1. Spirit Fanfics >
  2. Menina Selvagem >
  3. Capítulo cinqueta e sete: O feitiço saiu pela culatra

História Menina Selvagem - Capítulo cinqueta e sete: O feitiço saiu pela culatra


Escrita por: mili_cruzz

Capítulo 57 - Capítulo cinqueta e sete: O feitiço saiu pela culatra


  Tinha tudo para ser mais um dia comum. O clima estava frio. Chovia bastante. Os alunos - muito bem agasalhados - tomavam café da manhã. Entre eles estava Dove e seu grupo de seguidoras tolas. Braúlio caminhou até elas.

- Se perdeu por acaso, pirralho? - Ofendeu Dove

- Não. Vim aqui para arrecadar assinaturas a favor do Projeto Purpurina.

- Projeto Purpurina? O que é isso? - Perguntou a Patil grifinória

- Vai ser um lance em que as meninas mais ricas vão doar roupas chiques que não usam mais. E parece que vai ter uma festinha depois, mas eu não tenho certeza. Mas p'ra que o projeto vá p'ra frente, é preciso da assinatura de algumas garotas. E então? Vão assinar?

- Claro. Por que não?

As garotas gostaram da ideia imediatamente e não hesitaram em apoiar. E apesar das assinaturas delas serem mesmo essenciais, havia uma razão para Braúlio ir àquela mesa naquele exato momento. E a verdade é que tudo não passava de uma mera distração para Gina trocar o copo de Dove. E deu certo porque ninguém reparou o que havia acontecido.

Ao assinar seu nome, Dove ingeriu a bebida desconhecida. Após cinco segundos pôs a mão na cabeça porque estava passando mal. A cabeça começou a girar e ficou a suar frio.

- Está tudo bem, Dove? - Perguntou Gina cinicamente

- Não, eu estou mal. - Admitiu ela - Preciso ir à Ala hospitalar.

- Deixa que eu te ajudo. Vem.

Gina a auxiliou a se levantar. Ao está de pé, a garota soltou uma barulhenta flatulência. Todo mundo olhou. Menos ela que estava fraca demais. Contudo, o peido não foi nada comparado ao o que estava por vir. De repente, um jato de chamas escapuliu de seu ânus.

A garota escapuliu de lá, acompanhada pelas gargalhadas. Foi uma cena tão hilária que ninguém parou para pensar como aquilo veio a acontecer.



Hestia estava sentada na escrivaninha de seu quarto sozinha, com a tinta de sua pena pingando no papel. Tinha como objetivo escrever uma carta para George Weasley em agradecimento às suas palavras, mas não conseguiu passar da data.

E aquela nem tinha sido sua primeira tentativa. Apesar de ter certeza de que não iria se abrir com ele, achava que seria educado respondê-lo e pretendia ser tão sincero como ele. Infelizmente, Carrow era péssima em expressar seus sentimentos, então amassada o papel antes mesmo de chegar na metade e o jogava fora. Parou de contar quantos rascunhos fez ao chegar no sétimo.

Estava ponderando em não respondê-lo. Porém, sabia que se fizesse isso focaria em seu real problema. A tentativa de homicídio à Pansy. Não foi há muito tempo que a pessoa que mais amava no mundo sofreu. E não desejava nem um pouco reviver aquele maldito pesadelo. Desta vez será diferente, pensou.

Sabia o que tinha que fazer. Contar aos aurores. E de confiança, de preferência. Não podia arriscar de pôr isso nas mãos de um retardado. A Viúva Negra era habilidosa em matança. Ela não teria problemas em assassinar sua amiga. A não ser que recorresse a justiça. E era o que teria feito se Pansy não tivesse suplicado que mantivesse segredo até revelar a Blásio.

Ela entendia que não era fácil revelar ao seu namorado que a mãe era uma assassina. Porém, era a cabeça de Parkinson que estava em jogo. Elas não podiam simplesmente esperar. Precisavam fazer alguma coisa e rápido.

Ficou tão concentrada em seus pensamentos que tomou um susto quando a porta do quarto foi aberta. Astória entrou, mais alegre do que de costume.

- Oi, amiga! - Cumprimentou ela, sorrindo

- Oi, Ast. - Foi tudo o que conseguiu dizer

Greengrass foi até o baú em frente a sua cama, tirou uma garrafa de uísque de fogo de lá e se serviu. Ofereceu à Hestia com um gesto silencioso. Carrow negou. Greengrass sentou no colchão com as pernas cruzadas.

- Você perdeu um show e tanto hoje! Até fiquei surpresa por causa disso. Você ama ver imbecis sofrendo.

- Chega um ponto da nossa vida que isso não é mais tão satisfatório como antes.

- Vou ter que discordar, Hes. Nem que eu tenha um milhão de anos, ver a cadela da Dove se dando mal sempre será divertido. E não é querendo me gabar e nem nada, mas eu fui genial. Não fui?

- Se você diz.

Hestia nem precisou ler a mente da amiga para saber que sua resposta vaga despertou uma desconfiança nela. E se tinha uma coisa que aprendeu sendo uma das melhores amigas de Astória Greengrass por anos é que ela sempre acabava descobrindo a verdade, não importava o momento.

Greengrass saiu de sua cama e sentou na quina da escrivaninha de Hestia. Seus olhos castanhos logo percorreram sobre a carta incompleta.

- Está escrevendo para quem?

- George Weasley.

- Não sabia que mantiveram contato.

- Não mantemos. Ele me escreveu quando Flora quase foi estuprada. Estou tentando respondê-lo, mas não sei o que dizer. Passei a manhã toda aqui, pensando em algo. Quero ser tão verdadeira quanto ele foi comigo, sabe?

- Entendi. Posso te ajudar, se quiser.

- Obrigada, Ast. Você sabe onde está Pan?

- Não. Ela tem andando bem estranha esses dias, não acha? Bem calada e até séria. Nem quis foder as cachorras. E ela ama fazer isso. Só não mais que foder machistas.

- Acho que ela tem me evitado.

- Eu acho que ela tem evitado todo mundo. Mas não acho que seja algo pessoal. Deve ser algum problema familiar, creio. Sabe como a família da Pan é complicada. E o pai dela e os bastardos não ajudam em nada.

- É, deve ser. Não sei como ela ainda vai visitá-lo depois de ter sido tão cuzão. Eu não quero ver meus pais nunca mais.

- Credo, Hes! Não fala assim! E se eles morrerem amanhã? Como é que fica a tua consciência?

- Limpa. Astória, foram eles que nos abandonaram. Não o contrário. E eu os aguentei todo esse tempo. Mas depois de terem dado as costas a Flora no momento que ela mais precisou, meus pais morreram p'ra mim! Isso é uma coisa que eu nunca vou esquecer!

Hestia foi sincera em cada palavra. Se seus pais simplesmente sumisse, não haveria problema. Astória, como era de seu costume, deu um abraço em Carrow e garantiu de que tudo ficaria bem. E por um minuto, Hestia até acreditou nela. Adorava o fato de como Astória conseguia tornar o sujeito mais infeliz do mundo em alguém alegre.

Apenas terminaram o abraço porque a sineta tocou. As duas foram juntas para a sala do Prof. Flitwick.

- Sabe, eu fiquei bem surpresa quando Flo contou que você doaria roupas. Logo você, que odeia isso.

- Não pense que estou alegre por isso. Apenas estou contribuindo para Flora se focar nisso e não no que ela passou.

- Você é uma boa irmã, sabia, Hes? Só não melhor do que eu, é claro.

- Não sabia que era uma competição.

- E não é. Mas se fosse, eu com certeza ganharia.

- Ah, Ast, você não muda nunca, não é?

- Se eu mudasse, não poderia ser mais tão super dez. Se eu melhorar, estrago, amiga.

Ao se aproximarem do local, repararam que Draco estava com as costas escoradas na parede ao lado da porta. Alguns alunos já entravam na sala. Hestia cumprimentou o amigo rapidamente e entrou logo para deixar o casal sozinho. Astória se aproximou do namorado e passou os braços em volta do pescoço dele.

- Estava me esperando, pitelzinho? Aposto que foi para ganhar um beijo meu.

- Eu bem que adoraria, mas não foi por causa disso. Preciso falar contigo sobre um negócio. Não achou estranho o lance que aconteceu com Dove? Do nada ter saído fogo do rabo dela.

- Por que a surpresa? Sempre saiu mesmo. Só que desta vez foi literalmente. Acho que ela vai ter que usar pomada por um bom tempo.

- Acabei de vir de uma reunião emergencial de monitores. McGonagall quer a cabeça de quem fez isso. Exigiu que se descobríssemos algo, dedurássemos. Tem ideia de quem foi?

- Reunião emergencial de monitores? Chamaram todos vocês imediatamente?

- Sim. Nos enviam recados por corujas. As vezes por alunos. Por quer saber disso?

Astória nem prestou atenção na indagação de seu namorado. Hestia não havia saído do quarto nem para se alimentar. Logo, não compareceu a tal reunião. Ela não era de cometer essas irresponsabilidades. A não ser que a razão fosse realmente alarmante. Abandonou os pensamentos quando Malfoy estalou os dedos na sua frente.

- Oi? Terra chamando Astória.

- O que foi, pitelzinho?

- Não respondeu minha pergunta. – Greengrass fez uma cara, revelando de que não se lembrava qual era a pergunta – Quem acha que pode ter feito o cu de Dove pegar fogo?

- E como é que eu vou saber? Não sou a única que não suporto aquela vadia. A aula já vai começar. Melhor entrarmos logo.

- Como quiser.

Os dois entraram na sala. Greengrass sentou ao lado de Hestia. Carrow não tirava os olhos da porta, esperando pela chegada de Parkinson. Mas ela não apareceu. Flora, que estava sentada na mesa em frente a delas com Neville, se virou para as amigas.

- Eu não achei nem um pouco legal o que você fez, Ast. Mas confesso que foi irado! – Elogiou em sussurro

- Não faço ideia do que você está falando, amiga. Conseguiu mais assinaturas?

- Já sim. Lu e Pan disseram que vão ajudar fazendo algumas roupas também. Claro que vamos ter que pagar os custos, mas não haverá problema.

- Claro que não.

- Falou com Pansy? – Intrometeu-se Hestia – Falou com ela hoje?

- Falei sim. Ela me disse que estava meio adoentada. Até conseguiu atestado médico para não comparecer às aulas. Ela pode até está mal, mas eu não acho que seja físico.

- Era o que eu estava comentando com Hes ainda a pouco. Por onde será que ela está, Flo?

- Aonde eu não sei. Mas deve está fumando com certeza. Estava com um cheiro miserável de cachimbo quando a vi.

- Acho que já sei onde ela está. – Falou Hestia mais para si mesma do que para às ouvintes

- As putas chegaram. – Alertou Astória

O grupo de Dove entraram na sala quase que correndo para não se atrasarem. Todas usavam chapéus. Flora trocou um olhar cúmplice com Astória e levantou a mão.

- Sim, Srta. Carrow? – Questionou Prof. Flitwick

- Se não estou enganada, a conduta da escola diz que só deve usar chapéus em classe de aula se forem o escolar. E aparentemente alguém não está usando, professor.

Assim como Bráulio, Flora também teve uma excelente razão para citar a regra. As tais grifinórias encararam Flora como se ela fosse a pior pessoa do mundo.

- Ouviram a colega de vocês, meninas. – Avisou Prof. Flitwick

- Mas, professor! – Protestou uma delas

- São as regras. Retirem os chapéus ou retiro os pontos da Grifinória. O que vai ser, então?

As garotas não tiveram muita opção, levando em consideração que metade de seus colegas exigiam pelo olhar que tirassem as porcarias dos chapéus. Acontece que estava escrito Vadia na testa delas. Os alunos começaram a comentar e gargalhar. Algumas cobriram a escrita rapidamente. Coube ao diretor da Corvinal silenciá-los.

- Silêncio, por favor! – Exigiu Prof. Flitwick – Meninas, façam o favor de se retirarem e apenas retornarem quando resolverem isso!

- Já tentamos. A madame Pomfey disse que só sai com o tempo. – Explicou-se uma das meninas

- Está bem, então. Coloquem os chapéus e se sentem! A aula já vai começar!

Constrangidas, as garotas se encaminharam até a mesa. Astória pôs o pé discretamente, fazendo com que uma das meninas caíssem. A sala inteira gargalhou.



Dove estava instalada na Ala hospitalar durante o horário de almoço. Não teria que passar mais do que algumas horas. Se perguntava pela milésima vez quem tinha lhe feito passar aquele vexame. O faria pagar nem que fosse a última coisa que fizesse.

- Oi, querida! Espero não está incomodando.

Como se já não bastasse seu dia está bem ruim, Astória pareceu para lhe atormentar. Tinha um sorriso cínico que despertava uma imensa vontade de estapeá-la. Segurava uma cesta com um buquê de flores, frutas e uma poção a qual não identificara.

- O que você quer, Greengrass? - Ralhou a grifinória

- Nossa. Quanta grosseria. Apenas vim te ver. Soube que sua manhã não foi a das melhores e decidi trazer alguns presentinhos para alegrá-la.

- Pode enfiar no seu cu!

- Eu até diria para enfiar no seu, mas não acho que seja uma boa ideia. Brincadeiras a parte, Dove. Eu vim em paz. Olha só o que trouxe. Um lindo buquê de flores. As acho muito semelhante com você.

- Por que somos bonitas?

- Porque ambas são inúteis. Também trouxe algumas frurtinhas. Assim te incentivo a mudar de dieta e perder peso. Não é por nada não, mas está precisando, amiga. E por último e mais útil, uma pomadinha. Me contaram que é a de melhor qualidade. Mas isso é você que vai me dizer.

- Já terminou de zombar de mim?

- Até parece. Só estou começando. Faz ideia a alegria que me causou hoje. Foi hilário. Até tirei foto. Pode ter certeza que vai parar no meu álbum deste ano.

- Fale a verdade, Greengrass. Você que fez isso, não foi?

- E ainda pergunta? É claro que fui eu! Achou mesmo que iria flertar com meu namorado e não ter nenhuma punição? Isso é p'ra vocês e as outras cadelas se mancarem de vez!

- Bom saber que foi você!

O coração de Astória parou. Virou a cabeça lentamente. Jamais lhe ocorreu que Draco estivesse bem atrás dela e que tinha escutado tudo. Quando cruzou com o olhar raivoso dele, seu estômago embrulhou. Estava muito, muito ferrada.

- Pitelzinho! - Foi a única coisa que disse

Draco se retirou, furioso. Ouviu Dove dá uma gargalhada.

- Sabe, Greengrass, você até pode ser inteligente. Mas a vontade de esfregar a vitória é bem maior. Por isso que você se fodeu. Quem diria que a única coisa que eu tinha que fazer p'ra te ver se ferrar é nada.

Astória deixou Dove falando sozinha e se apressou para alcançar seu namorado. Não importou quantas vezes chamou pelo nome dele, Draco a ignorou completamente e continuou andando. Apenas parou quando ela lhe segurou pelo braço.

- Espera um momento, pitelzinho! Deixa eu me explicar!

- Explicar o quê? Eu ouvi você se confessando, Astória!

- Só fiz o que fui obrigada! Tive que mostrar que você é meu namorado! Não quero que nenhuma vagaranha continue te cantando!

- Fala como se eu fosse te largar a qualquer momento por alguma dessas idiotas! Acho que não entendeu quando disse que não tenho olhos para mais ninguém! Que é só você quem eu quero!

- Eu sei disso. Mas eu quero que geral entenda! Sabe como é torturante para mim ver todas aquelas cadelas pulando em cima de você o tempo todo?

- É claro que eu sei! Passo por isso todo dia! Acha que eu gosto de ver aqueles idiotas te paquerando? Faz ideia da vontade que tive de esganar cada um que te chamou para o baile da Queda? Só que eu me controlo, Astória! E você também deve! Por acaso já pensou se descobrem que você fez tudo isso? Vai se dá muito mal! E como monitor-chefe, eu devia te entregar!

- Teria a coragem de me dedurar?

- Não. Mas não pense que não estou decepcionado. Achei que confiasse em mim.

- E eu confio! É nelas que eu não confio!

- Que se dane elas! Isso é entre nós! Achei que fosse madura!

- Eu sou madura!

- É, eu estou vendo. Foi bem maduro da sua parte perseguir garotas que me cobiçam. Parabéns, Astória.

- Pitelzinho, não faz assim!

Draco foi embora sem dizer mais nada. A naja iria atrás dele novamente se Hermione não tivesse brotado na sua frente. A sonserina teria percebido sua irritação se não estivesse tão preocupada em resolver seu problema com seu namorado.

- Amiga, com licença, por favor. Eu tenho uma coisa super importante para resolver.

- Vai usar alguma amiga para isso? Quem sabe Gina. Ou talvez Luna. Quem se importa se elas são suas amigas, não é?

- O quê? Do que você está falando, Mione?

- Não se faça de sonsa para mim, Astória? Fins acadêmicos. Achou mesmo que eu não ia reparar que você me usou só para a sua vingancinha infantil?

- Amiga, você não entende! Aquelas escrotas estavam dando em cima do meu namorado! Eu tive que fazer alguma coisa!

- Primeiro: não me chama de amiga. Porque nós não somos. Pelo menos, você não é.

- Não fala bobagem, Mione! É claro que sou sua amiga!

- Não é não! Amigos não usam os outros, Astória! Segundo: não pense que é torturando essas meninas que vai conseguir manter seu namoro!

- Mione!

Assim como Malfoy, Granger foi embora irritadíssima. No final das contas, quem acabou sendo castigada foi a própria castigadora.



Pansy acendia o cachimbo embaixo das arquibancadas. Deu um grito quando tocaram em seu ombro. Suspirou aliviada ao perceber que era sua amiga monitora.

- Hestia, que susto! Achei que...

- É, eu sei. Você tem fugido de mim, Pansy.

- Isso não é verdade.

Era verdade, sim. Não era de Hestia em si que ela fugia. E sim, de como ela a lembrava de que devia contar a verdade a Blásio. Estava realmente apavorada com o final que a conversa poderia ter.

- Pansy, já faz dias.

- E você acha que eu não sei? Eu acordo e durmo pensando naquela desgraçada! Se ela não tentar me envenenar, pode muito bem me decapitar! Ou me sufocar! São muitas possibilidades!

- Só quem pode terminar com essa tortura é você.

- Hestia, você disse que já amou muito um homem. Então se ponha no meu lugar. Acha mesmo que seria fácil revelar que a mãe do finado Colin é uma assassina que pretende te matar? E a pior parte é que eles começaram a se entender!

- Eu sei que não é fácil, Pansy. Mas isso é muito sério! A sua vida está risco! Eu não queria chegar a esse ponto, mas você não me deu outra alternativa. Zabine está vindo para cá. Chegará em alguns instantes. Se você não contar, eu irei notificar os aurores hoje mesmo.

- Não pode está falando sério!

- Ah, eu estou. E não haja como se eu estivesse cometendo algum crime! Tudo o que estou fazendo aqui é para salvar você! Mesmo que eu tenha que te salvar de si mesma. Você decide, Pan.

Hestia embora. Pansy nem teve tempo para refletir suas palavras porque avistou Blásio se aproximando. Ele deu um beijo nos lábios dela.

- Oi. – Cumprimentou ele – Sumiu o dia inteiro. Fiquei preocupado. Por onde andou?

- Por aí. Estava com a cabeça pilhada hoje.

- Uma pena. Greengrass armou p'ra cima das periguetes que deram em cima de Draco. E agora ele está puto com ela. Ainda bem que você não é assim.

- É, eu ainda não atingi esse nível de loucura.

- O que você tem, Pan? Me parece meio nervosa. Como se tivesse medo.

- É que eu estou! Blásio, tem algo que você precisa saber sobre a sua mãe. Faz um tempo que eu venho investigando ela porque achei suspeito ela ter voltado por você, já que ela nunca demonstrou nenhum tipo de afeto. Eu... Eu descobri uma coisa terrível. Blásio, ela quer me matar.

- Te matar? De onde tirou um absurdo desses?

- Eu a ouvi dizer quando fui naquela casa que ela morava, no Ano novo. Ela disse que iria matar uma mulher. Só pode ser eu! Ela me vê como uma ameaça e quer que eu morra para chegar em você! No seu dinheiro! Blásio, eu estou com medo!

- Deixa de falar besteira, Pansy! A minha mãe não é uma assassina!

- É sim, amor meu! Foi ela que matou os cinco maridos! E quer me matar também! Acredite em mim, por favor! O homem que a ameaçou naquele subúrbio foi pago! Tudo não passou de uma armação! Essa mulher não presta!

- Quem não presta é você, que não tem escrúpulos! A minha mãe é tudo, menos assassina!

- Por acaso você esqueceu que ela foi uma Comensal da morte? Uma das mais procuradas até hoje! Não a chamam de Viúva Negra por qualquer coisa! Se ela matou trouxas, o que garante que não pode vir me assassinar também?

- Pior que seu pai não é! Que apesar de espalhar para os quatro cantos do mundo que odiava trouxas e mestiços, passava mais tempo com os bastardos impuros dele do que com você!

Parkinson sacou a varinha e apontou para ele.

- Ratum expulsio!

O feitiço fez com que Zabine começasse a vomitar ratos. Parkinson foi embora, furiosa. Não aguentaria passar mais um segundo na presença dele.



Draco atirava pedrinhas furiosamente no Lago negro, próximo a pedra. Aquele até poderia ser o lugar especial de Astória, mas não conseguiu imaginar local melhor para se tranquilizar.

- Não deveria jogar as pedras assim. – Falou Isla, se aproximando – Os sereianos vão se irritar.

- Problema deles!

- Astória te irritou mesmo.

- E quem foi que disse que foi ela?

- É meio óbvio. Se quer saber, achei uma crueldade o que ela fez.

- Se quer saber, eu não pedi a sua opinião!

- Draco, eu só... Estou tentando ajudar.

- É, só que eu não pedi a sua ajuda!

- Olha, você tem o direito de ficar puto! Mas não desconte em mim! Desabafe comigo. É bem mais produtivo do que atirar pedras.

- Aí é que está, Isla. A única pessoa com quem eu consigo desabafar é de quem eu estou puto.

Então, Isla disse a coisa que jamais imaginou dizer.

- Finja que eu sou ela. Não deve ser difícil.

É claro que era difícil. Ninguém conseguiria ocupar o lugar de Astória. Ela era insubstituível em todos os aspectos. Porém, Goyle era tudo o que ele tinha. E Malfoy sabia que precisava falar, mesmo que não fosse com quem queria. Respirou fundo e sentou na pedra. Isla sentou ao lado dele.

- Sabe quando você acha que conhece alguém e ela revela ser algo mais? Com Astória é assim. Não importa se eu passe mil anos com ela, ainda se releva uma camada nova. As vezes tenho a sensação que só conheço metade dela. E olha que sou a pessoa a quem ela é mais próxima. Eu sei que ela é vingativa esporadicamente. Mas não achei que fosse capaz de fazer uma besteira dessas.

- Eu não a conheço muito bem. Só que lá no fundo ela não passa de uma menina que tenta dá uma de mulher. É infantil e insegura.

- Eu entendo a insegurança. Foi deixada pela mãe. O avô é um escroto. Não que justifique tudo, claro. Só queria que ela fosse mais segura.

- Engraçado falar de insegurança. – Intrometeu-se Hestia, bem atrás deles – Logo você que choramingava pelos cantos por se achar um bosta comparado a minha amiga.

- O que você quer, Hestia?

- Vim ver como você estava. Pelo visto, alguém foi mais rápido. Queridinha, você vai embora agora ou quer um conviNte?

- Eu vou quando eu quiser!

- O seu querer não interessa! Suma antes que seus pais vejam uma certa fotografia!

Isla se assustou ao capitar a mensagem e foi embora rapidinho.

- Que foto é essa? – Questionou o loiro

- Nenhuma que te interesse! Que porra é essa que eu acabei de ver, Malfoy?

- Estávamos apenas conversando.

- Na pedra de Astória? No lugar favorito da minha amiga porque é o único canto que ela consegue se acalmar? Na boa, isso foi o mesmo que levar aquela criança para transar na sua cama!

- Não viaja, Hestia.

- Não viaja um cacete! Você sabe muito bem o valor que esta pedra tem para minha amiga! Ela compartilhou contigo para te ajudar! E não para trazer visitas!

- Ok. Eu vacilei. Mas o que ela fez foi horrível! Eu nunca faria aquilo!

- Só que tem diferença, animal! Astória nunca dormiu com meio mundo! Como acha que ela se sente não podendo te dá o que todo mundo já te ofereceu? Óbvio que ela fica insegura! Claro que não limpa a barra dela totalmente, mas não precisa pegar pesado.

- Não sou eu que estou pegando pesado. Ela que pegou com aquelas garotas!

- Se põe no lugar dela. Ast nunca se apaixonou. E sentiu isso logo pelo maior trepador de Hogwarts. E você sabe que quando ela tem ciúme, faz bosta. E não é querendo jogar na tua cara e nem nada, mas já jogando, Ast já te perdoou por coisas bem piores. Tipo, ser estrangulada.

- Foi um acidente, eu juro!

- Eu sei. Por isso eu não te denunciei. Mas e quanto as outras coisas? Ela não merece ser perdoada?

Draco iria responder quando Parkinson apareceu chorando muito. Hestia foi imediatamente até ela, a levou à pedra e a confortou em seus braços.

- Ele não acreditou em mim, Hes! Ele não acreditou! Ele me chamou de mentirosa!

- Quem não acreditou no quê? – Quis saber Draco

- Zabine não acreditou que a mãe dele quer matá-la. – Resumiu a monitora – Depois entro em detalhes. Pan, você explicou direitinho?

- Expliquei. – Respondeu Parkinson – Eu disse tudo. Ele não acreditou em mim, Hes! O homem que eu amo não acreditou em mim! Ele escolheu aquela víbora assassina! O que que eu faço agora?

- A coisa mais sábia no momento. – Instruiu Malfoy – Comunique aos aurores. E deve ser muito discreta para que ninguém desconfie. Deve revelar o esconderijo dessa desgraçada às pressas, Pan!

- Não acho que vá funcionar. É questão de tempo até que Blásio relate o ocorrido à mãe e ponha em outro esconderijo. O mais adequado é atraí-la para uma emboscada. Pan, amiga, está bem?

- Não. – Negou – Mas foi bom isso ter acontecido para eu me dar conta de que namorava um rato. Antes um coração partido a um corpo sem vida. Com qual auror entrarei em contato?

- Weasley. – Disse Hestia – Usaremos Granger como canal. Até lá, não desgrudaremos de você por um minuto. É importante que sempre esteja acompanhada.

- Posso fazer com que um objeto de proteção total. – Avisou o loiro – Irei pegar o livro no meu quarto agora mesmo.

O apanhador se retirou apressadamente. Hestia abraçou Pansy mais ainda.

- Hes, como você aguenta viver sem Colin? Eu rompi há dez minutos e me sinto destruída. Que pergunta tola essa minha! São casos diferentes.

- Embora sejam circunstâncias distintas, a dor é semelhante. Machuca muito saber que não verei mais meu Colin. Tem horas que dá vontade de morrer, só para me juntar a ele. E, de certa forma, uma parte de mim morreu naquela noite. Só que existe outra parte e tenho que mantê-la viva! É difícil no início, mas você se acostuma. E eu te darei todo o apoio nisso!

- Eu te amo, Hestia.

- Eu também te amo, Pansy.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...