História Melodias do Passado - Seis - Familiarizando mais

Acordei cedo, fiz café pra mim e para a Luka. Acho que a Luka era a pessoa mais triste do mundo naquele dia, era chorou até dormir.

Arrumei a mesa para tomarmos o café da manhã e fui chamar Luka.

-Luka-chan... Acorda... Precisa acordar, tomar café e ir pra escola! – digo chacoalhando-a no colchão estirado no chão do meu quarto, da qual ela dormia profundamente.

-Já vou Miku. – Luka diz sonolenta, coçando os olhos que estavam avermelhados.

Desci para tomar café, depois de alguns minutos Luka desceu já arrumada, sentou-se à mesa e começou a tomar café.

-Dormiu bem Luka? – pergunto enquanto tomava um gole de café quentinho na minha caneca preferida.

-Não. Foi difícil dormir pensando no lance do casamento... – Luka disse enquanto soprava o café e o encarava com um olhar cabisbaixo.

-Pensa pelo lado bom... Esse filho do empresário é rico. Isso significa que você vai virar riquinha! – eu disse levantando e tirando a mesa do café da manhã. Tentativas de animar Luka poderiam ser em vão, mas eu precisava tentar animar minha amiga.

-Você sempre pensa no lado bom das coisas, não é Miku? – Luka sorri de canto com os olhos entreabertos, encarando a mesa.

-Tem que ser assim! – digo tentando me animar, em vão, não conseguia me animar.

- Sabe Miku... Pode parecer que não... Mas eu queria encontrar o grande amor da minha vida e aí me casar com ele. – Luka levanta o olhar em minha direção, sorrindo desiludida – Não ser obrigada a casar com um cara que eu nem conheço. – volta a fitar a mesa.

-Me diga quem não quer isso Luka? Encontrar um amor de verdade?

-Mas eu nunca encontrarei meu amor pois estarei casada com um homem que não amo.

-Não pense assim Luka. Quem sabe esse cara que é seu futuro marido não queira se casar?

-Tomara que sim... Isso é minha ultima esperança.

Saímos para a escola. Len e Rin nos chamaram para ir para a escola com eles e eu e Luka fomos. Acho incrível como aqueles dois falam demais. Até parecem rádios.

Chegamos um pouco cedo na escola entramos na sala que estava vazia. Haveria prova de história hoje, resolvemos sentar e estudar um pouco.

Faltavam uns 5 minutos para a aula começar.

-Ahhhh... Eu não acredito nisso! – Kamui chegou gritando dentro da sala derrubando as mesas. Dei um pulo de susto.

-Caramba Gakupo, não precisa quebrar a sala. – Disse o Shion entrando logo atrás dele tentando acalmar a fera.

-E vocês? O que estão olhando? – Disse Kamui olhando para todos da sala que o olhavam com espanto. – Por que em vez de olhar para a minha cara não vão pegar um livro e ler? – Ele sentou na sua cadeira e ficou com a cara mais emburrada do mundo, ele estava ofegante com os cotovelos apoiados na mesa e as mãos na testa. Todos que olhavam para ele começaram a olhar para outro lado disfarçando.

-Nossa! O que ouve com o Kamui. – Luka me perguntou não esperando que eu soubesse a resposta.

-O que a Megurine e a Hatsune estão cochichando sobre mim? – Perguntou o Kamui muito estressado indo direto à mesa da Luka.

-Não estamos falando de você. Só porque você é o “popular” do colégio não quer dizer que seja o assunto da boca de todos! – Disse Luka se irritando com o modo de falar dele. Levantando-se da cadeira. Em pouco tempo os dois já estavam de frente um para o outro.

-Não enche Megurine, hoje eu não estou bem!

-E com que direito você chega na sala derrubando tudo? E também não estou nada bem hoje e não cheguei fazendo drama como você!

-Vai começar... – Eu e Shion dissemos juntos, não que quiséssemos dizer juntos, revirando os olhos.

-Senhorita Megurine e senhor Kamui sentem-se em seus lugares se não quiserem levar uma suspensão! – Disse a professora abaixando os óculos e olhando fixamente para os dois.

A aula passou rápido, a tensão tinha se acalmado na sala. Já estávamos á caminho de casa, eu Luka Rin e Len.

O celular da Luka toca.

-É o meu pai... – disse Luka olhando na tela do celular. – Não vou atender !

-Atende Luka! Pode ser importante. –  digo.

-Alô. – disse Luka. O pai dela começou a falar com ela, ela só o escutava. Eu não ouvia nada. O Sr. Megurine terminou de falar – Tá certo pai, já vou... – Luka diz e desliga o celular.

-Meu pai disse pra eu correr para casa, me arrumar bem rápido que eu iria a um almoço para conhecer hoje meu noivo e meus sogros. – disse olhando para o chão.

-E você vai? – Perguntei.

-S-sim...

-Ãããã...? Que história é essa? Noivo? Sogros? – Rin perguntou um tanto confusa.

-É uma longa história, outro dia conto a vocês dois. – disse Luka em quanto saia correndo para pegar um ônibus e chegar mais rápido na casa dela.

-Que história é essa? – Len me pergunta.

-Acho melhor que a Luka conte a vocês...

-Tá legal. – os loirinhos aceitaram.

-Uma corrida até em casa? – Len grita.

-O que? – eu me assusto.

-Ótima idéia Len! Valendo o lanche de amanhã! – Rin concorda.

-M-mas...

-Vai ficar parada aí Miku? Então vai pagar nossos lanches amanhã.   

-Ahh... Não vou mesmo!

E sai correndo na calçada feito uma louca.

Cheguei em casa exausta de tanto correr. O bom é que Len perdeu a corrida e vai pagar o meu lanche e o da Rin amanhã. Estava sendo legal ter os Kagamine como meus visinhos. Eles são muito divertidos.

Eles me convidaram para ir a casa deles tomar um chá. Eu disse que iria.

Como o prometido, fui à casa de Rin e Len. A casa era tão arrumadinha. Tinha tudo no seu lugar. Todos os móveis tão branquinhos que davam dó de tocar. Vi uma lareira com uns retratos em cima. Vi uma foto diferente. Um grupo de seis amigos. Todos com roupas parecidas, só se diferenciavam pelas cores. Haviam vários instrumentos perto deles: um piano, uma guitarra, uma bateria e mais. Logo deduzi que era uma banda.

-Quem são? – Disse perguntando para Rin enquanto ela trazia uma bandeja de pãezinhos.

-Não sei. Sempre quando perguntamos a mamãe quem são esses aí da foto ela responde que eram amigos de adolescência. E não fala mais nada.

Enquanto tomávamos o café, conversávamos.

-Quantos anos vocês tem? – Pergunto. Adoro saber a idade dos outros.

-Dezesseis.

-Sério? – Disse surpreendida.

-Porque o espanto? Temos cara de criança? – Disseram juntos.

-Desculpem. É que se parecem crianças... Vocês têm a mesma idade que eu. – Disse um pouco envergonhada.

-Todos dizem isso: “Vocês parecem crianças” – Rin disse um pouco inconformada.

-É, estamos acostumados. – Len deu um sorriso.

Olhei no relógio pendurado acima da lareira.

-Meu Deus, olha a hora. Preciso ir, meu pai chegará a qualquer minuto. – Disse e sai correndo sem ao menos dizer um tchau.