Izuku foi comprar com sua mãe os ingredientes para o jantar de hoje. Midoriya decidiu que faria somente a sobremesa e o resto deixaria para dona Inko, claro que ajudaria a Midoriya com o que ela precisasse. Decidiu que seria assim porque a comida da sua mãe é a melhor do mundo, segundo sua opinião.
Chegando no apartamento deixou as compras em cima do balcão da cozinha, sentiu-se levemente tonto ao caminhar pelo piso frio mas concluiu que fosse uma queda de pressão.
Mandou mensagem para Iida dizendo que tudo estava bem e contando as boas novas do seu namoro, lógico que o Tenya surtou com a novidade e começou seu discurso de como Izuku deveria se proteger do Bakugou e Todoroki.
Midoriya riu quando leu a mensagem dizendo claramente: "Tem que ver se eles não fizeram uma amarração amorosa e só estão dizendo que é predestinação para disfarçar".
Iida é extremo as vezes.
Além dessa conversa de "amarração" o moreno disse que estava chegando no apartamento, o ômega só respondeu um "ok" e foi para outra conversa.
Escreveu para Uraraka e a alpha se surpreendeu de início mas deu os parabéns a ele.
A Ochaco estava com um peso na consciência indescritível, faz tempo que carrega o segredo do seu envolvimento com o Tenya e desses tempos para cá tem se sentido horrível.
Midoriya, de todos os anos de amizade entre eles, nunca agiu de forma desonesta, jamais mentiu sobre nada, Izuku era transparente como a água.
Parabéns, Izu! Estou feliz por você, amigo.
Obrigado, Uraraka! Depois vamos marcar de sair, já que nosso último rôle não deu certo.
Claro! Eu estava falando justamente disso com o Kiri.
Hihihi, acho que ele precisa mesmo sair.
Anãoooo, você contou pra ele?! Eu queria ter visto a cara dele. ಥ‿ಥ
Como você é má!
Para Midoriya o que parecia apenas uma frase brincalhona teve outros significados para Uraraka. Sim, ela era má, uma má amiga. Izuku confia nela de olhos fechados e mesmo sabendo disso escondia algo importante dele. O sentimento ruim que sentia no seu peito se tornava cada vez mais intenso conforme pensava mais.
Como poderia continuar fazendo isso pelas costas do seu amigo?
Tenho que te contar uma coisa.
Fala.
Eu estou ficando com o Iida há um bom tempo.
Izuku paralisou no instante em que leu, seu queixo caiu, sua mãe olhou confusa para o ômega na sala.
— O que foi? — A mulher de cabelos verdes perguntou e no tempo perfeito ouviram batidas na porta.
Midoriya jogou seu celular no sofá e foi abrir. Viu seu melhor amigo com uma caixa nos braços.
— Oi, Izu! Eu trouxe umas coisas que é tiro e queda pra amarração amorosa. — Entrou no apartamento colocando a caixa na mesa de centro. — Primeiro vou colocar sal nas suas janelas.
— Iida, para.
— É parte da preparação, depois você tem que usar esse talismã aqui... — Começou a procurar na caixa o colar que separou quando pesquisou sobre amarração na internet.
— Para, para, PARA! — O ômega se alterou, Inko que estava na cozinha espionou pela parede e o Tenya olhou assustado para Midoriya.
— O que foi...? — Indagou confuso.
— Você estava ficando com a Uraraka! — Disse indignado. — Que porcaria é essa?!
— Midoriya...
— Eu pensei que a gente era melhores amigos. Por que nunca me contou?
— Eu sou um alpha.
— E??? Eu não ia te julgar. Agr! Eu ficava com ômegas, Tenya. Ômegas! Não há problema.
— Acalme-se. Não é como se você não tivesse escondido coisas de mim também.
— Mas você podia ter confiado em mim! Porque a pessoa que você está transando é minha amiga. Eu não ligo se você faz sexo com ela ou não, eu só... Estou me sentindo péssimo por não ter notado antes e por vocês terem escondido de mim. — Izuku disse decepcionado, seus olhos ardiam querendo derramar lágrimas mas elas nunca saíam, era frustrante.
Vemos que talvez o ômega seja um hipócrita. Tudo que vai, volta. Não é mesmo dona Inko?
Os sentidos de Izuku estavam sensíveis, pode ser por causa da chegada do seu período fértil entretanto a raiva e decepção influenciavam sua lógica.
— Quem te contou? Foi ela? — Arrumou seu óculos e esfregou um pouco a testa.
— O que isso importa?!
— Meninos, vamos respirar um pouco. — Inko interveio, a última vez que viu eles brigar foi no fundamental por uma partida de queimada. Era raro ver personalidades como a deles se exaltar daquela forma.
— Dona Inko? Me desculpe pelo transtorno. — Iida observou os olhos verdes do seu melhor amigo. Rejeição, isso que via. — Eu... Eu já estou indo.
~•~
Todoroki se olhava no espelho pela milésima vez, Bakugou já estava irritado pela preocupação excessiva do bicolor com a aparência.
Shoto era do tipo que sempre estava de terno e gravata, mas dessa vez estara diferente. Sem a gravata. Por causa desse detalhe mínimo pensava que de alguma maneira encontrava-se estranho.
— Pavê. — Katsuki chamou e Todoroki olhou para ele. — Está lindo, para com essa porra.
— Obrigado, amor. Mas...
— "Mas" meu pau. Temos que ir se não vamos chegar atrasados, quer dar uma primeira impressão de merda para a nossa sogra? — Bakugou pegou no blazer do bicolor e o alisou, ajeitando.
— Não.
— Então, bora.
Todoroki suspirou e beijou com carinho seu alpha, eles se abraçaram e ficaram alguns segundos ali.
— Você sabe que não sei lidar muito bem com pessoas normais. Talvez eu fique meio fora de contexto no jantar. — Beijou o ombro do loiro e desabafou.
— Você conversou bem com minha mãe naquela vez, não foi?
— Sua mãe não é normal, Bakugou. — Falou rindo e se afastou.
— Verdade. A velha não bate bem.
— BAKUGOU! O JANTAR NÃO ERA ÀS OITO?! — Mitsuki Bakugou, mãe do alpha explosivo gritou da sala fazendo a irmã de Shoto se assustar, Fuyumi estava do lado da loira.
— A GENTE JÁ TÁ INDO! — Katsuki gritou de volta agora e quem se assustou foi Todoroki. — Vem, só não se preocupe demais.
Eles deram as mãos e saíram do quarto andando pelo corredor até a escada, desceram vendo a loira e a bela jovem na sala.
— Espero não ter interrompido o acasalamento de vocês, mas só temos 10 minutos. — Mitsuki disse sem nenhum pudor.
Fuyumi corou um pouco e foi até o bicolor abraçando ele, sorriu vendo que seu irmão estava tenso.
— Eii, Shoto. — Chamou a atenção dele para si. — Calma, tenho certeza que ela vai te adorar.
— Espero que sim.
~•~
Izuku estava dando alguns toques finais no seu cabelo verde enquanto via sua mãe olhar mais uma vez seu vestido. Ambos estavam ansiosos pela chegada dos convidados.
Dona Inko caprichou no prato principal, Midoriya teve a responsabilidade de fazer a sobremesa. Tanto o filho quanto a mãe se garantiam na cozinha porém mesmo assim se preocupavam com a opinião dos alphas e das suas famílias.
Ouviram batidas na porta e os dois pares de olhos verdes se entre olharam, afirmaram positivamente confiantes com a cabeça um para o outro e sorriram.
— Vou lá abrir. — O Midoriya disse.
Caminhando até a porta pegou na maçaneta e rodou empurrando para dentro, quando viu seus companheiros abriu um sorriso de orelha a orelha.
Ao lado do Bakugou viu uma mulher alta de cabelos loiros e olhos escarlate, ela parecia o Katsuki versão mulher, "obviamente é a mãe dele, Mitsuki" pensou Izuku.
Abraçada ao braço do bicolor estava uma mulher de cabelos brancos e alguns pontos vermelhos estavam nas pontas dos fios, a íris dos seus olhos eram cinzas assim como a do olho direito do Todoroki, Midoriya sabia que ela era a Fuyumi.
— Oi, pequeno. — Shoto foi o primeiro a cumprimentar abraçando o ômega e beijando sua bochecha.
— Oi, entre por favor. — Falou rindo gentil.
Katsuki abraçou ele também sem se importar com apresentações, inalou o aroma inebriante de Izuku e apertou mais ele contra si.
— Para de grude, moleque. — A loira disse dando alguns tapas fracos nas costas dele.
— Velha rabugenta. — Resmungou soltando Midoriya que sorriu sem graça para Mitsuki.
— É um prazer te conhecer. — O esverdeado ofereceu sua mão. Izuku percebeu que ela era uma alpha assim que chegou perto.
A loira riu cumprimentando ele e o analisando.
— Meu filho é um puto sortudo. — Comentou mais para si, notou Izuku ficar vermelho e então gargalhou o puxando para um abraço.
Depois de ser solto ainda que desnorteado cumprimentou a irmã do bicolor.
— Prazer, Fuyumi certo?
A mulher de cabelos brancos ofereceu sua mão meio tímida mas sorriu para ele entregando uma garrafa de vinho.
— Sim. Todoroki já falou sobre mim? — Midoriya pegou a bebida agradecendo.
— Com certeza, eu estava querendo te conhecer também. — Falou colocando todos para dentro.
Após o caminho até a sala de estar está completo se sentaram e Midoriya foi chamar sua mãe na sala onde a mesa estava sendo posta.
— Eles chegaram. — Falou animado pegando na mão da mais velha e induzindo ela até a sala.
Chegando lá Mitsuki se levantou do sofá e a esverdeada colocou a mão na boca.
— Inko?! — A loira disse descrente.
— Mitsuki?!
— Inko? — Ela se aproximou e a esverdeada sorriu tirando a mão da boca.
— Mitsuki!!! — A Midoriya foi até ela de braços abertos, elas se abraçaram e a Bakugou ergueu a moita verde fofinha do chão.
Katsuki não entendia nada e muito menos os outros.
— Alguém explica o que está acontecendo. — Izuku disse se sentando no meio dos alphas. — A senhora conhece a mãe do Bakugou, mãe?
— Oh, sim! Ela é a minha amiga que eu fui sair ontem.
— Que coincidência. — Todoroki comentou se divertindo com a situação como era de seu feitio.
— Você não disse que foi a um encontro ontem, velha? — Katsuki jogou a informação como gasolina no fogo.
— E-encontro?! — Inko como uma boa humana ficou vermelha diante da pergunta.
— Espera. A senhora e a mãe do Bakugou... — Izuku pronunciou e Katsuki em conjunto com ele não queriam ter pensado no que pensaram.
— Nossa! Estou morrendo de fome. — Fuyumi disse notando a atmosfera constrangedora que se instalou.
— V-vocês devem estar morrendo de fome. O jantar já está posto. — A Midoriya falou fazendo todos seguir ela até a mesa.
Digamos que o clima ainda não tinha voltado ao normal até eles começarem a se servir. Inko e Mitsuki na ponta, Katsuki do lado da Fuyumi e Todoroki ao lado do Midoriya.
— Midoriya, querido. Como você conheceu esses dois? Katsuki não quis me contar. — Mitsuki falou fazendo bico para o filho.
— Foi em um bar no centro da cidade.
— Shoto me disse que você no começo não sentia a ligação. — Fuyumi se pronunciou com interesse genuíno.
— Bem... Acho que não precisou eu sentir para me apaixonar por eles. — Confessou sincero.
— Que?! — Bakugou o olhou com as sobrancelhas franzidas. — E toda aquela dificuldade que a gente passou era o que?
— Que dificuldade, Bakugou? Não tiveram nada disso comigo.
— Você não confiava em nós de jeito nenhum. — Todoroki falou enquanto sua irmã observava.
— Izuku sempre foi assim. — Inko entregou a travessa com arroz para Mitsuki.
— Mas eles não se conheciam há muito tempo, como ele ia confiar neles? — A loira disse.
— É, ela tem razão. — Fuyumi comeu macarrão o sugando.
— Tsc. — O Bakugou estalou a língua.
— Não liga pra isso, Izuku. Esse moleque não sabe ter modos, eu sinto muito por seu companheiro ser um cabeça oca. — Mitsuki balançou a cabeça negativamente.
— Pare de falar assim, Mitsuki. Seu filho me parece um homem muito bem educado. — A esverdeada sorriu para seu genro. — Agora você, Todoroki, certo?
— Sim. — O bicolor falou neutro.
— Cuide do meu menino, ele costuma ser desleixado.
— Mãe?!
— Diferente do meu filho, Todoroki é responsável. Izuku tá em boas mãos.
— Essa velha só me acaba.
— Interrompendo o assunto, eu queria saber mais sobre a família dos meus companheiros. — Izuku falou mudando o caminho da conversa, esperto ômega. — Vocês são casadas?
— Sou viúva há uns 15 anos, desde então fico com alguns ômegas porém sempre solteira. — Mitsuki disse surpreendendo Midoriya, ela parecia ser bem mais jovem do que aparentava.
— Sou solteira. — Fuyumi falou.
Izuku tinha percebido que sua cunhada era bem tímida já que não falava muito.
— Nunca se aventurou em um romance, Fuyumi? — Izuku perguntou.
— Não. — Todoroki disse imperativo.
— Que pena! Deveria aproveitar a vida quando é jovem. — A Midoriya mais velha aconselhou.
— Ah! Entendi tudo, não acredito que você é assim Shoto. — Decepcionado colocou uma colher de comida na boca mastigando e engolindo. — Fuyumi eu...
Se interrompeu colocando a mão na boca, levantou-se da cadeira bruscamente e foi até o banheiro correndo para colocar para fora o que quer que seu corpo esteja rejeitando.
Agachou movendo a tampa do vaso e vomitou o que tinha no seu estômago.
Depois de se recuperar notou a atenção exagerada na porta do banheiro, todos estavam ali, o vendo, olhavam para Izuku com insinuações, Midoriya revirou os olhos caminhando até a pia do banheiro.
O ômega sabia o que eles estavam pensando, e não, definitivamente não era isso.
— Eu não estou grávido, parem com isso. — Azedou a cara sentindo o gosto ruim. — Poderiam me dar licença? Quero escovar os dentes.
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