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História Memórias de um amor. - Bem aqui.


Escrita por: ladymills

Notas do Autor


e vamos de continuação. boa leitura ♥

Capítulo 8 - Bem aqui.


Com o coração quase saindo pela boca, Regina concentrou sua atenção onde havia uma mesa de carvalho e reconheceu a silhueta masculina sentada relaxadamente na cadeira, segurando algo. 

— Lorde Tremaine? — perguntou, surpresa. — O que o senhor... —interrompeu-se ao ver o que ele tinha na mão. — Isso é o meu grampo? Como o pegou sem que eu tenha notado?  

A risadinha dele provocou arrepios nela. 

— Ora, mas que pergunta! — disse, fingindo estar ofendido. — Doçura, você já esqueceu que tenho mãos mágicas?  

Então o corpanzil levantou-se como uma muralha através da luz bruxuleante de uma lamparina acessa em cima da mesa. Ela odiou a sensação de medo que lhe percorrera o corpo, mas aprumou-se, tentando ao máximo parecer não estar abalada quando caminhou até ele. 

— Por favor, milorde — estendeu a mão. — Entregue-me o grampo. 

Ele contornou a mesa com passadas muito calmas e lentas, como uma raposa astuta, o que a alertou a tomar um pouco de distância.  

— Eu o entrego a você... — fez menção de pousar o adereço na palma dela, mas puxou de volta quando ela ia pegar. — Se me der algo em troca. 

Engolindo em seco, tentou demonstrar frieza em relação a atitude impertinente dele. 

— Não ganhará nada em troca. O grampo é meu e eu preciso dele. 

Mesmo na escuridão, viu os olhos de Graham brilharem ao olhar uma mexa de seu cabelo que caíra na testa com a falta do grampo para prendê-lo. 

— Não precisa. Você está linda desse jeito... — ele aproximou-se mais e ela recuou. — Sei o quanto esse grampo é importante para você. Presente de sua mãe, não é? Levante as saias para mim e eu o entrego a você. 

Regina piscou, incrédula, não por ele saber a quem havia pertencido o enfeite de cabelo, mas pela proposta completamente indecente. 

— Perdão? — disse, cética. — O senhor acaso enlouqueceu? 

— Doçura, ninguém vai ver. Levante as saias e eu prometo ser rápido.  

O pânico brotou no estômago dela e se espalhou por todo o corpo, até a ponta dos dedos dos pés. Graham era conhecido por ser trapaceiro e imoral. Não havia regras para ele, não havia limites. E ela estava a sós com esse homem, agora andando às cegas para trás enquanto ele agigantava-se sobre ela, como uma enorme parede. 

— Está tentando me assustar? — perguntou, recuando. 

Ofegante e assustada, ela conseguiu sentir o cheiro forte de uísque proveniente dele, mas ele não estava bêbado, muito pelo contrário, parecia sóbrio o suficiente para saber o que estava fazendo.  

— Sabe como você é conhecida nos clubes em que frequento? — inquiriu, prendendo-a entre ele e a parede. — Coelhinha assustada. E todos querem copular com essa coelhinha. Há um número enorme de homens que duelaria com Locksley para dormir com você. 

Não gostou nada de ouvi-lo falar de seu marido. Robin era um homem íntegro, diferente de Graham. 

— O senhor não está sendo cavalheiro. Por favor, afaste-se. 

— Vamos, Regina. É apenas uma fodida: rápida e gostosa. 

A fúria contida se concentrou nos punhos da duquesa e ela o empurrou com força ao senti-lo pressionar a rigidez em sua barriga. 

— Nunca mais chegue perto de mim!  

Com as pernas pesada, segurou as saias do vestido e disparou em direção a porta, mas uma mão forte puxou-a de volta com brusquidão. 

— Nada de fugir, criança — encurralou-a novamente contra a parede. — Por que você tem que ser tão teimosa? Estou me esforçando para ser delicado e você tenta fugir de mim? Não faça isso de novo. 

— Não pode me forçar a nada! 

Um sorriso perverso surgiu nos lábios dele. 

— Quem disse que eu não posso? 

Antes que conseguisse virar a cabeça, ele a beijou. Áspero, bruto, seco. Ela o empurrou pelos ombros e só depois da palma arder e formigar, percebera que sua mão havia voado em direção ao rosto dele e o acertado em cheio. O pânico a consumiu por completo. 

Quando Graham falou, sua voz estava permeada por uma onda de surpresa. 

— Sua vadiazinha — ele sorriu, sombrio. — Você está querendo brincar? Não sabe que jogos assim me excitam? 

Ela nunca o vira daquele jeito antes. Logo quando o conhecera, ele costumava ser delicado e gentil, embora a sombra da arrogância sempre estivesse pairando sobre ele. Uma fachada, compreendera ao longo dos anos, apenas para ludibriá-la para que lhe desse o que ele queria. Mas graças a Robin, que aparecera no momento certo, não fora tola o suficiente para entregar sua pureza a Graham.  

A pontinha do nariz dela começou a arder, a queimação se espalhando rapidamente pelo rosto e acumulando-se nos olhos. 

— Deixe-me ir — pediu, paralisada pelo medo.  

— Mas logo agora que a coisa começou a ficar interessante? 

O tecido do vestido roçou a perna dela quando ele começou a puxá-lo para cima. 

— Seja boazinha e eu irei chupá-la até fazê-la gozar. Viu só como sou um cavalheiro? Sempre colocando as necessidades das damas em primeiro lugar. 

Ela barrou a mão dele que se esgueirou para dentro do vestido. 

— Não faça isso... — pediu, os lábios tremendo. 

Os olhos de Tremaine brilharam, diabólicos.  

— Vai ser gostoso, eu prometo. 

Os dedos gelados tocaram a parte interna da coxa de Regina, e então a respiração dela parou ao escutar a porta da biblioteca ser aberta. Quando estava prestes a gritar por ajuda, o grito foi abafado por um beijo inesperado. 

— Mas que diabo...  

O conde virou a cabeça em direção a voz grave, e então voltou a encará-la novamente. 

— Doçura, parece que fomos pegos. 

Ao acabar de fechar a boca, Tremaine foi puxado para trás com a mesma facilidade que um ventríloquo manipula uma marionete. Regina viu, com espanto, um punho fechado voar até a boca dele e acertá-lo com um golpe descomunal no lábio inferior. Com a força que fora inserida, ela pensou que Graham deveria ter perdido vários dentes. Mas não foi nisto em que ela focou, mas no homem que continuava o golpeando com arremetidas furiosas enquanto o conde parecia um saco de pancadas encostado na parede oposta. 

— Robin — ela sussurrou, a garganta apertada. — Robin, pare! 

Foi ignorada. O seu marido não cessava os golpes, parecendo um animal furioso. 

— Por que está bravo apenas comigo, Locksley? — cuspiu Graham, depois de ter conseguido empurrá-lo. — Eu não beijei sozinho. Foi ela quem me agarrou. 

— Não! — finalmente conseguiu gritar, o coração batendo forte demais, as lágrimas presas, por fim, escorrendo quentes pelas bochechas, um medo pavoroso brotando em seu estômago. — É mentira! Eu não fiz nada disso. Tem que acreditar em mim. 

Ofegando como se estivesse se preparando para derrubar uma parede, Robin sequer virou a cabeça para olhá-la. Ele agarrou Graham pela lapela do casaco. 

— Maldito — rugiu com os dentes cerrados no rosto maculado do homem. — É bom que tenha uns trocados guardados para pagarem o seu funeral quando eu matar você. 

O punho de Robin novamente se levantou, dessa vez mais alto, para então, com toda força, cair em direção ao maxilar do conde. Depois outro soco, que atingiu o olho esquerdo, e então mais outro, no nariz, e ela teve certeza de que havia quebrado, o sangue pingando enquanto Graham, cambaleante, tentava se manter de pé. Estava apavorada, assustada, nervosa, com medo de que Tremaine usasse um de seus truques sórdidos para nocautear o seu marido. Trapaceiro do jeito que fora, seria capaz de qualquer coisa. 

— Meu Deus. 

A voz feminina horrorizada se sobressaiu em meio ao som de carne sendo socada e ossos sendo fraturados. Olhando para o lado, com a visão embaçada pelas lágrimas, Regina enxergou a forma feminina de Ariela na porta. 

— Você estava beijando lorde Tremaine? — perguntara, o tom de voz espantado. 

Regina balançou a cabeça com veemência, negando, chorando. 

— Não. É claro que não. 

— Mas você estava agarrada a ele. 

— Eu nunca faria uma coisa dessas. Foi ele quem agarrou-me a força. 

A viscondessa tomou uma expressão de angústia e correu até ela e a abraçou. 

— Eu sei que não, querida. Eu sei. 

Regina desejou ficar por mais tempo naquele abraço, mas não tinha tempo para ser consolada no momento. 

— Por favor, Ariela — segurou as mãos da amiga. —, chame Killian. Peça para que ele venha imediatamente até a biblioteca antes que aconteça uma tragédia. 

— É claro, é claro — respondeu de prontidão. — Não é melhor que venha comigo? Do jeito que esses dois estão brigando feito selvagens, é capaz de atingi-la. 

— Não posso, tenho que ficar. Se eu deixá-los, é capaz de se matarem. Por favor, vá logo, depressa. 

Ariela não esperou falar outra vez, segurou as saias e saiu correndo. 

O barulho de um móvel saindo do lugar, fez Regina retornar à atenção a briga. Robin havia jogado o conde contra a mesa de carvalho. O homem, para o choque dela, esboçava um sorriso sangrento. 

— Que cavalheiro de sua parte deixar sua dama assistir uma luta livre. Isso a excita? Podemos dividi-la agora mesmo. 

Com um grunhido sobrenatural, Robin pulou para cima de Graham, os músculos dos braços se tencionando enquanto ele retomava os golpes. Ela não entendia por que, ao em vez de Graham golpeá-lo de volta, ele apenas se esquivava ou o empurrava. Era de conhecimento geral que o conde nunca fora bom em embate corpo a corpo, mas todos sabiam que ele sempre tinha uma carta na manga para usar quando fosse preciso. E esse pensamento fizera as pernas dela bambearem. E se Tremaine estivesse planejando algo para poder pegá-lo desprevenido? 

— Chega, Robin! Pare! — gritou, chorando. 

— É melhor escutar a sua esposinha, Locksley — avisou o conde, parando o punho de Robin com uma rapidez que a surpreendeu. 

Ela escutou a voz de Robin responder em um sussurro assombroso: 

— Primeiro eu mato você, depois eu dou ouvidos a ela. 

Então, quando ia desferir um soco no peito de Graham, Killian surgiu em meio a escuridão e o puxou para longe. 

— Locksley! — exclamou em frente a ele, o barrando para que ele não voasse em cima do conde novamente. — Eu não me importo de você surrar Tremaine até deixá-lo sem dente, mas não pode fazer isso na presença da sua mulher, inferno! Olhe só para ela, está tremendo de medo. Você está assustando-a! 

Os olhos furiosos do duque se ergueram em direção a esposa apenas o mínimo para olhar os pés dela. Ele nunca havia olhado para ela daquela forma, como se estivesse com raiva.  

— Eu lhe proponho um duelo — disse a Graham, a respiração acelerada e a expressão assassina.  

Com as pernas vacilantes, Regina se apoiou nas costas da poltrona, mal conseguindo acreditar no que acabara de escutar. Então só quando Graham falara, que percebera a presença de mais gente dentro da biblioteca. Era David, o irmão mais velho de Killian, o marquês de Winchester, que vigiava o conde que estava apoiado em uma das estantes.  

— Duelo? — disse Tremaine com sarcasmo. — Um dos meus hobbies favoritos. Sabe que sempre saio vitorioso, não é? 

— Você tocou na minha mulher — Robin grunhiu, o maxilar enrijecido e os punhos fechados ao lado do corpo. — Não dará sequer um maldito passo antes que receba um tiro no crânio. 

Graham gargalhou como um insano. 

— Você está irritado por conta de um beijo? — perguntou, debochado. — Imagine só se eu tivesse tirado o meu pau de dentro das calças e enfiado na... 

Antes que Tremaine conseguisse concluir sua observação sórdida, como um raio, Robin pulou sobre uma cadeira caída no chão e enfiou um soco no rosto dele antes mesmo que Killian pudesse segurá-lo e antes que David pudesse bloqueá-lo. 

— Maldição, Locksley — exclamou David, puxando-o de cima de Graham com a ajuda do irmão. — Controle-se ou acabará matando o homem. 

Regina sentiu um calafrio na espinha com o olhar mortal que ele direcionou ao marquês. 

— E o que diabo você acha que estou querendo fazer? — ele o empurrou. — Esse rato de esgoto tocou na minha esposa. O que você quer que eu faça? Que eu o deixe sair daqui sem que antes eu tenha cortado as bolas dele e enfiado no meio de seu traseiro? O que maldição você faria se isso tivesse acontecido a Mary?  

Winchester ponderou sobre a pergunta áspera e, dois segundos depois, os olhos dele brilharam. 

— Eu teria matado o desgraçado. 

Com o coração pulsando na garganta, Regina correu até Robin e o virou bruscamente para ela.  

— Isso já basta — o encarou. — Olhe só para ele — apontou para o conde, que agora estava sentado no chão, zonzo. — Você o deixou com o aspecto de quem acabara de ser dilacerado por um açougueiro. Se continuar batendo nele, ele acabará morrendo e você se tornará um assassino!  

Robin pareceu que tocaria o rosto dela quando levantou as mãos, mas abaixou-as novamente ao ver os tendões manchados de sangue. 

— Ele ainda não apanhou o suficiente. 

— Amanhã... às duas horas — falou Graham com a voz fraca. — Tarde porque preciso estar com uma aparecia melhor que esta quando for matar você. 

A risadinha, junto com a ameaça, fizera as lágrimas de Regina escorrerem pelas bochechas. Nunca sentira tanta angústia. 

— Combinado — respondeu Robin, sem hesitar. — David, você será meu padrinho.  

— Padrinho é o cacete! — Killian se pronunciou, irritado. — Não haverá nenhum maldito duelo! Você enlouqueceu? 

— Eu vou defender a honra da minha mulher matando esse filho da mãe! 

— Você deve ser o marido mais irritadinho com quem já briguei — alfinetou Graham.  

Robin o acertou com um chute na costela e o conde se contorceu em posição fetal. O estômago de Regina já se encontrava revirado por assistir tanta brutalidade.  

— Estou cansada de pedir para você parar — suspirou, passando as mãos pelos olhos. — Chega, deixe-o ir. 

— Veja isso, Locksley — Tremaine lutou um pouco para voltar a posição anterior, arrastando-se. — Ela me defende porque no fundo gosta de mim.  

No primeiro passo que Robin deu em direção a Tremaine, ela se pôs na frente. 

— Diga para mim que não vai duelar. 

Ele a olhou com ceticismo.  

— O que está me pedindo é um absurdo — retrucou, áspero. — Ele tentou violentá-la e eu não vou deixar passar impune. Não me peça isso.  

— Você não entende? — o segurou pelo rosto, fazendo com que ele a encarasse. — Se duelar, você morrerá. Ele vai trapacear porque é isso o que ele faz. 

Quando Robin colocou as mãos nos ombros dela, Regina percebeu que não somente ela estava trêmula. A diferença era que o seu marido estava tremendo de raiva e não de medo. 

— Nada do que você disser me fará voltar atrás. 

Graham riu mais uma vez. 

— A palavra do rei Robin — disse em tom zombeteiro. — Não se pode voltar atrás. 

Regina viu o quanto ele tentava se controlar, a expressão colérica e os lábios rígidos demonstrando que em algum momento, ninguém ia conseguir detê-lo caso avançasse novamente para cima de Tremaine.  

Precisava fazer algo, precisava ameaçá-lo de alguma forma para que ele recuasse. 

— Se você for a esse duelo — começou, determinada. —, saiba que não terá mais uma esposa. 

Então, como num estalar de dedos, a aparência animalesca se desfez para uma expressão de pura interrogação. 

— O que você está dizendo? 

Ela tomou fôlego para não chorar. 

— Isso mesmo o que você ouviu — continuou. — Se amanhã, você sair desta casa para duelar, não me encontrará quando voltar. Nem amanhã, nem nunca. 

— Maldição — murmurou, praguejando muitos outros nomes sujos. — Não pode me ameaçar desse jeito. 

— Eu posso — não se intimidou, ganhando mais confiança. — E nada no mundo me fará voltar para você. Eu vou embora do país, eu sumo e você nunca mais me verá. E isso não é uma ameaça vazia. 

— Você... — ele se interrompeu, nervoso, não sabendo onde colocar as mãos, levou alguns segundos para parar de andar feito um leão enjaulado e olhar para Killian e David. — Levo-o daqui. Saiam. 

Depois de hesitarem por um instante, os irmãos puxaram Graham para cima feito um saco de batata, ignorando as reclamações que ele proferia enquanto era arrastado para fora. 

— Regina — disse Ariela, que ela nem notara que ainda estava presente. — Venha, vamos. 

Ela a olhou como se a amiga estivesse blasfemando. 

— Não. Eu vou ficar. 

— É melhor que vá — avisou Robin com a voz abafada. 

O seu marido estava ao lado da lamparina em cima da mesa que, por algum milagre, continuava acessa no mesmo lugar. A vela lançava sobre ele uma luz amarelada que não conseguia iluminá-lo completamente, mas conseguia destacar os olhos azuis escurecidos pelo ódio. O casaco engomado e com cheiro de sabão, agora se encontrava amarrotado e cheirando a suor e sangue. As feições tão bonitas de Robin tinham sido substitutas por uma aparência selvagem e mortal.  

— Eu não vou a lugar algum — respondeu de forma categórica.  

Não sabia se fora por conta de sua mente nublada, mas achara ter visto o relance de um sorriso no canto da boca dele. 

— Por que você é tão teimosa? 

— Aprendi a ser obstinada com você. 

Os ombros dele relaxaram instantaneamente e, por uma fração de segundos, ela relaxou também. Com um discreto acenar de cabeça, pediu para que Ariela os deixasse a sós. A viscondessa pareceu não suportar o cheiro metálico de sangue, torceu o nariz e partiu. 

Regina correu até ele e o abraçou por trás, com força, pressionando a lateral do rosto nas costas dele. 

— Eu tive tanto medo de que se machucasse. 

O corpo dele imediatamente tomou consciência da proximidade dela e se enrijeceu.  

— Eu estou bem — ele desentrelaçou os braços dela ao seu redor com delicadeza. — Não se preocupe. 

A sensação ruim de que ele estava tentando mantê-la distante, fez crescer ainda mais a angústia no peito. Recuando um passo, ela perguntou com a voz embargada: 

— Por que está me tratando com tanta frieza? 

— Não estou sendo frio, Regina — respondeu sem olhá-la. — Só quero que... — suspirou pesadamente. —  É melhor você ir embora. 

Com tantos sentimentos brigando dentro do peito, ela não conseguiu segurar a pergunta que martelava na cabeça. 

— Você está com raiva de mim, não é? — perguntou, trêmula e Robin virou-se imediatamente para encará-la. — Me culpa por Tremaine ter me beijado. Acha que eu o deixei se aproveitar de mim... 

— O que você disse?  

Regina piscou, achando estranho que, de repente, ele parecesse chocado, a testa muito franzida. 

— Está me culpando pelo que aconteceu. 

— Não — ele se aproximou com cautela. — A outra coisa que você disse.  

— Você está... 

Ela se interrompeu quando ele esticou a mão e a puxou subitamente, abraçando-a contra a dureza de seu corpo. Com a cabeça apoiada no peito firme, Regina pôde ouvir as batidas do coração de seu esposo: rápidas demais.  

— Você disse que estou com raiva de você — sussurrou com a boca nos cabelos dela. — Nunca mais repita isso. Nunca mais diga que estou com raiva de você, está me ouvindo? 

Regina o segurou pelo casaco, fechando os olhos com força, molhando o tecido com as lágrimas. 

— Por que não me escutou quando pedi para que parasse de brigar? Por que não quis olhar para mim? 

O abraço se tornou mais apertado.  

— Por Deus, Regina! Não era raiva de você. Era raiva daquele desgraçado. Eu não queria que me visse naquele estado. Não queria que chegasse perto de mim daquele jeito. Temia machucá-la em meio a minha fúria. 

— Você nunca me machucaria. 

Ela suspirou quando ele lhe beijou os cabelos. 

— Nunca, meu amor. Mas eu estava furioso demais para querê-la por perto — ela o sentiu respirar fundo. — Eu ainda estou furioso, por isso pedi para que fosse embora. 

Afrouxando o abraço com certa dificuldade, pois ele parecia não querer soltá-la, Regina colocou as duas mãos sobre o peito dele, o olhando nos olhos.  

— Eu não poderia deixá-lo sozinho. 

Robin tocou a bochecha corada dela delicadamente com o dorso da mão, analisando-a com preocupação. 

— Você não deveria ter visto aquilo. Meu Deus, eu sou um monstro. 

— Não — Regina contestou rapidamente. — Você não é um monstro. Só estava me defendendo.   

Os olhos de Locksey escureceram um pouco mais de uma forma que ela achou que seria impossível quando ele segurou o seu rosto entre as duas mãos. 

— O que mais Tremaine fez a você?  

— Nada — respondeu baixinho, esfregando a palma aberta sobre o coração dele. — Ele não fez mais nada. Por favor, se aclame. Seu peito parece que vai explodir. 

— Não minta para mim, Regina. Se ele fez alguma coisa, diga.  

Ela balançou a cabeça, negando. 

— Não. Querido, você está tremendo. Acalme-se... 

A respiração forte de Robin estava quente contra os lábios dela, e ela o beijou, segurando-o pela nuca, e ficou aliviada quando sentiu os braços fortes passarem ao redor de sua cintura, puxando-a para se emoldurar ao corpo dele. O beijo tinha gosto de necessidade intensa, a língua macia vasculhando a sua boca como se quisesse mostrar o quanto ele a desejava. 

Certa vez, Ariela lhe dissera que os homens, quando estavam chateados ou quando terminavam uma briga, ficavam necessitados de certa atenção feminina. Ela não achou que sua amiga poderia estar falando sério. Imaginava ser impossível que um homem, com os sentimentos à flor da pele, pudesse querer ter relações intimas..., mas acabara de perceber que estava completamente equivocada quando sentiu Robin encostar uma impressionante ereção em sua barriga. 

Ele parou o beijo com dificuldade, passando os lábios molhados pela testa dela. 

— Precisamos subir. 

— Subir? Mas Calanthe e Victoria, elas precisam de mim... 

Ele sorriu com malícia. 

— Pode ter certeza que não precisam mais do que eu. 

Com o coração finalmente batendo em um ritmo quase normal, ela sorriu de volta, passando a ponta dos dedos pela mecha dourada caída na testa molhada de suor dele. 

— Se sente melhor? 

— Querida, eu é quem deveria perguntar isso a você — ele percorreu delicadamente os polegares pelas bochechas dela, limpando as lágrimas. — Você está bem?  

Regina assentiu, sentindo-se verdadeiramente melhor agora que ele tinha se acalmado. 

— Tem certeza? — perguntou, parecendo não estar muito convencido. 

Ela levantou os pés e beijou a ponta do nariz dele. 

— Sim.  

Com mais suavidade, ele a beijou mais uma vez, sugando gentilmente o lábio inferior dela. Depois de separar os rostos, sussurrou: 

— Vamos para o quarto. Quero cuidar de você. 

O sorriso de Regina não poderia ser mais verdadeiro ao ouvi-lo. Mas antes de ir, precisava achar o grampo. Não precisou procurar muito para achá-lo ao pé da mesa. Por um milagre, ela viu que ele estava intacto quando o pegou. 

— Veio pegar o grampo de sua mãe?   

— Sim — ela suspirou, prendendo a mecha solta com o grampo. — Achei que havia perdido o que eu estava usando, e quando cheguei, Tremaine estava com ele. Juro que não sabia que ele estava aqui... 

Robin puxou-a para perto e poiou a cabeça dela em seu peito, esfregando suavemente uma mão nas costas tensas dela enquanto a outra massageava a nuca. 

— Eu sei que não, meu amor. 

A confirmação de que ele acreditava nela, fez ela suspirar de alívio, aconchegando-se ainda mais ao abraço extremamente reconfortante. 

— Agora preciso fazer amor com você. 

 

*** 

 

A suavidade da pele era encantadora. Ninguém deveria ter uma pele tão macia, isso provocava pensamentos pecaminosos em Robin impossíveis de se esvaírem. As mãos curiosas dele percorreram as curvas esguias da cintura e subiram até os seios pequenos de bicos salientes que convidavam para que fossem sugados com delicadeza. E foi isso o que ele fez ao levar a boca até o peito. Usou apenas a ponta da língua no mamilo, com suavidade, e depois o chupou sem pressa. Ele sorriu e o seu membro vibrou com o gemidinho que ela deixou escapar bem do fundo da garganta. 

— Nunca mais vou deixá-la sozinha. 

Regina abriu os olhos agora muito miúdos e vidrados e o encarou. 

— Entendo que queira me proteger — disse, as mãos sobre os ombros molhados dele. — Mas não pode estar comigo durante vinte e quatro horas. 

Com o peso de Regina sobre o seu pênis, era um pouco difícil pensar claramente. Após terem subido para o quarto, pedira ao valete para que lhe preparassem um banho, deixando claro que gostaria de que a água estivesse bem morna, mas obviamente não havia salientado para o criado que tinha intenções de entrar na enorme banheira com a sua duquesa. E agora ela se encontrava gloriosamente nua e molhada sentada em seu colo, linda como uma rainha egípcia, mas alheia ao poder que tinha sobre ele.  

— Isso é o que você pensa — ele beliscou o mamilo rosado e isso provocou um espasmo no corpo dela, que acabara rebolando sobre a ereção. — Querida, fique quieta. 

— Eu estou quieta — protestou, sem nem ao menos se dar conta do que fizera. — Robin, por favor, não quero ser tratada como criança. Não quero ser vigiada. 

Ele ergueu o olhar para ela. 

— Você viu o que aconteceu quando não estava debaixo dos meus olhos — disse com firmeza. — Não quero controlar você, mas cada passo que dá sem mim, é como se estivesse cada vez mais próxima do perigo. E eu não quero que aquilo volte a se repetir. Há muitos canalhas como o rato do Tremaine que estão de olho em você, ansiosos para que eu fique longe por um instante para darem o bote. 

Regina o olhou com um misto de carinho e tristeza, acariciando o cabelo dele. 

— Às vezes sinto sou um fardo para você.  

— Cristo — exclamou, indignado. — Se você repetir isso de novo, eu juro que enfio uma pena no fundo do meu ouvido para ficar surdo e não ter que escutar essa loucura.  

Ela mordeu a ponta do lábio inferior e baixou a cabeça, tão juvenil e frágil. Ele segurou o queixo pequeno entre o polegar e o indicar e o suspendeu. 

— Ei — sussurrou, e ela o olhou com aqueles lindos pares de olhos cor de uísque brilhantes. — Você nunca foi um fardo para mim, de jeito nenhum. Eu gosto de cuidar de você. Por Deus, essa é a tarefa que mais amo fazer na vida. Cuidar de você, mimar você, amar você... 

A pressão das mãos macias nos ombros dele ficou mais forte quando ela se inclinou e o beijou, roçando involuntariamente os mamilos no peitoral masculino. Robin gemeu de satisfação dentro da boca dela. 

— Deixe-me cuidar de você também — pediu baixinho. 

Ele aproveitou que o rosto dela estava perto e lhe deu selinho. 

— Você já cuida, querida. E muito bem. 

— Eu não... — ela parou de falar, franzido a testa para o peitoral dele, onde passou os dedos com cuidado. — Em que momento ele fez isso? 

Olhando para baixo, viu que ela falava sobre a contusão avermelhada que lhe marcava a pele. 

— Não sei. Mas esse foi o único golpe que aquele desgraçado conseguiu desferir em mim. 

 — Está doendo? — perguntou preocupada. 

— Não — alisou os cabelos dela soltos pelas costas, querendo passar tranquilidade para ela. — Mas se quiser dar beijinhos, eu não vou me opor. 

Um sorriso se formou nos lábios cheios de Regina. E ela não demorou mais um segundo sequer para abaixar a cabeça e começar a depositar beijos sobre a pele corada, passando a boca sensual com uma enorme suavidade nos hematomas, com medo de machucá-lo, investigando cada ponto vermelho. Os beijos deliciosos subiram para o pescoço e para a nuca, ele respirou fundo e afundou os dedos nos cabelos dela. Mas então a boca desceu novamente, e desceu um pouco mais... 

— Se for beijar aí sem segundas intenções, é melhor não beijar — avisou, percebendo que tinha ficado ofegante.  

Ela havia beijado um pouco acima do umbigo, onde havia a linha da água logo abaixo. 

— Eu não estava pensando nisso. 

— Mas meu pau estava. 

As bochechas dela enrubesceram. 

— Não fale essa palavra. 

— Pau.  

— Robin!  

Ele ainda se surpreendia com a timidez dela mesmo depois de terem praticado uma infinidade de posições sexuais indecentes que faria uma cafetina corar.  

— Fale — pediu. — Fale para mim. 

A sua esposa arregalou os olhos e ele só não riu para não a desencorajar ainda mais.  

— Não! Que horror! 

— Você acha isso do meu pau? — inquiriu, fingindo estar ofendido. 

Ela negou com a cabeça rapidamente. 

— Não é isso... Essa palavra que não é civilizada. 

— Minha querida, o que não é civilizado é o que nós fazemos em nossa cama. E muitas vezes até fora dela. E o pau com certeza está no meio dessa incivilidade.  

Sem obter uma resposta, ele continuou quando a viu muito vermelha. 

— E está no meio agora. Só falta ser encaixado. 

Pequenas ondas se formaram quando Regina se mexeu no colo dele para olhar através da água limpa o membro duro debaixo dela. 

— Mas eu não fiz nada para ele estar assim! 

Ele arqueou uma sobrancelha. 

— Você está nua em cima dele. Isso já é fazer muita coisa.  

Regina se moveu novamente e ele gemeu de agonia e prazer. 

— E você está se esfregando nele. 

Ela o olhou como se ele fosse louco. 

— Não estou, não! 

— Meu Deus, como você é inocente — colocou as mãos em cada lado da cintura esguia. — Levante o traseiro. 

— Para quê? — perguntou, então o viu erguer novamente a sobrancelha e pareceu entender. — Ah... 

Erguendo-se um pouco do colo dele, Robin não imaginou que ela o tomaria na mão, mas o tomou, os dedos macios se fechando ao redor da ereção potente. E para sua surpresa, Regina começou a massageá-lo, o masturbando. A cabeça dele se inclinou para trás involuntariamente acompanhada de um gemido. 

— Seu pau é tão bonito. 

Ele ficou impossivelmente mais duro ao ouvir aquela palavra tão erótica rolar na língua dela. 

— Como você consegue fazer isso?  

Com um sorriso malicioso, ele a olhou. Ela estava concentrada no pênis, fazendo-o subir e descer.  

— Você sabe como. 

Ela lhe ofereceu outro sorriso devasso, deixando para trás, por um momento, a sombra da timidez. 

— Eu sou a culpada? 

— Sempre, meu amor. 

Como a banheira era antiga e grande, Regina conseguiu esticar uma perna, apenas o suficiente para deixá-la aberta. Com os dedos ainda ao redor extensão grossa, o encaixou e o introduziu completamente em seu sexo. A carne macia o apertou por dentro como um punho fechado e ele arquejou, passando as mãos furtivamente pelo corpo molhado até agarrar o traseiro.  

— Por que tudo em você tem que ser tão perfeito? — perguntou baixinho, inebriado por estar dentro dela. 

— Eu não sou perfeita. 

Robin franziu o cenho. 

— É claro que é. 

— Não sou, não. 

— Regina, pare de me contradizer. 

A risadinha divertida fez o coração dele bater mais forte, assim como fizera o seu pênis pulsar quando ela o beijou subitamente. A língua brincou com os lábios dele e depois dentro da boca, foi quando percebeu que ela estava sorrindo.  

— Gosto de contrariá-lo — disse, rodeando os braços na nuca dele. 

— Deus me ajude — grunhiu, dobrando as pernas para trazê-la mais para perto e sugar os bicos intumescidos. 

Ela gemeu, girando um pouco os quadris, e todos os músculos dele se enrijeceram com a pressão gostosa ao redor do membro. 

— Faça isso de novo — pediu, rouco de desejo. 

— Isso? — novamente girou os quadris, dessa vez terminando com uma fricção do clitóris no sexo dele. Ela sorriu com os olhos cheios de maldade. — Gostou? 

Robin estreitou os olhos. 

— Retire o que eu disse. Você não é nem um pouco inocente. 

Depois que ele a tomou nos braços e a penetrou com vontade, erguendo o traseiro da banheira para atingir pontos deliciosos dentro dela, eles gozaram, cansados, com os corpos moles e satisfeitos. Mesmo depois de ter ejaculado, Robin ficou por mais alguns minutos dentro de Regina. Adorava estar abrigado dentro dela. 

— Amor — disse ela, sonolenta, com a lateral do rosto apoiada no ombro dele. — Quero ir para cama. 

As mãos grandes acariciaram as costas dela, de cima para baixo, suavemente. 

— Já vamos, querida. Só mais alguns instantes. 

Ela gemeu e ele soube que ela estava fazendo biquinho.  

— Mas você já está parado dentro de mim há mais de sete minutos. 

Robin riu baixinho, achando graça. 

— Você está contando?  

Regina assentiu com a cabeça. 

— Sim, porque estou com sono e quero dormir. 

— Então durma — beijou docemente os cabelos dela. 

 Desse jeito? Na banheira? Pegaremos um resfriado! 

Ainda rindo, tivera que concordar. Já tinham tempo demais dentro da água. Quando saíram da banheira, fez questão de enxugar cada parte do corpo dela, dos braços as pernas. Demorou-se secando o cabelo longo com a toalha, aproveitando para massagear o couro cabeludo, o que ela gostou bastante, pois quase cochilou com a cabeça no peito dele. 

— Deite-se, querida — pediu, e ela rapidamente acatou com o pedido, esticando o belíssimo corpo nu sobre os lençóis brancos. Ele subiu nela e lhe afastou as pernas, passando furtivamente os dedos no interior da coxa, subindo até a pele limpa e macia e... 

— Robin! — protestou quando ele esfregou o polegar em seu clitóris sensível e empurrou a mão dele, um pouco irritada com cara de sono. — Você parece uma máquina de fazer sexo. Deixe-me dormir. 

Ele também fez uma expressão emburrada. 

— É só um carinho, meu amor. 

— Amanhã você fez esse carinho — disse, virando-se de lado e ignorando a nova ereção pesada em cima de seu ventre. — Amanhã. 

Com um grunhido de decepção, caiu na cama, olhando para o teto e pensando no que poderia fazer para se aliviar. 

— Não vai fazer isso atrás de mim — avisou ela, parecendo ter escutado os pensamentos dele. 

Ah, como ele a amava! 

Rindo, cobriu ambos com o cobertor e se aconchegou por trás, abraçando-a e lhe cheirando a pele macia da nuca. 

— Está bem, minha pequena adivinha?  

Dedos delicados se entrelaçaram aos dele sobre a barriga fria. 

— Sim — respondeu bem baixinho. 

O corpo de Robin relaxou instantaneamente com a resposta. Pensando em nunca mais deixá-la sozinha, sentiu uma enorme necessidade de abraçá-la mais forte para que ninguém pudesse voltar a machucá-la. Jurou para si mesmo que passaria a cuidar dela com a própria vida. E se fosse preciso morrer para protegê-la, morreria.  

— Durma bem, meu amor. Eu estou bem aqui. 

 


Notas Finais


e vocês sabem o que está cada vez mais próximo? isso mesmo! até ♥


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