História Melinda - Last Kiss

Um amor que uma vez esteve pendurado na parede costumava significar algo, mas agora não significa nada. ─  Let Me Go.
Chicago, EUA ─ Melinda McKenzie.

Hoje faz uma semana que eu estou em Chicago, nesse pouco tempo eu já levei Maya e Jack em diversos lugares na cidade, eles já conheceram todos os pontos turísticos de Chicago. Maya continua tendo encontro casuais com Chaz, eu acho que quando formos embora ela vai sentir um pouco e vice versa, eles estão muito tempo juntos. 

Hoje eu irei me encontrar com meu pai para saber qual é a tal proposta que ele tem para me fazer, depois do casamento ele fez um almoço na casa dele e eu levei Maya e Jack para conhecê-lo e conhecer Brenda. Meu pai disse que tinha uma proposta para mim e hoje ele iria encontrar comigo para conversamos sobre.

Eu e Justin não tivemos contato desde o casamento, depois daquela conversa que tivemos eu fiquei mal mas entendi que nossa história já é passado, que ele agora tem a família dele e eu tenho o Jack, estou feliz com ele, isso é o que importa afinal. 

Hoje teria um jantar na casa de Emma para comemorar uma semana de casados, dessa vez Crystal foi convidada, eu e Emma tivemos uma conversa e eu entendi que não tenho mais conflitos com Crystal, que Emma deveria chamá-la pois agora ela é mulher de Justin.

Nesse exato momento eu estou dentro de um táxi indo ao encontro do meu pai, o local era no centro de Chicago e ficava perto do meu antigo emprego, a empresa de Justin, eu cheguei lá e meu pai estava me esperando de frente para o edifício.

─ Oi pai. ─ cumprimentei o mesmo com um beijo no rosto.

─ Oi querida. ─ respondeu. ─ Vamos? 

─ Sim. ─ respondi e nós entramos no prédio. ─ Está vazio. 

─ Sim, é porque a proposta que eu tenho para lhe fazer é essa, eu estou querendo comprar esse prédio para você. ─ ele disse e eu o olhei com os olhos arregalados.

─ O quê? Isso deve custar uma fortuna. ─ eu disse.

─ Querida, eu quero investir na sua carreira, o que eu vou gastar comprando esse prédio não se compara com o que você pode ganhar. ─ ele disse.

─ Eu ainda não sei se eu vou ficar aqui de vez pai. ─ disse.

─ Eu sei, a proposta está feita, você pode pensar e me dar uma resposta. ─ ele disse. ─ Mas pensa na sua carreira filha, pensa no seu futuro, não nas pessoas que estão a sua volta, seu futuro só depende de você. ─ completou.

─ Sim, eu sei, mas é complicado, eu tenho um namorado e ele mora em Nova Iorque. ─ falo.

─ Certo. Mas ele pode vir morar aqui né? Afinal, vai ser para você realizar seu sonho. ─ ele diz.

─ Não sei se ele ficaria aqui. ─ falo.

─ Conversa com ele querida, não se sinta pressionada, o que você decidir estará decidido. ─ ele disse e eu concordei.

─ Pode deixar, eu vou conversar com ele e te dou uma resposta. ─ falo e meu pai assente.

{...}

─ O que está rolando entre você e o Chaz? ─ Emma pergunta para Maya enquanto prepara a sobremesa. 

─ Bom, nós estamos saindo né, ele é um cara legal. ─ Maya responde enquanto prepara os sucos.

─ Isso está me cheirando a paixão. ─ digo enquanto termino de secar as louças.

─ Não, não é paixão. ─ Maya diz. ─ Só que sei lá, a gente se curte, nosso sexo é bom, eu gosto de passar o tempo com ele, acreditam que ele até falou para eu vir morar aqui? 

Eu e Emma olhamos para Maya e depois nos olhamos.

─ E o que você disse? ─ Emma perguntou.

─ Bom, eu disse que não é uma coisa fácil, eu não posso simplesmente botar na cabeça que quero morar aqui e morar, eu preciso arrumar um emprego, uma casa para ficar. ─ ela disse.

─ Meu pai quer me dar um edifício aqui. ─ disse.

─ O quê? ─ as duas perguntaram em uníssono.

─ Ele quer que eu volte a morar aqui, me ofereceu o prédio para eu poder trabalhar. ─ respondi.

─ E você aceitou né? ─ Emma perguntou.

─ Ainda não. ─ respondi.

─ Amiga? É o seu sonho. ─ Maya disse.

─ Eu sei mas não sei, tem o Jack, eu não sei se ele vai querer ficar aqui em Chicago. ─ digo.

─ Oi? É isso mesmo? Você vai desistir dos seus sonhos por causa de um cara? ─ Emma perguntou.

─ Se ele realmente te ama, é claro que ele vai ficar. ─ Maya disse.

─ Eu vou conversar com ele. ─ digo.

─ Se a Linda voltar, você pode morar e trabalhar com ela. ─ Emma sugeriu.

─ Não sei se ela vai querer me aturar aqui. ─ Maya disse rindo.

─ Claro que eu vou sua boba, seria ótimo ter você aqui. ─ eu disse e ela sorriu.

Terminei de tomar banho e me arrumar, Jack estava lá embaixo já com os convidados, eu confesso que estava tomando coragem para descer, ver Justin com Crystal junto já é meio assustador, agora ver Justin com Crystal grávida é o dobro. Eu me olhei no espelho e respirei fundo.

─ Tudo bem Linda, ele é passado, você está bem e vai continuar assim. ─ sussurrei para mim mesma.

Cheguei na ponta da escada e escutei as vozes vindo do andar de baixo, os meninos estavam aparentemente jogando vídeo game, eu escutava eles gritando e rindo, respirei fundo mais uma vez e desci as escadas. Os olhares dos meninos vieram até mim, menos o de Jack e de Chaz que estavam concentrados no jogo. Justin me olhava sem piscar de cima a baixo, e Ryan me olhava como se tentasse decifrar o que eu estou sentindo nesse exato momento. 

─ Oi meninos. ─ disse.

─ Oi Linda. ─ Chaz disse sem tirar o rosto da tv.

─ Olá pequena. ─ Ryan disse me abraçando de lado e Justin olhava sem emoção.

─ Cadê as meninas? ─ perguntei.

─ Estão lá na cozinha escolhendo as bebidas. ─ ele respondeu e eu assenti.

Eu fui até a cozinha e encontrei Maya e Emma pegando as bebidas na geladeira e vi Crystal em pé de costas para mim. Eu respirei fundo e meu coração acelerou quando ela se virou, mostrando sua barriga que aparentava ser de 5/6 meses. Eu olhei fixamente para sua barriga, minha fixa ainda não tinha caído.

─ Oi. ─ ela disse me olhando.

─ Oi. ─ respondi olhando agora para seu rosto.

─ Bom te ver de novo Melinda. ─ ela disse com um sorriso falso no rosto.

─ Imagino, igualmente. ─ respondi forçando um sorriso. 

─ Bom, uísque, vinho e água de côco, acho que por enquanto está bom. ─ Emma disse quebrando a tensão. 

─ E suco natural para a mamãe do ano né. ─ Maya disse e Crystal sorriu.

Nós voltamos para a sala e agora ao invés de jogo na televisão, tocava música no som, estávamos todos sentados na sala, conversando sobre vários assuntos, especificamente o casamento de Ryan e Emma. Chaz, Maya, Ryan e Emma estavam sentados no sofá grande, eu e Jack no sofá pequeno, Crystal em uma poltrona e Justin em pé, encostado na parede.

─ Bom, só acho que poderíamos inaugurar essa piscina da casa de vocês com uma festa. ─ Chaz comentou e Ryan riu.

─ Acho uma ótima ideia. ─ Maya disse sorrindo.

─ Então tá, antes de vocês irem embora eu faço uma festa na piscina. ─ Emma disse e todos sorrimos.

Percebi que quando Emma disse "antes de vocês irem embora", Justin me olhou fixamente e eu tentei evitar seu olhar, eu sabia o que ele estava pensando. Quando a comida ficou pronta nós comemos e sinceramente? Eu e as meninas arrasamos na comida, estava tudo uma delícia, desde a comida até a sobremesa. Não sobrou absolutamente nada, nem um pedaço de torta, nem um grão de arroz. Depois do jantar nós fomos para a área da piscina e ligamos o som lá e voltamos a beber novamente.

─ Então Linda, vai ficar aqui por muito tempo? ─ Crystal perguntou, todos ficaram olhando para ouvir a minha resposta.

─ Bom, eu não sei. ─ respondi mexendo o canudo que havia em meu copo de caipirinha que eu havia feito. 

─ Nova Iorque é bom né? Uma vez eu viajei para lá e amei aquele lugar. ─ ela disse e eu a olhei com os olhos arregalados.

Como ela sabia onde eu estava?

─ Sim, é. ─ respondi sem prolongar o assunto. 

─ Bom, talvez a gente não vá mais embora. ─ Maya disse e Jack me olhou confuso.

─ Jura? ─ Chaz perguntou sorrindo.

─ Do que ela está falando? ─ Jack perguntou baixo.

─ A gente tem que conversar. ─ eu disse e ele levantou indo para dentro de casa.

─ Já volto. ─ disse me levantando.

─ Já vai transar? Tá cedo ainda. ─ Emma brincou.

─ Idiota. ─ eu disse mandando um dedo pra ela, que riu. 

Entrei em casa e subi as escadas, fui até meu quarto e vi que Jack estava sentado na cama.

─ Como assim vocês talvez não vão embora? ─ ele perguntou e eu fechei a porta.

─ Você não vai acreditar, meu pai quer me presentear com um prédio, onde eu posso trabalhar com minhas produções, isso não é incrível? ─ perguntei.

─ Sim, é incrível, mas por que não lá? ─ ele perguntou ainda sério.

─ Porque minha vida é aqui Jack, eu fui para Nova Iorque para fazer minha faculdade, você sempre soube que havia possibilidades deu voltar. ─ respondi.

─ Sim Linda, acontece que eu pensei que depois que ficamos juntos você mudaria de ideia. ─ ele disse aumentando o tom de voz.

─ Minha família está toda aqui Jack. ─ eu disse.

─ E eu? Eu não sou nada? ─ ele perguntou.

─ Que bobagem. ─ eu disse me aproximando e acariciando o rosto dele. ─ Eu ia pedir para você ficar aqui comigo, morar aqui comigo meu amor. ─ eu disse baixo.

─ Não, você pode ficar, mas eu não vou ficar também. ─ ele disse.

─ Por que não? ─ perguntei.

─ Porque assim como sua vida é aqui, a minha é lá, não posso abrir mão das minhas coisas por sua causa Linda. ─ dele respondeu e eu engoli a seco.

─ Ok. ─ respondi, eu não tinha mais o que falar, eu não imaginei que ele iria reagir dessa forma, ele não ficou feliz por mim. 

─ Agora me diz, isso é realmente pelo seu trabalho ou é por causa do Justin? ─ ele perguntou se levantando e se aproximando de mim.

Cada passo que ele dava em minha direção eu dava um para trás.

─ Do-do que está falando? ─ perguntei.

─ Acha que eu não vi Linda? Eu vi vocês dois conversando no casamento, se abraçando, eu vi o jeito que vocês se encararam lá, eu vi o jeito que vocês se olharam hoje, acha que eu sou um idiota? ─ ele perguntou gritando.

─ Para de gritar! Você está ficando maluco. ─ eu disse.

─ Maluco? Tem certeza que eu estou ficando maluco Linda? Ou é você que está me fazendo de otário? ─ ele perguntou exaltado, eu nunca tinha visto ele daquele jeito.

─ Jack para de gritar. ─ eu falei calma.

─ Fala para mim Linda. ─ ele falou segurando meu rosto com força. ─ O que vocês dois tem? Todo mundo sabe, menos eu, você acha que eu não percebo a forma como as pessoas me olham quando você e ele estão no mesmo ambiente? As pessoas me olham como se esperassem uma reação ruim minha. ─ ele disse.

─ Me solta. ─ eu disse tentando puxar a mão dele, mas ele me apertou ainda mais.

─ Vai dizer que está tendo um caso com ele? Ah não, a namorada dele é muito gostosa, tem que ser muito idiota para trair uma mulher daquelas ─ ele disse e eu não conseguia acreditar, que porra é essa? 

Só me dei conta da merda que eu fiz depois que eu já havia feito, o barulho da minha mão batendo na cara de Jack soou por todo o quarto, ele virou o rosto em minha direção novamente e passou a mão em cima de onde eu tinha batido.

Eu estava com a respiração descontrolada, eu arregalei os olhos quando vi a marca da minha mão em seu rosto e tentei me aproximar.

─ Me-me desculpa Jack. ─ eu disse tentando por a mão em seu rosto mas senti meu rosto arder logo em seguida.

Ele me bateu, ele devolveu o tapa em meu rosto, eu sentia meu rosto arder e queimar, eu não estava acreditando nisso, eu não sei o que está acontecendo, eu não consegui fazer nada, as lágrimas rolavam sem parar pelo meu rosto, eu coloquei a mão em meu rosto e quando finalmente cai na real, eu comecei a socar seu peitoral, fazendo com que ele tombasse um pouco para trás, ele tentou me segurar mas eu cuspi em sua cara, e agora eu tive certeza que eu fiz a maior merda da minha vida. Ele me jogou com força contra a parede e eu cai no chão logo após a pancada. 

─ Isso é para você aprender a nunca cuspir na cara de um homem. ─ ele disse me puxando pelo braço para levantar. 

─ Você é nojento. ─ eu disse baixo e senti meu outro lado do rosto arder com outro tapa que ele havia me dado. 

─ Você merece isso, para aprender a não fazer ninguém de otário. ─ ele disse e mais uma vez me jogou contra parede. 

Eu cai no chão, eu estava sentindo dor, mas não era dor física, era dor emocional, eu nunca, jamais imaginei que ele seria capaz disso, como que pode o homem amoroso por quem eu me apaixonei me bater? Me tratar como um lixo. 

─ Vai pro inferno. ─ eu disse, eu já não me importava mais, se ele me batesse agora não iria me doer mais, eu só queria que aquilo tudo fosse mentira.

─ Você me paga Linda, você me paga por todos os olhares que eu recebi, pelas risadinhas e cochichos enquanto você estava conversando com aquele filho da puta. ─ ele disse me puxando pelo cabelo.

─ JACKSON ME SOLTA! ─ eu gritava na esperança de alguém me ouvir. 

─ Para de gritar sua desgraçada, filha da puta. ─ ele disse apertando meu rosto com as mãos. ─ Só para você saber, você também foi corna, e muito. ─ ele disse e a porta foi aberta rapidamente.

Eu olhei para o lado e vi Justin parado na porta olhando aquela cena, ele estava paralisado, seu olho escureceu e seu maxilar travou, eu sabia que daria merda, eu não queria que aquilo ficasse pior do que já estava, eu só queria que tirassem ele cara daqui, mas eu sabia que ninguém deixaria ele sair dali impune. 

Justin Bieber.

Eu estava na cozinha pegando mais água de côco quando escutei gritos vindo do andar de cima, era Linda, e isso não era um grito de prazer, parecia de pânico, eu larguei a garrafa em cima da pia e corri para o andar de cima, quando eu abri a porta eu vi o cara apertando o rosto de Linda sem piedade, o rosto dela estava completamente vermelho e ela chorava sem parar, meu coração acelerou, eu não podia acreditar no que eu estava vendo, eu não acredito que esse filho da puta está batendo na minha mulher. 

─ QUE PORRA É ESSA? ─ eu gritei indo pra cima dele. ─ SOLTA ELA SEU FILHO DA PUTA, VEM BATER EM ALGUÉM DO SEU TAMANHO.  ─ disse logo depositando um soco na cara dele. 

─ Veio defender sua mulherzinha é? Que bom que pelo menos pra isso você presta. ─ ele disse e eu senti meu sangue ferver, eu vou matar esse cara.

─ VOCÊ FICOU MALUCO DE BATER NELA? EU VOU TE MATAR SEU DESGRAÇADO. ─ disse indo pra cima dele, nós caímos na porrada de verdade agora.

Linda estava gritando desesperada para que a gente parasse, mas eu não podia, não conseguia parar de socar a cara desse verme sabendo que ele bateu nela, ele já poderia se considerar um cara morto. Escutei a voz de Ryan e Chaz e eles me puxaram para trás, para me tirar de cima do filho da puta, ele teve sorte dessa vez, mas não vai ter da próxima.

─ O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? ─ Emma perguntou gritando.

Eu olhei para Linda e ela chorava sem parar, eu queria tanto abraçá-la, cuidar dela, protegê-la. 

─ Esse filho da puta agrediu ela, expulsa ele daqui Ryan, anda. ─ eu disse exaltado. 

─ Ele o quê? ─ Maya perguntou incrédula. 

─ Isso é verdade Linda? ─ Ryan perguntou olhando para ela que apenas assentiu.

─ Bora amigão, vamos ter uma conversinha lá fora. ─ Ryan disse segurando Jack pela gola da camisa e arrastando-o para fora de casa.

Eu fui levar Crystal na casa dela e fui encontrar com Ryan e Chaz no lugar onde eles marcaram para darmos uma lição naquele filho da puta, não deixei nenhum dos dois baterem nele porque não gosto de covardia, mas eu fiz questão de socar a cara dele até sangrar. Isso ainda era pouco para o que ele fez.

Melinda McKenzie.

─ Como você está? ─ Maya perguntou acariciando minha mão.

─ Vou ficar bem. ─ respondi fungando, olhando para um ponto fixo na parede.

─ Eu nunca imaginei que ele seria capaz disso. ─ ela disse.

─ Eu também não. ─ disse.

─ Ryan ligou, Jack está vivo, não se preocupa. ─ Emma disse entrando no quarto. ─ Eles mandaram ele ir embora de Chicago amanhã, senão matariam ele. 

─ Isso é um sinal que devemos ficar aqui de vez amiga. ─ Maya disse apertando minha mão.

─ Sim. ─ eu disse. 

─ Ele te bateu por causa do Justin né? Tudo de ruim que acontece na sua vida envolve o Justin. ─ Emma disse.

─ Não Emma, Justin me defendeu, não foi culpa dele. ─ eu disse.

─ Acho que você tem que agradecer ele não é? ─ Ryan perguntou aparecendo na porta e nós o olhamos. 

─ Amanhã eu ligo para ele. ─ disse.

─ Na verdade ele está lá embaixo. ─ Ryan disse.

─ Bom, vou deixar vocês conversarem, amanhã a gente se fala. ─ Maya disse beijando minha testa. ─ Fica bem.

─ Obrigada. ─ agradeci com um sorriso fraco.

─ Boa noite amiga, se precisar de algo me chama. ─ Emma disse e eu assenti.

Eu peguei um casaco e vesti o mesmo, Justin estava fumando um cigarro perto da piscina, estava bem escuro ali. 

─ Oi. ─ eu disse após parar atrás dele.

─ Linda. ─ ele disse se virando. ─ Como você está?

─ Bem. Obrigada por me ajudar. ─ disse.

─ Não precisa agradecer, eu faria isso sem pensar duas vezes. ─ ele disse dando um último trago em seu cigarro antes de apagá-lo no cinzeiro. 

─ Por que veio aqui? ─ perguntei.

─ Linda, eu não consigo ficar bem depois do que aconteceu, eu sei que você me odeia pelas coisas que eu fiz no passado mas eu não consigo me manter longe, eu sinto que tenho que estar com você nesse momento, eu não aguento te olhar e ver você desse jeito. ─ ele respondeu.

─ Justin..─ ele me interrompeu.

─ Não precisa falar nada, eu estou aqui por livre e espontânea vontade, eu vim te ver porque eu sei que você não está bem, e eu também não estou Linda. ─ ele disse. ─ Só porque não podemos ficar juntos não significa que eu não te ame.

─ Justin não faz isso.. ─ eu disse baixo. 

─ Me desculpa Linda, eu não consigo evitar, eu te amo, foi mal. ─ ele disse e eu fiquei olhando em seus olhos.

Eu queria muito beijá-lo mas sabia que não podia, isso não seria certo, ele namora e mesmo sabendo que Crystal fazia isso comigo eu não quero me meter nesse meio, não posso, ainda mais agora que envolve uma criança. 

─ Obrigada por tudo Justin. ─ eu disse com os olhos marejados. 

─ Posso te dar um último beijo? ─ ele perguntou.

─ Não. ─ respondi rápido.

─ Por que não? ─ ele perguntou.

─ Você sabe Justin, tem a Crystal, o filho de vocês, vocês são um casal agora. ─ eu disse e ele puxou minha cintura, colando nossos corpos. Eu tentei me soltar mas ele estava me segurando bem firme, eu podia sentir sua respiração junto com a minha.

─ Nós não somos um casal Linda. ─ ele disse.

─ E são o que então? ─ perguntei baixo, olhando em seus olhos.

─ Nós apenas temos um filho juntos. ─ ele respondeu. ─  Nós nunca estivemos juntos de verdade depois que você foi embora. Foi apenas marketing, que resultou nesse bebê. ─ Você acha mesmo que eu iria desistir de você?

Eu estava alternando meus olhos entre seus lábios e seus olhos, eu não sabia para onde olhar, eu sentia tanta falta do seu beijo, do seu toque, do seu carinho, mas eu tenho que entender que agora não podemos mais.

─ Não podemos Justin. ─ sussurrei.

─ Pelo menos um último beijo Linda, é tudo o que eu te peço. ─ ele disse e eu respirei fundo  e entrelacei meus braços em seu pescoço. 

─ Depois disso não vamos mais fazer nada, seremos apenas amigos, ok? ─ perguntei.

─ Ok. ─ ele respondeu e eu aproximei meu rosto ao dele, beijando-o.

Foi um beijo lento e eletrizante, fazia tanto tempo, as emoções são as mesmas, o frio no estômago é o mesmo, eu não posso negar. Paramos o beijo por falta de ar e abrimos os olhos.

─ Você é perfeita Melinda, me desculpa por perceber isso tão tarde. ─ ele disse.

─ Já passou. ─ eu disse baixo e me afastei. ─ Obrigada mais uma vez Justin, boa noite. 

─ Boa noite Linda. ─ ele disse me olhando e eu me virei indo para a entrada de casa. 

Depois do banho eu me deitei na cama e me enrolei na coberta, eu não sabia se pensava no Jack ou em Justin, eu preferi pensar no meu beijo com Justin, pelo menos foi bom, diferente da lembrança ruim que o Jack deixou. Eu só queria que pelo menos uma vez, desse certo.