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História Meia noite você vai embora - 22:01 - Os vícios


Escrita por: PatyNinde

Notas do Autor


Capítulo novo. Lotado de amor.

Estou apaixonada pela história.

Capítulo 4 - 22:01 - Os vícios



O caldeirão furado era um lugar excelente, desde que você não se importasse em ser visto com pessoas específicas.

Ronald Weasley era uma pessoa bem específica.

A sorte de Pansy era que seus conhecidos não frequentavam os mesmos lugares que a ralé.

Ela estava com a ralé, então estava segura. Quem imaginaria que Pansy Parkinson estaria se aventurando por aquelas bandas?

xx

Panquecas eram a especialidade de Tom. De todos os tipos, formatos e sabores.

O balcão estava recheado de panquecas, mesmo sendo noite e o local estando quase vazio. O cheiro era inebriante, e provocava todas as sensações possíveis. Havia quem arriscasse dizer que Tom enfeitiçasse a farinha com cinco encantamentos diferentes para a massa parecer mais apetitosa. Rony não duvidava, mas também não fazia caso. Estava pouco se importando com o processo produtivo das panquecas.

Tinha problemas maiores.

Vícios maiores.

Sim, Pansy era um vício. Não uma paixonite,possível namorada ou candidata ao posto de esposa perfeita.

Pansy era um ato de rebeldia. Um protesto por ser o secundário. O terceiro elemento que não poderia fornecer algo de útil ao mundo bruxo. O filho que chegou quando a mãe já estava farta de ouvir a parteira anunciar a chegada de mais um garoto ao mundo.

— O que vai querer hoje, meu jovem? — Tom chegou arrastando os pés e limpando um copo com um pano de natureza duvidosa, que passaria facilmente por um lenço encardido de Hagrid.

— Duas cervejas amanteigadas, Tom, e duas panquecas de abóbora com sapos de chocolate.

— Noite especial?

— Não. Apenas um bate-papo entre conhecidos.

Tom era fofoqueiro também. Intrometido e bastante invasivo, se lhe permitissem. Rony nunca permitia.

O garoto olhou para o relógio pela quarta vez.

Ela estava atrasada.

Ou não viria, e aí seriam alguns galões jogados no lixo.
Alugara o quarto até meia noite, e dentro da reserva acrescentara algumas coisas. Não tinha dinheiro para bancar os furos de Pansy.

Não tinha dinheiro para Pansy Parkinson.

Ela era a boneca cara que Gina desejara aos sete anos, e seus pais nunca puderam comprar.

Mas eles nunca podiam comprar nada mesmo.

xx


— Ronald. Rony. Ron — à medida que a escova de plástico corria preguiçosa pela cortina de fios, Pansy murmurava no tom de voz mais silencioso que pudesse existir, o primeiro nome de Weasley. Queria experimentar a sensação de falá-lo em voz alta, saber quantas curvas seus lábios faziam ao pronunciar o R e fechar no N.

O nome era agradável e repulsivo.

Um paradoxo.

Mas pronunciá-lo era pecaminoso, viciante.

Ron Weasley era a droga mais complexa que ela experimentara. Não que houvesse conhecido muitas.

xx

Paciência era uma virtude, e ele não se considerava abençoado por possuí-la. As panquecas completamente devoradas, e a cerveja amanteigada bebida até a metade provavam que paciência era para Luna Lovegood, seu pai, ou qualquer outro que não fosse Ronald Weasley.

Seus dedos tamborilavam, quase automaticamente, pelo tampo de madeira.

Ela não viria.

Por que estava ali mesmo?

xx

O terceiro copo de Firewhisky já havia sido completamente consumido. O último nuque do bolso fora completamente consumido em balas de fada, um doce muito ruim e por demais açucarado, o que vinha a calhar.

Embriaguez não era um motivo para se orgulhar. Que sua mãe nunca tomasse conhecimento do fato. Nunca bebera mais do que duas doses de cerveja amanteigada, e elas não deixavam ninguém bêbado — a não ser os elfos domésticos.

Molly Weasley ficaria Desolada.
Rony Weasley seria o motivo, novamente.

xx

Ela não apareceu.

E Ele foi ao único lugar de que se lembrava; que as pernas ainda conseguiam guiar.Onde sabia que não seria alvo de um olhar materno desapontado.

xx

— Ron? O que faz aqui? Céus! Olhe só para você. Bêbado feito um porco. — o vulto de cabelos crespos e desalinhados atendeu a porta. Hermione.

Estava divina sob a meia luz da lâmpada pendurada na entrada da casa. Bolsas debaixo dos olhos e um rosto bastante inchado, que denunciavam uma sessão ininterrupta de choro e socos no travesseiro.

Ele a conhecia bem demais.

— Eu preciso entrar, Mione. Não posso voltar para casa desse jeito.Minha mãe vai ter um ataque apoplético. — ele apoiou os braços no batente, enquanto se deleitava com a imagem de sua amiga com um robe de algodão e o semblante de quem havia acabado de colocar um ponto final em alguma relação ou sentimento.

— Meus pais não estão em casa, Ron.Foram para uma convenção de odontologia em Bruxelas.

— Eu prometo ficar quietinho. Sei me comportar... Ah não ser é claro — o garoto umedeceu os lábios e engoliu uma saliva imaginária — que você não queira que eu me comporte.

O álcool faz isso com as pessoas.

Elimina a sombra de sanidade que o cérebro tenta projetar quando vê que os instintos estão exercendo máximo controle sobre o corpo.

Hermione bufou impaciente.

— Você fica. O segundo quarto à esquerda, subindo as escadas.

Rony permaneceu parado.

Sua Hermione.

Era bom tê-la ali.


xx



Hermione conhecia uma infinidade de chás. Eles estavam bebericando uma infusão de ervas indianas, sentados no sofá, quando tudo começou.

Com aquela parcela ínfima de coragem, acentuada pela bebida, ele perguntou sobre as coisas do coração. O tema desesperador.

E ela contou.

Compartilhou sua solidão.

Tocou as mãos do garoto ao seu lado, e soltou, como se ardesse. Como se estivesse fazendo a coisa errada.

Talvez fosse o vermelho.

— É bom ter você aqui, Ron — Hermione murmurou alisando o robe com as mãos fechadas. Uma mania muito antiga. Ela estava nervosa.

— Eu acho que não poderia existir um lugar melhor para estar. — Rouco e quente, ele exalava seu perfume amadeirado por todo o espaço, bastante diminuto, que ocupava.

O corpo guiava a mente. Ela estava diante dele, os olhos pediam seu toque.

Não desapontaria a garota que habitava seus sonhos havia um ano.

Depositou um beijo na testa da garota. Reverencialmente, respeitosamente. Casto, puro e amável.

As peças de roupas foram caindo sem qualquer pretensão de retornarem tão cedo aos corpos de origem.

Hermione era curvilínea. Seios médios, cintura estreita, quadris arredondados. Era leve, mas não passava despercebida. O desejo de cobrir a pele morena com beijos guardados há tempo demais, crescia à medida em que deixava os próprios sentidos conduzirem seus atos.

Cabelos compridos, lábios completos e macios. O cheiro de colônia cítrica e hidratante trouxa.

Deveria agradecer à Pansy. As coisas estavam se ajeitando afinal.

xx

Uma boneca na vitrine dos Parkinson.

Branca, apática, esquelética e luxuosa. Feita da porcelana mais fria, talvez com alguns salpicos de neve para torná-la gélida como as águas da Noruega.

"Pansy custava caro." Seus pais reforçavam essa frase em todos os tempos verbais, todos os dias.

Garotas como ela não se casavam com qualquer um. A mãe havia lhe dito isso em seu aniversário de 15 anos, enquanto o mundo bruxo atravessava outra guerra.

—Pansy, querida — a mãe tinha o hábito desagradável de chamar as pessoas de “querida”; uma voz exageradamente doce, um batom vermelho melado contornando a boca fina enquanto as palavras saíam como se fossem mecanicamente ensaiadas. — Um homem só nos é útil quando pode oferecer todo tipo de conforto. Não me entenda mal, querida.

Se a mulher usasse a palavra querida mais uma vez, Pansy sabia que as chances de cometer parricídio seriam gigantes.

Leona Parkinson, casada com Edward Parkinson há exatos 20 anos, nunca desejara um filho, tampouco uma filha. Pansy foi o resultado da insistência do marido e da sociedade, que constantemente cobrava um herdeiro para o império dos Parkinson.

Leona tinha nojo de crianças. No início do casamento sofrera duas intoxicações por poções contraceptivas e secretamente provocara três abortos. Até o dia em que engravidou e não pôde mais evitar o seu destino, ou sentença, como ela costumava confidenciar à algumas amigas muito íntimas.

— Um homem pode falhar em muitas coisas, desde que estas não sejam: o sangue puro, o prestígio familiar e o dinheiro. As demais coisas o dinheiro dele pode comprar, e por “demais coisas” você sabe a que me refiro, não é mesmo? — um olhar lascivo que fez o estomago de Pansy dar três voltas foi o prenúncio de uma conversa desagradável.

A mulher, que tinha longos cabelos loiros e olhos azuis, alisava a mão da filha com fingida cumplicidade. O corpo bastante definido e atípico para uma senhora de 40 anos estava envolto em um vestido de seda azul royal, e os pés eram sustentados por uma sandália prateada com um salto descomedido. Era o seu aspecto todos os dias. Leona Parkinson estava sempre preparada para festas de gala.

— Não quero saber de seus amantes, mamãe. — A língua ferina da filha causou o efeito desejado.

— De quê precisa, Pansy querida — o “querida” já não tinha a fingida doçura, mas uma dose cavalar de um veneno mortal. – Para que aprenda, de uma vez por todas, a não fazer uso desta palavra nesta casa. Espero que cruciatus seja suficiente.Há tempos não uso minha varinha para realizar maldições imperdoáveis.

A garota sentiu cada nota gélida na voz da mulher que, perante a sociedade, se comportava como a melhor das mães. A Sra. Parkinson não gostava de ser chamada de ser portadora do presente título. E Pansy descobrira isso da pior forma possível.

Enquanto saía do banho, aos seis anos de idade, a garota pediu que a mãe escovasse seus cabelos, volumosos e longos à época. Ao ser chamada de tal forma, Leona cravara as unhas enormes no bracinho magro e com violência colocou a menina de frente para a penteadeira. Enquanto as lágrimas da pequena Pansy escorriam abundantemente, a mulher a fazia olhar para o espelho, à medida que puxava as longas madeixas com força, a escova arrancava tufos e mais tufos de cabelo.

“Odeio o seu cabelo. Odeio tudo em você. Não me chame de mãe, pois não somos parecidas. Olhe para o espelho, você parece um buldogue. É a cara de seu pai”

Pansy Parkinson nunca mais deixou o cabelo crescer. E com o tempo as discussões com a mãe se mostraram muito mais raras, pois elas quase não se encontravam mais. A mulher tinha diversos amantes e, enquanto o marido viajava, aproveitava todo o espaço da mansão para acomodá-los, ou inventava viagens que justificassem sua ausência das colunas sociais.

Pansy custava caro. Seus pais podiam pagar.

Mas e se nao quisesse pertencer à esta família?

xx

Toque. Nada era sobre toque com os outros. Eles não eram bons em coisa alguma. Ela fazia aquilo pela conveniência, pela rebeldia. O prazer era consequência. Mecânico e instintivo. Animal.
Ela estava por cima, os olhos abertos. Não via as sardas no peito marmorizado, coberto por finas penugens loiras. Era do tom de cobre que ela sentia falta. Estava distraída e por isso não notou o tremor no corpo pálido, definido por alguns treinos de quadribol, que anunciava seu orgasmo – e a partir disso, ela já sabia que não precisava se demorar mais. Mais três vezes, e acabariam.

— Por que não deixa esse seu cabelo crescer, hein? Ficaria muito melhor. Tenho a impressão de que você usa uma tigela de sopa como molde de corte — a voz rouca e levemente fanha de Draco ecoou pelo dormitório dos monitores, onde ambos estavam deitados depois de uma noite em claro.

— Por que você não vai à merda? —  Pansy falou entre risos, mesmo o peito ardendo e a sensação de unhas apertando seu braço martelando em seu cérebro. A imagem da mãe retornou com força.

xx

— Pare de me seguir Nott! Nenhuma de suas cadelas da Lufa lufa aceitou transar com você hoje? Vá embora!

O garoto magro de porte atlético seguia Pansy após o fim da partida de quadribol. Sonserina versus Grifinória. Os leões haviam sido derrotados, então o campo ficou vazio muito rápido.

— Eu vou aonde você quiser se a senhorita for boazinha e fizer um bom trabalho. – Nott tinha um sorriso malicioso nos lábios e com a com a mão direita alisava o membro já ereto. Pansy sabia o que ele queria, mas não estava afim de fazer aquilo, não naquela hora. O lugar nunca fora problema para ela, mas não queria. Não enquanto seu pensamento viajava pelos corredores do salão comunal da Grifinória.

Revirando os olhos num gesto de impaciência, Nott puxou os cabelos da garota, que escapavam por entre seus dedos, o que o deixou muito irritado.

— Está surda, Parkinson? — os olhos do garoto estavam em chamas, e havia um brilho sádico em seu sorriso torto.

— Me solta, Nott! Ficou maluco? — Pansy o empurrou e espanou as vestes, como se ele tivesse transmitido algum germe.

— Ora, vamos, não vai te dar trabalho nenhum. Você sempre adorou brincar com meu amiguinho aqui. Está mais do que na hora de retribuir. — Pansy sentiu,quando o garoto se aproximou, o hálito quente e a umidade da língua que ele deslizava por seu pescoço. — Todo mundo sabe que você é uma ninfomaníaca, Parkinson. Vai negar justo para mim?

Enquanto prensava a garota na parede do vestiário,no lado de fora, Nott colocava a mão por debaixo da saia do uniforme, alcançando o fino tecido de algodão que cobria a intimidade de Pansy.

Eles estavam sozinhos. Todos haviam esvaziado o campo. O time da Grifinória havia perdido mais uma vez, e o coro "Weasley é nosso rei" entoado pelo time da Sonserina, já não se ouvia mais.

— Me solta, Nott. Eu não quero! — o aviso estava virando um grito irritado. As mãos do garoto haviam tomado a varinha do bolso da capa de Pansy.

— Você sempre quer. Não venha bancar a difícil, não agora.

Pansy sentiu os olhos úmidos. Estava imobilizada,sem varinha. As gotas grossas da chuva agora faziam companhia às lágrimas que ela desejava não derramar.

— Eu não quero, Nott. — Ela não sabia mais o que pedir, ou como pedir. Chuta-lo não estava adiantando.

Fechou os olhos enquanto se debatia silenciosamente, pois ninguém a ouviria dali.

Ele fez.

Ela fechou os olhos.

Ter olhos fortemente cerrados a impediu de vislumbrar um vulto vermelho desferindo uma centena de golpes no rosto de Theodore Nott. O barulho dos socos e pontapés fê-la abrir os olhos e enxergar, apesar da chuva, um Rony Weasley fora de si, cego de ódio e repulsa, desfigurando a face de Nott.

Em estado de choque,ela não conseguia pedir para que ele parasse. Apenas deslizou em direção ao chão, tapando os ouvidos.

Na verdade desejava que Nott tivesse uma morte muito lenta e dolorosa. Se todos os seus ossos fossem quebrados no processo, melhor.

Rony devia ter tido um lampejo de racionalidade, pois parou de agredir o garoto já desmaiado.

Ela,entorpecida,foi levantada por braços fortes e arrastada para algum lugar.

Ela conhecia aquele caminho. A casa dos gritos era mesmo um lugar excelente para se estar depois de tanto tempo sem visitá-la.

Grama úmida e sapatos de segunda mão entravam em atrito. A fricção era agradável aos ouvidos de Pansy. De alguma forma aquilo significava segurança.

Sem saber explicar como, ela chegou no quarto, que estava muito mais limpo que antes, e perfumado com um aroma de canela e suco de abóbora que pairava pelo ar.

Estava sentada de frente à uma penteadeira provençal levemente descascada. O espelho a encarava de volta.

Ele percebeu a apatia e repulsa estampadas no rosto redondo e afogueado. Ela estava estática.
Com o corpo encostado numa cômoda marrom escura começou a se perguntar o que deveria fazer. Não poderia toca-la, isso era incontestável.

Não precisou perguntar por muito tempo.

O murmúrio infantil.

Um soluço oriundo do fundo da alma, das regiões abissais.

Ela estava chorando.

O esmalte descascado se desfazia na pele enquanto ela arranhava a si própria, numa tentativa dolorosa de remover da epiderme o cheiro de Nott, o toque invasivo e sem permissão.

Ronald Weasley segurou os punhos magros com firme gentileza e encontrou os olhos negros turvos. Ela venceu a pressão das mãos rudes que tanto apreciava e com uma careta de ojeriza começou a puxar os próprios cabelos, arrancando algumas mechas.

Ronald Weasley. Traidor do sangue. Pobre. Ele estava ali, olhando-a e respeitando-a e segurando, mais uma vez os punhos da garota emocionalmente descontrolada.

Uma mecha do cabelo ruivo, que precisava de um corte urgentemente, caiu sobre os olhos do garoto que já não era tão garoto mais.

O mesmo cabelo roçou o pescoço arranhado de Pansy Parkinson.

A mesma mão rude e simplória, de toque gentil, apesar dos pesares, entremeou-se pelos fios escuros.  Convencendo-a a olhar para o espelho a voz amadeirada e ressecada pelo silêncio prolongado sussurrou:

— Eu gosto do seu cabelo.

Os olhos se encontraram no reflexo do espelho.

Azul e preto se fundiram num momento reverencial.
Algo entre a eternidade e alguns segundos.

— Eu gosto das suas mãos.— Ela falou pela primeira vez.

— Acho que isso é um começo. — ele sorriu, enquanto conduzia a garota para a cama.

Ela adormeceu.

E faltando dez minutos para meia noite disseram adeus.

Não falaram sobre a ausência dela no caldeirão furado.

Eles apenas apareciam, sem prévio aviso. Invadiam a vida um do outro, mesmo quando tudo estava se acertando.

Rony sabia que logo deveria contar.

Hermione era a escolhida. Era o habitual.

Amavam-se desde sempre, apesar dos percalços. Ela só aceitara Krum para se vingar de um convite para o Baile de Inverno, que não veio.

Ficar com Hermione era o próximo passo.

Deveria ser o próximo passo.

xx

Meia noite Pansy alisou os cabelos enquanto olhava para o espelho do dormitório das garotas. As palavras de Ronald Weasley martelando em todos os lugares onde houvesse circulação sanguínea.

Estava disposta a perder alguma coisa?

Por mais de uma vez ela calculou suas possibilidades.

Ser protegida não era ruim.

Ser dependente era um experiência excitante.

O que a droga fazia mesmo?
Contaminava a corrente sanguínea.
Típico dos traidores do sangue.

Mas ele era sangue puro, afinal de contas. Seus pais poderiam aprovar.



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