1. Spirit Fanfics >
  2. Mente Sombria >
  3. Mente Sombria

História Mente Sombria - Mente Sombria


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


----->>> ÚLTIMO CAPÍTULO <<<-----

E olha só onde chegamos, meus amores!
Hoje é o dia de eu clicar em “História Terminada” e dizer adeus a essa fanfic. Por mais que talvez uma Segunda Temporada chegue, nunca é a mesma coisa. Mesmo com fanfics mais curtas, o coração já dói numa despedida, mas com uma maior assim, onde passei meses planejando tudo e mais de um ano escrevendo e dando o máximo de mim para trazer o meu melhor, o coração se espreme no peito e dói mil vezes mais, tornando inevitável que meus olhos fiquem marejados.

Gostaria de agradecer a cada pessoa que passou por aqui. Quero agradecer a cada comentário cheio de carinho e apoio que me deixaram e dizer o quanto fui feliz lendo cada teoria mirabolante enquanto tentavam entender o que eu estava armando! Essa fanfic e vocês me proporcionaram sensações únicas, as quais jamais vou esquecer. Não tenho palavras o suficiente para expressar o tamanho da minha gratidão, mas quero que saibam que no momento em que estiverem lendo isso, estarei dando um abraço bem apertado em vocês, dizendo: “Obrigada, meu amigo! Obrigada por acreditar em meu trabalho e chegar até aqui! Espero de todo o coração que tenha gostado, pois dei o meu melhor. Muitos planos doidos com a cabeça no travesseiro ainda antes de dormir e muita dor de cabeça para fazer tudo se encaixar. Então, do fundo do meu coração, MUITO OBRIGADA!”.

Pessoal, não quero me alongar ainda mais.
Se tudo der certo, nos veremos em breve numa continuação!
E se vier, eu garanto... Ainda mais suspense, mais planos mirabolantes e muitos mais arrepios!

Obrigada pela presença e companheirismo, meus amigos. Cada comentário, favorito e visualização me fez dar um sorriso abestalhado deste lado aqui. Então, com um ar de orgulho – mas ao mesmo tempo de tristeza –, lhes entrego o último capítulo de Mente Sombria.
Bora lá?
Em 3, 2, 1, ...


Imagem em Gif... Com surpresinha ;-)

Capítulo 46 - Mente Sombria


Fanfic / Fanfiction Mente Sombria - Mente Sombria

-- Um minuto para a detonação...

Me solto do Leon e vejo a expressão nervosa dele e do meu irmão que se aproximava com a Jill em seus braços. Ela ainda chorava, parecendo um pouco pálida com o sangue ainda manchando suas roupas.

É isso? Este é nosso fim?

Embora tenhamos sobrevivido a tudo, agora estávamos parados esperando a morte. Não tinha para onde correr ou se esconder. Era nosso fim, por mais patético que fosse parecer. Derrotamos todas as criaturas, mas o relógio estava contra nós. Tudo iria para os ares e pelo que parecia, nós também.

Sinto uma mão segurar a minha ao meu lado e quando olho para o Leon, ele me dá um sorriso leve, na tentativa de ainda me passar que tudo ficaria bem. Mas mesmo admirando sua tentativa, eu não consegui fingir que acreditava nisso.

-- Olhem!

Quando Chris fala, olho para ele que aponta para o horizonte. Encaro a imagem que parecia se aproximar de nós e meus olhos se enchem de esperança e um súbito alívio.

-- É um helicóptero?

Leon pergunta parecendo se esforçar pra enxergar assim como nós, mas quando a imagem finalmente se define, podemos ver nossa passagem definitiva para enfim sair deste lugar.

-- É da B.S.A.A.!

Digo assim que vejo ele se aproximar e corremos para a beirada, esperando impaciente que ele abaixasse um pouco para entrarmos. Quando escutamos uma explosão e o chão sob nossos pés treme, Chris coloca a Jill com cuidado no helicóptero e sobe, mas com mais um tremor, o helicóptero sobe alguns metros.

-- ISSO AQUI VAI EXPLODIR!!!

Leon grita e o helicóptero sobe mais, mas com mais um tremor e algumas partes do chão se soltando, alguém joga uma corda e o Leon me agarra pela cintura ao mesmo tempo em que pula nela.

Vemos que o helicóptero toma seu rumo para longe dali, mas a explosão continua e enquanto me seguro no Leon, posso ver o castelo se destruir. Pedaços voaram para todas as direções e as chamas cercaram tudo o que tinha sobrado...

Acabou. Finalmente acabou.

-- Acabou, Ruivinha...

Leon sussurra em meu ouvido e me aperto mais nele.

-- Eu espero que sim.

-- VENHAM, SUBAM ANTES QUE ALGO OS ATINJA!

Ouço meu irmão gritar e o Leon me olha com um sorriso de canto, verificando se eu estava bem presa nele. Ele sobe aos poucos e meu irmão ajuda puxando de cima, até que posso alcançar sua mão e entro no helicóptero. E com a mesma ajuda, o Leon também sobe e sentamos em um dos bancos, de frente com o Chris que volta a atenção a Jill que chorava encolhida.

Meu Deus... Será que aconteceu o pior?

-- Se não sou eu a vir salvar vocês, hein...

Uma voz extremamente conhecida soa da direção do piloto e todos olhamos para ele com curiosidade, mas quando um rosto familiar e sorridente de um homem ruivo aparece em nossa direção, eu sorrio contente em vê-lo.

-- Barry!

-- Como nos encontraram?

Chris pergunta curioso e Barry ri convencido.

-- É uma longa história! Mas quero saber que diabos aconteceu nesse lugar!

Volto meus olhos ao Chris e todos trocamos olhares com prováveis cenas de tudo que havia acontecido lá dentro, ricocheteando em nossas mentes. Então sorrimos e com um gemido da Jill, meu irmão a envolve em seus braços e piora a expressão ao ouvir seu choro.

-- Esta também é uma longa história, Barry...

Respiro fundo e vejo que o Leon sorri para mim.

-- Vou querer saber os detalhes quando chegarmos!

-- Chegarmos onde?

-- Temos um navio não muito longe daqui. De lá, seguiremos para casa.

-- Existem pessoas aqui, Barry, num vilarejo!

-- Sabemos disso e já estamos os tirando de lá, fique tranquila.

Ótimo... Ótimo.

Mas ainda com perguntas em minha mente, olho para o Leon.

-- Então por isso o Mallman tentou fugir... Deve ter visto que a B.S.A.A. estava próxima.

-- Sim, foi isso. Ele queria salvar o que podia.

Leon me respondeu e balancei a cabeça.

-- Sabe quem era a outra pessoa por de trás de tudo isso?

-- Não, ele nunca disse.

Esse mistério continua...

Será que um dia saberemos de todas as respostas?

-- Vai ficar tudo bem... Tudo bem, Jill.

Ouço meu irmão sussurrar nos cabelos da Jill, mas ela continuava a chorar. Suas mãos estavam sujas com o próprio sangue e ela abraçava a barriga parecendo saber que aquele golpe havia tirado o filho que ela carregava.

Céus... Meu irmão mal teve a notícia e agora a perda.

Eles não mereciam isso.

-- Chris... Nosso bebê...

-- Vai ficar tudo bem, meu amor.

Ela chorava e embora o Chris tentasse consolá-la, consegui ver seus olhos marejados que tentava esconder dela. A dor em seu rosto era nítida e quando a abraçou, ele olhou para o céu lá fora e deixou uma lágrima cair.

Não... Não pode ser assim.

Mas quando o Leon se aproxima deles e coloca a mão no braço da Jill, ela levanta os olhos em sua direção e ele sorri.

-- Fique tranquila, Jill... Vocês vão ficar bem.

-- Meu bebê... Eu perdi o meu bebê.

-- Não, não perdeu...

Os olhos dela se iluminam com a notícia e meu irmão o olha surpreso, então um sorriso surge em meus lábios e a Jill olha para o Chris que volta a sorrir.

-- Não se preocupem... Eu ainda posso ouvir. Ela vai ficar bem.

Espera... Como?

Eles voltam os olhos no Leon e a Jill sorri em meio as lágrimas.

-- “Ela”?

-- Sim... Ela.

Uma menina?

Ah, Deus, que alegria.

A Jill sorri para ele e volta seus olhos ao Chris que de vez estava com olhos marejados, mas quando ela o abraça forte, ele contribui e afunda seu rosto nos cabelos dela, me deixando ver apenas o sorriso agradecido e as lágrimas de alegria que dividia com ela.

Sorrio em ver a cena e saber que estavam bem.

Então meus olhos seguem para a janela e posso ver aos poucos deixarmos a ilha para trás... Quando enfim estamos sobrevoando o oceano, sinto que os problemas ficaram para trás juntos com aquele lugar. As pessoas seriam retiradas de lá e levadas a lugares seguros e nós quatro, ou melhor, nós cinco agora, enfim estamos saindo todos a salvo como eu tanto desejei.

Obrigada... Obrigada por isso.

 

* * * Claire – 2014 * * *

 

Eu estava com uma garrafa de Whisky sobre a mesa e um copo cheio em minhas mãos, mas jamais fui muito boa com bebida. Na verdade, nunca gostei e nunca vi nenhum atrativo nisso... Mas em algumas noites, quando bate a solidão, um copo de bebida parece uma boa escapatória.

Não costumo fazer isso, mas tinha vezes que eu não aguentava... E embora isso me trouxesse ainda mais lembranças, me fazia sofrer menos e me deixava dormir com mais facilidade. Um copo era o suficiente e dentro da minha própria casa, não via problema nenhum em recorrer a esta “ajuda” uma ou duas vezes por semana, depois de tentar inúmeras vezes dormir em minha cama ainda impregnada com o cheiro dele.

Meu Deus...

Eu vou enlouquecer assim.

Tomo um gole da bebida e uma lágrima escorre... Merda, odeio quando isso acontece! Me sinto fraca outra vez e uma completa mocinha vulnerável. Não sou e nunca fui assim até permitir que um homem entrasse na minha vida com esperanças de uma bela história de amor.

Mas isso não é para mim...

Acho que meu irmão que herdou este dom e não eu.

Tomo mais um gole da bebida e encosto a cabeça sobre o gelo da mesa da minha cozinha, mas com batidas desenfreadas na minha porta, espremo meus olhos rezando para não terem visto a luz por debaixo da porta e irem embora.

Mas não... A pessoa é insistente.

-- Claire, sou eu, o Chris!

Chris?

Céus, ele era o último que eu queria que me visse assim.

Escondo a garrafa e o copo para evitar incômodo eterno na minha orelha e vou até a porta, tentando alisar um pouco do meu cabelo bagunçado pelas tentativas para dormir. Respiro fundo e abro a porta me esforçando para ter uma boa expressão, mas a cara do meu irmão não me pedia por isso.

-- O que aconteceu, Chris?

Ele me encara e fico nervosa.

-- É alguma coisa com a Jill? Ela está bem?

Ele desvia por um minuto, mas volta a me encarar fazendo meu estômago gelar e se quebrar em mil com a outra possibilidade de fazê-lo vir até aqui no meio da madrugada.

-- O que foi, Chris?

-- O Leon desapareceu.

-- O QUÊ???

Meu grito ecoa e me afasto da porta.

-- Ele estava em missão e perderam contato com ele há dias...

-- E POR QUE NÃO ME DISSE ANTES???

-- Eu só soube agora, eles só soltaram a informação hoje sobre isso.

-- TEMOS QUE ENCONTRÁ-LO, CHRIS!!!

-- Se acalme, Claire, vamos dar um jeito...

-- Onde ele sumiu? O que investigava? Como aconteceu?

-- Sabemos de pouca coisa.

-- Por favor, Chris, me conte o que sabe, pelo amor de Deus!

-- Acalme-se, Claire, ou vai ter um troço!

Ele me puxa para dentro do apartamento, mas me afasto brutamente.

-- O QUE ACONTECEU, CHRIS???

-- Vou te contar, Claire... Mas tente se manter calma.

Me manter calma?

CALMA???

O LEON DESAPARECEU!!!

COMO POSSO AO MENOS TENTAR ME MANTER CALMA???

Não, não, não, não... Por favor, não.

Não me deixe, meu amor...

Volte para mim... Por favor, Leon, amor da minha vida, volte para mim.

 

* * * Claire – Hoje * * *

 

É no fim que nos lembramos do começo, certo?

Respiro fundo enquanto fecho meus olhos por um segundo, deixando todo o mal e angústia para trás. Não sei o que aconteceria agora, mas não quero ser tão exigente... Estamos nós quatro aqui. Vivos. Bem. Ou melhor, agora somos cinco e em breve teremos uma pessoinha maravilhosa para completar nossas vidas.

O Chris e a Jill merecem esta alegria.

Mas quando sinto uma mão tocar na minha de maneira sutil e cuidadosa, todos os pensamentos vão embora e sorrio ao me virar para o Leon que me analisava com uma expressão bem melhor do que antes. E quando nota que não tiraria minha mão dele, ele a acaricia com seus dedos e respiro fundo, enfim sabendo que na minha frente era o mesmo Leon que conheci há anos.

-- Agora é você mesmo?

Ele sorri sem jeito e balança a cabeça.

-- Um dia poderá me perdoar por tudo que fiz?

-- Não foi sua culpa... Foi o vírus... As torturas... Tudo, menos você.

-- Algumas coisas ainda estão confusas, mas tudo está voltando a mente.

-- Ótimo...

Seus olhos desviam e observam sua mão acariciando a minha.

Sei que ele tem muito o que dizer e ainda mais para contar, agora que novamente era ele. Mas não quero forçá-lo a nada, quero que me conte apenas se ele se sentir pronto para isso.

-- Eu... Fiz coisas horríveis, Claire.

-- Não era você, Leon.

-- Eu podia não estar no meu juízo perfeito... Mas ainda era eu.

-- Se não tivesse sido infectado e torturado, não teria feito nada de ruim.

-- Será?

-- Tenho certeza.

Ele sorri sem jeito e seus olhos voltam aos meus.

-- Mesmo comigo surtado apontando uma arma para sua cabeça, você nunca deixou de acreditar em mim... Em nós.

Agora eu quem desvio sem saber mais como conversar sobre este assunto, mas quando sua mão livre sobe até meu queixo e o levanta até sua direção, volto a olhá-lo sentindo outra vez meu coração disparar no peito.

Então ele sorri e sinto meu rosto ficar vermelho.

Ele também pode ouvir meu coração?

-- Está nervosa?

-- Sim... Mas é bom desta vez.

-- Não vou te machucar, Claire... Nunca mais, eu juro.

-- Eu sei.

Sorrio para ele e ambos ficamos em silêncio, parecendo não saber nem por onde começar a falar e ambos carregando o medo de não ser a hora certa. Mas adiamos tanta coisa por tanto tempo... Será que ainda devemos esperar?

-- Como se sente?

Pergunto e ele dá de ombros.

-- Exausto... Dolorido. Mas pronto para outra.

-- Aquilo estava te matando, Leon.

-- Sim, sei disso, mas agora estou bem.

-- Que bom.

-- Mas eu...

Ele para e desvia um momento, então espero.

Seus olhos voltam a encarar nossas mãos unidas e ele brinca com meus dedos enquanto parece criar coragem para começar a falar. Eu espero. Espero e deixo meu coração florescer com a esperança do que ele podia dizer.

Ele... Está tão parecido com o Leon de antes agora.

E meu coração insiste em estremecer dentro do meu peito, fazendo novamente meu Leon sorrir animado com isso... Leon... Meu Leon... Será?

-- Tenho tanto para te dizer...

-- Estou aqui, Leon.

-- Eu sei, mas... Nem sei por onde começar.

-- Temos tempo.

-- Sim, mas não quero mais esperar ou deixar para depois.

Sorrio com suas palavras e seus olhos voltam nos meus parecendo estudar cada milímetro da minha expressão.

-- Quero agora, Ruivinha...

E você não faz ideia do quanto eu quero, Leon.

-- Eu também.

Ele finalmente sorri de verdade e o acompanho, ainda sem saber como agir.

-- Sei que fiz muitas coisas ruins... Deixei inocentes morrerem e tentei matar todos vocês. E pretendo me redimir por tudo isso, eu prometo. Ainda não sei como farei para aliviar minha consciência depois de tudo, mas alguma coisa eu preciso fazer.

-- Vou te ajudar em tudo que precisar.

Seu sorriso aumenta e eu o acompanho.

-- Eu sei. Tenho certeza. Me perdoa?

Algo dentro de mim me diz que o pedido de perdão era para tudo que já tinha acontecido de ruim entre nós. Não apenas as tentativas de me matar, mas também para cada palavra, mentira e segredo que ele me disse ou escondeu.

E apesar de tudo, eu não conseguiria dar outra resposta.

-- Eu te perdoo, Leon. Pode me perdoar também?

-- Você nunca fez nada além de querer me amar e ajudar...

-- Fiz muita bobagem, sei disso.

-- Não tem o que eu perdoar, Ruivinha... Você é perfeita. Completamente.

Sorrio com suas palavras e sua mão volta ao meu rosto o puxando levemente na sua direção. Mas quando vejo que estou mais perto do que antes, sinto meu corpo todo tremer.

Sei que já nos beijamos depois de tudo, mas agora, com a certeza de que é meu antigo Leon na minha frente, tudo parece tão radicalmente diferente. Mais real. Mais colorido. Mais leve. Mais feliz. Mais completo.

-- Posso sonhar com o dia em que poderá me dar mais uma chance?

Seu rosto fica sério ao esperar por minha resposta, mas eu deixo que meu sorriso venha e coloco a minha mão sobre a dele que ainda estava sobre meu queixo. Acaricio suavemente seus dedos e ele parece nervoso com a resposta.

-- Estou aqui, Leon...

-- Eu nunca mais quero te deixar partir.

-- Então não me deixe. Nunca mais.

E então aqueles olhos, os olhos antes sem vida, voltam com o brilho e alegria que eu conhecia. O sorriso que toma conta de seu rosto revela a minha maior alegria: meu Leon está de volta. Seu rosto parecia ter mudado novamente e seu jeito de sorrir, me olhar e até mesmo se mover, comprovavam o que eu via.

É ele... Meu Leon está de volta.

Só que apenas quando ele aproxima o rosto do meu, que minha mente de vez se esvazia e pela primeira vez em muito tempo, não deixa espaço para mais nada além da vontade de sentir o toque amoroso e gentil de seus lábios nos meus.

Um beijo leve, tranquilo, mas apaixonado.

Até seu gosto parecia diferente e com o toque de sua mão deslizando para a minha nuca, meu corpo inteiro se arrepia e me sinto como se voltasse ao nosso primeiro beijo. As borboletas no estômago, a incerteza do que viria depois e a alegria inexplicável tomaram conta de mim. E quando sinto que ele sorri em meio aos meus lábios, eu o acompanho e seus olhos voltam a brilhar em minha direção. Cheios de vida e bondade outra vez.

Só que sinto um empurrão e olhamos para o Chris.

-- Ei, eu estou aqui, viu!

-- E daí?

Leon o provoca e meu irmão o encara com um sorriso disfarçado.

-- Se não quer apanhar de novo, é bom se controlar perto da minha irmã.

-- Que eu me lembre, era eu quem estava ganhando lá atrás!

-- E todas as vezes em que saiu correndo?

-- Ah, aquilo não conta...

Vejo que a Jill ri ainda abraçada no Chris e ele estende a mão em minha direção, me fazendo pegá-la e ver a felicidade que invadia seus olhos naquele momento.

Ainda não o agradeci, certo!?

Mesmo com tudo, meu irmão se manteve sempre firme.

Em nenhum momento deixou de acreditar que estávamos vivas e tenho certeza de que iria até o fim do mundo de atrás de nós. E sei, que com todo o horror que vivemos naquele lugar, ele segurou toda a raiva e insegurança, por minha causa. Ele podia ter atirado no Leon, isso teria sido muito mais fácil... Mas sei que seria apenas como última opção.

Sempre fomos uma família. Nós quatro. Agora cinco.

-- Obrigada, Chris...

Ele sorri sem entender e o acompanho.

-- Pelo quê?

-- Por tudo, irmão... Por tudo.

Vejo que ele fica sem jeito, mas a Jill dá um beijo leve em sua bochecha puxando sua atenção novamente e eles sorriem um para o outro. E com um carinho em meu rosto, volto meus olhos para o Leon que mantinha aquela expressão tranquila e amorosa.

-- Pronta para ir para casa?

-- Mais do que pronta.

Ele aperta a mão dele na minha e beija carinhosamente meus cabelos.

-- Agora poderemos ter o destino que sempre sonhamos... Prometo que vou cuidar de você, não importa o que aconteça. Estarei sempre com você, apoiando, ajudando, protegendo e amando.

-- Acho bom...

Aproximo meu rosto do dele e recebo um beijo leve nos lábios.

-- Vem cá, Ruivinha!

Seus braços me cercam com carinho e animação, me deixando sentir seu coração batendo forte em seu peito. Afundo meu rosto em seu peito para sentir seu cheiro, mas volto meus olhos para o Chris, que junto com a Jill, nos olhava de canto e mantinha um sorriso satisfeito no rosto.

Sempre ciumento... Mas ele sabe que estou feliz agora.

Ele pisca para mim e sorrio, desviando para o mar lá fora acompanhado de um entardecer maravilhoso. Até parecia especialmente preparado para nós, para este momento e este final.

Enfim, estamos indo para casa.

E agora tenho ainda mais certeza de que NADA poderá nos separar.

 

---------- >>><<< ----------

 

Embora todos tenham enfrentado seus maiores medos naquela ilha, enfim estavam voltando para casa. Todos carregando a esperança de que o mal não os alcançaria novamente, ou, pelo menos, que não os procuraria em casa outra vez.

Infelizmente... Estavam errados.

Em um lugar não muito distante dali... Havia alguém.

Um alguém que mantinha seus verdadeiros planos ainda encobertos...

 

---------- >>><<< ----------

 

Com apenas a luz do entardecer iluminando o quarto da garota, ela mantinha-se sentada em sua cama, lendo novamente uma das obras de seu autor predileto. Seus olhos corriam pelas linhas e o sorriso formava-se em seu rosto, mas em um trecho, ela sentiu-se obrigada a ler em voz alta...

 

“Não é necessário sair de casa...

Permaneça em sua mesa e ouça...

Não apenas ouça, mas espere...

Não apenas espere, mas fique sozinho em silêncio. Então o mundo se apresentará desmascarado e em êxtase se dobrará sobre os seus pés.”

 

Seu sorriso aumenta e ela encara a janela entreaberta a sua frente.

-- Franz Kafka sempre sabe o que diz...

Seus pensamentos voam e embora soubesse que seus planos corriam da exata forma com que planejou, se mantinha calada. Apenas esperando o momento certo para se colocar a frente de tudo.

-- Ainda não é o momento... Preciso esperar mais um pouco.

Quando seu celular toca na gaveta, ela rapidamente o apanha para que ninguém na casa ouvisse o aparelho e muito menos a conversa que ela teria com o número já conhecido e que aguardava para receber as notícias.

-- Senhora... Ele está morto e pegamos a maleta.

-- E os outros?

-- Conseguiram sair, como a senhora planejou. Mas temos o sangue.

-- Ótimo...

-- Quer que os peguemos?

-- Não, deixe-os ir.

A garota deixa que o sorriso de satisfação desenhe seu rosto, com a certeza de que tudo correria como havia planejado. Ninguém desconfiaria dela até que decidisse por isso. E quando o fizessem, já seria tarde.

-- Eu já tenho o que eu quero, agora é só uma questão de tempo.

-- Vai pegar mais um deles?

-- Apenas no momento certo... Agora que temos a dose certa do vírus e o sangue, posso capturar qualquer um deles. E então poderei enfim seguir com o meu plano.

Seu sorriso se alarga e seus olhos brilham de excitação.

-- E sei exatamente qual deles vai me ajudar nisso...

Ela jamais jogava para perder.

Seus planos já estavam estruturados antes mesmo do agente do governo pisar em sua terceira base. Mas era necessário que todos pensassem que este era o verdadeiro objetivo de quem havia o levado até lá... Só que este era apenas o início e a garota sentia o prazer em estar novamente um passo a frente de todos.

Afinal, todos temos uma “Mente Sombria”.

Basta sabermos manipulá-la da maneira correta.


Notas Finais


E então...
Coração ainda batendo? Ótimo!

QUEM DIRIA QUE HAVERIA UM FINAL FELIZ??? Porém...
Viram só, minha maldade ainda não se manifestou por completo em meu coração... Apesar de tudo, foi um final “tranquilo”, na medida do possível. Nosso salva vidas chegou, o casal pareceu se acertar e estar disposto a seguir juntos e o bebê Valenfield... Aaaaaaaaaaaaaaahhhh!! Meu coração não aguenta. Quem apostou numa menininha, ACERTOU *_*

Maaaaaass, enquanto isso, em um outro lugar...
Nossa “Mente Sombria” por trás de tudo apareceu e se mostrou preparada para o plano maior, O VERDADEIRO PLANO POR TRÁS DE TUDO ISSO, o qual ela deu apenas uma dica. Para quem conhece a franquia, certamente não precisei citar o nome para terem certeza de quem é, então... Com certeza já sabem que o que vem por aí, não será coisa pouca. Um milhão de planos e um milhão de segredos, porém, desta vez saberemos onde nosso inimigo vai estar e estaremos cientes de que tudo virá mil vezes pior e mais desesperador do que antes. Mas e nossos heróis? Como ficarão sem ainda saber do risco que ainda os ronda? Como seguirão suas vidas depois de tudo o que aconteceu? E por quanto tempo a maior “Mente Sombria” ficará nas sombras esperando o momento certo? Será que na segunda trama todos sairão vivos como desta vez? Huuuum, preparem seus corações, porque se acharam essa temporada desesperadora... Aguardem a próxima. Muahaha (já sabem, né?)!

Fiquem atentos ao horizonte!
Posso retornar a qualquer momento...
Obs.: Alguns mistérios prevaleceram para serem respondidos na Segunda Temporada.

E É ISSO, MEUS AMORES!!!
Espero de coração que tenham gostado do desenvolvimento da fanfic e que tenham ficado felizes com este final. Agradeço novamente a todos que me acompanharam e com pesar em meu coração, clicarei em “enviar” e direi ADEUS... Por enquanto.
Até a próxima, meus amores *--*
Um grande bjooon <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...