História Meramente Korrasami - Lacrosse part.II

- Ela o que? – Mako estava surpreso.

- Me agarrou. – Korra riu.

Mako era um dos melhores amigos de Korra e eles eram bem próximos, já que eram do mesmo curso.

- Aquela gostosa da Sato? – Mako parecia incrédulo.

- Como conhece ela?

- Não tem um garoto nessa universidade que não conhece ela.

- A UVA não é tão pequena assim.

- Realmente, mas aquela menina. – Mako disse apontando para a parede atrás deles, como se ela estivesse ali. – Aquela menina é assunto até hoje.

- Ela já era da faculdade antes? Eu pensei que ela tinha entrado esse ano.

- Korra, aonde você tinha andado? – Mako perguntou, depois deu um tapa na própria testa. – A, é mesmo, tava comendo a treinadora.

- Ei, olha a boca. – Korra o recriminou. – Mais respeito comigo.

- Com se não fosse verdade.

- Que seja. – Korra deu de ombros e garfou mais uma vez a salada verde que tinha escolhido como almoço.

Mako mordeu o sanduíche de bacon dele e limpando o canto da boca continuou:

- Eu não acredito.

- Tá me chamando de mentirosa?

- Não, de sonhadora.

Korra olhou sem jeito para Mako e sorriu, vendo que na direção deles vinha Bolin e acompanhado dele Opal.

- Olá, gente.

- Oi maninho, oi cunha. – Mako cumprimentou com um aceno.

- Opal é do time, pergunte a ela se Asami não está lá.

- Eu nunca duvidei que ela estivesse no time. – O olhar de Mako passeou pelos quatro jovens e travou em Opal. – Só duvido que tenham ficado.

Opal abriu uma expressão de choque que foi repetida pelo irmão mais novo de Mako.

- Não acredito. A tipo, uma semana atrás você não suportava ela.

- Ela virou legal.

- Pensei que ela fosse só... como é mesmo? – Opal parou para pensar, estralando os dedos em seguida. – Ah, é mesmo, uma metidinha da capital.

- Ela é de Richmond sim, mas não é mais tão metida.

- Ela quem? – Bolin estava boiando no assunto.

- Asami Sato. – Mako pronunciou o nome dela quase que o entoando, como faria com um nome sagrado.

- Tu ficou com ela? – Bolin se exaltou e alguns jovens de outras mesas olharam para a gente. – Mandou bem. – Ele estendeu a mão para a qual Korra bateu.

O jovem de olhos verdes levou um murro da namorada.

- Ai.

- Isso é pra aprender.

- Eu não fiz nada demais. – O menino fez um bico e enterrou a cabeça nos ombros.

Bolin tinha conhecido Opal num jogo. Ele e Mako tinham ido para assistir Korra. Naquela época Mako ainda alimentava a ideia de que ele e a morena poderiam sair juntos. Desde que Bolin tinha visto Opal ele a perseguia. Tinha faltado em todas as aulas durante uma semana só para ir vê-la estudando. Bolin e Opal têm aula no mesmo campus que Mako e Korra, ele faz biologia no Department of Biology e ela faz dança no Department of Drama.

Korra riu da cena e voltou a comer a salada.

- Não foge do assunto, mocinha. Como isso aconteceu, quero todos os detalhes.

Korra olhou para Opal, tentando dizer pelo olhar que não se sentia confortável falando disso na frente dos amigos. Opal entendeu o recado.

- Vazem, já. Hora do papo de garotas.

- Ei, mas eu nem acabei de comer. – Mako reclamou. – E eu quero saber de tudo.

- Foda-se. Vai. – Opal o empurrou. – E você, Bolin, também. – Bolin fez um bico. – Lindo, mas tchau.

Os irmãos saíram da mesa, Mako ainda reclamando da atitude da mais nova.

- Puta delicadeza hein, Beifong.

- Conta logo, menina.

Korra explicou para ela a cena toda e tudo que Opal conseguia fazer era ficar cada vez mais surpresa.

- Eu tinha reparado que a sintonia de vocês no campo tinha ficado boa, mas nunca ia imaginar que ia rolar algo.

- Você conhecia ela?

- Não mesmo, só a vi lá no treino.

- Pois é, eu também. Mako disse que ela já estudava aqui antes.

- Ela tem quantos anos?

- 19.

- Deve estar aqui a dois anos e eu nem sabia da existência desse ser. – Opal jogou as mãos para o ar. – Tanto faz. Vocês têm que namorar.

Korra se engasgou.

- Como é que é?

- Sim, namorar, vai ser fofo.

- Eu não sei nem se vai rolar de novo e tu já tá aí falando de coisa séria.

- Aqui o negócio é rápido. - Ela estralou os dedos e balançou os ombros.

- Eu escolhi esperar, lembra? – Korra levantou a mão com o palmo na frente do rosto da amiga e riu.

- Kuvira que o diga. – Opal riu.

A segunda vez que falam dela, porra! Korra fechou a cara.

- Desculpa, amorzinho. – Opal pegou a mão da mulata e acariciou.

- O que ela fez foi cruel.

- Pensei que tivesse superado.

- Eu superei, porra. – Korra bufou com raiva. – Mas ela foi uma escrota.

- Ô se foi, mas esquece ela, tem uma nova gata na área, bem melhor que aquela velha.

Korra sorriu e terminou de comer a salada, mudando totalmente de assunto.

- Sato, preciso falar com você.

- Fala, amor. – Sato soltou, abraçando a mais nova.

- Olha a intimidade ae. – Opal passou por elas, indo em direção da saída do vestiário.

- Vai jogar, viada.

- Digo o mesmo para vocês. – Saiu correndo, fugindo de uma toalha arremessada pela mais nova do trio.

- Sabe, ela tem razão. – Korra voltou o olhar para Asami. – Eu forço intimidade. Tudo bem por você?

- Eu não me importo, acho até legal.

- Ótimo. – Asami sorriu. – Então, o que quer comigo?

- Eu quero só esclarecer as coisas.

- Certo. – Asami juntou os cachos nos dedos e jogou para trás.

- Me beijou por que sim? Ou tem algo a mais?

- Eu gosto de você, pensei que fosse óbvio.

- Mais ou menos. – Korra coçou a nuca.

- Eu pensei que estivesse sentindo algo a mais, como eu. – Asami colocou as mãos no busto, parecendo ofendida.

- Não foi isso que quis dizer. – Korra se explicou. – Eu só quero facilitar tudo.

- Quer facilitar tudo? – Asami afrouxou a postura. – Me beija, porra. Isso é o mais fácil.

Korra foi puxada pela mais velha e quando se deu conta já estava acariciando a bunda da outra.

- Mas que caralhos é isso?

- Porra. – Korra disse, afastando a boca da morena sem virar o rosto para quem estava na porta.

- Pro campo, agora. – Kuvira estava com os braços fortemente cruzando por cima da barriga e a cara era de poucos amigos.

Asami saiu limpando o lábio e olhou desafiadoramente para Kuvira.

Vaca! A treinadora pensou.

Puta que pariu! Puta que pariu! Puta que pariu! Era tudo que Korra conseguia escutar na sua mente.

O treino foi tenso, já que o olhar da professora não saia da dupla de meninas. Todas repararam que algo se passava.

- Passa logo, Sato. – Asami já estava segurando muito a bola no bastão e poderia perder a chance de dar o passe para o gol.

Asami colocou força no braço e passou a bola para Korra. Korra não demorou para encarar a goleira e lançar a bola por baixo das pernas da mesma. Gol.

Korra gritou comemorando e largou o bastão ao ser içada por Thora, a outra atacante.

Ao ser colocada no chão Asami não a deixou alcançar o bastão, pulou no colo dela e roubou um beijo. Korra a deixou sem chão e iniciou um giro com a outra nos braços, os lábios sem se separarem. Kuvira apertou a prancheta nas mãos.

As meninas do time começaram a fazer barulhos de beijo e algumas comentaram que iriam ficar cegas de tanta melação. Durante o beijo as duas riram e depois de um tempo se separaram. Korra pegou o bastão e correu para voltar pra posição. Passando por Asami escutou:

- Acho que a professora vai me matar só com os olhos.

- Ela não vai encostar em você. – Korra piscou. – Não se eu te proteger.

Asami colocou uma mão na boca e mandou um beijo para a capitã, que corou e piscou de novo, com um sorriso infantil no rosto.

Que menina é essa! Asami pensou antes de voltar a focar no jogo.

- Não se esqueçam que a pré-temporada vai começar e temos um jogo na semana que vem. – Kuvira tentava controlar a raiva na voz. – Não é classificatório, mas não significa que podem amolecer e jogar como um bando de bichos preguiças. Exijo total foco. – A treinadora tentava de todas as formas não virar o olhar para o casal que trocava carícias no canto esquerdo dos bancos. – Korra, Sato, me escutaram?

Todas se voltaram para elas que estavam sorrindo.

- Mas é claro, senhora. – Asami disse, fazendo uma leve continência.

- Dispensadas.

Todas foram para o vestiário, menos Korra que tinha prometido para si mesma que essa seria sua melhor temporada. Ficaria treinando até mais tarde.

- Vai ficar por quanto tempo treinando até mais tarde? – Asami perguntou com um bico.

- Só alguns dias. – Korra mordeu o bico da outra. – Não se preocupe, não vou pegar muito pesado.

- Se está dizendo. – Asami se virou para ir embora e deixou uma Korra concentrada no que fazia atrás de si.