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História Melhores dias - Preocupação


Escrita por: IsaacMatos

Notas do Autor


Esses dois últimos capítulos vão ser escritos de uma forma diferente comparada com os outros. Neste, o narrador não vai ter uma frase de situação, e também será mais de um narrador ( será revelado o narrador no início de sua parte ). Aproveite!

Capítulo 28 - Preocupação


Fanfic / Fanfiction Melhores dias - Preocupação

  Dawn

  Eu e Jason comemos bastante, pão com manteiga era simples, mas como só podia comer aquelas pequenas e poucas garfadas de comida no labirinto, isso para mim é muito bom. Eu comia sem parar, estava com tanta fome que estou com medo de vomitar por não ter mastigado direito.

  Jason voltou a assistir televisão, ele parecia ansioso para que alguma coisa relacionada com Thomas aparecesse. Mas acredito que nada iria acontecer se ele não ligasse para a polícia.

  - Jason - chamo eu.
 
  - Oi.

  - Aonde vou dormir? - pergunto.

  - Na minha cama, eu fico aqui no sofá, quero ficar de olho no noticiário! - responde ele.

  Eu queria ligar para a polícia, então disse à ele que iria dar uma olhada no quarto e já voltava. Eu já havia olhado o andar de baixo da casa quando entrei, e apesar de reparar na bagunça, pensei que pudesse acontecer algo, mas não tinha achado nenhum telefone fixo ou celular.

  Subindo as escadas lentamente enquanto o observava, com medo dele perceber minha verdadeira intenção. Chego no quarto que parece mais arrumado, tirando a cama.

  Achei ao lado de sua cama uma pequena cômoda da cor marrom ( combinava com o piso de madeira ), e em cima dela o telefone fixo, que para ele, deveria servir mais para um despertador, pois ele e sua casa pareciam ser afastados do mundo. Sentei em sua cama devagar para não fazer barulho, coloquei seu telefone em cima do meu colo e comecei a digitar...

  - Vai ligar para quem? - pergunta Jason suspeito na porta do quarto, e dando-me um susto também.

  - Para a polícia, você não ia ligar então eu...

  - Você não vai ligar para ninguém! - diz ele aumentando o tom de voz.

  - Por que? - pergunto indignada.

  - Você quer que o resto da sua família morra? - grita ele.

  - Mas, você não mat... - digo confusa.

  - Não sei, não tenho certeza - diz ele mais calmo me interrompendo.

  - Como você... - digo com tanta raiva que me falta palavras.

  Thomas, aquele homem sádico ainda está vivo? O homem que matou muita gente e fez elas se matarem também. Tudo que ele tinha feito com a gente, Jason teve aquela chance e não fez nada. Eu sabia que algumas porradas não iriam ser o suficiente.
 
  Eu respirei fundo e perguntei:
  - Você não o matou, porquê?

  - Eu estava com uma arma apontada para ele - explica Jason. - Escutei um som de tiro e fui atrás.

  - Não não não, era só ter apertado o gatilho, você sabe o que fez? Você matou a gente! Ele vai vim nos buscar e vamos morrer! - grito com ele, pois não consigo ficar calma, não com o que ele fez.

  - Eu fui te salvar! - grita ele bem alto. - Eu matei Jhon, se não tivesse feito isso, ele mataria você, como fez com seu irmão! - diz ele abaixando o tom de voz para que ninguém, além de nós dois, escutasse.

  Aquela cena me veio denovo à cabeça, Jhon em cima do meu irmão, eu com a minha mão trêmula. Minha mão volta a tremer, pareço vivenciar denovo toda a cena, até que o som do tiro me tira daquele estado.

  Enquanto uma lágrima escorre no meu rosto, eu me viro para Jason e crio coragem para enfim dizer:
  - Eu, foi eu quem o matei...

  Jason arregala os olhos, seu espanto o faz sair do quarto. O fechar da porta me deixou mais sozinha do que já parecia estar. Percebo novamente o que tinha feito, então desabo em lágrimas de culpa e dor.
 
  Jason
 
  Desço as escadas escutando o choro de Dawn, ela deve ter lembrado do seu irmão e de toda aquela cena, mas não sei se o certo a fazer nesses momentos é deixá-la sozinha. Porém, eu tenho assuntos para resolver.

  Abro a porta da frente de casa, mas já está começando a anoitecer. Seria arriscado deixar Dawn sozinha para ir atrás de Thomas a noite. Fecho a porta chateado, pois será nossa primeira noite fora do labirinto, possivelmente, não livres ainda.

  Depois de um longo tempo, o choro se silencia. Subo as escadas silenciosamente, para descobrir se ela já havia se acalmado. Tentando não pensar no pior, abro a porta lentamente. O que parecia uma triste morte, era apenas um sono após cansar-se de tanto chorar. Ao seu redor não havia sangue e nem algum material que possa matá-la. Escuto ainda sua respiração, então sei que ela não se feriu.

  Desço as escadas normalmente, vou a cada janela e tranco-as bem, logo depois checar as trancas das portas e portões, dificultando assim, a entrada de Thomas na casa. Depois disso, como um pouco do que tinha restado do nosso almoço, enquanto continuo assistindo à televisão.

  Depois de um tempo sentado no sofá, pensando no noticiário, pego no sono. Mas alguns barulhos na porta começam a me dar medo, batendo sem parar cada vez mais alto, como se alguém furioso quisesse entrar.

  Calmamente levanto do sofá e vou até a porta, mas quando chego perto, o barulho para. Lentamente estico meu braço para abrir a porta, mas com um barulho estrondoso ela abre quase se quebrando, e por um último momento, vejo de relance a sombra de Thomas se formando na entrada de casa.

  Acordo assustado, com uma notícia importante passando, mesmo não sendo de Thomas, era importante não só para mim, mas também para Dawn.

- [...] Eles estavam vindo de lá e foram pra lá, eu pensei que eles estavam indo para o hospital, então não perguntei nada - dizia um rapaz preocupado que eu havia visto no caminho de casa, no centro.
 
  - E como eles estavam? - pergunta a repórter sem aparecer na câmera.

  - Ela estava mancando e ele ajudando ela a andar, parecia que ela tinha machucado a perna...

  - Mas como era a aparência deles?  - pergunta a repórter.

  - Eles pareciam um pouco traumatizados ou chocados, mas também sujos de sangue! - dizia o rapaz nervoso e explicativo.

  - Você sabia se era sangue mesmo? 

  - Não, mas parecia muito! - o rapaz parecia querer convencer a repórter.

  - Obrigada Raphael, voltamos com você Roger - se despedi a repórter, aparencendo no final.

  - Obrigado Amanda - diz o apresentador do programa. - Tomara que consigam achar não só ela, como todos os outros desaparecidos! Agora vamos com Jhonny nos esportes...

  O que eu faço agora? Thomas está solto e agora todos sabem que estou com ela, até mesmo Thomas se tiver assistido. Droga, droga, droga!

  Muito tempo após o noticiário ter acabado, vejo que é meia noite e pouco. Neste momento, Dawn desce as escadas.

  - Não conseguiu dormir? - pergunto.

  - Não...

  - Está com fome? Ainda deve ter um pouco de pão lá na cozinha - sugiro.

  - Não quero comer, só dormir! - diz ela vindo na minha direção.

  Ela então deita no sofá, encostando sua cabeça no meu ombro. Me espanto, pois não tinha esse contato com uma mulher há um bom tempo. Percebendo que ela estava triste e precisava de consolo, eu coloco meu braço em volta dela para se sentir mais confortável.

  - Eu lembrei que Rose tinha um filho, e ela pediu para que quem sobrevivesse, cuidar do dele... - diz Dawn olhando para mim.

  - Agora não é seguro! - digo eu olhando para a televisão. Percebo que ela continua me olhando, com se estivesse pedindo por favor, pela Rose...

  - Depois que tudo voltar ao normal, nós vamos atrás dele! - digo após suspirar.

  Ela então dá um sorriso, depois volta a assistir. Pouco tempo depois, ela me abraça ainda deitada, dizendo:
  - Você parece ser grosso, mas sei que tem um lado sentimental dentro de você! -

  - Vai dormir Dawn! - digo eu dando risada junto com ela. E assim dormimos juntos.

  No dia seguinte, saio para fazer umas compras. Vou ao banco sacar um pouco do dinheiro que guardava, caso acontecesse algo. Depois vou a um mercadinho, para chamar menos atenção, mesmo usando roupas pretas que cobriam quase toda minha pele ( parecendo que iria assaltar alguém ).

  Na volta para casa, decido ir até aquele armazém aonde se escondia o labirinto. Chegando poucas casas dali, já era visível algumas viaturas e também poucas pessoas curiosas em volta. Com cautela, decido passar perto e me decepciono com o pouco que ouço da conversa dos policiais.

  - [...] Ao todo são 8 corpos [...]

  Isso confirmava que Thomas estava vivo e também em casa, se preparando para a verdadeira e última batalha!

  O medo que sentia, era de que sabia que poderia morrer a qualquer minuto, não só eu como Dawn também. Nunca senti tanto medo, só quando estava no labirinto pela primeira vez. Ficava preocupado com Alice e por isso tinha medo, agora acontecia o mesmo com Dawn.

  Isso me fez acordar e perceber que Dawn tinha de voltar para os seus pais, e assim, eu poderia enfrentar Thomas quando ele viesse.

  Pensando assim, ela me parece até um fardo, mas com o tempo ( mais precisamente, 3 dias depois ), me apeguei a ela. Nós parecemos mais felizes, almoçando e rindo juntos. A verdade é que escondemos, e as vezes, esquecemos nossa maior preocupação!

  Tudo estava na mais perfeita paz, o noticiário não citava mais o assunto dos desaparecimentos, Dawn e eu nos dávamos bem, não tinha sinal de Thomas. Com tudo isso, achei que até poderia dar certo lutarmos pela guarda do filho de Rose, eu iria voltar a trabalhar e então iríamos viver como uma aparente família feliz...

  Thomas
 
  A história parecia ter sido mudada, nunca me imaginei aqui dentro, deitado sobre esse cenário branco e sujo com o meu sangue. A porta estava do meu lado, longe, mas ainda estava lá. Eu tento levantar, mas estou tonto de mais para ficar de pé.

  Me rastejando, consigo lentamente chegar até a porta, olho para trás e começo a chorar enquanto tento me levantar aos poucos. A dor que arde em meu rosto é tamanha, mas não tanto quanto a dor de perceber que tinha perdido.

  Não posso aceitar isso...

  Não posso...

  Cambaleio até a porta que me levaria até o caminho subterrâneo para minha casa. No meio do caminho, caio, respiro ofegante, fecho os olhos, respiro fundo e me levanto para continuar. Isso se repete algumas vezes durante todo o longo caminho.

  Chegando em casa quase sem fôlego, vou até minha cama e durmo. Acordo no que parecia, o dia seguinte. Vou até o banheiro, em frente ao espelho, tento melhorar esses meus machucados. A derrota me trás um desgosto enorme! Percebendo quem havia me trazido a derrota, dou um soco no espelho.

  Cada rachadura me lembra de cada soco que tinha recebido, rasgando e ferindo minha autoestima. Eu estou acabado, sem motivo para continuar, essa é minha ruína.

  Estou sem rumo, sem nada, sozinho, o que faço agora? Permaneço assim por mais alguns dias, as vezes com raiva, as vezes triste. Sabendo que o culpado foi o homem que me traiu desde o início, me dando felicidade, depois desgosto, e agora à quase morte.

  Jason...

  Esse nome, ele cutucava minha cabeça toda hora. Comecei a escrever ele nas parede com uma tinta preta e velha que havia achado aqui em casa. Até o um momento que parei, estava parecendo um maluco, obcecado por ele, mas todos os motivos eram Jason.

  Certo dia, dormindo no horário errado, acordo às 16 horas e 53 minutos da tarde. O dia não parecia dia, estava tudo escuro e chovendo. As janelas abertas batiam sem parar. Foi então que a luz de um relâmpago me mostra escrito na parede, quem deveria pagar por tudo que tinha acontecido comigo:
  - Jason...

 


Notas Finais


Eu quis diferenciar esses 2 últimos capítulos, pois apesar de tudo, essa é minha primeira história e sendo assim, apenas um grande teste. Espero que você tenha gostado de ler esse novo capítulo e também entendido esse jeito diferente de narrar. O próximo e último será narrado em terceira pessoa! Obrigado por ler e até o próximo, que vai ser o melhor de todos, e pode demorar um pouco para ser postado... Como este, me desculpe pela demora. Até mais!


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