Ouvíamos tiros durante todo o dia. Algumas granadas eram jogadas nos porões. Judeus foram mortos, espancados, chutados. Poloneses tiveram de fazer um “cemitério judaico”, de tamanho o número de mortos.
Ficamos sem comida, eu estava magra, meu marido e minha filha estavam morrendo aos poucos, da forma mais cruel. Eu estive habituada a morar em minha casa cor de rosa, toda colorida e lá dentro, tudo era cinza e sem graça. Até mesmo as pessoas estavam perdendo suas cores.
Vi mulheres se jogando contra cercas elétricas, querendo morrer. Eu tive que limpar seus corpos por meses até me tornar fraca demais para tal tarefa. Fui espancada pelos nazistas quando caí pela primeira vez, cavando uma cova.
Minha sobrinha foi capturada em 1944 e ficou no mesmo campo de concentração que eu. Ela não durou mais de três meses lá. Foram dias horríveis, não posso descrever tudo o que aconteceu.
Eu estava acabada e não conseguia me encontrar. Eu estava viva, mas não estava vivendo.
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