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História Mel e Canela - yaoi - Eu aceito!


Escrita por: F_kk

Notas do Autor


Ah, chegay!

Demorei tanto para escrever esse capítulo, 3 dias! Desde quarta à noite e hoje, foi a manhã inteira, num frio de -2ºC quando acordei!

Mas aqui está e vai valer super a pena! Tem amor, fofura, romance, aquele frio na barriga, sedução, prazer e muitoooo tesão!

Bora conferir?

Capítulo 54 - Eu aceito!


Fanfic / Fanfiction Mel e Canela - yaoi - Eu aceito!

Quase duas semanas se passaram desde que eu arrebentei a cara daquele desgraçado e desde aquele dia, eu não vi mais o Ramon. 

 

Nada! Nem um sinal dele, nenhuma mensagem, nem nos encontramos na Vila Militar. Nossos horários não eram os mesmos e quando ele chegava à noite, estacionava na garagem e entrava para a casa dele sem nem dar tempo de ver seu rosto. 

 

Eu também não insisti, por mais que minha vontade fosse ligar para ele a cada 5 minutos, fazer plantão na frente do portão dele e esse tipo de coisas, mas dessa vez eu ouvi os conselhos dos meus amigos. 

 

Felipe e Cadu me disseram que ele precisava de um tempo para digerir toda a situação, mas quanto tempo mais seria preciso? E se aquele filho da puta conseguisse enganar o Ramon e continuar com aquela grande farsa? E se o Ramon não quisesse terminar aquela merda de relacionamento? Puta que pariu, preferir o André a mim era muita sacanagem!

 

Até a Bia veio me dar conselho. Disse que eu é que estava precisando de um tempo longe do Ramon, por que do jeito que eu estava, iria acabar o pressionando e o sufocando demais caso ele terminasse com o André e quisesse voltar comigo. 

 

Talvez ela estivesse certa. Algo de desconfortável estava dentro de mim e eu não sabia o que era. 

 

Eu demorei muito a assumir que eu não era o garanhão hétero que queria que todo mundo acreditasse, inclusive eu mesmo. Demorei demais para assumir que aquela implicância boba com meu vizinho era amor. Demorei demais a controlar minhas ações e querer apenas uma pessoa comigo. Agora, a situação estava completamente fora do meu controle e eu não era capaz de lidar com isso. Não 100%, talvez uns 5% só do meu coração estivesse controlado, por que os outros 95% estavam um caos. 

 

E mais um dia chegava ao fim com aquela angústia de não saber se eu teria um futuro com o Ramon, mais um dia sem vê-lo, mais um dia desperdiçado, sem saber se valeu a pena ter vivido, até que meu celular vibrou. 

 

Uma mensagem. 

 

Ra❤️ apareceu na tela.

 

Uma mensagem dele! 

 

“Oi!” 

 

Senti que meu coração deu uma falhada quando li a mensagem no WhatsApp. Era apenas um “oi”, mas era o suficiente para fazer meu mundo parar. 

 

“Oi” respondi e enviei. Visualizou imediatamente.

 

Digitando…

 

Meu coração batia ainda mais rápido, mais desesperado para saber onde esse “oi” iria levar. 

 

“Podemos conversar?” Recebi. 

 

Claro! Claro que eu queria conversar, mas antes de responder, eu fiz o que geralmente não fazia. Eu parei para pensar e não respondi num impulso. 

 

Lembrei de uma conversa que eu tive com o Sato. Ele viu que eu estava desesperado para correr atrás do Ramon e me perguntou: 

 

— E o que você vai fazer se ele resolver te dar uma chance? Vai sair correndo atrás dele como um cachorro louco? 

 

— Foi o que você fez com a Vick, não foi? — Lembro que respondi. 

 

— Não! Eu fui atrás dela, mas eu fui devagar, por que eu percebi que quanto mais desesperado eu estava, mais eu assustava a Vick. Claro que a Ramona não é igual a Vick e tem uma história de vida completamente diferente, mas só mostrar desespero vai mostrar que você quer algo imediato, não a longo prazo. Desse jeito, ela nunca vai confiar em você de verdade! 

 

Acho que foi a única coisa sensata que aquele filho da mãe me disse. 

 

Ele estava certo. 

 

Depois de pensar um pouco, respondi. 

 

“Pode falar”

 

Ao mesmo tempo que quis mostrar que queria ouvi-lo, também não sairia correndo para a casa ao lado, já que eu sabia que essa hora ele já havia chego do trabalho. 

 

Visualizou. Digitando…

 

“Você pode vir aqui em casa? 

 

Merda! Se eu fosse lá, com certeza iria perder a cabeça. Iria ouvir a sua voz doce de quando ele queria me seduzir e iria cair na armadilha. Como sempre! Mas não era isso que eu queria! Não uma vez só! Não um sexo casual! Eu queria ele pra chamar de meu namorado, para levar para sair comigo, passear no shopping de mãos dadas e ir ao cinema…

 

Puta que o pariu, eu nunca pensei em fazer isso antes com ninguém! Só com ele!

 

Joguei o celular com a tela aberta na conversa sobre a cama. E agora? E agora? 

 

Será que ele iria me dizer que acabou de vez e queria consolo? E se não terminou? E se eu for só um tapa-buraco mais uma vez? 

 

Ah, eu vou ficar louco! 

 

Se eu ficasse olhando para aquele celular, eu não resistiria! Preciso sair daqui. 

 

Abri e porta do meu quarto e sai para a sala, dando de cara com minha avó, sentada na sua poltrona, com as pernas esticadas sobre um puf e lendo um de seus livros sobre santos da Igreja que ela adorava. 

 

— Dado, que cara é essa, meu menino? — deixou o livro sobre a mesinha de canto e se levantou. 

 

Minha avó era uma senhora já com todos os seus cabelos brancos, cortados bem curtinhos e que não abria mão de suas meias compressoras e sapatos de couro “confort”. Ela era tão baixinha e magrinha, mas era a pessoa mais forte que eu já conheci na vida. Dona de olhos azuis tão claros, que brilhavam atrás dos óculos de armação transparente e que eram capazes de enxergar até a nossa alma. Sempre com brincos de ouro, anéis e batom, mesmo que não fosse sair de casa. Essa mulher era o amor da minha vida! 

 

— Só estou pensando se eu saio ou não… — respondi, desanimado e me sentando no sofá ao lado da poltrona dela. 

 

— Talvez sair te faça bem, meu menino! Você anda tão tristinho esses dias… — se sentou ao meu lado, enganchando seu braço ao meu e deitando sua cabeça em meu ombro. 

 

Minha avó era a pessoa mais carinhosa que já conheci. A melhor vó do mundo, que sempre tinha uma barra de chocolate e um curativo para me acalmar quando eu era pequeno e caia de bicicleta ou skate. 

 

— Não é bem isso… Ramon me chamou para conversar… — contei. 

 

— E não era isso que você estava esperando esse tempo todo? — minha avó puxou minha mão, entrelaçando seus dedos nos meus. 

 

— Era. Mas eu não quero criar expectativas e me decepcionar. Eu sei que não sou o cara mais certo do mundo, mas tá foda ser tão desacreditado assim… — respondi honestamente. 

 

— Hum… Entendi! — Minha avó comentou, ainda fazendo carinho em minha mão. — Eu posso te contar uma velha história de uma época em que os jovens não eram tão complicados como hoje? 

 

— Claro, vó! Pode falar! — a incentivei. Eu sentia que tinha que ficar do lado da minha avó o máximo de tempo possível, por que eu não sabia quanto tempo eu teria ao seu lado. 

 

— Quando eu era uma mocinha e isso faz muito tempo mesmo, eu paquerava com uns rapazes durante a missa… — ela começou a falar. 

 

— Que isso, vó? — Me surpreendi com essa conversa. 

 

— Não! Não é do jeito que você está imaginando, meu menino! Eram só uma olhadas de canto, uns sorrisos tímidos, uns lenços que caiam na frente do rapaz e ele gentilmente pegava e me entregava, essas coisas… — ela contava com uma voz saudosista. — Foi naquela época que eu conheci o seu avô, mas eu tinha só quinze anos e ele tinha dezessete, só que ele era muito tímido e não tinha coragem de se aproximar. Nós passamos mais de um ano apenas nessas trocas de olhares e sorrisos, mas quando ele fez dezoito anos, ele se alistou-se no exército e um tempo depois, foi transferido para outro estado e eu não o vi mais…

 

— Eu não sabia disso, vó… - comentei, vendo que ela fez uma pausa. 

 

— Foi uma época triste. Todo dia eu pensava naquele rapaz alto, sempre com o terno alinhado, que ia com os pais em todas as missas de domingo, mas que o exército tirou de mim. Nós nunca tínhamos nos falado, mas eu carregava no meu coração um sentimento que eu não sabia explicar. Depois de um tempo, uma amiga minha se mudou para a casa ao lado da casa dos pais dele e descobriu que ele estava voltando. Eu fiquei desesperada, por que já haviam se passado uns quatro anos e eu já estava noiva de outro rapaz…

 

— Vó, a senhora teve outro noivo? — a encarei. Ela estava envergonhada, mas continuou. 

 

— Sim. Eu já estava na idade de casar e meu pai escolheu um bom moço. Ele era sobrinho de um compadre do meu pai e ele me achou muito bonita e foi falar com meu pai. Naquela época, os pais não se importavam muito com os sentimentos dos filhos, apenas em arranjar um bom casamento e eu também não sabia se aquele rapaz bonito e elegante iria se lembrar de mim. Talvez estivesse até casado… 

 

— Mas eu ouvi falar que meu avô era muito romântico… — lembrei de todo carinho que minha avó usava para contar sobre ele. 

 

— Era mesmo! Quando ele voltou, nós nos encontramos na missa e aquelas trocas de olhares e sorrisos voltaram a acontecer, mesmo eu estando ao lado do meu noivo. Mas era uma coisa inevitável e na saída da missa, ele me viu saindo ao lado da minha irmã Helena e do meu noivo. Naquele dia, eu achei que seria o fim, que estava tudo acabado, mas no domingo seguinte, ele estava na missa, só que ficou nos fundos da igreja e na saída, quando eu me encontrei com minhas amigas para conversarmos antes de irmos para casa, um menininho de uns cinco anos de idade veio até mim e me chamou, perguntando se eu era a Doralice. Eu confirmei e ele me entregou uma carta. Minhas amigas queriam que eu abrisse ali mesmo, mas eu fiquei com medo que meu pai ou meu noivo vissem, então eu escondi a carta dentro do casaquinho do meu vestido e só abri em casa. 

 

— Então, a senhora era cheia dos truques? — brinquei.

 

— As moças da época tinham que ser espertas e eu era muito por sinal! — respondeu alegre. — Naquela carta, ele dizia que havia pensando em mim por anos e que ele não era dono de seu coração. Que seu coração era meu e que apesar de estar noiva e estivesse prestes a me casar, ele me esperaria pelo tempo que fosse. Mesmo que eu estivesse velhinha, ele estaria me esperando…

 

— Nossa, vó! Que lindo isso! 

 

— Lindo mesmo! Meu noivo na época jamais me diria uma coisa dessas. Ele só sabia falar de futebol e fumava como uma chaminé, então, foi fácil fazer a escolha, apesar de pouco conhecer seu avô. Nem preciso dizer que meu pai ficou muito revoltado quando eu disse que queria acabar com o meu noivado. Ele queria me obrigar a seguir em frente e me casar, mas eu fui firme e falei que fugiria no dia do casamento se ele me obrigasse. No fim, ele aceitou, mas eu fiquei um mês trancada dentro de casa e só saia para ir à missa aos domingos e ele sempre estava lá, me esperando. Minha irmã Helena me ajudou e nós começamos a trocar cartas nesse tempo e quando meu castigo acabou, ele tomou coragem de vir falar pessoalmente comigo, ao final de uma missa. E lá eu tive a certeza de que ele era o amor da minha vida! Ele era um cavalheiro e me deu o braço, me acompanhando até em casa e quando nós chegamos, ficamos conversando no portão até meu pai e minha mãe chegarem junto com minha irmã e meus irmãos. Seu avô se apresentou educadamente e meu pai estava muito bravo, falando que eu tinha que me dar ao respeito, que todo mundo sabia que eu havia terminado recentemente um noivado e já estava saindo de braço dado com outro homem, mas quando seu avô disse que tinha as melhores intenções comigo e pretendia se casar antes de se mudar novamente para outro estado com o exército, meu pai amoleceu! O sonho de todo pai era ver a filha casada com um militar na época e assim, em menos de dois meses, nós nos casamos. Claro que correram boatos que eu tinha casado grávida, mas seu avô jamais faria algo comigo para tirar a minha honra. Depois de dois anos de casados, nasceu sua tia Marisa, depois a Mariana e por fim, seu pai. 

 

— E a senhora foi feliz? Não se arrependeu de ter escolhido meu avô ao invés daquele outro cara? 

 

— Eu não me arrependo de nada e nunca havia imaginado que seria tão feliz ao lado dele como fui. Meu único pesar é dele ter partido antes de mim. Esses anos todos sem ele tem sido muito difíceis e se não fosse por você, Dado, eu não sei o que seria de mim… — minha avó se emocionou, ficando com os olhos vermelhos. 

 

Eu sabia que ela tinha vindo morar com meu pai e comigo logo depois que meu avô morreu de infarto e ela cuidou de mim desde então, mas eu sempre a pegava vendo os antigos álbuns de fotos e lembranças que ela tinha guardados em uma caixa enorme dentro do guarda-roupa dela. 

 

— Ah, meu menino… — soltou de minha mão e secou as lágrimas antes que elas escorressem. — Se a gente soubesse de todas as respostas da vida quando jovens, nós não ficaríamos tão felizes ao nos surpreender pelas coisas boas que aconteceram ao longo dos anos… — comentou, colocando novamente os óculos. — Você e aquela moça são tão jovens e eu tenho certeza que se não for agora, será uma hora. O caminho de vocês já se encontrou e desencontrou tantas vezes, mas vocês dois amadureceram tanto durante esse tempo. Só que essa velha acha que se for agora, se vocês finalmente se acertarem, será melhor do que se vocês adiarem isso ainda mais…— me sorriu, apertando a minha bochecha. 

 

— Então, a senhora acha que eu devo ir falar com ela? — perguntei. 

 

— Quem sou eu para achar algo sobre essas coisas de jovens, mas eu sei que eu não criei alguém que tem medo de se jogar com tudo no que acha certo… — Respondeu, se levantando e indo para a estante da sala,  pegando o porta retrato do meu avô. — Você me lembra muito o Alfredo. Ele nunca se arrependia das suas escolhas. Era um homem forte e decidido, tinha um coração enorme e sabia como demonstrar seus sentimentos… — Se voltou a mim, me olhando. — Você é a melhor lembrança que eu tenho do seu avô, então, eu só quero que você seja feliz, meu menino…

 

— Vó… — Não aguentei a ver assim, tão saudosista e emotiva. Ela queria muito que desse certo entre eu e o Ramon. A melhor avó do mundo merecia uma abraço apertado do seu neto favorito. — Te amo, vó! Obrigado pela história e pelos conselhos! — dei um beijo no topo de sua cabeça, ainda a abraçando. 

 

— E então, o que você vai fazer agora? — me perguntou quando a soltei. 

 

— Acho que vou ver se ele ainda quer falar comigo… — lembrei que deixei um baita vácuo no WhatsApp. 

 

— Vá sim. A sua velha avô aqui vai tomar um banho e se deitar… — me deu um beijo na bochecha e foi para o quarto dela. 

 

Quando cheguei no meu celular, jogado sobre minha casa, vi as notificações do WhatsApp, todas dele. 

 

“Você está ai?”

 

“Tudo bem se não quiser vir aqui” 

 

“Podemos deixar para outro dia…”

 

“Dado, está tudo bem?” 

 

Corri responder. “Desculpa, estava falando com a minha avó”

 

Não demorou muito e ele respondeu. 

 

“Tudo bem. Você quer vir aqui ou deixamos para depois?” 

 

Aquele frio na barriga que eu só sentia quando estava com ele… Aquela vontade louca de sair correndo e pega-lo de jeito, dando um beijo demorado de perder o fôlego e fazendo nós dois ficarmos excitados instantaneamente. Mas não era isso que eu faria. Não agora! 

 

“Se for importante, eu vou” Respondi displicente. 

 

“ Eu gostaria que fosse agora” me respondeu e eu não estava me aguentando mais. 

 

“Estou indo” enviei e sai de casa. Minha cabeça estava a mil, meu coração acelerado e eu não sabia por quanto tempo iria me manter firme diante dele. 

 

Bati a porta e ela imediatamente se abriu. 

 

— Boa noite! — Tentei falar sério, mas o sorriso dele ao me ver me desconcertou. Ele estava de cabelo solto,  vestindo uma camisa social branca, com os dois últimos botões da gola abertos, mostrando o volume de seus seios por baixo, uma saia rodada vermelha xadrez e um sapato de salto fino preto. Caralho, ele sabia como me deixar louco. 

 

— Boa noite! Entre… — Deu passagem a mim, mas eu sabia que se entrasse, não sairia tão cedo. 

 

— Só entro depois que você me disser por que me chamou aqui… — coloquei meu antebraço no batente da porta, não fazendo nenhum movimento para entrar. 

 

— Você não imagina? — perguntou insinuante. 

 

— Eu imagino um milhão de coisas, mas eu quero saber qual é… — respondi ainda sério. 

 

— Eu terminei com ele… — aquele sorriso desapareceu e ele ficou sério. — Eu já estava suspeitando de algumas coisas e eu só confirmei isso…

 

— Então eu fiz bem em quebrar a cara dele naquele dia? — Um sorriso vitorioso escapou dos meus lábios. 

 

— Eu sou contra a violência, mas eu acho que ele mereceu… — ele também sorriu — Eu já suspeitava de algumas coisas por ele não querer me assumir publicamente, mas eu jamais imaginaria que fosse pior do que eu estava supondo… 

 

— Você diz isso por causa do que o Felipe te contou? — perguntei, já imaginando que poderiam haver mais coisas por trás disso. 

 

— Também, mas eu fiz minhas próprias descobertas. Eu observei o comportamento dele comigo, sempre me encontrando em lugares escondidos, disfarçando quando chegava uma mensagem ou alguma notificação, mas o ponto chave foi quando ele recebeu uma ligação e disse que um colega tinha pedido para que ele trocasse de turno numa noite em que ele estava comigo. Eu fingi que acreditei e falei que iria voltar para casa, mas o segui de longe e quando ele estacionou em frente a um bar, eu já entendi tudo, mesmo assim, quis ir mais fundo e o vi pelas janelas indo cumprimentar uma moça com um beijo na boca… — contou e não parecia nenhum pouco surpreso. 

 

— Quando foi isso? 

 

— Na sexta-feira da semana passada e se fosse eu de um ano atrás, eu teria rodado a baiana e feito um escândalo, mas eu preferi deixar pra lá. Quem sou eu para arrancar alguém de se armário? E sinceramente, não me interessa se ele um dia vai se assumir ou se vai passar a vida enganando as mulheres que ele vai sair. Eu só não quero isso pra mim. Não quero mais ser o segredo de ninguém. Ser a outra, a amante sem ao menos saber que eu era a amante. — Terminou. 

 

— E por que você só quis me contar isso hoje? — continuava sério.

 

— Por que eu precisava colocar minha cabeça no lugar. O que ele fez comigo, outros já fizeram e isso não é uma novidade pra mim. Eu só queria que esse tipo de gente mentirosa e que só quer me usar nunca mais chegasse perto de mim! — desabafou. 

 

— Então, é só você me escolher e está tudo resolvido! Eu já te provei que não quero te esconder, que quero assumir pra quem quiser saber! — falei convicto. 

 

E aí, ele tentou disfarçar um sorriso, mordendo seu lábio inferior e puxando a minha mão que estava no bolso da minha blusa. 

 

— Se é assim, será que nós poderíamos voltar… — me puxou para dentro —… a ser como éramos antes…!? — fechou a porta atrás de mim, seus olhos fixos nos meus e sua voz sedutora. 

 

Mas não era isso que eu queria. Não mais! 

 

— Você quer dizer, ficar sem compromisso? — o encarei. 

 

— Era tão bom daquele jeito, não era? Nós éramos livres, mesmo assim, a gente tinha nosso jeito de se encontrar e combinávamos tão bem quando estávamos sozinhos… — insinuou. 

 

— Então, agora é você que não quer me assumir. É isso? — o acusei, deixando escapar um sorriso de descrença. Ele estava fazendo comigo exatamente o que não gostava que fizessem com ele. 

 

— Não, Dado! Não é isso! Você sabe que desse jeito é melhor para nós dois… — tentou me envolver, ainda usando aquele tom sedutor. 

 

— Eu sinto muito, mas não é isso que eu quero…— só respondi isso e soltei de vez de sua mão, me virando e indo pra porta. 

 

— Espera, Dado… — me abraçou pelas minhas costas, me segurando enquanto eu estava com a mão na maçaneta da porta. — Não vai! Fica… Por favor…

 

— Ramon, eu sinto muito, mas o que eu quero é namorar você! É ter um relacionamento sério, é não precisar mais vir na sua casa apenas quando o seu pai não está. Eu não quero mais fazer de conta que vai ficar tudo bem por que não vai! Eu não sou mais um moleque! E se não for assim, eu prefiro ficar sozinho! Se você não confia em mim, então é melhor acabar tudo por aqui! 

 

Doeu.

 

Doeu demais falar tudo isso, mas eu não podia mais fingir! Não podia fazer de conta que esse relacionamento sem compromisso me satisfazia, por que não! Era melhor sofrer sozinho do que continuar criando a ilusão de que um dia ficaríamos juntos pra valer. 

 

Peguei em suas mãos que estavam me segurando e as soltei. Eu tinha que ir embora. Tinha que sair dali antes que eu me arrependesse de tudo o que eu disse. Tinha que me libertar de algo que não estava fazendo bem nem pra mim e nem pra ele. 

 

Eu demorei demais a perceber o quanto a falta de confiança poderia afastar as pessoas e claramente ele não confiava nem um pouco em mim, então pra que continuar com algo que só iria me machucar? 

 

Abri a porta e sai. Eu queria me distanciar o mais rápido possível, fugir, desaparecer, mas mais uma vez, eu não consegui…

 

— Dado, eu aceito! — sua voz gritou atrás de mim e eu paralisei no segundo degrau da varanda. 

 

— Você o que? — me virei e encontrei os seus olhos tristes e marejados. 

 

— Eu aceito namorar com você! Eu aceito confiar em você! Eu aceito te trazer aqui e te apresentar oficialmente para o meu pai e minha família! Eu aceito ter um relacionamento sério com você, mas por favor, não me deixa… Eu… Eu não posso mais continuar sem você… Eu te… Te amo…

 

Tem como resistir a essa pessoa que me desmonta completamente? Que me desarma e me deixa completamente vulnerável? 

 

— Você aceita!? — Eu não estava conseguindo acreditar.

 

— Uhum… — Ele moveu a cabeça em afirmativa e eu vi quando uma lágrima solitária escorreu pela sua bochecha, brilhando com a luz da lâmpada acima de nossas cabeças. 

 

Ele me queria! Ele me aceitava! 

 

Sai de minha imobilidade e fui sem pressa até ele. Olhos nos olhos, segurando firme em sua cintura e o puxando forte até seu corpo se chocar com o meu. 

 

— Isso é pra valer? Você não vai mudar de ideia? — Ainda insisti. 

 

— Não… É isso que eu quero… — E me puxou para um beijo lento, envolvente, sedutor. 

 

Aqueles lábios carnudos se apertando com exaspero contra os meus, sua língua encontrando tão profundamente com a minha e me envolvendo em um ar de insensatez. 

 

Eu já estava completamente perdido em suas mãos. Não havia mais saída. Eu estava preso a ele como nunca pensei que poderia ficar. 

 

— Vem…!? Vem comigo..!? — sussurrou ao meu ouvido, depois que separou nossos lábios. 

 

Eu não mandava mais em mim. Eu só obedecia a esses meus instintos mais irracionais e tentadores. 

 

Ele me puxou para dentro novamente, fechando a porta atrás de nós dois e entre beijos cada vez mais quentes, atravessamos a sala e chegamos ao seu quarto que eu tanto conhecia, que tantas vezes o amei, que tantas vezes ele me expulsou logo depois que nos entregávamos ao sexo mais intenso. 

 

— Ramon… Ramon… — O chamei, num momento de racionalidade. — Se for para você me pôr pra fora depois de ter o que você quer, eu não vou nem começar… — ameacei, encarando aqueles olhos que estavam me fazendo derreter. 

 

— Você é meu namorado agora! Por que que iria te expulsar? — respondeu com a voz doce e sussurrada. 

 

Ah, era hoje que eu perdia completamente o juízo com ele em minhas mãos. 

 

Não adiei mais! O puxei para dentro do seu quarto e fechei a porta atrás de nós, o encurralando contra ela. Aquele corpo delicioso seria só meu, completamente meu e eu daria todo o prazer que ele poderia sentir. 

 

Eu estava já desesperado por sentir o sabor daquela pele morena e macia, tão cheirosa e envolvente. Enquanto beijava seu pescoço, desabotoei sua camisa, deixando aqueles seios à mostra envolvidos apenas pelo sutiã branco de renda. 

 

E eu me fartei neles. Lambi, beijei, suguei, arrancando gemidos altos do Ramon. Do meu namorado! 

 

Ah, cada vez que eu pensava isso, ia a loucura. Meu namorado! Meu! 

 

Minhas mãos apertavam com força sua pele, sua carne e eu não resisti mais. Desci para seu abdômen tão definido, encontrando o caminho para seu íntimo. 

 

Eu já estava de joelhos e era assim que meu corpo e minha alma estavam. Completamente ajoelhados diante daquela pessoa que me fez entender um sentimento que nunca senti antes. Amor. Amor carnal. Amor de almas. Avassalador. Que me arrebatou de um jeito inimaginável. Que eu achava ser impossível de existir. E existia! E era com ele.

 

Ramon era tudo! Reunia o que de melhor poderia haver em um homem e em uma mulher. Sedutor, indecifrável, singular, destemido, atrevido, apaixonante. 

 

Meu namorado. Minha namorada. Não interessa o gênero. Ele e ela ao mesmo tempo, fazendo com que eu me descobrisse enquanto pessoa. E eu era assim, um doido apaixonado e entregue completamente a essa loucura que era amá-lo. 

 

Encarei por alguns instantes aquele rosto entregue a luxúria, olhos fechados, boca entreaberta, respiração pesada. Eu amava vê-lo assim. 

 

— O que foi? — Perguntou quando percebeu que eu havia parado. 

 

— Te amo… — Respondi com toda sinceridade do mundo. 

 

— Bobo… — acariciou meu rosto. — Isso é coisa que se diga quando você está prestes a me chupar? — brincou. 

 

— Vou falar a qualquer momento e nunca vou me cansar… — Respondi e consegui fazer com que ele abrisse um enorme sorriso. 

 

— Você é a primeira pessoa que diz isso e eu consigo acreditar… — Uma mistura de sinceridade e dor em suas palavras. 

 

— E eu vou te provar a cada dia que eu te amo… — E não me segurei mais. Levantei a sua saia e por baixo estava uma calcinha de renda branca. Eu juro que não sei como aquela calcinha estava segurando seu membro tão duro. 

 

Lentamente, abaixei e tirei completamente aquela peça, mas ele nem ao menos havia descido de seu salto. Aliás, estava delicioso assim, de salto alto e fino. Conseguia ser ainda mais tentador. 

 

E então, me afoguei em seu membro. 

 

Olha o que eu estou fazendo? Quando que eu iria pensar em chupar o pau de outro cara? Nunca! Mas não era um outro cara qualquer, era o Ramon e mesmo que ele tivesse dois paus, eu iria chupa-lo com tanto desejo como agora. 

 

O gosto do seu pré-gozo já invadiu minha boca, mas eu não tinha pressa de fazê-lo gozar. Queria que ele aproveitasse cada sensação, cada pequeno prazer que eu poderia provocar nele. E eu sabia muito bem como fazer isso. 

 

Primeiro, o engolia por inteiro, depois, subia lentamente e com minha língua, ficava brincando em sua glande, descia por toda sua extensão, lambia suas bolas e me afogava nelas, até engolir de novo todo o seu pau. E que pau! Tão grosso e duro. Tão apetitoso e delicioso. Ele tinha tudo que me fazia delirar. 

 

— Dado… Por favor… Vamos pra cama… Eu não aguento mais… — Resmungou com a voz melodiosa e confesso que meu pau também estava desesperado para sentir tudo o que o Ramon poderia me proporcionar. 

 

Subi lentamente, cobrindo novamente seu pau com sua saia. Olhos nos olhos.

 

— O que você quer que eu faça agora? — perguntei com nossos lábios quase se tocando. 

 

— Nada… — Me seu um selinho. — Hoje, sou eu que farei tudo… — Sussurrou. 

 

Ah, eu iria morrer de amores. 

 

Ramon me beijou mais uma vez enquanto me conduzia para a cama e lá ele me empurrou, com sua mão forte em meu peito e eu caí completamente extasiado vendo ele tomar conta de tudo. 

 

Ele sentou sobre mim, suas pernas uma em cada lado do meu corpo, sem seus sapatos, sua camisa aberta e seus seios sob aquele sutiã. A saia cobrindo seu pau mas ele estava tão visível, que não havia como não ficar excitado só de saber que ele estava ali, duro e firme. 

 

E ele se deitou sobre mim, mordendo minha orelha e rebolando aquela bunda gostosa sobre meu pau. E ele doía, latejava dentro da minha calça.

 

Eu estava enlouquecendo com esse meu namorado. 

 

Nenhuma mulher havia feito isso comigo, me deixado ao ponto de perder completamente a razão. Só ele era capaz de provocar isso em mim. Só ele…

 

Não sei em que momento isso aconteceu, mas quando dei por mim, já estava sem minha blusa. Ramon a arrancou e jogou em algum lugar no chão, descendo pelo meu peito e distribuindo um caminho de beijos por todo meu tronco e quando ele chegou na minha calça, ah, ele tirou tudo tão rápido, que quando vi, estava completamente nu, com meu pau em pé e ele lambendo minha glande enquanto segurava seu cabelo. 

 

Porra, esse cara sabia como me matar de tesão! 

 

E ele lambeu delicadamente, com a pontinha de sua língua… E desceu por todo meu pau, beijou delicadamente minhas bolas e então, engoliu tudo de uma vez…

 

Tão molhado…. Ele me deixou completamente molhado e eu não aguentava mais. 

 

Meus olhos fechados faziam eu sentir tudo com ainda mais intensidade. Minhas mãos apertavam com força os lençóis abaixo de mim e eu estava em êxtase de tanto tesão, mas quando ele saiu de cima de mim e eu abri os olhos, vi que não demoraria muito para o prazer chegar ao ápice. 

 

Ele tirou sua camisa e ficou apenas com o sutiã e a saia, foi até a gaveta da mesinha de cabeceira dele e pegou uma camisinha e um tubo de gel. Seu olhar sedutor e seu sorriso de canto me deixando hipnotizado. 

 

Ele colocou a camisinha em mim, depois espalhou gel por todo meu pau e só então, se posicionou sobre meu corpo, de costas. Sua bunda gostosa subindo e descendo, espalhando todo o gel entre seu quadril e aquela saia se movendo no mesmo ritmo. 

 

Foi quando sua mão pegou meu pau e o segurou firme, fazendo ele encontrar com sua abertura e então. 

 

— Ahh, Dado… Você é tão gostoso… 

 

Puta que o pariu! Ele falou gemendo enquanto sentava no meu pau, tão devagar, só a cabecinha…

 

Eu não resisti e levei minhas mãos a sua bunda… Deliciosa…

 

— Rebola… Rebola pra mim… — Implorei. 

 

— Calma! Pra que pressa? — Ele entrou mais um pouco, quase metade, bem lentamente e eu tinha que me controlar ou então poderia machucá-lo. — Hummmm… Delícia… Seu pau é tão gostoso, Dado… — gemeu entrando ainda mais, se masturbando enquanto eu o sentia relaxar para dar espaço pro meu pau ir até o fundo. 

 

— Você que é uma delícia… — falei, admirando a seu cabelo solto sobre suas costas nuas e sua saia cobrindo parcialmente sua bunda e o meu pau. 

 

Isso era muita sacanagem. Eu iria gozar rápido se não me controlasse, por que essa imagem era tão enlouquecedora, que fazia meu pau latejar só de estar vendo. 

 

Mas ele era muito gostoso e começou a rebolar no meu pau, se movimentando, subindo e descendo, com a saia acompanhando cada movimento. 

 

— Puta que o pariu, Ramon… — minhas mãos acompanhavam seu ritmo, enquanto ele rebolava ainda mais, acelerando, suor escorrendo, nós dois lambuzados em meio a esse sexo insano. 

 

— Eu… Quero mais, Dado… — ele se deitou para trás, sobre mim, seus braços apoiados nas laterais do meu corpo, seu corpo subindo e descendo sobre meu pau e eu consegui alcançar o seu também, o masturbando enquanto ele subia e descia, seu cabelo tocando em minha pele, seus gemidos altos se espalhando pelo quarto. 

 

Esse homem tinha noção do que provocava em mim. 

 

Seu corpo de costas sobre o meu, sua bunda rebolando com meu pau dentro, seu pau tão excitado, duro e quente em minha mão, o suor de seu corpo. 

 

Ah, isso era demais pra mim. 

 

— Dado… — deixou seu corpo cair sobre o meu. — Eu não aguento mais… Eu estou muito cansada…— ofegava ao falar. 

 

— Deixa comigo agora? — sussurrei ao seu ouvido. 

 

— Uhum… — gemeu em afirmativa. 

 

Era só isso que eu precisava ouvir. 

 

Comecei a meter com força, de baixo pra cima, socando forte em sua bunda, batendo com força nossos quadris e movendo seu pau com ainda mais intensidade. 

 

— Dado… Ah… Dado… — ele gemeu, gritou, se entregou. 

 

E eu não parava de meter com força, beijando seu ombro e com a outra mão brincando com seus mamilos, que eu tirei pra fora dos bojos do sutiã. 

 

Eu não iria parar. Não até ter tudo que eu poderia. E ele gozou. Gozou em minha mão. Gozou gemendo, estremecendo, se entregando ao prazer mais irracional que poderíamos sentir. E eu senti todo o torpor do ápice me atingir também. Jorrei toda minha porra dentro dele. 

 

— Ahhh… — Deixei escapar enquanto sentia as pulsadas de gozo.

 

O cansaço. As respirações ofegantes. A plenitude e o amor. Tudo que eu só queria sentir com ele. 

 

Desejo. Loucura. Prazer. Ápice. Ele… Só ele e mais nada…

 

— Você acabou comigo… — Ele sussurrou, ainda deitado de costas sobre mim. 

 

— E eu quero fazer isso com você sempre… — Beijei sua bochecha, me ajeitando na cama e dando espaço para ele deitar ao meu lado, tirando a camisinha e colocando ela no chão, ao lado da cama. 

 

— Você não tem noção de como é bom estar com você… — Ele sussurrou, acariciando meu rosto e me encarando com aqueles olhos negros.

 

— Tenho, por que é exatamente o que eu sinto… — dei um beijo lento, demorado, delicioso em sua boca. — Descanse um pouquinho, eu vou cuidar de você… 

 

Comecei a beijar seu pescoço, carinhosamente, abri o fecho de seu sutiã e o tirei, me afundando em seus seios, enquanto acariciava suas coxas em minhas mãos. 

 

E aquela saia ainda estava ali, mas eu não podia reclamar. Eu amava vê-lo de saia. 

 

Eu só queria enche-lo de carinho, fazê-lo relaxar. Descansar. Se viciar em mim de um jeito que não pudesse mais me largar, nunca mais me deixar. 

 

— Dado… — Me chamou e eu soltei seu mamilo da minha boca e volvi meus olhos até ele. — Promete que você não vai me trocar por nenhuma mulher? — Tinha angústia na sua voz, pesar.

 

— Claro que não! Por que você está falando isso? — subi, ficando face a face com ele. 

 

— Eu não quero ser descartada… Não por você… Eu tenho tanto medo de te perder, que eu preferi ir em busca de outra pessoa do que ficar e me apaixonar ainda mais, mas eu não consegui. Eu amo você e não quero ser só mais alguém que passou pelas suas mãos e depois foi descartada… Por isso eu estava com tanto medo de aceitar namorar com você. Por que eu achava que em um relacionamento aberto, seria menos doloroso se você ficasse com outras garotas…

 

— Eu não vou fazer isso! Eu te juro! Você virou minha cabeça e eu não quero mais correr o risco de ficar sem você… — Respondi, o puxando para mais um beijo. 

 

Conforto. Confiança. Era isso que eu precisava dar ao Ramon agora. 

 

Ele era meu e eu era dele. Não por posse, mas por essa coisa louca que alguns chamam de destino e eu chamo de amor. 

 

“Plack”

 

Era o barulho da porta da sala. 

 

— Seu pai chegou? — Perguntei, assustado. 

 

— Acho que sim… — Ele respondeu calmamente. — Você não queria ser apresentado oficialmente? 

 

— Mas eu tô pelado na sua cama… — tentei me sentar e colocar ao menos a minha cueca, mas o Ramon não me deixou. 

 

— Calma.. Vem aqui… — Me puxou para um beijo tranquilo, sereno. — Nada que meu pai possa ver em mim ou você ele já não viu antes… — Falou em tom de brincadeira. 

 

“Tok-tok”

 

— Filho, você está aí? — a voz do Coronel Macedo veio do corredor. 

 

— Estou, pai! — Ramon respondeu. 

 

— Eu trouxe o jantar. Arrume a mesa, eu preciso tomar um banho antes! — Ele disse e depois ouvimos passos e a porta do banheiro se fechando. 

 

— Viu, bobo! Meu pai nunca entra no meu quarto sem autorização! — ele riu de mim. 

 

— E eu posso saber por que? — perguntei, curioso. 

 

— Por que eu sou uma moça agora. Olha só o tamanho dos meus seios! — e levantou seus seios com suas mãos, me mostrando eles. 

 

— Você é delicioso! — me joguei naqueles seios mais uma vez, até esquecendo que não estávamos mais sozinhos nessa casa.

 

— Não! Para! Você quer ou não quer jantar com o seu sogro? — Ela tentou me afastar, rindo. 

 

— Sogro!? – Eita, esta palavra era meio forte. — Acho que prefiro chamar de Coronel Macedo mesmo… — vacilei. 

 

— Então, vamos! — Foi se levantando. 

 

— Espera! Você quer fazer isso agora mesmo? — o encarei. 

 

Eu queria muito ser o namorado oficial do Ramon, mas eu não estava esperando que esse momento chegasse tão rápido, ainda mais depois de termos feito tudo o que fizemos nesse quarto.

 

— Qual o problema? Está com medo do meu pai? — Foi colocando o sutiã.

 

— Não, não é isso… Eu só achei que não seria hoje que eu e ele… 

 

Ramon não se aguentou e caiu na gargalhada. 

 

— Então, todo aquele papo de namoro sério e tal era só para me colocar pressão? — Insinuou. 

 

— Não! Não é  isso! — respondi imediatamente. 

 

— Então coloca sua roupa logo ou vai querer conhecer o Coronel Macedo do jeitinho que você veio ao mundo? — provocou. 

 

— Será que assim eu conquisto o sogrão igual eu conquistei o filho? — fui até ele, o puxando pela cintura e o beijando mais uma vez. 

 

— Bobo! Vai logo! — se soltou de mim e foi até o armário, escolhendo uma outra roupa para vestir. 

 

Pois é, sogrão estava no banho e só havia um banheiro na casa, então, teria que ser assim mesmo…

 

Nos vestimos e fomos para a cozinha arrumar o jantar. Ele havia trazido uma pizza. Bem coisa de pai e filho morando sozinhos. 

 

Ouvimos quando ele saiu do banheiro e foi para o quarto. Pelo menos eu não teria que conhecer a versão do Coronel Macedo enrolado numa toalha. 

 

Ramon me deixou sozinho uns instantes e foi ao banheiro. Quando voltou, já não estava mais sozinho. 

 

— Pai, o Dado vai jantar hoje conosco! — Ramon falou radiante. 

 

— Hummm… — Me olhou desconfiado. — Vai jantar aqui como amigo ou como só mais um caso seu? — continuava nos encarando, enquanto o Ramon me abraçava pela cintura. 

 

— Como meu namorado, pai! — sua voz saiu alegre e empolgada.

 

— Então vocês resolveram tomar vergonha na cara e parar de se pegar escondido? — mandou na lata. 

 

— Pai, isso é jeito de falar? O que o Dado vai pensar de mim? — Ramon se fez de indignado. 

 

— Pensar o que? Ele já te conhece até pelo avesso! Você quer que eu diga o que? Quais são suas intenções com o meu filho? — Foi irônico e eu não sabia onde essa conversa iria levar. 

 

— Pai!? — Ramon levantou a voz. 

 

— Chega de conversa! A pizza já deve estar fria! Vamos comer logo! Sente, senhor Eduardo! — Foi direto comigo. 

 

Eu não sabia o que falar, muito menos o que fazer. Só sei que o Ramon puxou duas cadeiras, uma pra mim e outra pra ele. 

 

Sentamos de frente para o Coronel Macedo e ele não parecia nem um pouco preocupado comigo. 

 

Serviu uma fatia num prato e depois passou para o Ramon. Mais uma fatia que ele passou para mim e por fim, uma fatia para ele. Coca nos copos e antes que eu conseguisse cortar o primeiro pedaço, ele falou, sem me olhar.

 

— O seu pai sabe sobre o seu caso com o meu filho?

 

Merda. Tinha que meu pai ser colocado na conversa, ainda mais sabendo que ele e o Coronel Macedo não se davam bem. 

 

— Não. Ele não sabe. — Respondi.

 

— E então? Como vai ser? — me encarou dessa vez, mastigando uma fatia. 

 

— Na verdade, nós nem conversamos, então isso não interessa a ele. — Falei. 

 

— Você sabe que não é bem assim, Eduardo! — Ele me encarava seriamente, até desviar os olhos para o Ramon. — Mas não se preocupem com isso por enquanto. Aproveitem o namoro de vocês. Eu seguro o Bittencourt se precisar! — e mordeu mais uma fatia. 

 

— Pai… — Ramon o chamou. 

 

— Filho, não se importe com isso. Só viva sua vida. Eu dou um jeito em tudo, não dou? 

 

Ao mesmo tempo que ele falava seriamente, passava ao mesmo tempo tranquilidade e conforto para o Ramon e naquele momento, eu senti que tudo daria certo. Que ele nos apoiava, assim como a minha avó, então nada mais importava. 

 

— Gostou da pizza? — Ramon me perguntou. 

 

— Claro, está uma delícia! — respondi. 

 

— Mentiroso! Você odeia pizza de atum e palmito! — Ele me dedurou, rindo e me puxando para um selinho ali, na frente do pai dele. 

 

— De qual sabor você gosta? Da próxima vez eu trago outro sabor! — o Coronel Macedo comentou, me encarando. 

 

— Ah, não! Qualquer um está bom… — falei sem graça. 

 

Sogro. Então era assim que era ter um sogro? Assim que era namorar?

 

Eu estava amando isso!


Notas Finais


Uau! Sobreviveram?

O que acharam do capítulo?

Alves fez certo de resistir a sedução da Ramona e só depois dela aceitar o namoro, ele ceder!

E esse lemon dos dois, com direito a saia vermelha xadrez e salto alto?

Ideias pervertidas me passam na cabeça… 🙈🙈🙈

E o sogrão? Coronel Macedo aprovado? Se faz de durão mas é um amorzinho!

Deixem muitos comentários, quero muito saber as opiniões de vcs e os palpites do que vem a seguir 😍❤️🥰


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