História Meu alfa - Jogo de ciúmes - Parte 1

Pov's Naruto

Me aproximei do consultor rapidamente segurando o riso. Sério, Sasuke estava com MUITA raiva agora, isso seria TÃO divertido que eu mal podia me aguentar.

- Sasuke Uchiha? - O fotógrafo encarou atrás de mim para onde eu sabia que o moreno ainda estava estático. - Venha também, vou explicar para todos como vamos fazer.

Alguns passos e ele estava ao meu lado, nada feliz, nada entusiasmado, mas pelo menos parecia ter entendido que não havia muito que pudesse fazer agora a não ser seguir com o trabalho... E também com nossa aposta.

Enquanto eu pensava e mantinha a atenção em Sasuke o fotógrafo deve ter chamado a outra dupla porque quando percebi haviam se aproximado também.

- Muito bem, então... - Ele olhou para o arquivo que carregava na mão, provavelmente consultando algo. - Certo. - Fechou a pasta e encarou nós quatro. - Naruto você será par de Indra, Sasuke de Haku. Creio que todos já deram uma olhada no catálogo de posições mas estou ciente que podem haver dificuldades já que nenhum de vocês é modelo profissional. E isso é exatamente o que queremos. - Bateu palmas teatrais. - Precisamos de juventude e olhares reais. Essas são as palavras chaves aqui. - Apontou para cada um de nós e eu podia quase ouvir Sasuke bufando mentalmente. - Por isso vocês são perfeitos! Então vamos, primeiro Sasuke e Haku, cerca de metade do portfólio, uma pausa para água e um breve descanso enquanto Naruto e Indra fotografam e voltamos a vocês, – apontou para Sas e sua dupla – então finalizamos depois novamente com a segunda dupla. Alguma dúvida?

Dei de ombros esperando que algum dos outros mostrasse alguma questão, pra mim parecia simples.

- Você disse que não sermos profissionais é exatamente o que querem, mas eu não sei se posso realmente ser bom em algumas expressões que aparecem no catálogo.

Analisei o rapaz que havia falado ao meu lado – Haku de certo, já que o outro eu sabia muito bem quem era – cerca de uns 10cm mais baixo que eu, seu rosto parecia porcelana, conferindo a ele um aspecto charmoso e delicado ao mesmo tempo. Seu cabelo longo preso em um rabo de cavalo alinhado dava ainda mais ar de modelo a sua linda aparência.

Claramente era um ômega, daquele tipo que você nem precisava sentir o aroma pra notar, embora cheirasse a um doce exótico, com tons frios. Bem incomum.

O modo como cruzava os braços e gesticulava levemente enquanto falava, parecia tão discreto e elegante, quase... Ensaiado?

Me incomodava de certa forma.

Sério que ele não era profissional?

Eu duvidava bastante disso.

De qualquer forma sua aparência estava impecável também, vestia um conjunto marrom claro, bege, não sei, com uma camisa preta por baixo acompanhando de um lenço da mesma cor. O único de nós que não estava de gravata e eu meio que estava com inveja disso já que não era o maior adepto ao uso dessas coisas que prendem o pescoço, por mais que posso admitir achar bem sexy, principalmente quando Sasuke as usa.

- Sim Haku, eu garanto que estamos acostumados, conduziremos vocês ao melhor. Vocês só precisam estar abertos a isso. - Recebeu sua resposta parecendo satisfeito. - Mais alguma pergunta? - O consultor se virou para cada um de nós que negamos com a cabeça. - Certo então, irei fazer os últimos ajustes no cenário e luz, podem conversar entre si, aproveitem para estipular o que acharem melhor sobre as fotos, os catálogos estão logo ali – apontou para a mesa atrás de nós que continha frutas, bolachas, água, jarros de suco, e alguns papéis – não esqueçam de deixar a intuição guiar vocês, é o que queremos. Chamo os primeiros em 10 minutos. - Avisou já nos dando as costas e se dirigindo ao resto da equipe com algumas ordens.

Me virei para os outros três sentindo o ombro de Sasuke encostar no meu.

- Prazer conhecer vocês.

Haku tinha uma voz melodiosa. Enjoativa talvez? Suprimi uma careta.

- Claro, bom te conhecer. - Curvei minha cabeça um pouco respondendo enquanto percebi o mesmo gesto silencioso de Sasuke.

- Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha, não pensei que nos encontraríamos justo assim. - Meu parceiro se manifestou exibindo o mesmo sorriso simpático e confiante que sempre teve.

- Indra. - Respondi sorrindo e correspondendo o toque de mãos.

Indra era alto, sempre foi, mas agora parecia ainda mais, seu cabelo estava maior também, chegando ao meio das costas, na bagunça habitual, acho que nem a ótima cabeleireira do estúdio foi capaz de domar aqueles fios castanhos e optou por deixá-los em seu aspecto selvagem como estratégia. Seus olhos, que sempre tiveram um brilho meio avermelhado sob o castanho marcante, pareciam ainda mais cativantes do que eu me lembrava e ele vestia um terno branco com uma camiseta preta por baixo, uma gravata da mesma cor do meu próprio terno parecia ser proposital.

- Garanto que eu também não esperava te ver por aqui. - Sasuke o saudou na sua vez de tocar sua mão.

- Sempre simpático, vejo que não mudou. - Indra não pareceu se abalar com o tom pouco receptivo de Sas. - Esperava que depois desses anos não fosse mais tão... intransigente.

- E eu que você não fosse o mesmo metido a besta. Acho que todos nos enganamos de vez em quando.

A resposta a altura de Sas fez o ambiente pesar por alguns segundos enquanto os dois se encaravam e Haku olhava confuso de mim para eles.

- Não sejam assim. - Puxei Sas mais pra trás segurando em seu braço. - É um reencontro depois de anos. Larguem de birra, os dois.

- Você sabe que eu não posso evitar quando ele me olha como se eu tivesse roubado seu doce preferido. - Indra piscou pra mim e deu de ombros em seguida. - Por mais que notando agora... – ele focou sua atenção onde eu segurava em Sasuke – talvez eu que tenha perdido o doce.

Já fazia tempo que eu não tinha que lidar com as falas de Indra então demorei pra assimilar a colocação, Sasuke também não teve chance de responder antes de Haku se manifestar:

- Podemos ir olhar o catálogo e vocês colocam o reencontro e assuntos pendentes em dia depois? Preciso mesmo desse dinheiro.

- Claro! Nós também. - Concordei prontamente feliz com o desvio de atenção.

Indra ainda olhou para Sasuke mais uns segundos, com o sorrisinho torto estampado em seus lábios, antes de desviar concordando e se virando junto com Haku para irem até a mesa.

- Como você sabia? - Sasuke me impediu de seguir com os dois segurando em meu pulso.

- Do que... - Comecei pra ganhar tempo mas foi uma péssima ideia.

- Não enrola. - Avisou me lançando um olhar que bem... Não era um bom presságio.

- Ainda nem começamos e você já está com a conta negativa, melhor cuidar desse ciúme aí. - Avisei sorrindo de canto mas ele não mudou o semblante fechado, o que me fez revirar os olhos.

- Enquanto você foi buscar o carro ontem eu os vi saindo pela outra porta, mesma reunião, sala diferente. - Dei de ombros. - Trocamos duas ou três palavras e descobri que seriam eles que estariam aqui hoje.

- E você não achou que eu gostaria de saber disso? - Sussurrou entre dentes me acusando.

- Você não aceitaria participar se soubesse! - Acusei de volta no mesmo tom.

- Naruto? Sasuke? - Ouvimos Haku nos chamando e eu levantei a mão dando sinal de que estávamos indo.

Sasuke bufou e começou a se virar mas segurei seu braço antes que pudesse realmente dar algum passo.

- Sasuke. Isso foi a mais de 2 anos. Só porque ele foi meu primeiro beijo não quer dizer que signifique alguma coisa pra mim e você sabe disso.

Por algum motivo minha fala não ajudou em nada e eu senti os músculos do seu braço se contraírem, assim como vi seu maxilar travar.

"Urrgh, alfas!" Pensei recriminando aquele instinto todo deles.

Me aproximei mais do seu lado para que pudesse falar com a certeza de que só ele ouviria.

- Você também não teve seu primeiro beijo comigo, aliás nem outras primeiras vezes tão importantes quanto. - Tentei outra abordagem. - Não seja ridículo. Ou vai perder a aposta antes mesmo de começarmos.

Um riso rápido saiu dos seus lábios.

- Quer levar isso adiante? - Me interrogou virando mais o corpo pra mim. - Sério Naruto? - Concordei mesmo com a garganta seca e vi seus olhos brilharem. - Ótimo, que seja. - Ele fechou as pálpebras e respirou fundo, quando as abriu de novo parecia estar bem menos transparente a todas as emoções que quase saltavam de sua face a menos de cinco segundos.

- Não acredito que você vai fazer tempestade em copo d'agua por isso. - Murmurei quando o vi se virar mais uma vez.

Por mais que eu tivesse feito o comentário de forma um tanto retórica Sas parou assim que ouviu, olhou pra mim sobre o ombro e eu quase pude sentir meus joelhos fraquejarem só com o modo como seu olhar era sério.

- Tempestade? Não. Eu vou fazer um dilúvio.

Com isso ele se foi para onde os dois discutiam alguma coisa vendo o catálogo – alheios a troca que havia acabado de acontecer ali entre mim e Sasuke – e eu mordi os lábios seguindo tenso atrás do meu alfa, pensando sobre o quão ferrado eu estava pelo resto daquela seção e talvez – dependendo do resultado final – pelo resto da noite depois disso.

Pov's Sasuke

Naruto estava brincando com fogo, e ele sabia bem disso.

Indra era um mala, um sabichão metido a besta desde criança, estudou com todos nós até o primeiro ano, que foi quando acabou saindo, dois meses depois do início do ano letivo, por causa de algo relacionado ao trabalho dos seus pais.

Nós sempre tivemos uma rivalidade, isso não era segredo pra ninguém, competíamos em basicamente tudo, por mais que não fosse explícito, era um jogo de poder constante. Ele começou a se aproximar de Naruto um pouco depois que eu tive que me afastar, e isso só contribuiu ainda mais pra minha inimizade por ele.

Enquanto eu era um alfa que não podia me controlar perto do loiro, bem ao contrário, ele era perfeito, e apesar de Naruto e ele nunca terem sido grandes amigos – muito por minha causa – nessa época eles acabaram ficando próximos, muito mais próximos do que eu gostaria de admitir que achava aceitável. E foi o fim pra mim quando soube que eles haviam ficado durante a festa de aniversário de Sakura, a qual eu acabei tendo que sair mais cedo.

Já fazia mais ou menos meio ano que eu e Naruto havíamos nos distanciado e nem por isso era mais fácil estar perto dele, e o sentimento de posse que eu já sentia pelo loiro beirava o inaceitável.

Por tudo isso, descobrir que outro alfa tinha beijado os lábios que eu tanto desejava não foi nada legal, um dos piores sentimentos que lembro de ter tido na época, ainda mais quando ainda estava aprendendo a controlar os instintos. A briga que arranjei a troco de nada com o Otsutsuki deixou ainda mais claro pra ele – se já não estava o suficiente – o quanto minha queda pelo Naruto era profunda, o que só contribuiu pra que ele insistisse em desafiar minha sanidade cada vez que chegava muito mais perto que o necessário do loiro.

Cada dia que chegava ao colégio e o via com os braços no ombro de Naruto, dividindo uma cadeira, sentado em cima da sua mesa enquanto escrevia coisas no seu caderno, fazendo alguma graça enquanto mexia nos fios dourados com familiaridade, eu me sentia mais perto de enlouquecer ou quebrar a cara de Indra.

Pensar que aquilo podia levar a um relacionamento mais profundo tirava meu sono, e o que mais me atormentava era me sentir assim sobre os dois enquanto eu tentava me convencer (negava com todas as minhas forças) de que não sentia aquelas coisas todas pelo Naruto.

Foi mais ou menos por aí que me deixei envolver com outras pessoas, esperando apagar aquilo de mim, e sim, a plena consciência do quanto eu estava sendo hipócrita estava ali – junto com mais um monte de merda que eu tentava ignorar – sendo eficientemente censurada pelo meu cérebro.

E mesmo depois de ouvir uma conversa de Naruto com seus amigos onde ele acabou soltando que não estava apaixonado pelo outro alfa ou qualquer coisa do tipo eu ainda não me sentia mais calmo ou próximo de conseguir ter um sono pacífico.

Foi só quando pela graça do destino ele foi embora que eu tive certa paz.

Agora pelo jeito Indra estava de volta, mas dessa vez Naruto já era muito mais meu do que ele poderia sequer chegar perto, então foi com isso em mente – e um autocontrole muito bem desenvolvido – que eu não acabei com aquela palhaçada toda arrastando Naruto dali, ele querendo ou não.

Mas não era por isso que eu deixaria barato o fato de Naru querer jogar, se ele queria um game eu daria a ele, um dos mais divertidos que pudesse.

Ele mesmo havia proposto, um jogo de ciúmes era o que era, e eu podia ser muito bom nisso se quisesse. E ah... como eu queria.

O outro rapaz que aparentemente era minha dupla era completamente desconhecido pra mim, mas perfeitamente adequado para o que viria. Um ômega, pequeno e aparentemente delicado, só sua postura e jeito de falar já deixava claro como ele era gracioso e elegante, muito diferente de Naruto, e consequentemente completamente fora do que me agradava, mas o loiro se morderia muito sobre isso antes que soubesse.

(...)

- Vocês dois são namorados? - Haku foi direto ao me perguntar enquanto esperávamos juntos no meio do cenário para o comando da primeira pose que deveríamos fazer. - Quer dizer, não usam alianças, mas pelo jeito como estavam próximos...

- Nós usamos alianças. - Corrigi passando o polegar pelo lugar automaticamente. - Mas elas foram substituídas. - Ergui as mãos pra mostrar.

Eu usava dois anéis de metal prateado na mão esquerda, um no anelar e outro indicador, um relógio de fundo preto estava no meu pulso direito acompanhando de uma pulseira de couro. Todos adereços dados pela moça que nos deu os ternos e também orientou a mim e a Naruto que nossas alianças fossem tiradas.

- Ah sim. - Ele ergueu o pulso direito me mostrando a corrente fina de prata que o adornava e o único anel no polegar. - Também me pediram pra usar esses. Desculpa, não estou acostumado a isso tudo.

Me virei para Haku e percebi Naru bem atrás dele acompanhando com os olhos nossa interação.

Estava na hora de jogar.

Abri um sorriso – que eu esperava muito estar aceitável – voltando meu olhar para o moreno. Não era nada fácil lançar um desses quando não saía espontaneamente como com meu ômega, mas eu faria um esforço por hoje.

- Nem eu, mas tenho impressão de que vamos nos sair bem.

Ele assentiu respondendo com um sorriso também.

- Difícil acreditar, você está parecendo a vontade.

Reprimi o revirar de olhos com sucesso.

- Acho que "a vontade" não é bem como eu descreveria, mas vou fazer dar certo. - Estralei o dedo indicador controlando o incômodo.

Logo em seguida fomos chamados pelo fotógrafo, nos viramos pra frente e na tela (atrás dele e a nossa frente) apareceu a posição que deveríamos fazer. Ele acrescentou algumas orientações e pediu que começássemos.

Haku deveria sentar na banqueta preta que havia sido montada ao lado de uma bancada de madeira que lembrava a de um bar enquanto eu me colocava ao seu lado apoiando o antebraço em seu ombro.

- Sintam-se a vontade pra mudar alguns detalhes, vocês devem manter o principal, mas se sentindo a vontade. - Foi o que recebemos de instrução.

"A vontade" essa expressão estava sendo usada bem equivocadamente hoje.

Concordamos e nos colocamos no lugar.

Apoiei no ômega e foquei a lente, alguns cliques, mais umas palavras. "Relaxem" "Sasuke se aproxime mais" "Haku solte a perna como faria normalmente" foram alguns dos vários toques que recebemos.

Obviamente estávamos mais duros do que o ideal no início, mas fomos relaxando com o passar das palavras. Uma música soava na sala fazendo com que se soltar fosse mais fácil e Haku aprendia rápido – assim como eu –.

Logo se tornou mais simples e deixei as coisas fluir mudando a posição para algo que eu faria.

Em uma dessas apoiei uma mão no balcão, meio que prendendo o ômega entre ele e mim enquanto mantinha minha outra mão no bolso da calça.

Percebi a expressão de surpresa de Haku mas ele logo acompanhou segurando em minha gravata e ouvimos um "perfeito!" Animado do consultor enquanto eu sentia a ligação borbulhar.

Um sorriso saiu automaticamente dos meus lábios e Haku provavelmente achou que era algo a ser correspondido pois fez o mesmo e logo flashes e flashes dispararam enquanto ouvíamos mais elogios.

- Vocês pegaram o jeito rápido. Agora vamos mudar, venham para a poltrona, Sasuke senta dessa vez. - Foi a próxima orientação.

E enquanto aguardávamos os ajustes do cenário dei uma espiada em Naruto que tinha a cara mais lindamente emburrada dos últimos tempos.

Impagável.

Eu podia sentir muito claramente seu ciúmes.

"Achou que seria fácil não é?"

Obviamente não podíamos conversar pela ligação, mas era possível passar ideias. E tão rápido quanto a minha chegou a ele eu pude sentir claramente algo como "Vai se ferrar" sendo respondido.

Eu ainda sorria satisfeito quando me coloquei na próxima posição (Sentado com o tornozelo direito apoiado no joelho esquerdo enquanto Haku se sentava no encosto largo da poltrona e meu braço descansava na sua coxa).

- Sem sorrisos agora Sasuke, preciso de uma expressão séria e confiante.

Acenei imediatamente mudando a face para o solicitado e os cliques soaram.

Continuamos mudando de posição conforme as instruções soavam e também fazíamos muito pelo instinto. A cada vez que esse instinto fazia com que nos tocássemos eu sentia pontadas e mais pontadas de incômodo do meu ômega.

"Não toque nele"

"Não toque"

Eu quase podia dizer que ouvia sua voz irritada.

- Ótimo! Vocês se saíram muito bem, tenho um material excelente. Descansem um pouco e vamos mudar as duplas.

Depois do que me pareceu uma hora fomos liberados para o intervalo.

Haku foi na frente alongando os braços, acho que a última posição (onde ele teve que as manter no meu ombro) o havia cansado. Eu também me sentia meio exausto, apesar de que tinha muito mais a ver com o fato da ligação pesar do que do meu físico.

- Vou te colocar numa escala 6 de ciúmes depois dessa. - Avisei o loiro quando ele foi passar pelo meu lado. - Garanto pelo menos um 8 na próxima seção.

Seu passo parou e ele virou o rosto pra mim, sua face claramente irritada.

- Você jogou sujo. - Reclamou se aproximando de mim enquanto o cenário era ajustado.

Indra nos olhava mesmo que tivesse dado espaço.

- É? E o que você vai fazer sobre isso? - Usei sua própria frase mantendo uma expressão impassível mesmo que tivesse certo receio correndo por mim.

Estando ao lado de Indra Naru não precisava nem se esforçar, qualquer coisa já me deixaria muito enciumado.

Seus olhos brilharam em rivalidade enquanto ele fingia ajustar minha gravata.

- Não tire seus olhos de mim, você vai descobrir. - Deu dois tapinhas no meu peito e se virou indo até o parceiro de fotos.

Respirei fundo e saí dali, desesperado por algo que refrescasse minha garganta repentinamente seca.