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História Menina Selvagem - Capítulo quarenta e dois: A puta das trevas


Escrita por: mili_cruzz

Capítulo 42 - Capítulo quarenta e dois: A puta das trevas


  Astória despertou radiante. Era dia de retornar à Hogwarts. A ansiedade da naja era tanta que acordou bem cedinho e nem a caminhada matinal lhe acalmou. Estava alegre demais, elétrica demais. Dava para lhe ouvir cantarolar de longe. Encontrou a família tomando café da manhã à mesa, usando apenas pijamas e robes. Abraçou o pai e lhe deu um beijo na bochecha.

- Bom dia, papai lindo! – Abraçou e beijou a irmã – Bom dia, maninha linda!

- Bom dia, Ast. – Cumprimentou sua irmã

- Parece que alguém está bem contente. – Observou seu pai – Para ver a doninha-albina, imagino.

- Papai, por favor! Já não basta ter assustado pitelzinho, não quero que o ofenda!

- É seu namorado, tenho o direito de ofender.

- Pensei que gostasse do seu genro. – Comentou Daphne

- E gosto. Ou não autorizaria a relação. Só não o tratei desta maneira quando era seu noivo, Pardalzinho, porque, de fato, nunca tiveram uma relação concreta.

- Graças a Deus! Seria um horror! – Afirmou a caçula

- Um simples concordo já bastava. – Falou Astória – As bagagens já estão na carruagem, Pin?

- Não, minha senhora. – Respondeu o elfo-doméstico – Pin aguarda pela resposta da senhora.

- Pois pode despachar.

- Não vai fiscalizar nossas coisas para ver se não esquecermos nada? – Questionou Daphne

- Você já é bem crescidinha para organizar suas próprias coisas. Pode lidar com isso sozinha. Eu vou me arrumar para irmos logo.

- Mas, Sabiá, você mal tomou café da manhã! – Alertou seu pai

- Não estou com muita fome. Com licença.

A primogênita deixou a mesa e foi para o quarto se arrumar. Daphne não gostou nada da atitude dela.

- Sabe que ela se liberou só para se arrumar mais para o Malfoy, não foi? – Avisou Daphne ao pai

- Você se arruma para a sua namorada. Ela se arruma para o dela.

Daphne estava correta. Embora adorasse ser vaidosa, pretendia está bem bonita para Draco. Queria que ele se orgulhasse de ter uma namorada tão bonita. Não entendia muito de moda trouxa, mas se esforçou. Selecionou uma blusa verde-escura de mangas longas, um suéter azul, uma calça jeans, um all-star vermelho e o cachecol da Sonserina. O cabelo estava solto com uma faixa preta.

Faltando uma hora para o embarque, bateu na porta do escritório do pai para que partissem. Entrou quando ele lhe deu a permissão. Sr. Greengrass estava concentrado num livro trouxa, usando seus óculos de leitura.

- Os homens são de marte e as mulheres são de vênus. – Ela leu o título – Do que se trata este livro, papai?

- Ah, isso é... Um livro trouxa. Estou interessado em descobrir como os trouxas pensam.

- O pai da minha amiga Gi também. Ela diz que ele é fascinado por isso. Eu vim aqui para comunicar que já podemos partir.

- Iremos logo. Vem cá, minha filha. Sente aqui. – A garota sentou no colo do pai e sentiu um leve desconforto por conta das pernas falsas – Eu quero dizer que amo muito você. E não precisa se pressionar a ser perfeita.

- Mas eu não me pressiono. Só tenho grandes objetivos e faço por onde realizá-los.

- É disso que eu estou falando, Sabiá. Eu não quero que você se cobre demais para ser chefe do Departamento da Educação Bruxa ou para ficar na parede de bruxos honráveis no museu da família. Minha principal preocupação é na bruxa que vai se tornar. E tenho certeza que será maravilhosa.

Ele tocou no nariz dela e ela sorriu.

- Eu sei que as vezes eu me esforço demais. Mas tudo o que eu faço é com um propósito. Quero melhorar a educação para melhorar o nosso mundo.

- Minha filha, você não pode melhorar o mundo se não vive nele. Ouça o conselho de quem desperdiçou parte da vida nos livros. Viva mais. Porque, um dia, vai se arrepender.

- Eu vou tentar. Estava pensando em uma forma de minimizar o meu tempo e relaxar mais. Daph me deu uma excelente ideia semanas atrás de contratar um assistente.

- Um assistente, minha filha? Mas você tem dezoito anos e nem terminou os estudos ainda!

- Justamente! Com um assistente, poderei equilibrar mais as coisas. Terei mais tempo. Já até encomendei os cartazes. Irei colar nos Salões Comunais. E vai ser até eu me formar.

- Se isto vai te deixar menos ocupada, eu mesma pagarei o salário. Mas deve ser um preço justo!

- Vai ser, papai! Muito obrigada! – O abraçou e beijou a bochecha dele – Eu te garanto que com um assistente, resolverei tudo mais facilmente!

- É bom mesmo. Estava comentando com Narcisa, um dia desses, que temia que passasse mal com tanto que você estuda. – A filha deu uma risadinha – Qual é a graça, Sabiá?

- Nada, papai. É que eu me lembrei de algo tolo que a Hes me disse, quando estávamos nos arrumando para o baile do Cisne Branco. O senhor acredita que a Sra. Carrow tem fé que o senhor era apaixonado pela Sra. Malfoy, nos tempos de escola? Não é uma bobagem?

- Claro, claro.

- O senhor não me parece tão convicto.

- Bobagem sua, Sabiá.

- Papai... Isso é mesmo verdade?

- Astória, eu não gosto de tocar neste assunto!

- É verdade?!

Sr. Greengrass soltou um bufo. Obviamente não queria que aquilo chegasse aos ouvidos de ninguém.

- Aquela maldita boca da Carrow! Sim, minha filha. O seu pai teve uma certa atração por Narcisa.

- Eu não acredito! Mas, papai, o senhor a trata praticamente como uma irmã!

- Sim, hoje. Acontece que quando eu tinha a sua idade, só me comunicava com os professores e Lúcio, meu único amigo. Não era o mais popular, como deve ter percebido. Já que Narcisa era comprometida com meu amigo, andava conosco de vez em quando. Ela era muito gentil comigo e logo nos tornamos amigos. E levando em consideração que era bem bonita, eu, tolamente, confundi as coisas. Mas não cheguei ao ponto de me apaixonar. Foi apenas um breve encanto.

- Nunca esperei que o senhor fosse sentir isso por ela.

- E nem gostaria de ter sentido. Foi uma idiotice minha. E eu gostaria muito, minha filha, que não chegasse aos ouvidos de mais ninguém. Se Narcisa e Lúcio descobrissem, eu não teria mais cara para olhar para eles.

- Claro que não, papai. De mim, ninguém saberá nada! Será nosso pequeno segredinho. Alguém mais sabe?

- Não é como se eu tivesse alguém para contar. Acho melhor nós irmos. Não quero chegar quando todos aqueles urubus estiverem em cima dos Weasleys e do Trio de Ouro.

- Está bem.

As bagagens já estavam na carruagem. A família pretendia voar até um certo lugar para depois aparatar. Sr. Greengrass ainda temia que fossem seguidos e obrigava as filhas seguirem percursos incomuns. Pin fotografou os três antes de partirem do Ninho.

Astória fez questão de registrar vários momentos com a câmera fotográfica porque queria marcar sua penúltima ida à Hogwarts. Ao chegar na King Cross, varreu o local em busca do namorado. Não o encontrou. Invés disso, achou sua amiga Gina. Deu um abração nela.

- Sorria para a foto, Gi! – Weasley sorriu para câmera e Greengrass bateu uma foto – Excelente! Esta vai para o álbum deste ano.

- Vou querer uma cópia depois, Rainha Naja.

- Estou vendo que você já leu aquela tolice.

- Não resisti. A Skeeter fala muito de você. Te descreve praticamente como se a dona do pedaço.

- Você não sabia? Eu sou.

- Não é de menos que todos só falam e olham para você.

- É mesmo?

- Você não percebeu? Virou tanto notícia nesses dias que todos conhecem a Rainha Naja. Só sabem falar de você, criar teoria com o que vai acontecer. Você se tornou a sensação da galera, Ast. Se continuar assim, vai ficar tão famosa quanto o Harry.

- Acredita que eu nem reparei que o Corredor da Discórdia havia feito tanto sucesso? Achei que só um pequeno grupo inúteis que não tem o que fazer liam essa baboseira.

- Sério que você não percebeu que todo mundo está te olhando?

- Ah, Gi, me aconteceu tanta coisa, que eu nem reparei. Quando disse que queria que meu nome fosse lembrado, não achei que fosse como protagonista de uma radionovela. E uma péssima radionovela, por sinal! Não acredito que Skeeter disse que transei em público! Eu nem nunca transei!

- Como se Skeeter ligasse para o que é verdade. Você não vai acreditar! Percy se tornou um grande fã seu. Só lhe dá elogios agora. Disse que você é uma garota honrável.

- Puxa! Nunca pensei que seu irmão admirasse uma pessoa que não fosse ele mesmo.

- Eu também. Ele começou a gostar muito de você quando foi apresentado a uma encantadora amiga sua. Não sabia que tinha dom para casamenteira.

- Sabe como é, eu sou muito habilidosa. Gi, você, por acaso, viu meu namorado? Eu ainda não o achei.

- Não. Sobre isso, Ast-

- Ast, temos que nos despedir do papai! – Interrompeu Daphne – Ele quer partir logo antes que os urubus cheguem. E aí, Gina.

- Eu já vou. Te vejo no trem, Gi?

- Claro.

As irmãs foram até ao pai. Não deu dois segundos e Daphne começou a chorar. Passariam seis meses sem vê-lo, o que era muito tempo. Sr. Greengrass a acolheu em seus braços e acolheu a filha mais velha também. Desta vez, o abraço fora mais prolongado. Sr. Greengrass conjurou um lencinho para Daphne limpar as lágrimas e segurou no rosto da primogênita com as duas mãos.

- Lembre-se do que eu te disse.

- Lembrarei. Eu te amo.

- Eu também te amo. Agora vão. A impressa já está chegando.

Deu um breve abraço em cada e as duas foram para o Expresso de Hogwarts. A caçula ainda fungava um pouco e limpava o choro com o lencinho que ganhou.

- Nós mal voltamos e já vamos partir. – Lamentou em tom choroso

- Ah, Daph. Seis meses passarão logo para nós. Pena que não ocorrerá o mesmo para papai. Fico de coração partido só de imaginar que ele ficará tanto tempo sozinho.

- Não acho que ele vá ficar tão sozinho assim. Minha teoria estava correta. Ele tem mesmo uma namorada. Encontrei uma marca de batom na camisa dele quando estava arrumando as coisas para irmos à Suíça. Também achei um papelzinho com uma espécie de código.

- Código?

- Eram números. Ele deu uma desculpa que era para um jogo, mas duvido muito. Acho que ele se comunica com a namorada através de um código para que não descubramos que estão juntos. Ainda bem que sou muito esperta e saquei na hora.

- Daph, por que não me contou essas coisas antes?

- E como poderia? Você estava naquela melancolia humilhante pelo Malfoy.

O braço da naja fora puxado e seu corpo foi posto contra a parede. Draco colou sua boca na dela. A sonserina tratou de responder.

- Falando no diabo. – Comentou Daphne, sendo completamente ignorada

Estava obvio que Astória e Draco ficariam uns beijos por um tempo. Então Daphne seguiu seu rumo sem se despedir e ficou a buscar por seus amigos.

- Malfoy, temos que ir a reunião dos monitores! – Interrompeu Hestia – Malfoy!

- É melhor você ir. – Aconselhou sua namorada – Hes é ótima em azarações. E não poupará esforços para te machucar.

- ‘tá bom. – A beijou – Nos vemos depois, ‘tá?

- ‘tá.

Draco piscou por ela, a deixando sem graça, e seguiu Carrow. Greengrass pôs a mão acima do peito e liberou um suspiro apaixonado. Não tinha como ser mais óbvia. Olhou para o lado e reparou que Flora a encarava com uma cara azeda.

- O que foi? – Perguntou confusa

Flora fez uma encenação ridícula do seu suspiro apaixonado e depois caiu na gargalhada. Greengrass revirou os olhos.

- Ah, cala a boca! Vamos logo encontrar uma cabine.

- Pedi a Nev para pegar uma para nós.

À medida que as sonserinas se locomoviam, percebiam que eram encaradas por quase todos. Elas já eram populares, mas o Corredor da Discórdia fez com que se tornasse as maiores celebridades de Hogwarts. Alguns nem tentavam disfarçar que a encaravam.

- Não acredito que as pessoas realmente estão levando aquela merda a sério! – Reclamou Astória

- Pelo menos a Rainha Naja é interessante. Tudo o que a Skeeter falou sobre a Top Model envolve a vida sexual dela. Parece que se o Neville não existisse, eu nem seria comentada.

- Claro que não, Flo! Você tem muitas qualidades! Skeeter só escreve isso porque sexo é o que mais rende. Do teu casting que é bom, ela não abre nem o bico. Eu só queria saber quem passou essas informações para ela. Algumas coisas são tão parecidas com a realidade. Olha os meninos ali.

Entraram em uma cabine que havia Neville e Brian. Flora fez questão de mergulhar nos braços do namorado e lhe dá um beijão. O lufano foi correndo abraçar a melhor amiga.

- Amiga, que saudade!

- Eu também estava morrendo de saudade, Brian! Parece que eu não te vejo há séculos!

- É, e aconteceu bastante coisa na minha ausência. Ast, amiga, você foi de rainha de Hogwarts para rainha de todos. Não há um ser humano que não te conheça. Sua vida se tornou um reality show!

- O que é um reality show? – Perguntou Neville

- Depois eu explico. – Respondeu St. Clair – Hora de matar nossa cede. Flo, amiga, você trouxe?

- Claro que sim.

Flora abriu uma das malas e retirou uma garrafa de uísque de fogo e quatro taças em uma parte disfarçada. Através de um feitiço, a taça de todos fora preenchida.

- Gente, isso é proibido! – Alertou Neville – Podemos nos meter em grandes problemas se formos pegos!

- Falou certo, querido. Se formos pegos. – Argumentou Astória

- Vamos, gatinho! É só uma tacinha de nada! – Insistiu sua namorada

- Está bem. Só uma taça. – Cedeu ele – E aí, vamos brindar a algo?

- Claro. Mas o quê? – Perguntou Brian

- Ao nosso futuro brilhante! – Propôs Astória – Que consigamos atingir todos os nossos objetivos sem qualquer interferência!

Os quatro brindaram e beberam. Somente as sonserinas resolveram repetir a dose. St. Clair acendeu o cachimbo. Greengrass encontrou a edição daquela manhã do Profeta Diário ao lado do lufano.

- Está lendo o Corredor da Discórdia, é? O que disseram hoje?

Brian fez uma careta enorme pela mancada que deu. Tratou de camuflar o jornal imediatamente.

- Nada!

- Não precisa esconder, Brian. Aposto que Skeeter escreveu outra baboseira mentirosa sobre nós. Pode me dá, por favor.

- Se você quer.

“CORREDOR DA DISCÓRDIA

O dedo podre da Rainha Naja para homens já é bem conhecido. Mas agora ficou encardido de vez. Não é brincadeira, meus caros leitores. Ela está namorando oficialmente com o Bad Boy. Quem não deve está gostando é o Cavalheiro Dourado, que a venera completamente. O Dr. Mauricinho não pôde presenciar a derrota porque fora deportado para o seu país de origem, a França. Se vocês sonhavam em se tornar o rei naja, sinto-lhes em informar que este cargo foi bem preenchido. E ao que tudo indica, este namoro vai durar um bom tempo. Isso se o Bad Boy não cometer outra besteira.

Antes que comecem a chorar pitangas, os apresento uma bruxa muito mais digna e honrosa. Me reviro a Sombra, que agora chamarei de Dama Ice. A jovem raramente é vista com uma companhia romântica. Escolhe seus ficantes a dedo e sabe ser muito discreta. É inteligente, bonita e bem rica. Sem falar que ela tem algo que nem mesmo sua amiga tem, o mistério.

Se tem algo que aprendi nos meus anos de repórter investigativa é que quando alguém se esconde, esconde algo. E chego a duvidar que o Bonde Ostentação conheça tal informação. É este mistério que a deixa tão irresistível. O rapaz ou moça – se for o caso – que conquistá-la por completo terá o título de maior galanteador(a). Vou logo avisando que é um desafio e tanto. Não é de menos que tenha recebido tal codinome. Somente o(a) melhor vencerá. Eu aposto que o campeão será o Cavalheiro Dourado, já que é uma das pessoas mais próximas dela.

Enquanto a Rainha Naja se concentra no seu amor e a Dama Ice fica nas sombras, a Top Model faz o que as modelos fazem de melhor: vomitar. Chegou ao meu conhecimento que a futura modelo está disposta a tudo para conseguir ir à Roma. Mesmo que signifique pôr todo o jantar para fora. Uma pena que a única coisa que ela deveria liberar é um certo segredo, o qual ainda não contarei.

Eu sou completamente contra a bulimia, mas reparei que ela ganhou um quilinhos a mais desde que começou a namorar o Belo. Será que é a vez dela ser a feia e ele, o bonitão? Vamos torcer para que não. Vai ver ela enche a barriga com toda a bebida que esconde no quarto.

- Rita Skeeter”.

- Isso é uma merda! – Xingou Astória – Não é de menos que O Pasquim lucre mais!

- Não sei, não, Ast. O Corredor da Discórdia ‘tá ficando bem popular. – Contou sua amiga

- Ainda é ridículo! Eu nem sei qual é a parte mais absurda! A que eu perdi o meu valor – fez aspas com os dedos –, a que praticamente pôs Hestia à venda ou a que te acusa de bulimia! Como é que alguém pode gostar dessa bosta?

- É uma coluna de fofocas sobre ricos problemáticos. A galera adora isso. – Explicou Neville

- Pois não devia! Tudo o que aquela vadia escreve é mentira!

- Ela não mentiu sobre namorar o Malfoy, não foi? – Perguntou Brian

- Não. Estamos realmente namorando. Só que 98% das coisas que ela disse não são verdade!

- Devia falar com aquele teu avô defensor. Ele vai saber o que fazer para acabar com essa palhaçada. – Sugeriu Neville

Embora a ideia do grifinório fosse boa, Astória não quis realizá-la porque ainda estava bastante ressentida com o que ele fizera no baile do Cisne Branco.

- Não, melhor não envolver o vovô nisso. Ele está com a agenda bem lotada. E não posso contratar outro defensor porque ele veria como uma ofensa. Melhor deixar isso quieto. E não é como se isso fosse afetar a minha vida. – Seus amigos se entreolham estranho – Que que foi, gente? ‘tá pegando alguma coisa?

- Uma galera está falando de você pelas costas. - Revelou Flora

- Estaria surpresa se falassem na minha cara. Nem o mais corajoso de todos os grifinórios tem peito para me enfrentar. Com todo respeito, Neville.

- Te dou toda razão, Astória. - Aprovou Longbottom – O que mais me preocupa mesmo-

- É com que as pessoas podem fazer. - Interrompeu Carrow - Você sabe que as coisas sempre são piores quando se trata de mulheres. E não podemos simplesmente punir Hogwarts inteira por não te respeitar mais. O que vamos fazer, amiga?

- Eu me tornei popular por ser boa a gentil. Não foi algo que pedi, só aconteceu. Se as pessoas preferem se afastar por causa de preconceito tolo, não vou chorar pitangas por causa disso. Mas se alguém for abusado comigo, não pouparei esforços para dá uma boa lição! Não sou mulher de levar desaforo para casa!

- E vale a pena o sacrifício? – Quis saber Brian

- O quê?

- Brian quer saber se ele te trata bem - Mentiu Neville

- Claro. Ele é demais comigo! Acha que papai permitiria que namorássemos se ele não fosse alguém digno? Sinto que nosso namoro é para valer. Perseu já está todo enciumado. Só espero que Rock também não fique. Afinal, onde ele está?

Neville e Flora responderam ao mesmo tempo.

- Com os monitores.

- Com um gato.

Greengrass percebeu na hora que havia algo de errado. St. Clair revirou os olhos, pedindo a Merlin que o ajudasse a lidar com aquilo.

- Ele foi se encontrar com um monitor que ele está a fim. – Enganou o lufano

- E você não está de mal com isso, amigo? Você era louco por ele.

- Falou certo. Era. Agora estou em outra. Depois eu te conto.

- Eu vou querer saber todos os detalhes mais tarde! Agora estou com fome. Vou comprar alguns docinhos e aproveito para pôr meu uniforme. Querem algum?

Ninguém quis. Astória saiu com uma pequena maleta que guardava o uniforme escolar. Assim que ela deixou a cabine, o grifinório abriu a boca.

- Flora, por que não me deixou falar o real motivo?

- Você queria mesmo dizer para uma garota apaixonada que o namorado dela é perigoso? Gatinho, é óbvio que ela não ia reagir bem! Temos que ser cautelosos.

- Concordo com Flora. Eu acho que todos nós, próximos da Ast, devíamos nos encontrar para bolar um jeito de tirar esse veneno da vida dela. - Propôs o lufano - E eu até tenho uma ideia.



Embora Greengrass se detestasse por isso, não conseguia deixar de ficar incomodada com os olhares e os murmúrios aos seu respeito. Era como se sua pessoa tivesse sido apagada e apenas fosse a namorada de um dos piores ex-Comensais da Morte. Seja firme! Você é uma mulher forte e madura. Não ligue para estes imbecis, pensou. Ela fingiu que nada estava acontecendo e cumprimentou seus conhecidos cordialmente. Nem todos estenderam a mesma simpatia a ela. Alguns nem se deram ao trabalho de cumprimentá-la. Até mesmo a mulher do carrinho de doces a encarou torto.

O que foi uma verdadeira surpresa para ela foi Josh Nilson, o lufano mais quente, ter ido ao carrinho de doces e ter lhe dado um sorriso gentil. Apesar do desentendimento, a garota também foi simpática com ele.

- Oi. – Falou ele sem jeito

- Olá. Quanto tempo. Não nos falamos desde...

- Você ter jogado vômito de ogro em mim. Sobre aquilo, eu queria te pedir mil desculpas. Eu já devia ter feito isso antes, mas não tive muita coragem, sabe.

- Está tudo bem. Eu nem lembrava mais disso. Tinha esquecido completamente.

- Mas eu não. Fui um verdadeiro babaca e não te dei valor. Fico feliz que tenha encontrado quem dê. Embora eu admita que é uma pessoa bem inusitada.

- É, eu também não esperava que fosse namorar com Draco. Mas aqui estamos.

- Olha, eu sei que a gente não deu nem um pouco certo, mas será que podemos ser amigos? Eu me dei conta que não posso só interagir com os animais. E você é uma garota tão legal. Pensei que podia começar minha primeira amizade humana por você.

- Claro. Eu adoraria! Quer comemorar o início da nossa amizade com acidinhas?

- Me parece bom. Obrigado.

Os dois comeram o doce.

- Eu preciso colocar meu uniforme agora. Nos vemos depois. Ah! Josh, se ler aquela merda do Corredor da Discórdia, não leve nada a sério! A Skeeter não passa de uma puta mentirosa!

- Estou começando a interagir com pessoas, mas não quero destruir meu cérebro. Além do mais, eu prefiro bem mais O Pasquim.

- Certa resposta. Tchau.

- Tchau.

A morena foi ao banheiro. Todas as meninas se calaram ao vê-la e encararam como se fosse uma jovem de quinta categoria. Astória deu boa tarde e se trancou no boxe para se trocar. Pôde ouvir fofocas ao seu respeito enquanto se trocava, embora não conseguisse compreender bem o que elas cochichavam. Ao sair do boxe, não havia mais ninguém. Escreveram uma frase no espelho largo com batom.

"ASTÓRIA GREENGRASS É A PUTA DAS TREVAS".

Astória limpou aquilo na hora com um feitiço. Ela queria mesmo azarar as malditas que fizeram aquilo. Conseguiu se manter tranquila e se conter antes de fazer alguma besteira. Não podia cometer uma besteira e dizer adeus ao futuro emprego, que estava tão perto de alcançar. Ao sair do banheiro, encontrou seu leccionador predileto.

- Prof. Slughorn, o senhor por aqui! - O cumprimentou - Achei que já estivesse em Hogwarts.

- Nunca perco a oportunidade de está no Expresso de Hogwarts. Me trás boas lembranças. Além do mais, é um bom momento para encontrar novos talentos.

- Falando assim, o senhor vai me deixar enciumada.

- Astória, você sabe que é minha aluna predileta. É insubstituível.

- Não sabe como gosto de ouvir estas palavras. Sentirei muita falta dos seus jantares.

- E eu, da sua companhia. Soube da sua nova relação. Meus parabéns! Confesso que não imaginei que Malfoy se encaixasse no seu gênero.

- Eu também não. Mas isso a gente não escolhe.

- É verdade. Eu gostaria de falar mais a respeito sobre isso com você. Não só do seu namoro, de outras coisas também.

- Está bem. Vou marcar um horário na minha agenda então. Mal posso esperar para contratar um assistente e ele me auxiliar nessas coisas.

- Vai contratar um assistente?

- Vou. Papai até disse que pagará o salário. Vai me ajudar bastante. O senhor sugere alguém?

- Em específico, não. Mas lufanos normalmente são as melhores escolhas para este tipo de serviço. Eu te aconselho a ser precavida ao selecionar seu serviçal. Seja quem for, andará ao seu lado e conhecerá sua vida íntima. Se for alguém ruim, suas informações pessoais pode cair na boca do povo. E agora que está famosa, o risco aumenta.

- Não se preocupe, professor. Tenho ótimos investigadores que me ajudarão a descobrir quem é o mais qualificado.

- Ótimo então. Eu já vou indo. Preciso procurar novos talentos. E, Astória, não se atormente muito com as tolices de Skeeter. Nenhuma coisa que ela diz é verdade. E é isso que importa.

- Obrigada, professor.

Prof. Slughorn seguiu um caminho diferente do seu. A adolescente ficou a pensar sobre quem daria um bom assistente.

De repente foi puxada pelo braço para dentro de uma saleta inteiramente escura. Suas costas encontraram no corpo de alguém e uma mão passou em volta da cintura dela, a impossibilitando de escapulir. O saco de doces caiu no chão. Antes que pudesse gritar, a outra mão do desconhecido tampou a sua boca fortemente. Seu pescoço fora beijado. Já estava para atacar, quando ele se pronunciou.

- Senti tanto a sua falta, rainha.

A morena conseguiu empurra-lo para longe e tirou a varinha presa no centro do sutiã.

- Lummusa!

A ponta da varinha acendeu e ela pôde ver claramente seu namorado com o mesmo sorriso petulante de sempre. Geralmente, ele o encantava. Mas aquela vez era uma exceção. Estava irritada demais.

- Mas que porra, Draco! Você é tão idiota!

- Que foi? Ficou com medinho, foi?

- É claro que fiquei! Achei que fosse um estuprador!

O sorriso dele sumiu ao perceber que a coisa era séria. Se aproximou da namorada e segurou o rosto dela. A morena ainda continuou emburrada.

- Foi mal, Ast. Não tive essa intenção. Só quis pregar uma peça com você.

- Uma peça de muito mal gosto!

- Eu sei, foi besteira minha. – Segurou a mão dela e ficou a beijá-la docemente - E você acha mesmo que eu deixaria que tocassem na minha rainha?

A naja até poderia ficar com raiva dele, mas não conseguiria diminuir a frequência dos batimentos cardíacos ou fazer com que as pernas não ficassem bambas. A aparência de Draco fazia Astória crer mais em Deus. Porque não conseguia imaginar uma outra razão que explicasse a beleza divina do rapaz se não fosse esculpido pelas mãos do Senhor. Ela se sentia tão pequena perante aqueles lindos olhos azuis-acinzentados.

- E o que você ia fazer se me tocassem?

Os pelos dela se arrepiaram quando se se aproximou do seu ouvido.

- Eu mataria o desgraçado. E com muito prazer.

Astória não sabia se aquilo era sinistro e nem se importou muito se era. Só sabia que a enlouquecera. Revirou os olhos de prazer quando seu pescoço foi agarrado e a ponta da orelha foi mordida.

- Sabia que eu não conseguia parar de pensar em você naquela reunião chata? - Contou ele - Do seu cheiro. Da sua boca. - Agarrou uma das penas dela - Da sua linda perna. Eu adoro as suas pernas.

- É? E o que mais você adora em mim?

- Absolutamente tudo!

Malfoy atacou os seus lábios brutalmente e ela respondeu à altura. Astória já havia beijado muitos rapazes. Alguns carinhosos, outros lentos. Tinha uns que babavam. Malfoy era agressivo e do jeito bom. Já tinha osculado rapazes daquela maneira, mas Draco conseguia superar todos. Ele tinha o melhor beijo, a melhor pegada, era um pacote completo. Astória sentia que podia passar horas – talvez dias – apreciando os lábios do namorado. Quando estava com ele, o tempo voava.

Não foi de menos que ficaram se agarrando até o Expresso de Hogwarts parar.

- A gente já chegou? – Perguntou ela – Eu sei que estamos aqui há um tempo, mas não é possível que já estejamos em Hogwarts.

- Deve ter acontecido alguma coisa. Vem comigo.

Os dois saíram da saleta escura e foram em busca do que estava acontecendo. O transporte tinha parado nos trilhos e ainda era dia. Greengrass foi até Gina. Weasley fez uma careta enorme ao ver o ex-Comensal da Morte.

- Gi, o que está havendo? – Perguntou

- Os aurores estão mexendo nas nossas coisas para terem certeza que não trouxemos nada perigoso.

- Como é que é?! Isso é loucura! Ninguém traria... – Astória quis se dá um soco ao relembrar do que Draco fizera há anos atrás – Pelas barbas de Merlin! Eles vão achar minhas bebidas!

Astória foi quase que correndo até sua cabine. Seu namorado foi atrás dela. Havia dois aurores homens remexendo nos pertences deles. Flora estava bem constrangida por suas peças íntimas serem expostas daquela maneira.

- Com licença. O que está havendo aqui? – Perguntou Astória

- Estão bisbilhotando nossas coisas. – Respondeu Brian, de mal gosto

- Não pense vocês, jovens, que gostamos de remexer nos seus preservativos e revistas pornográficas! – Informou o auror – Só estamos aqui porque fomos ordenados a verificar todas as bagagens para ter certeza que não estão levando nada ilegal.

- E os senhores por acaso tem algum mandato judicial?

- Na verdade, nós temos sim. – O outro auror mostrou o mandato judicial em um curto pergaminho – O próprio Rony Weasley autorizou que fizéssemos isso.

- Ronald Weasley? Francamente! Isso é ridículo!

- Ridículo ou não, mocinha, vamos fazer isso!

A próxima mala a ser vasculhada foi a de Astória. Os pertences dela flutuavam, deixando a vista para qualquer um ver. Greengrass ficou extremamente incomodada e irritada quando um dos aurores pegaram a caixinha de música de bailarina.

- O senhor faça o favor de tirar as mãos da minha bailarina! – Ordenou, tomando o objeto – Caso não tenha percebido, isso é um presente muito delicado e não pode ser tratado dessa forma!

- Minha jovem, é o protocolo!

- É um protocolo imbecil! O que eu poderia esconder aqui? Um dragão?

- Ast, calma! – Pediu seu namorado – Só deixe eles trabalharem e logo vão embora.

- Espere um momento, você é Astória Greengrass, a Rainha Naja?

- Só atendo pelo meu nome e não por este apelido ridículo! Mas sim, sou eu.

- Pelas barbas de Merlin! Você é real mesmo! É verdade que está com o Bad Boy?

- Sim, ela está comigo! – Afirmou Draco irritado

- É uma pena. – Lamentou o outro auror – Estava torcendo pelo Cavalheiro Dourado. Me parecia bem melhor.

- O senhores vieram aqui para investigar malas ou nossas vida pessoais? – Interrogou o ex-Comensal da morte ríspido

- Olhe como fala com a gente, rapaz! Qualquer comentário abusado seu pode te levar uma noite atrás da grades por desacato a autoridade! – Ameaçou o auror – Embora eu ache que você está bem acostumado.

- Olha só o que achei. Várias garrafas de bebidas alcoólicas. A mocinha sabe que isso é proibido, não sabe?

- Eu sei que sou de maior e posso consumir. Se quiser, mostro até meus documentos.

- Bebida não é permitido em Hogwarts!

- Com todo respeito, senhores, isto quem decide é a escola. – Intrometeu-se Neville – O senhor está a procura de algo ilegal e perigoso. E o máximo que essas bebidas podem fazer é dá uma ressaca.

- Em outras palavras, isso não é da sua conta! – Traduziu Carrow

- Flora! – Repreendeu seu namorado

- Vou fazer de conta que não ouvi isso! Quanto as bebidas, não há muito que se possa fazer. Já acabamos, então vamos embora.

Os aurores se retiram. Greengrass observou eles se afastarem para fazer algo.

- Neville, esconde as bebidas nas suas coisas! – Pediu Astória

- O quê?

- Os aurores vão dedurar à Ast, gatinho. E como sou super amiga dela, vão desconfiar de mim e descobrir tudo. Mas ninguém vai desconfiar de você. – Explicou Flora – Vai ser por enquanto até levarmos para o nosso quarto.

- Está bem. Mas fiquem sabendo que não estou gostando nada disso!

- Depois eu te recompenso.

Neville ficou encabulado quando a namorada piscou para ele.

- Eu já vou indo. – Avisou Draco

- Mas já? Não quer ficar com a gente? – Perguntou sua namorada

- Melhor não. Blásio quer falar comigo sobre umas estratégias novas para o jogo. Eu tenho que ir.

- Eu te levo até lá fora.

Astória o acompanhou até o corredor apenas para lhe dá um beijo. Ela ficou brincando com a gravata dele.

- É bem melhor te beijar a sós.

- Pena que não estamos realmente a sós. - Os dois encararam os curiosos da cabine adjacente – A Skeeter conseguiu mesmo te deixar famosa. Pena que ela vive mentindo.

- Isso é só temporário. Logo ela se concentra de vez naquele livro do Potter. E aí a gente vive a nossa vida. Prefiro ficar com você sozinha.

- Por isso me trouxe até aqui? Não resistiu a oportunidade de ficar a sos com seu pitelzinho?

- Também. Eu queria te perguntar se viu Rock com algum monitor.

- Rock?

- Rock Taylor, meu amigo. O corvino super alto. O descendente de japonês.

- Ah! Não, eu não vi ele com ninguém. Por quê?

- Quando perguntei sobre ele, Neville e Flora deram uma resposta diferente. Depois Brian uniu as duas respostas. Achei isso muito estranho.

- Talvez ele tenha ido ver algum monitor e eu não reparei.

- É, pode ser. Melhor você ir. Do jeito que Zabine é, vai te azarar se não aparecer logo. Até daqui a pouco.

- Até.

Se beijaram e Malfoy seguiu seu caminho. Na realidade, Draco não tinha muita urgência em se encontrar com seu amigo. Mas preferia ficar com ele do que aturar os olhares julgadores dos amigos de Astória.

Não foi exatamente a melhor ideia porque o casal discutia feio quando chegou. Teria dado meia volta se não tivessem o visto.

- Draco, que bom chegou. Pode dizer a esse idiota que eu não quero papo com ele? – Pediu Pansy

- E você pode dizer a ela que eu sinto muito?

- Ah, você sente? E eu que fiquei sozinha como uma ridícula naquele baile? Se Draco não tivesse me alugado, eu teria ficado com um idiota! Se você ao menos tivesse escrito, mas não! Tinha que deixar a otária aqui quebrar a cara! Você é tão estúpido, Blásio!

Pansy se calou quando a porta da cabine foi aberta brutalmente por Hestia.

- Posso ficar aqui? – Pediu

- Claro, amiga. – Se voltou para o namorado – Você é muito ridículo, Blásio! Um perfeito idiota!

- Pansy, me deixe explicar, por favor!

- Pois então explique!

- Aqui não dá. Vem comigo.

Draco se arrependeu mais ainda de não ter ficado com a namorada quando seus amigos se ausentaram. Hestia sentou em frente ao loiro e ficou o encarando seriamente e silenciosamente. Era bem incômodo e perturbador. Malfoy queria pedir que ela parasse, mas achou melhor não. Preferiu passar o tempo desenhando. Apesar de se focar nos rabisco, ainda conseguia sentir o olhar penetrante da monitora.

Blásio e Pansy pareciam que não iam voltar nunca. Na hora do almoço, Hestia retirou a comida da bolsa e estendeu um pouco a ele.

- Você quer?

Será que tem veneno? Essa garota tem cara de quem faria isso, pensou.

- Não, obrigado.

Até a forma como Hestia comia era assustador. O silêncio constrangedor torturava Draco cada vez. Tudo o que desejava era que ela fosse embora. Será que ela quer algo comigo?, pensou. Ficou pensando em algum assunto para conversar enquanto tirava seu alimento da bagagem.

- Há quanto tempo é amiga da Ast?

- Há anos.

- Leu o que Skeeter escreveu?

- Eu não perco tempo com besteiras.

Como se já não tivesse estranho demais, Hestia largou o almoço e sentou ao lado do loiro para ficar o encarando. Aquele par de olhos verdes eram como arpões que perfuravam qualquer um. Draco estava completamente desconfortável.

- O que você está fazendo? – Perguntou logo

- Tentando descobrir.

- Tentando descobrir o quê?

- O que minha amiga viu em você. É bonito, inteligente, mal, mas Astória já saiu com vários assim. Então por que você conseguiu o coração dela? Colocou amortentia no café dela?

- Não!

- Você é bom em Poções. Sempre teve notas excelentes. Poderia ter fabricado um.

- É claro que eu não fiz isso! Que tipo de pessoa acha que eu sou?

- Você quer mesmo que eu diga, Malfoy?

- Eu gostaria que parasse de me olhar assim!

- Por quê? Tem medo do que eu possa vir a descobrir? Assim como eu descobri suas drogas em 95?

- Espera aí! Foi você que roubou minhas drogas? Eu tinha quilos de pó! Você cheirou tudo aquilo?

- Claro que não! Não sou nenhuma maconheira! Joguei tudo no Lago Negro à noite. Foi tão fácil de descobrir que você escondia no banheiro da Murta Que Geme. Só tive que atacar suas duas maiores fraquezas: sexo e bebida.

- Então foi com você que eu transei!

- Menos, Malfoy. O máximo que eu fiz foi um boquete. Estava tão bêbado que duvido que conseguisse ir adiante. Na mesma noite, eu cumpri o meu serviço. Devia me agradecer por não ter contado aos professores. Você podia ser expulso e talvez até tivesse que fazer serviço comunitário.

- E por que tu fez isso, garota?

- Por que mais seria? Por causa da Ast, é claro! Você acha mesmo que sairia impune depois de tudo o que fez? Devia agradecer a ela por ter nos impedido de revelar aos professores. Parece que ela não queria estressar mais a tua mãe.

- Calma lá! Está me dizendo que a minha namorada sabia disso tudo?

- Se sabia? Foi ela que planejou! Não a parte do boquete. Isso partiu de mim. Foi bem nojento, na verdade. Você não parava de me chamar de Sarah.

- Eu não acredito que ela fez isso comigo!

- Malfoy, Astória chantageou McLaggen, escreveu parte de Weasley é um rei e expôs o caso de Skeeter. Você acha mesmo que ela não te ferraria depois de tudo que aprontou? É lógico que ela ia te castigar também, não é, meu bem?

- Ela nem me contou.

- Como se você tivesse contado tudo a ela. E aí? Vai fazer alguma coisa?

Hestia nunca revelaria um segredo se o caso não fosse realmente necessário. E para ela, aquela hora era realmente necessária. Tinha em mente que se Malfoy descobrisse, o namoro deles chegaria ao fim e sua amiga estaria livre dele.

- Não.

- Não?!

- Como você mesma disse, eu já aprontei muito. Não seria nada justo se eu ficasse com raiva. Além do mais, ela me fez um bem se livrando de todo aquele pó porque eu parei de cheirar de vez. Vou fingir que não sei de nada. Se ela quiser me contar, ótimo. Vai ser o melhor para todos nós. Assim não haverá um clima estranho entre eu e Ast. E nem complicações da sua parte.

- Da minha parte?

- Está na cara que esse é um segredo que Astória não está ainda pronta para contar. Você acha mesmo que ela ficaria feliz se soubesse que você, uma das melhores amigas dela, contou?

Embora fosse um plano tão simples, Hestia cometeu um grave erro de não pensar como resultaria para o seu lado. Astória com certeza ficaria furiosa.

- Não. Ela ficaria bem puta.

- Pois então é melhor assim.

Draco não era burro. Ele sabia muito bem o que a monitora estava pretendendo. Apenas permaneceu quieto para não criar confusões futuras. Que amiga Ast tem, pensou.



Blásio levou Pansy para um local mais tranquilo do transporte. Olhava para os lados o tempo todo, se certificando de que não estava sendo escutados.

- E aí? O que foi? – Questionou Pansy impaciente – É bom que alguém tenha morrido! Ou eu mato você!

- Foi por aí.

- Como assim, Blásio? Agora estou preocupada. Aconteceu alguma coisa?

- Ela me levou para ver o meu pai no cemitério. Depois ficamos a conversar por horas sobre ele. Eu perdi a hora. Me perdoa, Pan?

- Claro que eu te perdoo! Não sabia que era algo assim!

Pansy abraçou o namorado carinhosamente. Podia até ser egoísmo da parte dela, mas Parkinson não conseguia desgrudar da cabeça que a Sra. Zabine levou o filho ao cemitério justamente naquele dia tão importante, sendo que poderia levar a qualquer outro momento. Achou melhor não comentar suas suspeitas para não aborrecer o namorado e se manchar.

- O que você acha da gente fazer as pazes? – Propôs Zabine perversamente

- Eu acho uma ótima ideia!

Após terem feito amor na mesma saleta que Astória e Draco se pegaram, retornaram para a cabine.

- Até que fim chegaram! Já estava esquecendo como era o rosto de vocês de tanta demora! – Queixou-se Malfoy

- Sentiu saudade, foi? – Brincou Pansy

- Se está se referindo a quando vocês se comem, não.

- Relaxa. A gente acabou de se comer.

Carrow e Malfoy fizeram uma careta de nojo.

- Comentário bem desnecessário! – Afirmou Hestia

– O quê? É verdade. – Confirmou Pansy

- Depois dessa, eu preciso de uma bebida. – Falou o monitor-chefe

- Deixa que eu providencio.

Hestia retirou uma garrafa de uísque de fogo e serviu os colegas da cabine. Não demorou muito para que os aurores entrassem e vasculhassem as coisas deles também. O feitiço de disfarce feito por Hestia foi mais potente do que Astória, portanto nem as bebidas ou a caixa de cachimbos foram encontradas.

Ou talvez não tenham encontrado porque preferiram gastar as energias na bagagem do loiro. Fizeram questão de verificar cada peça de roupa, cada livro e, principalmente, cada ingrediente que utilizava nas poções. O apanhador já estava vendo a hora que colocassem algo para incriminá-lo. Agradeceu mentalmente a si mesmo por ter ordenado que seu elfo-doméstico enviasse o quadro incompleto de Astória pela manhã. Seria bem constrangedor se os outros vissem. E tinha certeza que Hestia contaria correndo à amiga.

- Que caderno é esse? – Interrogou uma auror

- É só um caderno de desenhos. Não tem nada de mais.

- Já que não tem nada de mais, não se importaria se o verificássemos.

- Na verdade, eu me importaria sim.

- É mesmo? E por quê?

- Porque isso é pessoal e não é da tua conta!

- Olha a língua, rapaz!

- Draco! – Repreendeu sua ex-namorada – Dá logo o caderno p'ro auror!

Draco compreendeu que aquela discussão seria longa e cansativa. Portanto, entregou o caderno. O loiro ficou extremamente envergonhado. Aquelas folhas tinham desenhos que revelavam suas emoções. Ninguém devia ver, além de si mesmo. Os aurores estudaram o caderno da mesma maneira que suas outras coisas.

- Já acabou? – Perguntou Draco impaciente

- Já sim. Devia parar com isso. Seus desenhos são horríveis!

- No dia que eu te perguntar alguma coisa, eu falo!

- Como é que é?

- Nada! Nada! Podem ir senhores. – Intrometeu-se Blásio e os aurores saíram – Segura a onda, Draco! Está querendo se ferrar? Esses caras dariam tudo pra te ver se dando mal!

- Ok.

O grupo permaneceu lá até o Expresso de Hogwarts chegar ao seu destino. Draco tratou de procurar pela namorada. Graças ao seu passado obscuro, não tinha que enfrentar o engarrafamento de pessoas porque todo mundo se afastava quando ele estava por perto. Uma pena que era por um motivo ruim. Pansy, Blásio e Hestia aproveitaram para não ficarem presos no trânsito.

Encontrou a namorada o procurando pelo olhar. Foi até ela sorrateiramente, a abraçou por trás e beijou seu pescoço.

- Me esperando, é?

- Talvez.

- Aposto que sentiu minha falta.

- Nem um pouquinho convencido, você.

- Eu? Não. Sou muito modesto.

- Claro.

- Oi, Astória. – Cumprimentou Josh rapidamente, enquanto andava

- Oi, Josh.

- Aquele é Josh Nilson, o cara com quem você saiu e jogou aquela bebida estranha porque te chamou de burra?

- É sim. Ele me pediu desculpas hoje e fizemos as pazes. Josh quer fazer amigos humanos agora e quer que eu seja a primeira.

- Tem certeza que fez a coisa certa? Esse cara foi um babaca contigo!

- Eu não sou de guardar rancor, pitelzinho. A menos que faça algo gravíssimo, eu sempre perdoarei se merecerem. Além do mais, eu te perdoei por ter me feito coisas muito piores. Não seria justo se eu não tivesse clemência.

- Ok. Não está mais aqui quem falou. Tem uma carruagem livre ali. Vamos.

Apesar de não ter comentado, Draco não gostou muito da reconciliação dos dois. Ficou com ciúmes. Draco encostou a namorada na porta da carruagem e manteve as mãos na cintura dela.

- Pitelzinho, conhece quem queira trabalhar de assistente? Estou procurando por um para me ajudar a organizar minhas coisas.

- Se quiser, eu posso ser seu assistente. Como pagamento, vou querer beijos. Muitos beijos. – Malfoy a osculou – Podemos passar mais tempo juntos, o que acha?

- Por mais que eu adoraria passar mais tempo com você, não posso contratar meu namorado. Não se mistura prazeres com negócios, pitelzinho. É a regra básica de toda mulher de sucesso. Além do mais, não acho que vá ter saco para me aturar. Como sua rainha, eu sou um amor. Como chefe, eu sou um cão.

- Isso explica porque você adora me morder.

- Draco! Não fala assim que eu fico sem graça! Melhor a gente entrar antes que peguem nossa carruagem.

- Deixa que eu abro a porta para você, rainha. – A abriu – Senhorita.

- Que cavalheiro.

- Não sabia? Sou muito educado com as donzelas.

Astória entrou. Antes que Draco pudesse se juntar a ela, Gina e Luna o passaram para trás e entraram no automóvel.

- Obrigada. – Disse Weasley cinicamente, quando estava para entrar

- Me desculpe. – Pediu Luna constrangida

O monitor-chefe revirou os olhos e não abriu a boca sobre isso. Greengrass pediu desculpa pelo olhar. Como Gina quis sentar ao lado da amiga sonserina, coube ao Malfoy se acomodar perto de Luna. Pelo menos não é aquela psicopata, pensou.

- Vocês sabem de alguém que queira trabalhar como assistente para mim? – Perguntou Astória

- Por que precisa de um assistente? – Perguntou Luna

- Para me ajudar a organizar meus compromissos. – Respondeu Astória – Os exames que vão determinar completamente as nossas vidas estão chegando e vou dá de tudo para tirar notas máximas. E agora que Bagshot sabe da minha existência, eu não posso dá nenhum vacilo!

- A assistente Wendy falou de você para ela? – Supôs Gina

- O nome dela é Priscila e não. Eu conheci Wilma Bagshot pessoalmente no baile do Cisne Branco e contei tudo sobre mim, sem saber que era ela. Eu não quero me gabar, mas acho que a Bagshot se impressionou comigo.

- Claro que ela se impressionou! Você é demais! – Elogiou Malfoy

- Obrigada, pitelzinho. Se tudo sair conforme o planejado, aquele emprego vai ser meu. Por isso que eu preciso de um assistente. Não posso perder tempo com futilidades, como pegar meu café ou escrever meus compromissos na agenda. Preciso que alguém faça isso por mim.

- E quanto vai pagar por isso? – Perguntou Luna

- Dois salários mínimos.

- É o quê?! – Chocou-se Gina – Você vai pagar dois salários mínimos só para carregar suas coisas?

- Eu pensei em três salários mínimos, mas-

- Três?! Irmã, por essa grana, eu carrego você! É dinheiro demais, Astória!

- Você acha? Isso nem chega a ser metade da minha mesada.

- Quanto você ganha de mesada? – Perguntou Luna

- Uns... – Fez as contas com os dedos – Trinta, acho que quarenta.

- Quarenta galeões?

- Quarenta mil. Mas eu não tenho certeza. Quem cuida dos gastos é o meu pai. – Olhou pela janela – Estamos chegando.

As carruagens pousaram e os alunos puderam entrar em Hogwarts. Os estudantes foram se dividindo ao chegarem no Salão Principal. Não importava de qual Casa fosse, todos olhavam e cochichavam sobre o novo casal sonserino. Ter toda aquela atenção fez o estômago de Astória embrulhar. É agora ou nunca, pensou.

De cabeça erguida, Astória foi até sua mesa com seu namorado. Flora fez um sinal com a mão, os chamando para sentar por lá. Carrow estava acompanhada da irmã, Pansy e os rapazes do time de Quadribol.

Greengrass conseguiu ignorar os comentários muito bem e comer seu jantar enquanto conversava com seus amigos. Já Malfoy não teve a mesma facilidade. Estava acostumado com as grosserias ao seu respeito e à sua família. Mas com Astória era diferente. Não conseguia ouvir um balburdia sem querer esmurrar o infeliz. Por sorte, era inteligente e sabia que usar seus poderes de monitor-chefe era melhor.

- Me diz, Zabine, eu vou ser o capitão, não é? – Perguntou Avery – Tirando eu e a Greengrass, todos vocês estão para se formar este ano. E eu estou no sexto. Como sou mais velho, serei o capitão, certo?

- Avery, eu já disse que não escolho o próximo capitão. É o Slughorn. Por que não vai amolar ele?

- Eu irei no próximo jantar do club do Slug. E você pode até não decidir, mas tem influência sobre. Sei muito bem que os capitães podem sugerir que será o próximo. E eu sou perfeito!

- Sabe o que te tornaria perfeito? Se calasse a porra da boca!

Draco nem prestou atenção na conversa porque estava muito pensativo. Esqueceu os pensamentos quando seu ombro foi tocado. Se afastou da mão brutalmente ao reparar que Nott quem tinha encostado nele.

- Oi, casal. – Cumprimentou com um sorriso estúpido – Felizes?

- Estaríamos se caísse fora! – Respondeu Draco grosseiramente

- Relaxa, Malfoy. Só vim dá os parabéns. Sabe que até que vocês fazem um casal bonito? Não estou brincando não. A Rainha Naja e o Bad Boy formam um par e tanto, vocês não acham, galera? Nem parece que ele te sacaneava há anos atrás e te chamava de Menina Selvagem.

Malfoy ficou tenso com as palavras de Nott. Detestava lembrar os danos que causou. Astória percebeu isso e tratou de reparar a idiotice de Nott. Greengrass pegou a mão dele sobre a mesa, entrelaçou os dedos e deu um sorriso gentil. Em seguida, encarou Nott friamente.

- Draco fez besteiras, sim, mas soube amadurecer. Por que você não tenta? Te ajudaria a evitar de fazer tantas merdas.

Nott fez uma carranca, mas não durou muito ao olhar para outra coisa. Curiosa, Astória quis saber o que era e se arrependeu instantaneamente. Francis os olhava completamente magoado. Bulstrode deu um olhar a Astória como se perguntasse o porque e se retirou.

- Droga! – Xingou ela – Francis, espera! Eu volto já!

A sonserina deixou a mesa e foi atrás do amigo. Draco soltou um bufo.

- Por que ela teve que ir atrás daquele idiota? – Perguntou aos amigos

- Francis é amigo dela há anos. Não seria legal se ela não conversasse com ele antes. – Explicou Blásio – E nem precisa ficar com ciúme. Ele não conseguiu nada com ela depois de todo esse tempo. Não é agora que vai conseguir. Não é, Pan?

Parkinson nem prestou atenção na conversa e mesmo assim assentiu. Estava pensativa demais sobre sua sogra. Ainda não a achava confiável.



Francis caminhava apressadamente em direção ao Salão Comunal. Só queria se isolar em seu quarto onde poderia sofrer em paz. Ignorou inteiramente os chamados de Astória. Cada vez que seu nome era pronunciado por ela, seu coração doía mais. Para sua infelicidade, ela conseguiu alcançá-lo e o puxou pelo braço.

- Francis, por favor, me escute! – Implorou ela

- O quê? Que você está feliz com seu namoradinho? Meus parabéns! Agora, se me der licença-

- Eu queria te contar pessoalmente.

- Você fez isso quando beijou aquele cara no baile! Sem falar que Rita Skeeter descreveu em detalhes o seu romance, então não precisa perder o seu tempo!

- Você não está sendo justo comigo! Eu estou querendo conversar e deixar as coisas mais claras para você! Eu sinto muito de-

- Corta esse papo de que eu sou um cara legal, que vou arranjar alguém! Tem me dito isso há quatro anos!

- E por que não me superou?

- Porque eu te amo! E essas coisas não somem assim de uma hora para a outra! Leva tempo!

- Não sabia que sentia tudo isso por mim.

- E que diferença faz? Você não me ama mesmo! Só me responde uma coisa, Astória: por que ele? Por que o Malfoy?

- Porque ele me faz feliz. Essas coisas não explicam, só sente. E eu gosto muito dele. Lamento por você, Francis.

- Tudo bem. Espero que seja feliz com o Malfoy ou com qualquer outra pessoa.

- Também torço por você. E vou entender se quiser se afastar.

- É, eu vou sumir por uns tempos. Tchau, Astória.

- Tchau, Francis.

O viu entrar no Salão Comunal. Não queria que nada disso tivesse terminado assim, pensou. Sua mão foi segurada pelo namorado.

- Senti a sua falta na mesa. Como é que foi com o Bulstrode?

- Péssimo, Draco. Ele disse que me ama e vai ficar longe por um tempo para que possa me esquecer de vez. Eu não queria que isso acontecesse. Sinto falta de quando Francis me via apenas como amiga. Nos divertíamos tanto.

- Logo ele supera. Isso é passageiro.

- Você acha?

Não, Draco não achava. Astória era incrível demais para esquecer tão facilmente. Apenas falou aquilo para não estressá-la mais. Apesar de não simpatizar com o goleiro, teve pena pelo rejeito. Não ter minha namorada deve ser ruim demais, pensou ele.

- Claro, minha rainha. Ele só confundiu as coisas. E o afastamento dele vai ajudar a te superar. Agora vamos jantar. Não quero ver minha namorada passando fome por aí.

- Pode deixar.



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