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História Meu - ERERI - Capítulo 18


Escrita por: Amante_yaois

Capítulo 18 - Capítulo 18


Após Levi e Eren terem saído para seu "encontro", Kuchel apenas juntou toda a bagunça da cozinha e separou os pratos em ordem para que pudesse começar a limpar. Ela cantarolava baixinho uma música que conhecia a muito tempo, e que simplesmente era apaixonada. Seu sorriso ainda se mantinha, embora agora sendo mais suave, toda vez que lembrava o quão feliz seu filho estava com aquela alfa. Graças a tudo o que é mais sagrado, Deus ouviu suas orações e deu um bom companheiro a Levi. 


"Queria poder ver o futuro agora." murmurou para si mesma, não conseguindo evitar de revirar os olhos pelo pensamento infantil. Mas quem iria julgá-la? Ela só queria saber como seria o futuro de seu filho junto daquele alfa. Levi mencionou algo sobre Eren trabalhar numa empresa, o que era muito bom por sinal. Dentro de poucos anos Levi já estaria formado e entraria na polícia, e quem sabe mais o que viria acontecer? Talvez um casamento? Filhos? Deus, tantas coisas podiam acontecer e ela estava tão animada com tudo.


O que será que Eren gosta de comer? Pensava de forma carinhosa, querendo agradar o genro para que ele se sentisse sempre bem-vindo, até porque seria uma coisa que Erick faria com toda a certeza do mundo! Rindo baixinho com o pensamento, ela escorreu os pratos lavados antes de levá-los para cima da mesa. 


Se Erick estivesse vivo, como ele reagiria a isso tudo? Esse era o seu pensamento mais comum, do tipo que vinha quase todo dia. Ele com certeza estaria orgulhoso do filho que tinha, e como sempre fazia planos - que somente Kuchel sabia -, provavelmente iria querer levar Eren para pescar ou praticar algum esporte que os fizessem trabalhar juntos. Depois de tudo, ele nunca foi do tipo extremamente ciumento com Levi, logo iria ser bem mais tranquilo a aproximação. E foi com a imagem mental dele fazendo piadas com Levi e Eren que ela retornou a pia para terminar com o restante das panelas.


Enchendo a esponja com o detergente, pegou a panela de pressão e começou a esfregá-la com fervor, caprichando para que não sobrasse resquícios de gordura - já que Levi daria o maior pitaco se fosse usar. Essa lembrança a fez revirar os olhos, de tudo o que Levi poderia puxar de Erick, ele herdou o "pior". Ainda sim… Era reconfortante ter alguém pegando no seu pé como antes.


Parando o que estava fazendo quando ouviu a campainha da casa tocar, ergueu uma sobrancelha. Quem seria a uma hora dessas? Pensava consigo mesmo, passando uma mão molhada no cabelo para abaixar a bagunça, ajeitou o avental e foi até a porta para atender.


"Quem é?" perguntou por costume, mas logo espiou pelo olho mágico. Seu olhar suavizou quando reconheceu o homem do outro lado. "John, você sequer avisou que viria!"


Ao abrir a porta, seu sorriso sumiu ao vê-lo com a arma apontada para seu peito. "John?"


Entrando sem explicação, a empurrou para dentro sem dar chances de defesa. Conhecendo o maldito Jaeger, ele teria deixado gente vigiando e isso significava pouco tempo.


"Ai meu deus, John." falou baixinho, dando o seu melhor para não se desesperar quando a arma estava apontada para sua cabeça. 


"Fique quieta, porra!" xingou, forçando-a a se afastar da porta. 


Felizmente a movimentação lá dentro chamou atenção de Petra, que logo sinalizou para sua equipe que algo estava errado. O plano de execução estava completo, seriam rápidos e o mais discreto possível. Aparentemente a sorte não estava ao seus lados, pois mais homens da máfia Kyojin haviam entrado pelos fundos. No segundo em que invadiram a casa, todos foram mortos sem chances de defesa. Sentada no chão com uma arma apontada em sua cabeça, Kuchel observava a chacina na sua sala de estar com pavor. Por que isso estava acontecendo? Por que depois de tantos anos? Se fosse para morrer, ao menos seu filho estava longe o suficiente para estar a salvo. E foi com esse pensamento em mente, que ela sentiu a força crescer em seu inferior.


"Seja o que estiverem procurando, não há nada aqui." disse, e por sua ousadia levou um forte soco no rosto.


"Não mandei falar nada, sua vaca estúpida." disse John, apático. "Pelo contrário, temos o que precisamos aqui e agora."


Arregalando os olhos em pânico por perceber que eles estavam ali por ela, se desesperou. 


"Sabe o bom alfa com que seu filho tem se aproximado? Eu tenho novidades…" cantarolou, rindo alto. "Eren Jaeger, o chefe da máfia que matou o seu companheiro."


Aquela notícia virou seu mundo de avesso ao ponto de não sentir o chão sob suas pernas. Eren Jaeger… Jaeger… Levi sabia disso? Não, ele não podia… Levi nunca aceitaria isso… Não é?


"E olha só o bônus que eu recebo!" falou de repente, trazendo a atenção da mesma de volta a realidade. "Eu fodi com a mulher daquele delegado metidinho a merda! Ele deve estar se contorcendo no túmulo depois de eu ter comido a mulher dele!"


Derramando algumas lágrimas, não conseguia sequer ter uma emoção certa. De todas as formas se sentia traída, mas saber que dormiu com um dos culpados pela morte do seu companheiro, da sua alma gêmea… Isso foi demais.


"Me mate." implorou, em meio ao choro.


"Tentador, mas não." dito isso, retirou uma adaga do seu cinto e pegou a mão dela. "Eu preciso de você viva, assim seu filho virá. E quem será que vai vir atrás dele?! É o esquema de pirâmide perfeito!"


"Deixem meu filho em paz!" implorou, apenas para fritar de dor quando teve dois de seus dedos cortados. Segurando a mão para tentar estancar o sangue, viu quando John entregou os dedos para uma mulher.


Eles escreveram uma carta com seu sangue… Deixaram os dedos para trás, no caso de Levi não acreditar. Por sua culpa, seu filho estava correndo risco de vida… Se ela nunca tivesse conhecido John… Não, não era sua culpa. Era de Eren Jaeger. Tudo aquilo estava acontecendo porque ele apareceu. Aquele maldito os enganou tão facilmente… E pensar que ela já pensava no casamento dele com seu filho…Ela não iria permitir que aquele maldito se aproximasse do seu filho novamente, nem que pra isso sujasse as próprias mãos.


"Eu quero ele morto." murmurou, chamando atenção de John, que parou de escrever a carta.


"Falou comigo?" perguntou, pronto para dar outro murro nela, mas o olhar que ela lhe deu quando ergueu a cabeça foi o suficiente para que entendesse.


"Eu quero Eren Jaeger morto."


Ouvir aquilo não era exatamente uma surpresa, mas lhe trouxe uma diversão e tanta. Dando um sorriso grande, falou: "Assim seja. Mas por algum motivo em específico?"


"Eu sou uma mãe, John. A segurança do meu filho é minha maior prioridade." se esforçou a dizer, não recuando um segundo sequer. 



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Franzindo o cenho quando a vontade de chorar retornou com mais força, Levi forçou-se a manter a calma, sabendo que não deveria se deixar levar pelas emoções e arruinar o que tanto planejou por anos. Quando Armin anunciou que haviam chegado, ele não quis acreditar. Ali estava ele, dentro da mansão Jaeger. Aquilo doeu como um inferno, mas ele não recuaria.


Puxando o loiro pelo cabelo, o fez de escudo humano enquanto o seguia. A realidade amarga parecia se abrir cada vez mais para ele. Por que não atiravam? Ele deixou abertura o suficiente para que alguém atirasse, mas eles não fizeram… Alguém maior estava o protegendo, e esse pensamento não facilitou as coisas.


Ao chegarem no centro do casarão, Levi já podia sentir sua respiração acelerada. Ele não aguentaria segurar por mais tempo. Ele realmente dava o seu melhor para não demonstrar tanta emoção e se tornou até uma pessoa mais recolhida desde que seu pai morreu, mas quando estava com as pessoas que amava, dava o seu melhor para ser o mais expressivo possível já que confiava com sua vida. E olha onde sua confiança o levou.


Engolindo em seco, trincou os dentes ao atirar para cima, atraindo a atenção dos outros que não sabiam de sua entrada. Demorou mais que o esperado até que aquele homem barbudo que conheceu na balada aparecesse, sendo seguido pelo Eren. 


"Que porra está acontecendo aqui?!" gritou enfurecido, exigindo respostas de imediato. Mas ao contrário do mais velho, Eren já havia reconhecido o aroma do Levi.


Desacelerando seus passos na escadaria, sentiu o mundo parar quando seu olhar se encontrou com o do Levi e com a dor da decepção instalada lá. "Não…"


Levi tremia, não querendo acreditar no que seus olhos viam. Deus… A pessoa que ele mais confiou… Por que? Não conseguindo conter suas lágrimas, abaixou a cabeça ao negar, não aceitando de forma alguma que seu próprio companheiro havia lhe traído de uma forma tão baixa. 


"Levi, eu posso explicar-" tentou falar, mas parou no segundo em que notou a situação deplorável do seu amigo de infância - agora caído no chão, sem forças para se manter de pé. "Armin?!"


Jean que havia aparecido junto da Mikasa, deu um passo em frente pensando em nocautear o omega ofensivo e salvar o amigo, mas foi parado com o sinal do líder.


"Levi-"


"Ele é importante pra você?!" finalmente conseguiu falar, sua mente girando em círculos sem fim, querendo assimilar tudo aquilo no pouco tempo que tinha.


"Você não quer fazer isso, Levi…" falou, sua voz soando mansa. No segundo em que deu um passo à frente, parou quando o ômega colocou a arma contra a cabeça do Armin.


"Você me enganou." falou, mas no fundo Eren sabia que ele dizia isso para si mesmo do que para qualquer outro ouvir. Levi estava tentando se convencer ainda do que estava vendo, e isso atingiu da pior forma o Jaeger.


"Eu sei." disse, tão decepcionado consigo mesmo por ver o quão abalado seu companheiro estava. Ele sempre soube que quando a verdade estourasse as coisas seriam difíceis, mas nunca esperou que fosse acontecer tão rápido. "E você tem que acreditar em mim. Eu me arrependo muito por ter te enganado."


"Acreditar em você?!" gritou, sua voz ecoando por todo o cômodo. A mágoa no timbre competia frente a frente com a decepção escancarada no seu olhar, que sequer tinha mais brilho. "Depois de tudo, você consegue me pedir isso?!"


"Por favor, Levi… Deixe Armin em paz. Ele não tem nada a ver com isso-" implorou, temendo perder mais um de seus homens.


"Ouça o que meu irmão tem a dizer, Levi. Se continuar mostrando ser uma ameaça, serei forçado a mandar matá-lo." falou Zeke, com a mão estendida para cima. "E eu só vou precisar dar o sinal."


Percebendo que ele não estava blefando, Eren se desesperou. "Não ousem atirar no meu ômega! O filho da puta que tiver coragem de ir contra minha ordem será torturado até que prefira a morte!" 


Mesmo que fosse para salvá-lo, Levi ainda estava congelado. Ele nunca imaginou que o seu Eren, o seu companheiro, o homem que conheceu e estava se apaixonando seria capaz de dizer algo assim. E, novamente, a verdade voltou com tudo. Aquele homem só havia o enganado. Primeiro seu pai, agora sua mãe… Ter encontrado ele foi o maior erro que cometeu.


"Você…" murmurou, dando o seu melhor para conseguir falar alto o suficiente. "Por que você teve que aparecer na minha vida, Eren Jaeger?!"


Soltando o cabelo do Armin, o deixou cair de vez contra o chão. "O que você ganhou com isso?! Me fala! Você arruinou a minha vida!" gritou o mais alto que podia, como se quisesse pôr a sua dor para fora a qualquer custo. "Primeiro o meu pai Erick! Você sempre soube dele, não foi?! Fingiu não saber, me usou pra se divertir, não foi?! É isso que sou pra você?! Uma diversão que você busca e não se importa o que aconteça depois?!"


Negando, ele tentou falar, mas aquelas palavras acertaram-lhe em cheio e fizeram um ferimento tão profundo quanto qualquer bala poderia fazer. Isso não o matou verdadeiramente, mas matou sua alma. Ele nunca quis que Levi sofresse desse jeito.


"Fala alguma coisa, Eren!" chorou, retirando de dentro do seu casaco um papel. "Eren Jaeger! Eles pegaram a minha mãe por sua culpa! Porque você apareceu na minha vida e fodeu tudo! Você, assim como sua família, é uma praga na minha vida! Vocês só me tiraram tudo o que eu tinha!"


Sem conseguir se conter, Eren derramou lágrimas. Ele não sabia o que dizer, e mesmo se tentasse… Ele estava no seu direito de falar algo? Levi estava certo… Ele fodeu tudo.


Descendo as escadas, foi na direção dele convicto que não faria nada. Mas no segundo em que Levi o viu, ele atirou sem pensar duas vezes. Por não ter olhado, o tiro passou de raspão pelo rosto do Eren, deixando para trás um arranhão singelo. Percebendo o que fez, Levi soltou a arma no chão, recuando alguns passos. Ele iria matar o seu companheiro… Por mais que o odiasse, nunca seria capaz de matar sua alma gêmea… Mas o que ele fez trouxe uma dor imensurável para seu ômega interior, que gritou em desespero dentro de si quando o sangue escorreu pela bochecha do alfa.


Levando a mão até a boca, ele olhou para o Eren sem conseguir acreditar. O moreno ainda estava congelado, não conseguindo acreditar que seu próprio omega tentou matá-lo. Isso doeu… Doeu muito.


"Fique longe de mim." disse Levi, tentando não parecer abalado. "Se você se aproximar… Eu irei… Eu irei…"


"Levi… Não foi a gente que matou Erick." falou cabisbaixo, não conseguindo mais olhar nos olhos do outro por acreditar que não era digno.


"Mentiroso." 


"Vejamos só…" uma voz totalmente nova ecoou pela sala, atraindo a atenção de todos. "Então era esse seu segredinho, Eren? O filho prodígio de Erick?"


"Pai, por favor, não se meta." pediu, mas sabia que era em vão.


"Pela primeira vez em dezoito anos você me pede algo com tanta educação." provocou, voltando a atenção para o ômega. "Você não lembra muito Erick, mas com certeza tem o instinto dele… Estou te observando desde que colocou os pés na minha casa. Atrevo-me a chamar-te de Erick com ovários e útero."


"Grisha Jaeger." reconheceu, começando a se sentir estupidamente burro. Olhando agora entre o patriarca e o atual líder… Eles eram parecidos. Pela primeira vez em anos ele errou em um julgamento por acreditar que seu companheiro era alguém confiável… Ele não deveria ter acreditado nisso tão rápido.


"Prazer é todo meu, Levi Ackerman." disse, não se importando com o olhar que recebia. "O que veio fazer aqui, huh? Meu filho teve tanto trabalho em esconder quem ele realmente era, fico surpreso que apareceu aqui tão rápido. Embora, pensando bem, eu só ouvi gritaria e você massacrando ele… Acredito que devo ter perdido algo."


"Levaram ela. Levaram a minha mãe, e tudo por culpa de vocês!" gritou, apontando um dedo acusador na direção do Jaeger mais velho.


"Minha? Eu sequer mais estou nos negócios." provocou, não dando a mínima para os sentimentos do genro. "Apenas na lavagem de dinheiro. Opa, eu acho que não devia ter te contado. Vai que você decide fazer uma busca sobre minha pessoa quando se formar?"


Ficando calado enquanto o ouvia falar, mais enojado se sentia. Aquele homem não demonstrava nada além de um alto ego, menosprezando qualquer um para se sentir superior.


"Ah! Como sou inocente! Não vai mais se formar, não é?! Afinal, quando descobrirem que seu companheiro é ligado com a máfia, acabou pra você. Tudo o que sonhou vai pro lixo. E, claro, você vai buscar refúgio aqui… No lugar em que você está ofendendo."


"Eu prefiro morrer do que me juntar a porcos como você!" falou, cuspindo no chão.


Rindo alto, Grisha bateu palmas. "Realmente, de fato você é filho do Erick!" dito isso, seu olhar se suavizou. "Bem-vindo a família. Acredito que você queira descansar."


"Eu não quero nada de vocês." disse, mas parecia não surtir efeito algum, pois o alfa não ligava.


"Você nos julga mal, garoto. Não matamos seu pai, Levi. Erick era o meu melhor amigo. Eu assumo a morte dele indiretamente, já que fui eu quem o convocou para uma guerra de máfia na qual ele não deveria participar." explicou, dessa vez soando mais humano e menos egocêntrico. "Eu realmente sinto muito, garoto… Mas você culpa as pessoas erradas."


Fazendo um sinal para que o beta ligasse o projetor de alta tecnologia, se afastou quando o holograma apareceu, mostrando todas as provas possíveis sobre o que aconteceu naquela fatídica noite. Levi lia com cuidado cada página, mas ele não conseguia acreditar em nada daquilo. Abaixando a cabeça, chorou em silêncio.


"Seu p-"


"Meu pai está morto, e nada do que eu faça poderá trazê-lo de volta." disse com firmeza, "Mas minha mãe ainda está viva. E por causa de vocês, ela foi levada. Eu só quero ela."


"A traremos para você, pequeno omega. Você não precisa chorar." Grisha se aproxima dele e coloca uma mão em seu ombro, apenas para ser afastado.


"Eu não quero a ajuda de vocês. Eu irei salvá-la." 


"Ah, vai?" provocou, "Como?"


Engolindo o nó em sua garganta e o aperto no peito, falou: "Eles querem algo em troca e eu darei."


"E o que seria?"


Derramando mais lágrimas, se forçou a parecer determinado enquanto sequer tinha certeza se conseguiria ou não. Apontando na direção do Eren, disse: "Ele. Vivo ou morto."


"Quer dar a sua alma gêmea para pessoas que o querem morto? Você é selvagem, gostei disso."


"Eu só quero a minha mãe. Ela sim nunca me decepcionou e sempre esteve do meu lado. Eu só quero ela, e mais nada." disse, "E eu não tenho alma gêmea. Eu só tenho um peso morto que tenho que levar até eles."


"Passará por mim antes-"


"Zeke, deixe o nosso convidado decidir sozinho." disse Grisha, impedindo o filho mais velho com apenas um olhar. Voltando a atenção para seu terno, retirou uma adaga mediana bastante afiada. "Mate-o."


Arregalando os olhos quando o alfa mais velho lhe entregou a adaga, sentiu sua respiração engatar. Ele estava dando bandeira branca para que matasse seu próprio filho? O que esse homem estava querendo com isso?


Antes que pudesse fazer qualquer coisa, se assustou quando Eren parou na sua frente e se ajoelhou, não ousando levantar a cabeça ou olhar em seus olhos - como uma presa que aceitou seu destino. 


Ver Eren aceitar a morte de forma tão rápida fez com que Zeke segurasse em sua arma com mais força, preparado para matar Levi se isso significasse a vida do seu irmão. Mas nem mesmo o ômega conseguia fazer algo. Ele ainda estendeu seu braço com a adaga para apunhalá-lo, mas no segundo em que o viu de cabeça baixa, seu sangue esfriou e ele jogou a adaga para longe.


"Eu não consigo." choramingou, mas ao ver a forma como o alfa relaxou como se pensasse que aquilo significava que ele o perdoaria, seu sangue esquentou.


Desferindo um forte chute lateral que acertou em cheio a cabeça do alfa ajoelhado, ele não conseguiu se conter. Ele estava tão furioso que sequer sua mente pensava em algo além de espancá-lo até que o matasse ou o fizesse sofrer tanto quanto ele estava sofrendo agora. Agarrando-o pelo cabelo, acertou uma joelhada no seu rosto, uma e outra vez, só parando quando ele estava irreconhecível.


Quando sentiu que era o suficiente, minutos haviam se passado, embora fossem longos ao som dos gemidos de dor do Jaeger. Ambos estavam em frente um ao outro, não mantendo contato visual, mas o que os unia estava além de ressentimentos e dor: era a vontade de fazer diferente.


"Pelo visto percebeu isso. Ela é sua mãe e você quer salvá-la, mas não consegue pagar o preço necessário para isso. Por isso você veio até aqui, porque quer a nossa ajuda." disse simplesmente, como se não tivesse acabado de ver seu filho ser espancado.


"Me diga a palavra…" murmurou Eren, dando o seu melhor para que apenas Levi o ouvisse. "E eu farei."


"Traga a minha mãe de volta… E nunca mais apareça na minha frente. Eu não quero te ver nunca mais, Eren Jaeger."


Assentindo, Eren se levantou do chão e enxugou as lágrimas, determinado a pagar por seus pecados. Ele trouxe dor a pessoa que só queria amar, e isso levaria até o túmulo. Pegando a carta abandonada no chão, reconheceu que a "tinta" era sangue e que, de fato, eles exigiam sua cabeça. E isso só podia significar que ele havia perdido mais homens como consequência.


Mirio estava certo… Ele nunca mereceu esse lugar, nunca daria certo porque ele sempre arruinava tudo o que tocava. 


"Falem com os Yakuza e as outras máfias, temos o prazo de três dias para a troca. E se tudo der certo, será o fim da máfia kyojin." anunciou, tendo o que precisavam para armar um plano. 


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Sentado no sofá em silêncio, Levi observava o nada com um olhar vazio, não se importando com os olhares que recebia desde que o reconheceram como a pessoa que quase matou Armin e que destruiu o coração do líder. Malditos sejam esses paus mandados que levam a dor alheia para si, pensava desdenhosamente. 


Apoiando a cabeça em seu braço, sentiu seu peito voltar a apertar com a lembrança da cozinha e a forma como havia tanto sangue. Quanto tempo usaram para torturá-la? E onde ele estava que não pôde protegê-la? Ah, sim… Estava no shopping com aquele alfa… Pensando que a vida de sonhos e finais felizes existiam. Agora estava visado pelas máfias e nem mesmo conseguiria terminar sua faculdade. Abaixando a cabeça, olhou para seu colo com pesar. Talvez devesse se mudar para longe. Talvez outro país, quem sabe? Mudar os nomes e o visual parecia ser o certo. 


Enxugando a lágrima que escorreu por sua bochecha, se encolheu no sofá, tentando não pensar na forte dor em seu ventre por não ser hora para aquilo. Olhando para o teto como se esperasse alguma resposta cair do céu, tentou não lembrar da dor constante de sua decepção, mas era em vão quando a situação que passava gritava problemas e culpa. Mas tudo bem. Depois dessa missão, ele cairia fora com sua mãe para o mais longe possível. Eles recomeçariam juntos, do jeito que sempre faziam e deveriam ter continuado. E sem que percebesse, seus olhos foram se fechando e ele caiu num sono profundo, estando muito cansado de todas as formas possíveis.


Vendo aquilo, Zeke suspirou e voltou seu olhar para Eren. O moreno estava em silêncio desde que a reunião entre os líderes terminou, suas últimas palavras sendo para que levassem Levi até seu quarto para que ele pudesse descansar. Não é preciso dizer a resposta que ele teve, certo? A rejeição perdurou, e se continuasse naquele ritmo, Zeke pensava que teria que preparar mais dois caixões - já que não sobreviveriam à perda, caso decidissem que acabou ali.


Balançando a cabeça negativamente, olhou para o chão sem saber o que fazer. Era óbvio que sua preocupação girava em torno do Eren, não do Levi. Ele queria ter um plano para ajudar o irmão, e se isso significasse que Levi deveria participar, então faria qualquer coisa para que desse certo. E foi com esse pensamento que sua cabeça trouxe à tona a imagem de Tamaki. Qual ômega seria forte o suficiente para enfrentar Levi e conversar com ele? Tamaki! Ok, seria apenas questão de conseguir afastá-lo do Mirio e então tudo estaria nos conformes.


"Vai ser fácil."




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