História Meu - ERERI - Capítulo 1

Cantarolo baixinho ao abrir a porta daquele barzinho, eu realmente precisava de um bom chá e lá era o local perfeito pra isso.

"Boa noit-"

E naquele instante, percebi que deveria ter ouvido a mamãe e ter voltado para casa depois do meu turno na faculdade.

Arregalo meus olhos quando um daqueles caras mascarados apontou uma arma na minha cabeça. Fechando-os em pavor, abaixei minha cabeça quando ele me puxou para dentro e me jogou contra o chão, bem na poça de sangue das vítimas.

"Chefe, devemos matá-lo?" Sua voz soou abafada pela máscara que usava, e eu mal podia dizer qual era a sua classe pois ele, na verdade todos eles usavam inibidores de cheiro em suas máscaras.

E então, mais uma vez naquela noite, cometi mais um erro. Só que dessa vez bem mais grave ao olhar diretamente nos olhos do Líder deles. Ficando perdido em meio aqueles olhos azuis esverdeados que me observavam atentamente.

"O que está fazendo, omega? Quer morrer aqui e agora?!" diz ao engatilhar sua arma, deixando-a colada em minha testa.

"D-desculpe-me... Eu não pensei direito..."

"E nem vai." Zomba

Fecho meus olhos em pavor, esperando pela bala que tiraria a minha vida, mas ela nunca veio. Na verdade, o que aconteceu foi de eu ter sido levantado pela camisa.

"Por favor... Não faça nada comigo." choramingo apavorado, e se eles tentassem algo? Eu não iria conseguir impedí-los de forma alguma... Prefiro a morte mil vezes do que ser violentado.

"Corra e não olhe para trás." diz friamente antes de me colocar no chão e apontar com sua arma para porta.

"O-obrigado...?" murmuro

"Logo." Diz, aparentemente irritado. Sem perder tempo, pego a minha bolsa que havia caído um pouco mais longe de mim antes de correr para fora o mais rápido que podia.

Eu precisava chegar o mais rápido possível em um posto policial que ficava perto daquela região. Mesmo sabendo que corria riscos ao ir até lá, não poderia deixar aqueles assassinos impunes.

"Por favor, me ajude!" peço assim que entrei, os policiais que ali estavam parados olharam para mim em busca de respostas. "Têm vários assassinos... No bar Asas da Liberdade! Por favor, vão lá!"

A movimentação deles havia sido bastante rápida, chamando até mesmo uma ambulância para socorrer algum sortudo que estivesse vivo, coisa que eu já havia descartado no mesmo instante em que entrei lá.

"Sente-se, você está aflito demais." pede o delegado enquanto segurava um copo de água, "Beba."

Ainda com minhas mãos trêmulas, peguei o copo oferecido e tomo um gole antes de dizer: "O chefe deles... Ele me libertou."

"Ele era o seu companheiro?"

"O quê? Não, claro que não. Eu não tenho um alfa, e eu nem sequer sei se havia algum alfa ou beta, inferno, até mesmo um omega. Eles usavam uma máscara que cobria todo o seu rosto, tenho certeza que a máscara havia inibidores."

"Você percebeu tudo isso em tão pouco tempo?"

"Sim. Estou no meu quarto ano de estudo para me tornar um perito criminal."

"Entendo... Você têm muita sorte, jovem. Você possivelmente escapou dos assassinos da máfia Jaeger, considere-se que nasceu novamente."

Sem saber o que responder, apenas assenti ainda com um olhar cabisbaixo. "Acho que devo voltar pra casa agora..." murmuro

"Quer que eu peça para um dos meus homens levá-lo? No caso de estar se sentindo inseguro."

"Do que adiantaria? Como você mesmo disse, escapei daquela maldita gangue uma vez, se eu tiver a má sorte deles me verem com qualquer um de vocês, minha vida e a da minha mãe corre risco. Então, prefiro ir sozinho." falo ao devolver o copo e me levantar. "Obrigado mais uma vez."

Depois de ter dito isso, me senti confiante o suficiente para sair de lá o mais rápido. Eu só precisava, e queria, chegar em casa o mais rápido... E se desse... Dormir o máximo que eu podia para esquecer esse dia.

  - Eren -

Continuo a olhar para o chão pensativo; Uma parte de mim estava animada por ter encontrado o meu companheiro, a pessoa que eu tanto esperei por anos. Mas a outra queria saber o que eu iria fazer com ele... Como iria protegê-lo do meu mundo?

Passo as mãos pelo meu cabelo antes de prendê-lo todo para trás; Por muito pouco, Reiner iria matando-o se não fosse pela minha reação demorada. Então, eu deveria castigá-lo?

"Nah... Ele não sabia." murmuro ao ajeitar minha postura na poltrona, apoiando meu rosto em minha mão.

"Eren."

Olho para cima apenas para ver que Mikasa, meu braço direito, havia entrado na sala sem ao menos ser chamada. "Huh?"

"Soube pelo Jean que você salvou a vida de um desinformado. Quer que eu o mate?"

A encaro entendiado; Ela era uma ótima conselheira e braço direito, mas a sua super proteção e vontade de se intrometer em meus assuntos, me fazia odiá-la apesar dela não saber.

Ela recua sem mudar a feição em seu rosto: "Se interessou por ele? Quer que eu o sequestre e traga-o até aqui?"

Continuo encarando-a sem falar nada enquanto minha paciência ia se esgotando aos poucos. Deixo um suspiro baixo escapar antes de me levantar e caminhar até ela, "Siga-me." ordeno ao passar direto.

Não preciso nem olhar para trás para saber que ela me seguia fielmente, ficando apenas alguns passos atrás de mim.

"Que milagre você ter saído da sua sala depois de um assassinato." comenta Jean

Suspiro e abaixo a máscara antes de dizer um curto e grosso: "Não se aproximem daquele omega. Ele é meu."

"Vai matá-lo?" pergunta Reiner

"Espera, ele é seu companheiro?!  Jean me contou que você impediu o Reiner de atirar nele, eu precisei perguntar a ele se era verdade pra realmente acreditar! E então?! É o seu companheiro?!" Diz Armin animado

"Até parece que o Eren iria querer um Omega qualquer. Eren é mais forte sozinho. Penso que o melhor para ele fosse uma alfa, e isso se realmente fosse preciso." opina Mikasa

Contenho a vontade de revirar os olhos quando toquei em seu ombro. "Aquele omega é o meu companheiro, então acho melhor não falar muita besteira. Caso contrário..." Olho para minha arma escondida e ela fez o mesmo.

"Entendi."

"Perfeito." Ao dizer isso, coloquei minha máscara novamente e saí dali. Indo em direção a minha sala para ter um pouco de descanso.

"Ah, Eren! Acabei de lembrar, seus pais estão voltando de viagem." diz Armin

"É. Tinha como piorar." murmuro com a voz abafada antes de bater a porta com força atrás de mim.

Vou até a minha cama e me sento na beirada; O que eu vou fazer agora que o encontrei? Primeiro, tenho que reencontrá-lo e depois darei um jeito.

Me deito enquanto encarava o teto, lembrando perfeitamente de quão belo eram aqueles seus olhos... Mesmo brilhando em pavor, aqueles azuis eram perfeitos demais.

E pela primeira vez em anos, pude sentir um pequeno puxavão leve no canto da minha boca, em uma tentativa falha de sorrir.

Me sento novamente na cama e olho para o espelho, logo retiro a máscara e a coloco em cima do criado mudo. Me observo no espelho durante alguns segundos antes de tentar sorrir, mas era quase impossível fazer isso.

"Eu preciso aprender a sorrir para que ele não me ache estranho." falo para mim mesmo antes de voltar a me deitar.

"Você será meu... Omega." murmuro ao fechar meus olhos e dormir.