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História Mermaid - Larry Stylinson - O amor continua vencendo


Escrita por: Wulfric

Notas do Autor


Olá, amores! Demorei, mas cheguei. E a todos que estavam preocupados com Niall, esse é o momento de redenção.
Boa leitura!

Capítulo 20 - O amor continua vencendo


Fanfic / Fanfiction Mermaid - Larry Stylinson - O amor continua vencendo

O sol estava se pondo e o barco estava preparado. Harry estava eufórico, nadando em volta e dando todas as informações necessárias.

– Não olhem diretamente em seus olhos e não escutem o que eles dirão, por favor. – Dizia enquanto terminávamos de recolher a âncora.

– Só para saber, por que não posso ouvir o que eles têm a dizer ou olhar diretamente em seus olhos? – Liam perguntou receoso.

– Eles podem te pedir graciosamente para afogar-se ou tirar toda a sua atenção do resto do mundo por olhar para eles.

– Basicamente, eu morro. – Riu.

– É... –Harry disse envergonhado.

– Vai dar tudo certo. – Me intrometi e todos assentiram, mesmo que a tensão estivesse visível.

– Amor. – Harry me chamou e eu me abaixei à beira do barco. – Tome cuidado. – Acariciou meu rosto.

– Eu vou.

– Eu sei que você não é tão afetado por eles, mas não facilite, ok?

– Eu vou tomar cuidado. Entrar, pegar o Niall e sair.

– Entrar, pegar o Niall e sair. –Harry concordou.

Nos olhamos profundamente e eu segurei seu queixo para beijar-lhe lentamente.

– Fique bem e cuide do nosso bebê.

– Eu vou, mas volte logo. – Assenti e dei um último beijo.

– Eu vou voltar rapidinho.

– Promete? – Me olhou docemente.

– Prometo! – Fui firme.

Finalmente partimos, vendo Harry ser deixado para trás na calmaria e segurança da ilha, mas eu sabia que ele não ficaria bem se eu não voltasse, senti vontade de chorar. Às vezes, o fato de você ser tão responsável por alguém pesa muito.

Fiquei imaginando que ele não saberia lidar com a gravidez, que não conheceria seu próprio corpo e as mudanças que passaria. Estaria sozinho na ilha, sem poder pedir ajuda a ninguém e com a tristeza de não me ter mais ao seu lado.

Imaginei meu pequeno bebê e meu peito se apertou. Meu filho merecia mais e eu lutaria por isso. Eu o veria, tocaria seus pequenos dedinhos, o ninaria em meus braços e o manteria seguro.

Eu voltaria para Harry e para nosso filho. Eu manteria minha promessa.

Não falamos muito durante o caminho, os três tensos demais para qualquer diálogo, mas eu quis repassar o plano mesmo assim. Liam distrairia os guardas, eu libertaria Niall e ele nos ajudaria a sair de lá. Niall era crucial para nosso plano, porque eu sabia que era impossível ganhar de um tritão em seu próprio território.

Quando já estávamos próximos, eu e Liam colocamos nossos equipamentos e nos sentamos à beirada, prontos para mergulharmos.

– Entrar, libertar o tritão e sair. – Meu amigo repetiu, imagino que como um mantra para se acalmar e manter o foco.

Por termos passado tantos anos mergulhando juntos, nós dois sabíamos tudo um do outro, então se ele tivesse um problema, eu saberia através da linguagem própria que desenvolvemos para os mergulhos em dupla. Mas eu realmente esperava não ter de usar aqueles símbolos sobre “socorro” hoje.

– Quase lá. – James anunciou e eu e Liam colocamos a máscara e o respirador. Harry nos disse que eles já estariam em alerta por conta da aproximação do barco, por isso teríamos que mergulhar rápido, para não dar tempo para que eles se organizassem, mesmo os piores tritões em batalha, eram excepcionais perto de um humano. – Agora! – Sem esperar por mais nada, me joguei de costas na água.

O lugar não deveria ser frequentado por humanos, por isso, ambos os guardas pareceram surpresos ao verem Liam, que estava igualmente surpreso por vê-los. Achei que teria de intervir para tirá-lo do transe, mas ele pareceu lembrar-se das instruções de Harry e desviou o olhar, acendendo as lanternas mais fortes que possuíamos em direção aos dois tritões.

Harry me disse que, por conta de sua visão aguçada para o fundo do mar, eles eram sensíveis à luz excessiva, razão pela qual sempre passava algum tempo perto da superfície, para acostumar-se, antes de encarar a luz do sol. Agora, estando a tanto tempo em uma parte escura do oceano, encarar tanta luz fazia-os fechar os olhos e tornarem-se vulneráveis.

Aproveitei o momento e fui até a grade que prendia Niall, estava destrancada, como Desmond havia prometido, mas ainda havia um problema. Um grave problema.

Niall estava desacordado.

Ainda assim, estava pronto para entrar e pegá-lo, não seguiríamos mais o plano original, em que o próprio Niall me ajudaria, mas ainda iria completar minha missão. Mas antes que pudesse fazê-lo, fui atingido por um tritão. Um que eu não fazia ideia de onde tinha vindo.

Olhei em volta desesperado, se houvesse mais deles, nossas chances teriam se acabado para sempre, mas o destino e a sorte pareciam a meu favor e mais ninguém apareceu. Ainda assim estava com um problema bem grande, um tritão adulto e forte guinchava e rosnava para mim.

A âncora do barco de James desceu e eu agradeci momentaneamente por isso, me agarrei à corrente e comecei a subir, tinha que levá-los para onde eu tinha a vantagem.

Liam não estava em meu campo de visão e os outros dois já estavam se recuperando, o que fez com que eu me tornasse o centro das atenções.

– Afogue-se. – Eles começaram a murmurar à minha volta. – Tire a máscara, você não precisa dela.  

– Venha para mim, jovem humano. Mergulhe comigo. Venha para a liberdade.

– Você será uma ótima refeição para os tubarões.

Mas como eu e Harry prevíamos, eu não era afetado por suas palavras. Harry era o único para mim, então o charme e a sedução na voz deles não tinham efeito algum. Nenhum deles era Harry e o meu Harry jamais usaria seu charme comigo.

Estava conseguindo mantê-los longe o suficiente para não ser atacado brincando com duas lanternas, enquanto os conduzia até a superfície. Eu estava me saindo bem, mas Niall ainda não havia sido resgatado e eu me sentia perto do fracasso.

Foi quando eu o vi. Liam havia sido esperto o suficiente para aproveitar o momento e nadar até o tritão. Os perdi de vista por breves segundos e quando apareceram, Liam segurando Niall em seus braços, como se ele fosse a coisa mais preciosa do mundo e olhando para seu rosto como se tivesse visto a imagem mais linda do mundo, eu soube. Liam havia caído de amores por Niall.

E eu, mais do que qualquer outro, sabia o que ele sentia. A natureza dos tritões gritava para que nos apaixonássemos, mas Liam não havia se sentido assim por Harry, assim como eu não me senti assim por Niall.

Essa paixão avassaladora e quase surreal que varria nosso peito tinha outra explicação, algo ligado ao destino, à lenda antiga. Os deuses pareciam querer brincar com nossas vidas.

E eu só esperava que tivesse um bom final. Melhor, eu faria de tudo para que tivesse um lindo final.

Liam começou a subir e eu comecei a me preparar para conseguir sair dessa vivo. Meu amigo pareceu perceber, pois assim que sumiu através da superfície, a âncora começou a subir muito mais rápido e só precisei mantê-los distantes com a lanterna antes de ser puxado para fora por Liam e James.

Niall estava deitado sobre o convés, agora movia os lábios e os olhos. Liam correu para junto de si.

– Vou tirar a gente daqui. – James anunciou e eu assenti.

– Espera! – Liam gritou e eu me aproximei.

– Meu ovo... – Niall murmurava fraco, divagando entre o consciente e o inconsciente. – Meu bebê...

– Niall, vão cuidar bem dele. – Eu já sabia o que era, por isso tentei acalmá-lo. Não tinha muito o que fazer agora.

– Não posso ir sem ele. – Insistiu. – Não posso deixá-lo. – Sua voz era pouco mais de um sussurro fraco.

Meu coração se partiu. Sempre me perguntei o que os pais tinham em relação a seus filhos para se sentirem tão cuidadosos e responsáveis. Minha mãe costumava dizer que só os pais sabem o que é esse amor e que eu saberia quando fosse um.

Eu sabia agora.

Eu sabia que desistiria de tudo por Harry e pelo meu bebê. Sabia que eles sempre estariam em primeiro em minha vida. Sabia que eu já sentia um amor avassalador e incondicional por eles. E sabia que eu jamais os deixaria para trás.

Era assim que Niall se sentia e eu estava completamente desolado por não saber o que fazer. Deixá-lo era assinar sua sentença de morte, mas levá-lo e deixar o seu filho, poderia ser ainda pior.

Eu queria chorar e rogar misericórdia a todos os deuses, por Niall, por mim, por Harry e por nosso filho.

– O que houve? – Liam perguntou aflito.

– Niall gerou um ovo, ele tem um bebê, não quer deixá-lo, mas não podemos fazer nada, eu nem sei onde ficam os ovos e nem nada sobre isso.

– Meu bebê... – O tritão tentou levantar-se, mas falhou. Niall estava magro e fraco, com a aparência bem diferente da última vez que o vi. – Eu preciso.

– Eu vou buscar. – Liam disse decidido.

– O quê? – Mas não obtive uma resposta, ele já havia voltado à água, sem qualquer equipamento ou proteção, apenas a vontade alucinante de ajudar o tritão.

– Ele enlouqueceu?! – James gritou.

Corri até os equipamentos e voltei a colocá-los. Eu havia colocado Liam nessa, eu tinha o dever de salvá-lo, mesmo que isso custasse a minha vida.

– Você enlouqueceu?! – James gritou novamente.

– James, cuide do Niall, lhe dê algo saudável para comer e jogue água sobre seu corpo, se não voltarmos em três minutos, saia daqui com ele e leve-o para Harry. Cuide dos dois, diga para Harry que eu e amo e que sinto muito por quebrar a promessa. – James me olhava paralisado. – Me prometa que vai cuidar dele. – Voltar lá para baixo era uma missão suicida e eu tinha plena consciência disso, só precisava ter a certeza de que Harry teria alguém para ajudá-lo. Harry era a prioridade. – Prometa!

Mas antes que eu pudesse sequer ter uma resposta, Liam voltou a aparecer, tossindo e nadando apenas com uma mão, segurando algo com a outra. Nem acreditei que o vi.

Joguei uma bóia em sua direção e, com ajuda de James, o puxei para cima.

– Agora posso tirar a gente desse lugar? – Perguntou agitado, sem ao menos cogitar a hipótese de perguntar como Liam havia conseguido realizar essa proeza.

– Deve!

Liam segurava o ovo firme em seus braços e eu até tive medo de tentar pegá-lo dali, ele parecia disposto a atacar qualquer um que tentasse. Assim que pareceu recuperado, correu para junto de Niall e o apoiou em seus braços.

– Eu o trouxe. – Niall abriu os olhos, mas estava distante. – Seu bebê está a salvo. – O tritão esboçou um sorriso e voltou para o inconsciente. – Não, por favor, fale comigo. – Liam pediu desesperado. – O que houve, Lou? Ele deveria ver e ficar feliz.

– Ele está fraco, Li. – Coloquei a mão em seu ombro para tranquilizá-lo. – Desmond disse que ele estava proibido de se alimentar, deve estar a três ou quatro dias sem comer.

– O que vamos fazer? – Me pediu quase à beira de um ataque. – Isso é cruel!

– Eu trouxe soro para ajudar, vou buscar.

Liam colocou a cabeça de Niall em seu colo, acariciando os fios loiros enquanto segurava o ovo com a outra mão. Olhava de um para outro com uma atenção acima do normal, como se quisesse ter a certeza de que ambos continuavam seguros.

Me coloquei em seu lugar e deduzi que estaria do mesmo jeito, ou até pior, se Harry ou meu bebê estivessem perto de serem tirados de mim.

Achei que talvez fosse difícil achar a veia de Niall, mas foi mais fácil do que a maioria dos animais que cuidávamos e fiquei muito satisfeito comigo mesmo quando vi que o tritão começava a receber a medicação.

– Ele vai ficar bem, não é?

– Vai, só precisa recuperar as forças. – Sorri, tranquilizando-o. – Você vai amá-lo quando o ver totalmente saudável. É muito animado, falador e curioso. Quer dizer, vai amá-lo ainda mais. – Provoquei e ele corou.

– Eu não sei o que aconteceu, eu só... – Tentou explicar, mas não conseguiu.

– Eu sei. Acredito em você. – Abri um sorriso compreensivo.

– Acha que é porque eu o olhei de perto? Harry disse que era perigoso...

– Você também viu Harry de perto. – Eu não queria que Liam pensasse que o que sentia agora era só uma magia antiga. Eu sabia que não era.

Harry estava destinado a mim desde a primeira vez que nos vimos, não parecia muito diferente com ele e Niall. Era nosso destino.

– E viu os outros tritões, mesmo que por breves segundos. – Insisti novamente.

– Eu soquei um deles. – Riu e eu o olhei chocado. – Quando eu cai na água, não sabia muito o que fazer, foi tudo no impulso e eu fui atacado por um deles, ele dizia o nome de Niall furiosamente, como se eu o tivesse roubado. Ele veio para cima de mim e eu o soquei. Não deve ter sido forte por conta da resistência da água, mas eu estava com tanto ódio, com tanta vontade de pegar esse ovo que eu nem pensei muito. O tritão até sangrou.

– E como você achou o ovo? – Eu estava tão chocado com a sua história, que precisava saber de cada detalhe.

– Isso que é o mais chocante. Depois que eu o bati, ele foi atingido na cabeça e desmaiou. Uma sereia o atacou. Juro, a própria espécie dele! – Disse incrédulo. – Ela me entregou o ovo e disse “cuide de Niall e do filhote” e depois sumiu mais rápido do que meus olhos puderam registrar.

Harry me disse que os tritões não podiam criar vínculos, mas Harry amava Niall como a um irmão e Desmond havia me procurado para que cuidasse de Harry e resgatasse Niall. Agora, uma sereia havia ajudado Liam a salvar Niall e lhe entregado o filhote.

Os laços afetivos se tornaram inevitáveis mesmo uma sociedade que os proibia. E eram tão fortes que os faziam transgredir regras, mesmo que soubessem que diante de Posseidon ou qualquer outro deus, nada podia ser escondido.

O amor, comum aos seres humanos, também era vivido pelos seres que eram proibidos de senti-lo por ser um sinal de fraqueza. O amor, universal e reproduzido em todas as formas e em tantos tipos de laços diferentes acabara de salvar a vida de dois humanos e de dois tritões, e salvaria muito mais até o final dos tempos.

O amor continuava vencendo.

Sorri involuntariamente pelo pensamento.

– Você já pode enlouquecer de verdade. – Ri para Liam.

– Para ser sincero. – Olhei para Niall. – Eu nunca me senti tão lúcido.

 


Notas Finais


Niall resgatado. Bebê de Niall resgatado. Liam apaixonado. Louis chegando a conclusões importantes sobre a história. Sim, amigos, estou on fire.
Escrevendo esse capítulo eu me dei conta de como a história seria melhor se escrita em terceira pessoa. Juro que já tentei, mas no meio do capítulo, involuntariamente eu volto a escrever em primeira pessoa. Mas já coloquei meta para as próximas fanfics serem escritas todas em terceira pessoa. Então, me desculpem por isso.
É que o Louis realmente falou muito coisa importante nesse capítulo, sobre o amor, sobre destino e afins, que ficaria muito melhor com um narrador onisciente. Espero que tenha ficado claro como ele consegue ver tudo mais abertamente porque a escritora só sabe narrar assim e ainda quer escrever livro n fic rsrsrsrs' Rir para não chorar, amigos.
Além disso, talvez as cenas de ação ficaram meio 'bléh', porque é realmente difícil narrar isso. Mas finjam que ficou bom rsrs'
Ah, mais uma coisa, palpites de quem foi a sereia que ajudou o Liam? E de quem foi o tritão que o atacou e atacou o Louis quando ele tentou tirar o Niall? Esperavam que o bebê viesse junto? Me contem :)
Espero que tenham gostado <3
XO


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