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História Memórias Rasgadas - Capítulo XLVII


Escrita por: Imagination

Notas do Autor


Obrigada pelos comentários, mensagens, favoritos e a todos os que acompanham a fic!

Capítulo 47 - Capítulo XLVII


Capítulo XLVII

 

Eduardo tentou seguir Eren, mas a meio das escadas uma forte tontura tornou essa tarefa impossível. Prostrou-se, apoiando uma das mãos na parede enquanto a outra procurava os degraus para se sentar. Teve a sensação que iria vomitar de tão enjoado e desorientado que se sentia. Já tinha acordado a sentir-se dessa forma, mas a indisposição piorou consideravelmente depois de sair da cama. A mente dele estava um caos. Nada justificava o cenário que encontrou ao despertar com a música alta, as duas desconhecidas, o cheiro intenso a álcool e outras substâncias. Chegou a considerar que aquilo fosse um sonho muito estranho, mas a dor intensa de cabeça e desorientação contavam outra história.

Quando ainda estava a tentar compreender a situação em que se encontrava, Eren apareceu e se parasse para pensar um pouco, a reação do amigo era compreensível. Ainda que tenha esperado que o moreno pelo menos tentasse escutar e suspeitar que algo não batia certo em toda aquela situação. Não queria deixá-lo sair dali assim sem tentar explicar aquilo que nem ele próprio compreendia, mas de uma coisa tinha a certeza: aquilo não tinha acontecido por acaso. Alguém provocou aquela situação propositadamente.

– Não tentes caminhar nesse estado.

Eduardo reconheceu logo a voz. Virou o rosto e o dono da voz sentou-se ao seu lado no degrau de onde momentos antes tentou levantar-se.

– O que é que tu tens a ver com isto, Tiago? Por que caralho estás aqui? O que queres com isto?!

– Ora, eu mostraria algum agradecimento, pois nem sequer estarias aqui se eu não tivesse pedido.

– Pedido a quem? – Perguntou ainda irritado.

– Não importa quem. – Respondeu. – Volta para casa e deita-te. Vais ter que aguardar algumas horas até estar novamente bem para caminhadas.

– Posso saber por que caralho fizeste isto?

– Eu é que pergunto o que caralho estás a fazer! – Respondeu Tiago, deixando a postura relaxada de lado. – Estás a entregar de bandeja a outro, a pessoa que tu queres! Quem de nós os dois é o anormal aqui?

– Então é verdade, estás interessado no Levi.

– Não estou apenas interessado.

– Não, tens razão… estás obcecado que é diferente. – Tentou levantar-se, mas a visão tornou a ficar embaçada e a desorientação voltava em força, fazendo com que tivesse que sentar de novo.

– Não sei para quê insistir em ir atrás dele. Estás aí com tanta pressa, mas ele não vai acreditar em ti. Ninguém vai acreditar em ti.

– Se pensas que estas merdas vão fazer o Levi ficar contigo, então és bem mais alucinado do que eu. Não podes mudar os sentimentos dos outros através destes truques baratos e…

– Truques baratos? Olha, funcionou para o teu Eren. – Ironizou. – Se admitires a ti mesmo que queres esse Eren, eu prometo que até podes sair a ganhar desta história. Eu até preferia ajudar-te a ti do que a outro amigo que tenho interessado nessa coisa, que não entendo como pode atrair alguém. Se ajudares, podes ter o Eren. Eu não quero saber quem fica com ele, desde que o Levi volte para mim.

– O Eren não me ama, o Levi não te ama. – Frisou Eduardo. – Mete isso na tua cabeça e aceita a realidade. Ainda vais a tempo de fazer a coisa certa. Tens que parar com isto e aceitar as coisas tais como elas são. Vais contar-lhes a verdade e dizer quem é que está por detrás disto. Faz a coisa certa enquanto tens tempo porque se continuares não só não o vais ter, como provavelmente ele vai odiar-te.

– Ele nunca poderia odiar-me…

– Experimenta prejudicar as pessoas que ele ama e ele agirá como qualquer outra pessoa que os quer proteger. – Cortou Eduardo. – Quem quer que esteja a dizer-te que manipular as coisas, magoar os outros, agir sem escrúpulos é o caminho para o teres, está a mentir. Está a manipular-te a ti também. Como é que não consegues ver isso?

– Como é que tu não consegues compreender que eu o amo?

– Não é ele. Será outra pessoa que te pode fazer feliz, mas não assim. Não se continuares com isto. No fim deste caminho só vais encontrar sofrimento.

– Não entendo como podes desistir. – Disse Tiago abanando a cabeça.

– Fazer a coisa certa nem sempre é o mais fácil. – Explicou. – Deixa-me ajudar a fazer a coisa certa, Tiago. Acredita que te vais arrepender se continuares com isto. Não podes obrigar ninguém a te amar e muito menos fazendo estas coisas.

 

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Depois de os médicos autorizarem a pequena Estela a ir para casa, a bebé passou o resto do tempo nos braços de Levi. Este que ainda assim quis participar na organização das cerimónias fúnebres e teve que resolver algumas questões por telefone relativas à gestão da empresa. Hanji e Petra fizeram-lhe o favor de ir para a Survey Corporation no lugar dele e tratar de outros temas, já que ele queria ir para casa tão antes quanto possível e preparar as acomodações temporárias de Estela. Claro que também queria retirar Bianca daquele ambiente e dar espaço aos amigos Nina e Mike para que lidassem com toda aquela situação. Não queria continuar a depender tanto dos amigos e sobrecarregá-los com tudo o que estava a acontecer.

Ficou satisfeito por ver que Armin e Annie retornaram ao trabalho, prometendo estar disponíveis caso surgisse algum imprevisto. Porém, assim como tinha previsto, Farlan e Isabel já estavam em viagem de regresso depois de verem nas notícias o que tinha acontecido.

A cobertura mediática também estava a irritá-lo, dado que a qualquer passo fora do hospital, encontrava jornalistas. Valia-lhe o bom trabalho de Eld e Gunther a abrir caminho para saírem dali e ao fim de longas horas, finalmente chegar a casa acompanhado de Eren com quem não teve tempo de conversar muito, mas o moreno fazia questão de permanecer ao lado dele.

Levi lidava com os sentimentos de culpa dos quais não conseguia escapar, tristeza por ter perdido amigos e receio por não conseguir lidar com tudo o que o futuro apresentava. Estela ainda era muito nova para poder ficar inteiramente ao cargo de outra pessoa sem experiência como era o caso de Eren que já se ocupava de Bianca. Era consciente que o moreno assim como qualquer outra pessoa podia aprender, mas era uma responsabilidade séria e que lhe tinha sido dada a ele e não ao moreno. Era uma promessa dele e queria não ter que envolver outras pessoas, mas seria complicado. Não podia ausentar-se novamente da empresa. Teria que regressar, pois era consciente do trabalho que estaria a acumular.

Não permitiria que Isabel, Petra ou Hanji ficassem com tudo sobre os seus ombros. A ruiva principalmente, visto que após a morte de Erwin representou uma ajuda de peso no período que se seguiu. Estava certo de que ela tentaria novamente carregar com grande parte do trabalho para que ele lidasse com outras questões mais ligadas à família. Contudo, isso seria uma repetição do passado. Uma repetição que antes teve repercussões dolorosas, como foi o caso do aborto espontâneo que a amiga manteve em segredo para não preocupar ninguém. Um sacrifício imenso e cruel que jamais queria que se repetisse. Portanto, teria que tentar organizar as coisas de outra forma nem que isso incluísse por exemplo, contratar mais alguma pessoa para ajudar Eren. Alguém com experiência e claro, o mais difícil, alguém em quem pudesse confiar.

– Já coloquei o berço e os outros pertences no quarto de hóspedes, Sr. Smith. – Informou Reiner que apesar da recuperação ainda não estar completa, insistiu em voltar ao trabalho e ajudar os colegas Eld e Gunther na segurança da família Smith.

– Obrigado. – Agradeceu enquanto acabava de vestir a roupa na pequena Estela a quem tinha dado um banho. – Podes ir para casa, Reiner. Hoje já fizeste mais do que deverias.

– O Eld e o Gunther não quiseram deixar-me ajudar muito, mas se o deixa menos preocupado, então vou para casa e estarei aqui amanhã de manhã. – Viu que o outro ia argumentar e acrescentou. – Não é negociável. Pelo menos não nos próximos dias que prometem alguma agitação. Deixe-me ajudar, Sr. Smith. Não vou ser capaz de descansar, sabendo que precisa de apoio.

Levi sorriu um pouco.

– Obrigado, Reiner. Se é assim, até amanhã.

– Até amanhã, Sr. Smith.

– Ah… a propósito, onde está o Eren e a Bia? – Perguntou antes de o loiro sair do quarto.

– Estão na cozinha a preparar o jantar. Parecem um pouco mais animados, o que é bom sobretudo para a menina Bianca para quem estas coisas são sempre mais difíceis de entender.

– Pois… se os dois estão distraídos, fico aliviado. Obrigado e já podes ir.

O loiro acenou e deixou o empresário no quarto a acabar de vestir a pequena Estela. A bebé tinha chorado mais nas primeiras horas, mas agora parecia-lhe bem mais calma. Mesmo sendo tão nova, ele imaginava que devia sentir falta da mãe e acima de tudo do leite materno, que agora era forçosamente substituído por algo que nunca seria a mesma coisa. No entanto, sentia-se aliviado porque agora além de ter tratado da higiene da pequena, faltava só alimentá-la novamente e em princípio, esperava que dormisse por algumas horas. Sabia que seria pouco provável que dormisse a noite toda e isso recordava-o dos primeiros tempos em que Bianca privou-o a ele e Erwin de várias horas de sono. O que para Levi não era tão estranho, dado que passou muitos anos da vida dele com insónias e a dormir muito mal, mas Erwin chegou a vestir as calças ao contrário ou tropeçar sozinho no quarto. Momentos caricatos que ainda agora colocavam um sorriso no rosto dele ao recordar-se disso.

– Pai ajudei o Eren a fazer o jantar! – Anunciou Bianca com orgulho ao ver o pai entrar na cozinha.

– Hum, tenho a certeza que deve estar bom. – Disse, usando uma das mãos para acariciar os cabelos da filha.

 – A Estela vai comer connosco?

– Sim, mas não a mesma comida. Por enquanto ainda não vai poder provar o que deve ser a sétima maravilha do mundo. – Brincou ao ver o entusiasmo da filha a puxar a cadeira para ele se sentar.

– É comida de sobrevivência, nada de coisas chiques mas dizem as opiniões lá de casa que evoluí bastante. – Comentou Eren, colocando alguma comida no prato de Levi.

– Obrigado, mas não coloques tanto. Não tenho tanta fome.

– Ninguém se levanta da mesa sem o prato estar limpo. – Disse Eren decidido. – Precisas de comer, Levi. Hoje quase não paraste.

– O Eren tem razão, pai. – Concordou Bianca. – Eu vou vigiar para que comas tudo.

– Certo, mas ainda tenho que…

– Eu já tenho aqui a comida da Estela. – Cortou o moreno para que o outro não saísse da cadeira. – Só não sei se a temperatura está boa, mas podes ver. O Reiner veio deixar aqui o leite em pó que comprou para ela.

– Obrigado, Eren. – Agradeceu.

De facto esperava uma noite bem mais deprimente, caso o moreno não tivesse decidido a acompanhá-lo para ajudar. Provavelmente, apenas alimentaria Bianca e Estela e não se preocuparia em comer uma refeição decente. Não estava com muito apetite, mas agora com dois pares de olhos na direção dele, a opção de não comer parecia não ser aceitável.

Estava grato pela presença de Eren ali. Não só pela ajuda, mas porque a qualquer momento quando sentia que estava um pouco mais em baixo, o moreno aproximava-se com algum gesto ou palavra de carinho. Quando sentia o impacto desses momentos, entendia como estava a ser importante a presença de Eren ao seu lado. Queria dizer-lhe isso e dessa forma demonstrar ao moreno como era suficientemente forte para por exemplo, ser um apoio para ele. Só que esses pensamentos foram interrompidos enquanto via Eren servir a todos na mesa e notava que parecia ter as mãos ou os braços com ligeiros arranhões. Desde que o moreno tinha ido ao seu encontro no hospital, ficou com a ideia de que algo teria a acontecido. Esperava que ele tivesse regressado na companhia de Eduardo que continuava estranhamente ausente. Não o conhecia tão bem, mas algo lhe dizia que Eduardo não era o género de pessoa que se distanciava, sobretudo não num momento tão complicado como aquele.

No entanto, Eren fugiu das poucas perguntas que fez e a conversa foi sendo adiada.

Assim que a Bia e a Estela estiverem na cama, preciso de falar com ele. Aconteceu qualquer coisa que ele não me está a contar. Possivelmente porque não quer incomodar… mas não dizer nada quando sei que pode ter acontecido alguma coisa, é pior ainda”.

A refeição decorreu com temas bem mais leves, graças à alegria que Bianca sempre parecia guardar dentro dela e que contagiava quem estivesse à sua volta. Ainda assim, ela mostrou-se bem observadora e acusadora sempre que viu o pai tentar deixar alguma coisa no prato. Aliás, tanto ela como Eren uniram-se assim como tinha avisado de início para garantir que Levi saía mais do que satisfeito da mesa.

Concluída a refeição, Levi foi expulso para a sala enquanto Bianca e Eren ocuparam-se de arrumar tudo até ir ao encontro do empresário que a certa altura disse que aproveitassem bem porque não ia deixar que mandassem nele por muito tempo. Os quatro ficaram na sala por algum tempo a assistir alguma animação infantil até que pelas horas, o homem de cabelos negros decidiu que estava na hora de desligar a TV e dormir. Bianca ainda quis argumentar, mas foi Eren com algumas brincadeiras que levou a criança até ao quarto enquanto Levi encarregou-se de Estela que entretanto, já teria adormecido e só teria que ser cuidadosamente colocada no berço. Esta última tarefa demorou um pouco mais do que pensava. Depois de deitar a bebé no berço, parou para observá-la demoradamente. Recordava-se de todas as vezes que tinha repetido os mesmos gestos com Bianca ou de todas as vezes em que viu Erwin fazer o mesmo. Desejava que a pequena tivesse de volta a mãe que com certeza sentiria a falta de momentos como aquele. Não havia vocabulário que descrevesse o sentimento que o preenchia por dentro naquele instante tão simples e tranquilo. Tocou com cuidado no rosto da bebé.

– Estava a imaginar que deves ter feito o mesmo com a Bianca em tempos. – Ouviu a voz de tom cuidadoso da parte de Eren que se encontrava encostado na porta.

– A Bia já está a dormir?

– Acho que estás aí há mais tempo do que pensas. – Respondeu com um sorriso.

– É provável. – Admitiu Levi. – E tens razão, fiz isto muitas vezes. O Erwin veio chamar-me várias vezes, embora isso também acontecesse com ele. Não me cansava de olhar para ela. Como se ainda quisesse acreditar que era real, sentir tamanho carinho por alguém tão pequeno e indefeso. Queria assegurar-me que estava bem e que nada nem ninguém atrapalharia aquele momento. – Distanciou-se do berço. – Bom, é melhor que a deixe dormir por agora. Não acredito que dure uma noite inteira.

– Preferes que fique aqui contigo ou queres…? – Teve a frase interrompida por um beijo curto, seguido de um abraço.

– Obrigado por teres ficado ao meu lado, Eren. Acho que não sabes como foi importante. – Sorriu ao ver que o moreno também o abraçava.

Permaneceram assim por algum tempo no conforto daquele gesto. Pelo menos até Levi criar algum espaço entre os dois sem largar a mão de Eren à medida que o encaminhava para o quarto. O moreno deixou que o outro o levasse e fechou a porta assim que entraram. Esperou que os lábios do empresário regressassem à boca dele, só que em vez disso viu Levi largar a mão dele e caminhar até à mesinha de cabeceira. Deixou o telemóvel sobre o móvel depois de mexer em qualquer coisa e regressou para perto do moreno que estava um pouco confuso com o silêncio e ações inesperadas do outro.

– Ativei um pequeno alarme para que se houver algum movimento no quarto da Estela, receber uma indicação de que está a acordar, mas por agora… – Agarrou as duas mãos do moreno e virou para poder observá-las.

Eren tentou puxar as mãos, mas o outro segurou nos pulsos dele e encarou-o em silêncio. Uma mensagem para a qual não eram necessárias palavras passou entre eles. Levi não aceitaria um não como resposta e encontrou os pequenos arranhões que teriam sido pelo menos um pouco tratados.

– Levi, não é nada. Eu apenas…

– Por favor se vais mentir para que eu não me preocupe, não faças isso. – Pediu o outro, puxando-o e fazendo com que o moreno se sentasse sobre a cama. – Fica aqui. Vou trazer a caixa de primeiros socorros. Quero ver o que tens, tratar se precisares e acima de tudo, saber o que aconteceu.

Eren limitou-se a anuir e suspirar, concluindo que não poderia escapar da preocupação do outro que saiu e regressou pouco depois com a dita caixa de primeiros socorros. Trocando mais olhares silenciosos com o dono de olhos verdes, foi pedindo para ver melhor as mãos e os braços.

– Tira a camisa.

– De certeza que isto não é uma desculpa para me ver sem roupa? – Tentou brincar Eren.

– Eu não preciso exatamente de uma desculpa para te ver sem roupa. – Respondeu, sorrindo um pouco. – Mas neste momento preocupa-me o que podes estar a esconder.

Para alívio do homem de olhos negros não havia nada que o afligisse. Os danos pareciam mais focados nas mãos ou braços. Não só aí porque também já tinha notado outro pormenor, mas deixaria esse para o final. Pediu então que o outro retirasse as calças e viu uma maior hesitação.

Porém, acabou por aceder aquele pedido e as pernas estavam sem dúvida com mais arranhões e alguns pensos.

– Eren, o que aconteceu? – Quis saber. – Por favor, conta-me a verdade. Sei que podes estar a tentar proteger-me de más notícias ou quem sabe até nem queiras incomodar porque achas que os teus problemas não são relevantes num momento destes. – Acariciou de leve uma das pernas dele. – Mas para mim tu sempre serás importante e o que te deixou assim, eu quero impedir que aconteça de novo. Além disso, já reparei nas vezes que te toquei no rosto que estás a usar base. Alguém te bateu no rosto e não só, não é?

O moreno baixou um pouco a cabeça. Para ele falar dos seus problemas, especialmente à luz dos acontecimentos recentes, soava bastante ridículo. Contudo, ouvir que Levi queria impedir que algo assim acontecesse de novo, trouxe a realidade assustadora de volta ao presente. Havia uma forte possibilidade de passar por algo semelhante de novo, sobretudo agora que tinha visto até que ponto Thomas estava disposto a ir. E se na próxima vez não aparecesse ninguém? E se não fosse capaz de lutar numa próxima vez? Paralisar de medo não seria nada de novo. Já o tinha feito várias vezes antes. Portanto, por mais egoísta que se sentisse naquele momento, decidiu contar que se tinha reencontrado com Thomas depois de sair do apartamento onde morava Eduardo.

Não explicou por que razão saiu tão rápido do apartamento de Eduardo. Disse somente que tinham discutido e não quis entrar em pormenores. Resolveu focar no aparecimento “casual” de Thomas que o tentou forçar a entrar no carro, não se inibindo de usar violência.

– Esse filho da puta tem que ir para a prisão antes que eu coloque as minhas mãos nele. – Disse Levi num tom ameaçador. – Devias ter-me contado, Eren. Devias ter ido com o Bertholdt até uma esquadra ou chamado a polícia. Aliás, por que razão não te acompanhou à polícia?

– Acho que… – Hesitou na resposta. – Na hora ambos pensámos o mesmo. Estavas no hospital com os familiares da Sasha, Connie e Oluo e aquilo… eu não queria colocar mais nada na tua cabeça naquele momento.

– E o Bertholdt concordou com isso? – Perguntou irritado. – Ele tinha a obrigação de me avisar. Se bem que o mais relevante agora é que vás à polícia denunciar aquele filho da mãe.

– Não. – Murmurou.

– Não? Porquê? – Perguntou Levi sem entender. – Não estás a querer protegê-lo, pois não?

– Claro que não, Levi. – Respondeu, encarando o outro. – Mas não quero ir à polícia. Não quero ter que passar… pela vergonha de ter que admitir o que aconteceu e depois ver como nem esperam que saia da esquadra para se rirem de mim.

Naquele momento, Levi entendeu a razão por detrás de tanta hesitação. No lugar de Eren também sentiria que não valia a pena. Se já havia casos de violência denunciados por mulheres que sofriam nas mãos de maridos, namorados ou outros familiares e ouviam frases repugnantes como: “Se calhar mereceste” ou até mesmo ouviam incentivos para regressar a casa e manter um casamento de fachada pelos filhos ou pela família. Esse tipo de comentários eram mais habituais do que infelizmente deveria ser permitido. A coisa piorava exponencialmente quando se tratava de violência entre casais do mesmo sexo. Sendo os homens acusados de não serem fortes o suficiente, alvo de diversas piadas que no fim os faziam desistir dos processos. O preconceito, o julgamento da sociedade abafava as vítimas que escolhiam silenciar-se do que ser expostos ao circo que se criava.

Avaliando a reação de Eren era evidente que ele já teria tentado denunciar Thomas antes, mas vendo o preconceito que ainda existe, provavelmente desistiu por não querer ser humilhado quando devia ter recebido apoio e proteção. A falta de dinheiro e influência infelizmente também tinham um papel importante nesses casos e por isso, Levi sabia que jamais deixaria que isso se repetisse.

– Ninguém vai rir de ti. – Assegurou Levi. – Desta vez vais ter-me ao teu lado e garanto que ele acaba na cadeia.

– Levi, eu não quero que te preocupes com estas coisas agora. – Disse o moreno com os ombros descaídos.

– Não és uma coisa, Eren. És alguém muito importante para mim e não vou permitir que esse Thomas nem ninguém te trate desta forma. Deixa-me cuidar de ti, ok? – Pediu.

Escapou uma pequena lágrima do rosto do moreno que estendeu a mão até tocar no rosto do empresário que fechou os olhos.

– Não sei como fazes para que me apaixone cada vez mais… – Murmurou.

– Vou considerar isso um elogio. – Disse em resposta, recomeçando a ver como estavam os ferimentos nas pernas e substituindo alguns dos pensos. O tratamento decorreu praticamente em silêncio com poucas palavras trocadas entre os dois.

No fim, quando estava satisfeito com o que tinha feito, Levi foi guardar a caixa dos primeiros socorros. Quando regressou ao quarto, viu que Eren tentava vestir as calças, mas ele interrompeu-o.

– Não queres ficar a dormir aqui?

– Dormir ao teu lado quase sem roupa não é uma boa ideia. – Disse Eren um pouco ruborizado.

– Hum, é uma ótima ideia. Posso procurar umas calças mais confortáveis para dormir. Não devias usar nada muito justo enquanto estiveres com esses pensos aí. – Falava enquanto acariciava de leve a cintura e o peito do moreno que se arrepiava.

– Ahm… – Eren tentava responder de uma forma lógica, mas aquela mão contra a pele dele era uma forte distração.

– Podes escolher o que quiseres no guarda-roupa. Eu vou tomar um duche rápido e já volto. – Disse, distanciando-se do moreno.

Assim que Levi saiu, o moreno tentou regularizar as hormonas e pensamentos. Era tão fácil cair na tentação com o outro por perto, mas aquela não seria a melhor altura para pensar nessas coisas. Ou até seria, tendo em conta que passar algum tempo de qualidade na companhia um do outro, podia ser uma boa forma de retirar aquele peso e tristeza que havia neles.

Eren abanou a cabeça, dizendo a si mesmo que seria melhor escolher umas calças, deitar e dormir antes que o outro regressasse. Ainda que não vestissem com as mesmas medidas, era verdade que Levi tinha vários pares de calças bem mais largas porque já tinha explicado que gostava de dormir confortável e sem nada muito justo. Algo com que o moreno se identificava e naquele caso até agradecia.

Depois de vestir as calças, olhou para a cama por alguns momentos antes de se deitar, virando as costas para a porta que dava acesso à pequena suíte que havia no quarto e onde Levi estaria a tomar um duche. Encostou a cabeça na almofada e fechou os olhos, tentando adormecer. Confiou bem mais do que deveria no cansaço e stress causado pelos acontecimentos recentes. Pensava que seria mais fácil cair no sono, mas não era capaz e evidentemente, a certa altura, ouviu os passos do outro no quarto. Ouviu que pousava alguma coisa sobre a mesinha de cabeceira e em seguida, também subia para a cama e o cheiro do champô tornou-se cada vez mais próximo.

– Sei que não estás a dormir, Eren. A tua respiração está muito tensa para que eu acredite. – Disse num tom um pouco divertido.

– Desculpa, estive a tentar adormecer e pensava que estando cansado seria mais fácil. – Admitiu, vendo que o outro não se tinha deitado e estava sentado com um pequeno livro na mão. – Também estás sem sono?

– Sei que não vou conseguir dormir agora, mas não precisas de ficar acordado comigo.

– Pensava que estavas a ser sugestivo antes… – Comentou o moreno.

– E estava, mas não é certo. – Suspirou. – Não depois do que te aconteceu hoje e que com certeza não te trouxe boas lembranças.

Eren também se sentou na cama.

– Como sempre preocupado com os outros e não contigo. Como esperas que consiga dormir, sabendo que vais ficar provavelmente a pensar em tudo o que aconteceu durante várias horas?

– Por agora não consigo evitar, Eren… mas a sério, podes deitar e dormir. Um de nós devia aproveitar a noite.

O moreno observou o outro em silêncio por vários momentos. Tanto que Levi começou a ficar confuso pela falta de palavras, mas também ausência de movimento. Pensava que pelo menos o outro quisesse tentar descansar, só que em vez disso parecia bastante pensativo.

É verdade que depois de ter aquele encontro perturbador com Thomas e ouvir tudo o que lhe disse, as lembranças que teimavam em não sumir, assomaram à superfície. No entanto, teria que admitir que em todas as vezes que tocou ou se deixou tocar por Levi o resto do dia, mesmo depois do que tinha acontecido com Thomas, não sentiu em momento algum repulsa ou vontade de evitá-lo. Como se qualquer coisa dentro dele soubesse com uma certeza absoluta que o empresário jamais o tocaria com intenção de causar dor ou humilhação. A parte que o amava e via o mesmo sentimento do outro, sabia-o sem qualquer dúvida que não havia razão para chamar aquelas memórias de volta.

Eren nunca se considerou alguém que esperasse pelo momento certo para dizer ou fazer alguma coisa. A impulsividade que muitas vezes o caracterizava colocou-o muitas vezes em situações más no passado, mas naquele instante não pensou que esse fosse um desses casos.

Assim que viu que Levi ia questionar o porquê daquele longo silêncio sem qualquer razão aparente, Eren diminuiu a distância entre eles, encostando os lábios no outro. Apanhado desprevenido, o empresário deixou cair o livro que tinha nas mãos. Embora também não se tenha preocupado em recuperá-lo, usando uma das mãos para se apoiar na cama e outra para acariciar os cabelos do moreno.

– Eren?

– Se calhar precisamos um do outro agora… – Murmurou, beijando-o de novo. – … e isso nos ajude a dormir melhor depois. – Inclinou um pouco o rosto e logo o outro cedeu passagem para a língua passar. Os dois gemeram com aquele toque mais íntimo e sem separar a boca um do outro, Eren sentou sobre as pernas de Levi. Este colocou as duas mãos na cintura do moreno, ocasionalmente deixando uma das mãos acariciar a pele morena que havia exposta nas costas.

Quando as bocas se separaram para tentar recuperar o fôlego, as mãos do moreno percorreram também a pele à sua frente, satisfeito porque o outro também dispensou a camisa para dormir. Acariciando um dos ombros viu m pouco do desenho da tatuagem e desviou a boca quando Levi quis beijá-lo. Em vez disso, mordeu com alguma força o ombro dele e ouviu o empresário gemer alto, arranhando as costas dele.

– Ah, Eren… – Inclinou o pescoço, deixando que o moreno espalhasse beijos naquela área sensível. – Hum… – Agarrou os cabelos castanhos para fazer com que as bocas dos dois se encontrassem de novo, permitindo que as línguas se entrelaçassem novamente. Os gemidos soaram novamente pelo quarto e os quadris de Eren moviam-se num ritmo demasiado insinuante para que o corpo do outro não começasse a reagir.

Nenhum toque de outra pessoa o deixava naquele estado tão febril e tão ausente da realidade. Não compreendia como Levi podia fazer com que sentisse por um lado, a tocar o auge do prazer, por outro lado, um carinho imenso presente em cada gesto. Não havia nada de errado. O corpo dele entregava-se completamente àquela paixão que os fazia desesperar um pelo outro.

– Se soubesses como te amo… – Murmurou Eren, segurando o rosto do outro entre as mãos.

– Também te amo… muito mais do que consigo colocar em palavras. – Respondeu de volta, beijando o moreno e desta vez, tentando mudar um pouco as posições. Foi empurrando Eren até vê-lo deitar-se na cama.

Assim que o teve deitado na cama, deixou a boca de Eren, descendo pescoço e indo até ao peito. Lambeu e quando começou a chupar os mamilos do moreno, ouviu gemidos que o outro procurava conter, mas era incapaz. As mãos desceram até às calças do dono dos olhos verdes, puxando-as lentamente para baixo enquanto chupava novamente um dos mamilos e uma das mãos do moreno puxava os cabelos negros à medida que a outra amachucava os lençóis.

– Ah, Levi… ngh, Levi… – Dizia, fechando os olhos enquanto sentia a boca descer mais um pouco enquanto as mãos ajudavam-no a libertar-se das peças de roupa que lhe restavam. Em pouco tempo estava sem qualquer roupa que o cobrisse e ao abrir os olhos, viu que o outro debruçava-se sobre ele para encará-lo nos olhos.

– Ainda confortável, meu amor? Posso parar quando quiseres.

Eren sentiu-se corar ainda mais, se é que era possível, após a forma carinhosa como o outro o chamava. Apenas conseguiu assentir e os lábios do outro regressaram à boca dele. Mais um beijo longo se seguiu e as mãos do moreno dividiam-se entre segurar um dos braços de Levi e descer até às calças que o outro usava.

Um dos beijos molhados que trocavam foi interrompido por um gemido mais alto de Levi ao sentir que o outro o tocava no membro, ainda que fosse sobre o tecido.

– E a tua roupa quando vai sair? – Murmurou Eren, vendo o ar ainda distraído pelo toque que não parava de se tornar mais intenso.

– Hum… queres que tire? – Perguntou, suspirando ao sentir a mão de Eren colocar-se dentro das calças.

– Hum, hum.

– Então, vem tirar, bebé. – Respondeu e colocou-se de pé na frente do moreno que sorriu de lado, antes de colocar as duas mãos na cintura do empresário e retirar lentamente a roupa que lhe restava, beijando um pouco as coxas e pernas dele à medida que o fazia. – Sem tantas provocações… – Avisou, segurando os cabelos castanhos.

– Com medo de acabar cedo? – Provocou o moreno.

– Eren… – Lá estava novamente o tom de aviso que fez o outro sorrir satisfeito.

– Tens lubrificante?

– Ah… sim. – Respondeu e era a primeira vez desde que tinham começado a envolver-se daquela forma momentos antes, que Levi demonstrava alguma hesitação. – Escuta, podemos fazer outras coisas que não…

– Olha para mim, Levi… achas que estou com medo ou de alguma forma desconfortável neste momento? – Questionou e os olhos cinza prenderam-se nos dele por alguns instantes até apontar para uma das gavetas do móvel encostado à cama. – Não te sentes. Fica assim.

Levi permaneceu no mesmo lugar, aguardando que Eren encontrasse o lubrificante. O que não demorou muito até o moreno voltar a estar de joelhos na frente dele, espalhando lubrificante apenas numa das mãos enquanto a outra começava a masturbá-lo lentamente.

– Eren?

A respiração ouvia-se um pouco mais agitada da parte do moreno que baixou um pouco a cabeça, parando o movimento com a mão sobre Levi.

– Não é nada… – Respondeu. – Só não fazia isto há algum tempo.

– De verdade que não precisamos de…

– Eu quero, Levi. – Disse, olhando para o outro. – Quero que nem que seja só por alguns momentos, o mundo lá fora deixe de ter importância e eu possa estar contigo assim.

– Se é assim… vai com mais cuidado. – Aconselhou Levi, acariciando os cabelos castanhos e viu o outro assentir enquanto voltava a masturbá-lo e agora começava a usar também a boca, fazendo-o fechar os olhos. – Puta que pariu… – Sentia a língua percorrer o membro dele, mas deixava-o sempre perto do desespero porque queria mais do que isso. – Deixa de provocar tanto e chupa…

– Hum, pede de novo. – Respondeu, colocando um segundo dedo e apercebendo-se que ver Levi tão entregue às sensações que lhe provocava, também o deixava com maior tesão, o que ajudava a esquecer aquele desconforto.

– Eren… chupa, puta que pariu não…ah!

O moreno queria continuar a ouvir mais e cada vez os gemidos, os palavrões que o outro não conseguia parar de dizer, os elogios que lhe fazia e a forma como por vezes, segurava com força os cabelos dele. Saber que era o responsável por aquele estado completo de desejo do outro, queimava-o também por dentro.

A certa altura, Eren decidiu parar e ouviam-se somente as respirações ofegantes dos dois pelo quarto e olhando os olhos cinza que assim como os dele só refletiam desejo, perguntou:

– Como queres que fique?

– Hum… – Pareceu já ter qualquer coisa em mente quando começou por se sentar e em seguida até deitar sobre a cama. – Em cima de mim, bebé. Assim podes controlar melhor as coisas.

Eren mordeu o próprio lábio antes de se colocar sobre o outro. Trocaram mais um beijo demorado antes de com uma das mãos pegar no membro e direcioná-lo. Teve que respirar fundo e desviou o rosto até ficar com ele contra o pescoço de Levi.

– Shh… devagar. – Dizia, acariciando as costas do moreno. – Relaxa e qualquer coisa podes parar. Tenho a certeza que posso fazer com que te sintas bem de muitas outras formas.

– Hum… mas quero dentro de mim…ah!

Caralho… não fales assim. – Passou a mão nas coxas do moreno que tremia ligeiramente.

– Contigo sei que estou seguro, Levi… é só mesmo que preciso habituar-me de novo a que estejas dentro de mim. – Murmurava, sentindo que um pouco da ansiedade ia sumindo a cada centímetro que sentia que entrava. – Ngh… ah, Levi fica assim. Ainda não…

– Não vou fazer nada. – Assegurou, acariciando as coxas do moreno. – Por muito deliciosamente quente que seja estar dentro de ti. Quero ver o que podes fazer em cima de mim. Quero ver, bebé.

Um longo suspiro acompanhado de gemido veio da parte dos dois assim que ambos notaram que Eren tinha finalmente conseguido colocar tudo. A respiração dos dois ficava novamente alterada e pouco depois os lábios do moreno procuraram os do empresário, envolvendo-os em mais um beijo. Um que se tornou em vários e em que determinado momento, motivou o moreno a mover-se um pouco.

Quando estava um pouco mais confortável, deixou de se debruçar sobre Levi, apoiando as mãos no peito do empresário antes de levantar um pouco para logo baixar de uma forma demasiado mais forte do que o outro esperava. O resultado foi um gemido bem alto dos dois.

– Gostas assim, Levi?

Puta que pariu, Eren… sim, faz de novo. Cavalga, bebé.

O ritmo recomeçou mas mais lento, aumentando a tortura deliciosa de ambos. Progressivamente, Eren foi impondo um ritmo bem mais rápido e forte. O choque entre os corpos dos dois ecoava na mesma intensidade dos gemidos e palavras que se perdiam entre os dois.

Aquilo era exatamente o que os dois precisavam, mas tiveram medo de admitir. Sentir uma conexão intensa e repleta de paixão. Algo que os arrebatasse e proporcionasse o que mais desejavam naquela noite que era entregar-se nos braços um do outro. Ter a certeza que não havia nada mais certo do que isso.

Cansaço ou o mundo lá fora não existiam. Eren já tinha colocado os braços para trás, apoiando-se nas pernas de Levi que deixava inúmeras marcas na cintura e nas coxas de Eren. Os dois atiravam a cabeça para trás incapaz de conter os gemidos e todos os sons obscenos. Um ritmo perfeito, extasiante e para o qual os dois não precisavam de palavras para sincronizar.

– Levi! Eu… ah! Eu quero…

Entendendo o que o outro queria, pois só poderia imaginar as dores nas pernas do moreno, Levi rapidamente reverteu a posição dos dois. Eren mal teve de recuperar o fôlego antes de sentir o recomeçar das investidas fortes que o fizeram, segurar-se na cama e ouvir a mesma bater contra a parede várias vezes.

– Eren, ah! Só mais um pouco e… ah!

Chamaram o nome um do outro no orgasmo forte que invadiu o corpo dos dois. Um êxtase que precisou de vários momentos para passar e só então Levi saiu do moreno e deixou-se cair ao lado dele. Após vários minutos de silêncio e para controlar as respirações, os dois envolveram-se num beijo bem mais calmo que os anteriores até ao momento em que o telemóvel de Levi tocou.

Interrompendo a contragosto o beijo, o empresário estendeu o braço para pegar no aparelho e por momentos, pensou que estivesse a ler mal mas depois passou a mão na cara com um sorriso divertido. Vendo o ar curioso do moreno, passou o aparelho para a mão dele.

 

Nina – Mensagem:

Meu príncipe sei que disseste que eu e o Mike devíamos ir para casa descansar, mas ainda bem que tomámos a liberdade de vir cá passar a noite.

Queríamos ajudar com a Estela.

Se bem que agora, acho que também não queremos que nada atrapalhe o clima quente de romance que está aí nesse quarto. Espero que a cama aguente :p

 

– Ó meu Deus, eu nunca mais vou sair deste quarto! – Disse Eren, cobrindo o rosto e Levi riu um pouco.

– Não parece assim uma ideia tão má que não saias deste quarto.

Cobriu novamente o rosto com as mãos e pouco depois voltou a olhar para o homem de cabelos negros.

– Se calhar devia sentir-me culpado.

– Pelo quê? – Perguntou Levi, usando uma das mãos para desviar uma das mexas de cabelo do moreno do rosto. – Por estarmos a viver um momento assim numa altura destas? – Deduziu.

– Tenho o dom de fazer as coisas nos momentos errados.

– Achas que isto foi errado?

– Não quis dizer isso, mas…

– Eren, eu também já me senti assim. Achei que não me era permitido sentir qualquer ínfimo de felicidade em algumas circunstâncias e esta poderia ser uma delas. Nada disto significa que não nos importemos com o que aconteceu ou com aquilo que vem pela frente. – Acariciou o rosto do moreno. – Isso não significa que seja errado estar com a pessoa que amo e permitir-me ser feliz por alguns momentos. Se calhar até porque nós precisamos disso para poder suportar o que ainda vem pela frente e eu gostava de pensar que o vamos fazer juntos. – Beijou o rosto corado do moreno. – Vem, agora vamos para debaixo do chuveiro. Vou ter que refazer alguns dos curativos.

 


Notas Finais


Até ao próximo capítulo!


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