora com os outros dois homens e Alex fechou a porta. Depois se perguntou se era certo dar o endereço de alguém para pessoas desconhecidas. Ele pensou em falar com o amigo, mas Caleb estava na escola. Então foi correndo para o quarto e se vestiu; ele ia falar para o amigo o que tinha feito. O lema era: “Sem segredos, sem bagunça!”.

E foi para a escola correndo!

 


Notas Finais


O que estão achando? Sua opinião é muito importante e decisiva, pois leva a história a outros rumos.


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