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História Metamorfose - Garota


Escrita por: BananaArt

Notas do Autor


Como eu disse antes, to repostando essa história, então ela vai sair um capítulo por dia até o nove, depois disso de dois em dois dias.
Motivo: Excluíram minha antiga conta -_-

Capítulo 2 - Garota


Fanfic / Fanfiction Metamorfose - Garota

Fazia dois sábados que Gabriel ia mais cedo ao mercado apenas para conversar com Eliot, aprendeu um pouco sobre o rapaz que gostava de ler livros policiais, além de morar sozinho por seus pais morarem no interior, tinha dois irmãos mais novos, uma menina e um menino sem tanta diferença de idade, não tinha namorada, isso era bom, porém ainda achava que era uma garota, Gabriel não conseguia desmentir, mesmo se vestindo mais desleixado ele não desconfiava que tinha um segredo escondido no meio das suas pernas.

- Você não anda saindo cedo demais no sábado, Gabi? - Teresa indagava enquanto procurava sua bolsa e sair para faculdade, era sexta, ainda cedo, Susana saiu na sua frente por alguns problemas a resolver com o professor responsável.

- Vão me proibir de passear agora? - O rapaz corou de leve. Na verdade seu interesse era conhecer melhor o Eliot, no entanto, toda vez que o rapaz lhe tratava no feminino machucava em seu ego, o pouco que lhe restou.

- Pare com isso, só queremos seu bem, bom estou atrasada. Vá logo para o colégio. - Teresa saiu as pressas lhe deixando ali. Acabou de tomar seu café e foi para escola.

Por causa da sua timidez Gabriel não tinha muitos amigos, não era totalmente anti social, conversava normalmente com a Karin e o Arthur, eram primos e namorados, então sempre tentava deixa - los a vontade, apesar de ambos dizerem que a presença do garoto nunca seria um incômodo, as vezes os pegava brigando, a relação deles era estranha mas invejável.

- E esse garoto é bonito? - Karin indagou na hora do intervalo, parecia muito interessada, afinal sabia que o amigo nunca teve uma relação e os dois tinham consciência da orientação sexual do Gabriel.

- Sim, muito, mas ele acha que sou uma menina e não encontro um jeito de dizer que... Não sou. - O menino suspirava, era tão baixo que chegava a ser menor que a amiga.

- Ora, vamos, é só falar a verdade. - Arthur comentava enquanto devorava seu lanche que era o dobro de tamanho dos dois juntos. - Não é porque parece com uma que seja uma!

- Arthur seu idiota. - Karin jogava um pedaço de pão na direção do namorado que aparava com a boca de forma maestral.

- Ele tem razão Karin, mas não sou mesmo, mesmo que minhas irmãs achem o contrário. Vou contar pra ele! Amanhã mesmo. - Esperava que a coragem a qual tinha naquele momento durasse até o dia seguinte. 

No final da aula sua única pretensão era fazer seus deveres e depois jogar, talvez desenhar um pouco, seu talento para desenho poderia coloca - lo facilmente na faculdade de artes, no entanto, não tinha certeza se era isso que queria. Precisava pensar bastante, no próximo ano já teria que decidir seu futuro. Enquanto pensava na vida, Gabriel acabou esbarrando em alguém e quase caiu se não fosse o homem segurar seu braço.

- Você está bem?! - O homem parecia estar na faixa dos 40 e tinha um sorriso muito suspeito no rosto. - Deixa o titio ver se você se feriu. - Ele estendeu a mão na direção do rosto do pequeno que tentou se afastar.

- Me solta! Me solta! - As intenções dele eram claras e estava com medo, o caminho para casa era uma rua estreita e normalmente não passava muito gente, cercado por muro das casas ao redor e árvores, mesmo assim esperava que alguém lhe ouvisse.

- Seja uma boa menina e venha comigo. - Ele começou a puxar o garoto pelo pulso, como Gabriel estava lutando para não ir, acabava começando a machucar.

- Ei, que merda você pensa que está fazendo? - A voz de Eliot se fez presente e no segundo seguinte ele segurava o braço do homem que parecia assustado por ter sido interrompido e acabou largando o menor, deu uma boa olhada no rosto dele e saiu correndo logo depois.

Gabriel estava assustado e se controlando para não chorar, não na frente do Eliot, queria suas irmãs, precisava delas. O maior colocou a mão no seu pulso e notou começar a ficar roxo, Gabriel apenas não puxou a mão por se tratar do outro, mas ainda estava com medo.

- Foi uma escoriação. Eu deveria ter corrido mais rápido quando vi. - Ele colocava os cabelos para trás, suspirando, estava um pouco ofegante.

- Obrigado... Eu fiquei com medo. - Gabriel admitiu e sentiu a mão do outro repousar em sua cabeça e fazer uma carícia leve, acabou corando olhando para os próprios pés.

- Não se preocupe. Vem, vou te pagar um lanche. - A mão que estava na cabeça do menino foi na direção da mão, puxando - o de leve. "estamos de mãos dadas." pensou Gabriel, mesmo que tivesse durado apenas até o final da rua.

Eliot o levou até uma doçaria onde vendia todos os tipos de bolos e sucos para acompanhar, não estava lotado. O menino não tinha forças para relutar em ir com o maior, na verdade não sabia o que teria ocorrido se Eliot não estivesse ali.

- Eliot... Obrigado mesmo, realmente você foi, digo, é um herói... - Mesmo dizendo isso não conseguia encara - lo, estava tão vermelho. O outro não respondeu de imediato afinal tinham que fazer os pedidos, torta de morango e outra de chocolate, além de suco de frutas vermelhas para completar.

- Ainda bem que eu estava passando por lá. Uma menina tão bonitinha não deveria andar sozinha naquele lugar. - Eliot falava inocentemente, mas o rosto de Gabriel agora parecia brasas vermelhas, o elogio foi demais para seu coração despreparado. Mesmo que não fosse garota.

- Ah, s-sim, digo, como posso te compensar? Afinal, você realmente... Bom... - O menor enfiou um grande pedaço de morango na boca para se calar, porque não conseguia conversar como fazia com a Karin e o Arthur, seria tão mais fácil. "mesmo que na visão dele eu seja uma menina, tenho que agir menos idiota." pensava consigo mesmo.

- Claro! Sábado o meu autor de livros favorito vai estar dando autógrafos, mas não quero ir sozinho. Você me acompanha? É depois do almoço. - Eliot dizia com seu sorriso encantador, não poderia mentir se dissesse que não sentia interesse.

Por alguns momentos Gabriel ficou calado, as palavras pareciam não lhe alcançar. "um encontro? Isso seria um encontro?" seu interior parecia vibrar, mas a voz da razão chegou mais rápido do que deveria e percebeu que havia prometido lhe contar seu verdadeiro gênero. No entanto, não teria oportunidade para sair com ele novamente.

- S-sim, tudo bem, eu aceito...- Acabou sendo afoito, esperava que ele não percebesse. - Não conte para minhas irmãs por favor.

- Ótimo! Sobre suas irmãs, sem problemas, elas parecem protetoras mesmo. - Eliot parecia contente por ela ter aceitado.

Quando ambos terminaram, acompanhou o menor até em casa, afinal, não queria que o episódio anterior se repetisse.

- Até amanhã. - O rapaz acenou na direção dele. Ficou acertado que o menino o encontraria no mercado depois do expediente.

Gabriel sentia euforia e não conseguia ordenar os próprios pensamentos. Correu na direção do quarto das irmãs e começou a vasculhar as roupas de garota que elas tinham e eram de certa forma suas, aproveitando que nenhuma delas estava em casa. "o que eu visto... Não, estou começando a pensar como uma garota." pegou uma das peças mais bonitas e escondeu no próprio quarto. Se aproximou do espelho, olhando para si, o Eliot tinha razão de não desconfiar, seus traços delicados diziam tudo, por vezes sentia raiva de si por ser assim, mas agora o que mais desejava era ser daquela forma.

Gabriel tocou no reflexo pediu que nunca chegasse a meia noite e perdesse os sapatos de cristal, então o feitiço nunca precisaria acabar, poderia durar para sempre. Fechou os olhos, desejou e desejou.


Notas Finais


Comentem, divulguem :(


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