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História Meu amado sensei - Estou aqui se você precisar


Escrita por: _Wisteria_

Notas do Autor


Konichiwa!!!
Tudo bem por aí?
Mais um capítulo chegando!! Yay!
Quem será que acertou a resposta da pergunta da semana passada?! Eita! Eita!
Vamos descobrir nesse capítulo!!!
Enjooyy!

Capítulo 13 - Estou aqui se você precisar


Os minutos silenciosos no carro deram a oportunidade para Kanae notar o quanto ele estava cheio de brinquedos, o que a fez lembrar como os irmãos de Sanemi ainda eram jovens. Ela pensou no quanto de responsabilidade que ele carregava nas costas, desde tão novo e entendeu o porquê dele ser tão preocupado com a família. Após alguns minutos, eles chegaram no hospital e foram até o quarto de Shizu, que já estava preparada para o procedimento do transplante.

— Oh, Kanae, minha querida!— ela disse e estendeu os braços em direção a ela.

— Oi, dona Shizu. Vim lhe ver antes da sua cirurgia. — disse Kanae, que passou álcool em gel nas mãos e foi até ela.

— Obrigada por vir acompanhar meu Sanemi! Você, como sempre, é uma moça muito gentil. Orem por mim, meus amores. — Shizu segurou na mão de Kanae e de Sanemi.

— Vai dar tudo certo, mãe. — ele falou.

Enfim, passados alguns minutos, Sanemi e Kanae sentaram-se nas poltronas do quarto. Seria uma longa noite esperando pelo resultado da cirurgia. Enquanto Sanemi assistia a televisão, ela aproveitou para escrever um pouco em seu celular. 

“Ah, nossa! Agora que me toquei que estou sozinha com o Sanemi.”  — ela pensou. Ela olhou para ele e notou que ele a observava com atenção, o que a fez sentir o rosto corar. — “Ele está me encarando agora! O que eu faço?!” 

— Tudo bem, Sanemi sensei? — ela perguntou.

— Ah, está sim. — ele notou que estava sendo inconveniente e desviou o olhar dela.

Sanemi achava toda aquela situação bem estranha. Ele não estava acostumado a ter alguém para compartilhar momentos tensos. Ele sempre tentava se manter forte na frente dos irmãos e dificilmente falava sobre assuntos mais críticos, por não querer deixá-los preocupados. Mesmo assim, ele não entendia porque Kanae se ofereceria para ajudar alguém como ele.

“Kanae é mesmo uma pessoa diferente… Acredito que dificilmente outro alguém se oferecesse para fazer isso... Mas… ainda bem que ela está aqui, afinal…” — ele pensou, enquanto a encarava novamente e percebeu que ela o estava encarando de volta e desviou seu olhar para a televisão.

Kanae resolveu se aproximar dele e afastou a poltrona para bem perto. Ela levou suas mãos de encontro com as de Sanemi e ele a encarou, confuso.

— Vai ficar tudo bem. Tenho certeza que sua mãe é forte. — disse Kanae.

— Ah… Ela é forte sim. Minha mãe sempre superar as dificuldades com bom humor. Tenho certeza que não vai ser diferente dessa vez. — disse Sanemi.

Os dois se encararam mais um pouco e Sanemi se perdeu nos olhos claros dela. 

“Ah, caramba! O que eu faço?! Ele me encarando assim, com esses olhos tão intensos… Estou toda arrepiada! ”  — ela pensou, nervosa. Kanae resolveu mudar o foco da situação.

— Com certeza. Vai dar tudo certo. — disse Kanae. — Um… O que acha de irmos comer alguma coisa? 

— Ah, parece uma boa! — disse Sanemi.

Os dois foram até uma lanchonete, escolheram coisas leves e começaram a conversar.

— Então, Kanae, você mora com seus pais? — ele perguntou.

— Não! Eu moro com minhas irmãs. Nossos pais moram em outra cidade. Aqui a escola é melhor  e eles não puderam sair de seus empregos. Mas nos viramos bem aqui.— explicou Kanae. 

— Entendo... Bem, eu estava morando sozinho, porém com a doença da minha mãe, eu tive que voltar para casa. — contou Sanemi.

— Entendi. E o pai de vocês? Não o vi ainda. — perguntou Kanae.

— Você não o viu porque ele não faz mais parte das nossa vidas. — disse Sanemi.

— Oh! Ele morreu? — perguntou Kanae.

— Não… ele nos abandonou quando ainda éramos crianças. — contou Sanemi.

— Ah… Sinto muito por perguntar… — disse Kanae, desajeitada.

— Sem problemas, não faz diferença agora. Nós conseguimos nos virar. — disse Sanemi.

— Eu sei… — Kanae ficou sem saber como reagir e decidiu se concentrar no suco. 

— Então… quando foi que você começou a dançar, Kanae? — perguntou Sanemi, que se ajeitou na cadeira e se aproximou um pouco dela.

— Ah, desde bem novinha. Meus pais queriam uma forma de conter minha energia! Hihihi. Eles até colocaram minhas outras irmãs, mas elas não gostaram tanto como eu. — contou Kanae.

— Parece bem difícil! Minha mãe colocou o Genya por causa dos problemas de postura dele e para ver se ele melhorava da timidez. Então, ele acabou gostando. Mas ele ainda tem algumas questões emocionais que o atrapalham. Ainda é difícil para ele associar algumas coisas. — contou Sanemi.

— Ele é um garoto maravilhoso. Dança muito bem! Mas percebi que ele é muito preocupado com as coisas da família, principalmente com você. — disse Kanae.

— Sim... Ele é muito apegado à família. Eu só queria que ele tivesse uma vida normal. — afirmou Sanemi.

— Mas é uma escolha dele. Não tem muito o que fazer. É o jeitinho do próprio Genya. — falou Kanae.

— É, tem razão… — Ele ficou pensativo por um tempo e disse em seguida. — Mas mudando de assunto… Você trouxe algum livro para estudar? — perguntou Sanemi.

— Estudar?! Sério, Sanemi? — disse Kanae, em um tom meloso.

— Claro! Suas notas estão bem ruins. Então, você pode aproveitar para estudar enquanto a gente espera. — sugeriu Sanemi.

— Você deveria ser um sensei menos rigoroso! Assim todo mundo vai ter medo de você! — resmungou Kanae.

Sanemi aproximou o rosto do dela e deu um sorriso malicioso. Kanae prendeu o fôlego por alguns instantes.

— O objetivo é esse, Kanae! — ele piscou o olho para ela e se afastou. — Bem, vamos! Você tem que estudar agora. — ele falou.

— Ah, não! —  queixou-se Kanae, mas ela não obteve resultado.

Após alguns minutos estudando, Kanae adormeceu na cadeira. Sanemi deu um tapa na testa.

— Eu tenho a melhor estudante possível… — ele sussurrou. Ele se aproximou dela e observou de perto. Ele levou lentamente a mão até o rosto dela e a acariciou devagar. 

“Você sempre dedicada a ajudar aos outros, mesmo que isso te atrapalhe… Você é uma boa pessoa, Kanae...” — ele pensou e deu um beijo na testa dela.  Ele a cobriu com uma manta que havia trazido e se sentou na poltrona ao lado dela.

Na madrugada, um dos médicos informou que tudo havia corrido bem na cirurgia e que Shizu ficaria em observação por algumas horas. Sanemi acordou Kanae quando o dia amanheceu e lhe deu a notícia. Kanae ficou muito feliz e o abraçou com força, o que fez ele cair sentado na poltrona com ela em seu colo.

— Ah, que bom que tudo deu certo! — ela disse, sorridente.

— Sim, ela vai só ficar em observação! Vai ficar tudo bem. — disse Sanemi, que finalmente sorriu. Kanae ficou boquiaberta e seu coração acelerou, pois ela achou o sorriso dele lindo. Ela o encarou com intensidade e levou a mão até o rosto dele, o que deixou  Sanemi envergonhado.  

— Você deveria sorrir assim mais vezes… — ela sugeriu. 

Sanemi levou a mão de encontro a dela e eles se encararam, porém o despertador do celular de Kanae tocou e os tirou do transe que estavam. Ela arregalou os olhos e pulou do colo dele rapidamente. 

— Ah, olha a hora! Eu preciso ir! — disse Kanae, desajeitada.

— Eu te deixo na escola, Kanae! — disse Sanemi.

— Na-não precisa! Fique aqui para receber sua mãe. Eu venho aqui depois do trabalho para ver como ela está, certo?! Me avise qualquer coisa! — disse Kanae, que pegou sua mochila e acenou para ele. Sanemi acenou de volta e se encostou na poltrona, ainda tentando absorver toda aquela situação.

Enquanto isso, naquela manhã calma, Shinobu andava pelo corredor da escola tranquilamente, quando ela sentiu uma mão a puxar pelo braço para dentro de uma das salas de aula.

 — Mas que merd… — ela iria dizer, quando alguém levou o dedo até a boca dela.

— Shiii. Não quero que nos escutem.

— To-Tomioka sensei?! — ela disse surpresa. — O que pensa que está fazendo?

— Shinobu, estou cansado… — ele disse.

— Hã?! E eu com isso?! Eu, hein… — ela retrucou, mas ele a puxou pela cintura e a pressionou contra a parede. — Sen-sensei! O que está fazendo? —  ela perguntou ao notar aqueles olhos azuis a fitarem com tanta voracidade.

“Caramba! O que é tudo isso?!” —  ela pensava.

— Estou cansado de esconder o que sinto por você! —  ele gritou.

—  O quê?! —  ela arregalou os olhos, surpresa.

— Tomioka a pressionou um pouco mais contra a  parede, segurou as mãos dela acima da cabeça e a beijou de maneira fervorosa. E foi então que...

— Beep! Beep! Beep!

O despertador do quarto de Shinobu tocou e a despertou do seu estado de sono.

— Ahhhh! — ela sentou na cama, assustada. — Misericórdia! Isso foi só um sonho?! Ah, fala sério! — ela se jogou de costas na cama e bufou. 

“Socorro! Pareceu tão real! Arg! Que loucura! O Tomioka sensei me beijando! Aaaaah!” — ela pensou.

— É melhor eu voltar para a realidade, senão eu vou chegar atrasada na escola… — ela sussurrou.

Após se preparar e tomar o café da manhã, Shinobu começou sua jornada até a escola, acompanhada por Kanao, Tanjiro e Inosuke, já que Kanao não quis deixar a irmã ir sozinha. Shinobu ainda estava um pouco incomodada, pois sabia da relação de Inosuke com Douma.

— Inosuke, mesmo tendo carro, você prefere ir à pé para a escola? — ela perguntou.

— Ir à pé é mais divertido! E como minha mãe está grávida e o trabalho dela fica na direção oposta, eu não me importo. — comentou Inosuke.

O rosto de Shinobu ficou branco e ela parou de caminhar. Ela parecia encarar Inosuke com incredulidade.

— Grávida?! — disse Shinobu, em choque.

— É! Vai ser o primeiro filho dela com o palhaço do meu padrasto. — comentou Inosuke.

“É pior do que pensei! Douma é mesmo um canalha! E agora?! Eu tinha pensado em contar tudo para ela!” — pensava Shinobu.

— Você não gosta dele, Inosuke?! Vocês parecem se dar tão bem! — comentou Tanjiro.

— Não é que não goste, mas me irrita ele ser mais novo que a minha mãe… — afirmou Inosuke.

— Mais novo?! — perguntou Tanjiro.

— Sim. Minha mãe tem 32 e ele tem 27. Nem sei como foi que eles se conheceram, mas é a vida dela, né?! — disse Inosuke, que deu de ombros.

—  32?! Uau!  Ela é bem nova! —  comentou Tanjiro. 

—  Ela me teve quando tinha 17 anos…  —  contou Inosuke.

"Ela teve filho tão jovem. Deve ter sofrido muito." —  pensou Shinobu.

Shinobu ficou bem pensativa, o que deixou Kanao preocupada.

— Está sentindo dor, maninha? — ela perguntou.

— Só um pouco, Kanao… — comentou Shinobu. — Mas vai passar. — ela tentou manter o sorriso para que a irmã não ficasse preocupada.

De repente, eles ouviram uma bicicleta frear bem próximo deles. Shinobu ficou boquiaberta.

— Tomioka sensei?! — ela disse, abismada. O rosto dela ficou bem vermelho, já que a imagem do sonho veio direto à sua mente.

— Bom dia! Vim te buscar, Shinobu. — ele disse, tranquilamente.

— Me-me buscar?! O senhor endoidou?! Não precisa! — ela afirmou, confusa.

— É que… você não pode caminhar assim!  — ele apontou para bota ortopédica dela. — Então, vim te ajudar. — disse Tomioka.

— Mas, sensei… — Shinobu estava incrédula.

— Vem logo! Senão vamos nos atrasar! — ele disse.

— Então, tá… Até mais, pessoal!— Shinobu não contestou e os três garotos apenas a observaram sair. Em pouco tempo, ela já estava na parte de trás da bicicleta de Tomioka. Enquanto ele pedalava até a escola, ela o observou com atenção. — Sério que você veio de longe me buscar? — Ela perguntou, desajeitada.

— Não foi trabalho nenhum. — disse Tomioka.

Shinobu ficou com o rosto avermelhado e levou uma mecha do cabelo para trás da orelha. 

“Primeiro o sonho e agora isso?! Caramba! E agora?! Até que estou feliz, pois é a primeira vez que alguém se esforça tanto assim por mim!” — ela pensou, animada.

Quando chegaram na escola, ele queria carregá-la nas costas, porém Shinobu preferiu ir com as muletas.

— Me chame se precisar! — disse Tomioka, que se despediu dela.

— Tudo bem! Obrigada, sensei! — agradeceu Shinobu.

Ao passo que ele caminhava, Shinobu o observou com atenção e uma emoção estranha surgiu naquele momento. 

“Tomioka sensei está sendo tão fofo! Será que ele…” — ela pensava, porém rapidamente sacudiu a cabeça. — “Claro que não! Não viaja, Shinobu! Você só está assim por causa do sonho! É isso!” 

— Shinobu! Bom dia! — gritou Mitsuri, que correu até a amiga. 

— Bom dia, Mitsuri! — cumprimentou Shinobu. Um pouco mais atrás dela, ela viu Obanai ajeitar suas coisas. Quando Mitsuri se aproximou, Shinobu começou a dar risadinhas.

— O que foi, Shinobu? — ela perguntou.

— Vocês estão vindo juntos todos os dias? — ela perguntou, de maneira maliciosa.

— É que… — Mitsuri ficou bem nervosa. — Sim… 

— Mitsuri, vocês já ficaram ou algo assim? — sussurrou Shinobu.

— O quê?! Não, não! — ela ficou bem vermelha. — Infelizmente, não…

— Olha, eu tenho a impressão que não vai demorar! — Shinobu sorriu vendo a expressão constrangida de Mitsuri, que levou as mãos ao rosto.

— Para de brincar com isso, Shinobu! Eu fico envergonhada! — disse Mitsuri.

— Hahahaha. Mas por que fica envergonhada? Não é isso que você quer? — questionou Shinobu.

— Sim, mas… isso me deixa nervosa. Você sabe que eu nunca beijei ninguém! Eu não sei como é a sensação e fico tensa com isso. — explicou.

— Relaxa! Beijo é a coisa mais normal do mundo. Porém, se for com quem você gosta, vai ser bem gostoso! — afirmou Shinobu.

— Bom dia, gatas! — disse Gyomei, que se aproximou.

— Oi, Gyo! — cumprimentou Mitsuri.

— Bom dia, meu amoreco! — disse Shinobu.

— Shinobu, você viu a partida ontem da Mitsuri? — interrogou Gyomei.

— Vi sim! Ela arrasou demais! — comentou Shinobu.

— Mas você notou que foi só alguém chegar, que ela começou a jogar que nem uma fera selvagem? Hahahahaha. — comentou Gyomei.

— Hahahahaha. Eu não notei isso. — afirmou Shinobu.

— Para, Gyomei! — disse Mitsuri, envergonhada!

— Foi só Obanai sensei chegar que, minha filha, a garota virou outra pessoa! Vou dizer para o Obanai sensei vir assistir todos os jogos! Hahahaha. — debochou Gyomei.

— Hahahaha! Você não presta, Gyomei! — comentou Shinobu.

— Para, gente! — dizia Mitsuri, bem avermelhada. 

Gyomei abraçou a amiga e alisou a cabeça dela.

— É brincadeira, bobinha! Não fica envergonhada! Porém não tem problema você gostar dele, ué! Se joga! — ele afirmou.

— E se ele me rejeitar?! — choramingou Mitsuri.

— Eu dou é na cara daquele égua se ele fizer isso com você depois do trabalho que você teve com aquelas cartas! — gritou Gyomei.

— Psiu! Fica quieto! — Mitsuri tentava conter o amigo.

— Hahahahaha. Eu ajudo também! — afirmou Shinobu.

— Bom dia! — gritou Kanae, que corria em direção a eles.

— Mana! Que bom que chegou a tempo! — disse Shinobu e Kanae a abraçou.

— Bom dia, maninha! Cheguei sim! — falou Kanae. Ela deu um beijo na bochecha de cada um dos amigos. — Ai, estou toda quebrada! — ela começou a se alongar um pouco.

— Um… A noite foi boa assim, amiga?! — perguntou Gyomei.

— Antes fosse! Estava… acompanhando um amigo no hospital. A mãe dele ia fazer o transplante de rins. — contou Kanae, que preferiu ocultar a identidade do amigo.

—Ah, que complicado. Espero que ela tenha ficado bem. — comentou Gyomei.

— Também espero. — disse Kanae.

— Vamos para a  sala?! Está perto de tocar o sinal! — disse Mitsuri.

— Vamos! — disse Kanae.

Mesmo se esforçando para se concentrar, os pensamentos de Kanae estavam distantes, enquanto ela rabiscava uma folha do caderno, ela pensava:

" Será que a dona Shizu já voltou para o apartamento? Será que o Sanemi sensei já comeu?"

— Psiu, Kanae, Obanai sensei te fez uma pergunta… — sussurrou Shinobu, mas já era tarde, pois Obanai foi até ela.

— Está com algum problema, Kanae? —  perguntou Obanai.

— Ahhh! Desculpa, sensei! Eu só… — Kanae ficou desajeitada.

— Melhor não ficar muito tempo no mundo dos sonhos ou vai se complicar nas provas depois… — comentou Obanai. — Bem, vamos voltar…

"Aiaiai! Estou cavando minha própria cova! Eu preciso focar nos estudos! Mas não consigo parar de pensar no Sanemi sensei. Aquele sorriso foi tudo de bom! Ah! Acorda, Kanae!" — ela estapeou as bochecha com as mãos e tentou se focar na aula.

No final do horário, Mitsuri avistou Obanai no corredor e ia a seu encontro quando Makio apareceu e foi até ele. Mitsuri fingiu mudar de direção, porém ficou escondida atrás da parede.

— Obanai, tem um parque de diversões que chega amanhã. Você não quer ir comigo? — ela convidou. 

Mitsuri arregalou os olhos e cobriu a boca com a mão.

" O quê?! Ela está chamando o Obanai para um encontro? Não! Não pode ser!" — pensou Mitsuri, nervosa.

— É… eu acho que vou passar essa...— comentou Obanai, desajeitado. 

— Ah, vamos! Vai ser legal!  E eu vou te apresentar a minha irmã! Quero tirá-la um pouco de casa. — disse Makio, que agarrou o braço dele.

— Mas… — ele tentou contestar, porém ela o ignorou.

— Te vejo lá às sete! Até mais! — disse Makio, que se afastou.

— Caramba! — ele coçou a cabeça, confuso. 

"Não! Não! E agora?! Um encontro?! E vai apresentar uma garota?! Isso não! Ai, e agora?!" — pensou Mitsuri.

Ao passo que ela observava Obanai, Murata apareceu ao lado dela.

— Mitsuri?! O que está fazendo aí?!— ele perguntou.

— Ahhh! — ela deu um gritinho e um pulo, o que chamou a atenção de Obanai. Ele ia se aproximar, entretanto fez o mesmo que ela e se encostou na parede ao ver que ela estava com um garoto.

"Do que será que eles estão falando?!" — ele pensou.

— Eu tava… descansando! Hihihi. — desconversou Mitsuri.

— Ah… É que… — Murata olhou para trás e viu Kyojuro o motivando.  — Eu queria saber se… você quer ir ao parque de diversões comigo depois do ensaio?!

— Ir ao parque?! — ela disse.

"Ah! Assim  eu posso ver o que o Obanai sensei vai fazer, sem parecer que estou atrás dele! Hihihihi!" — pensou Mitsuri. 

— Eu aceito sim! Vamos! — disse Mitsuri.

— Hã?! Sério?! — Murata parecia incrédulo.

— Sim! — ela disse.

— Ótimo! Nos encontramos que horas? — ele perguntou.

— Sete em ponto! — disse Mitsuri.

— Legal! Estou animado por isso! — disse Murata.

— Bem, eu preciso ir  agora! Minha carona está me esperando! Nos vemos amanhã! — disse Mitsuri, que se despediu e saiu.

— Legal! — disse Murata, empolgado.

"Um encontro com o Murata?! Eles vão ao parque também, não é… Vou acompanhar isso de perto." — pensou Obanai, que se afastou do lugar rapidamente, com as mãos nos bolsos. Ele esperou por Mitsuri na entrada da escola e ela não demorou a vir.

—  Desculpa, estava conversando com o Murata. —  ela disse.

—  Ah, é? Sobre coisas da escola? — ele perguntou ao passo que colocava o capacete.

— Um… Tipo isso… —  ela tentou disfarçar.

—  Entendi. Vamos para casa. —  ele disse.

Na volta, Mitsuri se abraçou com certa  força a ele.

" Estou com medo! E se ele se apaixonar por essa outra garota?" —  ela pensava e Obanai tinha as mesmas dúvidas sobre ela em sua mente. Eles chegaram no apartamento deles e ambos deitaram em suas camas, preocupados com o dia seguinte.

Ao mesmo tempo, Shinobu organizava alguns materiais no auditório, juntamente com o grupo de teatro. Tomioka a ajudava a carregar o material, o que despertou a curiosidade de Sabito.

— Tomioka? O que faz por aqui?! Não deveria estar treinando?! — ele perguntou.

— Deveria, mas eu tenho que cuidar daquela criatura. — ele apontou para Shinobu.

— Cuidar?! Por quê?! — perguntou Sabito

— Ela meio que torceu o tornozelo por minha culpa… — contou Tomioka.

— Está matando os alunos nas suas aulas?! Ô louco! — comentou Sabito.

— Você deveria fazer eu me sentir melhor… — reclamou Tomioka.

— Hahahaha. Foi mal! Brincadeira. Mas você pode ir. Eu fico de olho nela. — disse Sabito.

— Você acha que ela vai ficar bem? — ele perguntou.

— Claro. Eu cuido dela. — Sabito começou a controlar o sorriso.

— Qual a graça? — perguntou Tomioka.

— É muito fofo ver você se importar com alguém. Tem algo acontecendo?! — perguntou Sabito.

— Hã?! Claro que não! O que estaria acontecendo?! — perguntou Tomioka.

— Nada. Deixa para lá. — Sabito continuava tentando não sorrir com aquela situação.

— Humpf… Você está esquisito hoje… Certo, eu vou resolver outras coisas agora. Nos vemos depois. — disse Tomioka, que ainda acenou para Shinobu, que parecia mais desajeitada do que nunca.

Ela o notou sair e ficou com o rosto avermelhado. Sabito se aproximou dela e se sentou no chão com ela. Ele a encarou por um tempo e ela ficou confusa.

— Sabito sensei?! — ela perguntou, confusa.

— Oi, Shinobu.... Então, você está bem amiga do Tomioka… — ele comentou.

— Acho que amigo é um termo… estranho!  Colegas, eu diria. — ela afirmou.

— Colegas?! Ah, sei... Ele parece tão preocupado com você… — disse Sabito.

— É que… ele é gentil! Eu torci o tornozelo e ele quer me ajudar. — ela disse.

— Certo… O que você precisar, me chame. Vou cuidar de você por ele! — disse Sabito, que alisou a cabeça dela.

— O-obrigada! — disse Shinobu.

“Como assim cuidar de mim por ele?! Até parece que… o Tomioka sensei se importa tanto assim com uma simples aluna… Ou será que se importa?” — ela pensava, enquanto organizava alguns tecidos.

Na hora de ir embora, Shinobu se dirigia até o portão, quando se deparou com Douma em seu carro. Ela fechou a expressão e foi até ele. Douma estava distraído quando sentiu algo bater na sua cabeça. 

—Ai! Que porra! — ele disse, alisando a cabeça.

— Maldito! Cretino! Sua mulher está grávida! — Shinobu o batia com uma das muletas.

— Para com isso, Shinobu! Está louca?! — Douma tomou a muleta, o que a deixou mais indignada ainda.

— Me dá essa merda! — ela gritou.

— Não! Você vai me bater com ela! Sua maluca! — ele resmungou.

— Eu devia era enfiar essa muleta no seu… — ela dizia, quando ele a cortou.

— Opa! Alto lá! Olha a boca suja, mocinha! — ele disse.

— Que se dane! Eu quero que você exploda! Seu cínico! Me dá minha muleta! — ela se aproximou e tomou a muleta da mão dele.

— E o que foi isso no seu pé?! — ele perguntou.

— Não é da sua conta! E olha, é melhor torcer para eu não encontrar sua mulher! Eu vou contar tudo! — ameaçou Shinobu.

— Mas eu já contei tudo. — afirmou Douma.

— Como é?! — disse Shinobu, surpresa.

— Eu já contei que tem uma pirralha dando em cima de mim e que quer destruir nosso casamento. Boa sorte ao falar com ela! — disse Douma, que deu as costas e entrou no carro. — Sai do caminho, se você não quer que eu atropele você, doida!  — ele gritou.

Shinobu afastou para o lado, furiosa. Com lágrimas nos olhos, ela ainda viu Douma lhe mandar um beijo, com um tom de deboche e ir embora.

— Eu odeio ele! Odeio! — ela gritou, quando Tomioka se aproximou dela.

— Está bem, Shinobu?! O que é essa gritaria?! — ele perguntou, quando viu Douma dobrar no carro. — Aquele cara de novo?! O que está fazendo com ele?! Shinobu… — ele resmungou.

— Nada! Eu não tenho mais nada com esse lixo! E não é da sua conta, afinal! — ela gritou e ia dar as costas para ele, quando ele segurou seu braço.

— É sim da minha conta! — gritou Tomioka, nervoso.

— Por que se importa tanto assim?! O que você tem a ver comigo?! — ela gritou, furiosa. Tomioka ficou em silêncio, pois ele nem sabia o que responder. Ele levou as mãos até os bolsos e deu as costas para ela.

“É… Por que me importo, afinal?!” — ele pensou, confuso.

  Shinobu parou um pouco para pensar e se arrependeu de sua grosseria. Ela se aproximou dele e sussurrou.

— Desculpa…

Tomioka franziu a testa e virou para encará-la novamente.

— Por acaso, você se desculpou? — ele perguntou, incrédulo.

Shinobu revirou os olhos e suspirou.

— Sim… — ela se aproximou dele com as muletas. — O senhor tem sido muito gentil. Não queria ter sido grossa… — ela disse, envergonhada.

— Ah… Tudo bem…  — Tomioka pareceu desconcertado.

— Bem, vamos para casa?! — ela perguntou.

— Eu… estava pensando em passar em uma sorveteria antes… — ele disse, enquanto coçava  a cabeça.

— Sorveteria?! Tudo bem… Eu só não posso demorar muito, pois minha irmã mais velha não vai estar em casa e nossa irmã caçula não gosta de ficar sozinha. —  afirmou Shinobu. 

—  Então, vamos? —  ele perguntou.

—  Sim! —  disse Shinobu, animada.

Ao chegarem na sorveteria,Shinobu comprou uma casquinha e ele um pote de sorvete. 

— Quer que eu espere você tomar seu sorvete?

— Ah, não! Tudo bem! Podemos ir! Nossa! Um pote de dois litros? Ama tanto sorvete assim?

— Posso dizer que é meu único ponto fraco…

— Ummmm! Sempre bom saber! Vou usar isso contra você! — ela afirmou.

— Seria golpe baixo!!

Enquanto ele pedalava novamente, ela comia o sorvete de forma desajeitada e antes de chegar em casa, ele passou por uma pedra e a fez enfiar a casquinha no nariz. Na porta de casa, ela tentava limpar o rosto. Tomioka olhou para ela e sorriu. Shinobu quis ficar furiosa com ele e tentou limpar o rosto rapidamente, porém aquele era um sorriso bem bonito.

— Bem, obrigada, Tomioka sensei…  — ela disse.

—  De nada… Bom fim de semana para você. —  ele disse e saiu.

— Para você também!

Shinobu apenas o observou com um sorriso bobo no rosto. 

— Melhor eu ver como está a Kanao… — ela sussurrou. 

Quando chegou ao quarto da irmã, notou que Kanao assistia um filme com Tanjiro e  decidiu dar espaço a eles. 

Já Kanae retornou ao hospital e quando entrou no quarto, Sanemi parecia desolado. 

— Sanemi?! O que houve?! — ela foi até ele e notou que ele parecia em choque.

— Kanae…

  — O que houve?! Onde está dona Shizu? —  ela perguntou

— Houve uma complicação… Ela não pode vir ao quarto… E eu… não sei o que pode ter sido… — algumas lágrimas desceram pelas bochechas. 

— Não fique assim! Tenho certeza que ela vai ficar bem! — Kanae o abraçou com força e ouviu Sanemi soluçar baixinho. — Dona Shizu vai se recuperar! Tenha fé!

— Meus irmãos são muito jovens… Eles vão sofrer se perdermos nossa mãe… Eu não sei o que dizer para eles agora… Eles me ligaram várias vezes...— ele sussurrou.

— Oh, Sanemi… — Kanae apoiou o rosto dele com duas mãos. — Acredite na sua mãe. Ela vai ficar bem!

— Eu acredito… — ele sussurrou. 

— Atenda seus irmãozinhos e diga que está esperando notícias. Eles devem estar angustiados! — ela sugeriu.

— Sim, você tem razão… Eu perdi os sentidos por alguns instantes… — ele disse.

Sanemi ligou para Genya, que ficou entristecido com a notícia, porém pediu para que o irmão ficasse tranquilo, pois os outros estavam entretidos na televisão. Sanemi voltou para o quarto e sentou-se ao lado de Kanae.

— Pelo menos, eles estão entretidos em alguma coisa… 

— Você está mais calmo? — ela perguntou.

— Sim… graças a você… Se eu estivesse sozinho, eu teria surtado completamente… — ele afirmou e segurou a mão dela. Kanae ficou surpresa e seu rosto ficou avermelhado. Porém ela envolveu seus dedos com os de Sanemi.

— Estou aqui, se você precisar…

Kanae aproximou seu rosto do dele e alisou sua bochecha com a mão livre. Sanemi levou sua mão de encontro com a dela e alisou seu dorso. Os dois se encararam por alguns instantes, Sanemi olhou para os lábios de Kanae e para seus olhos novamente. Kanae encarou os olhos mareados dele e sentiu um aperto no coração. Por impulso, na tentativa de querer dar o conforto que pudesse a ele, ela o beijou. Sanemi a abraçou e a manteve em seus braços por um tempo. Um primeiro beijo em meio a tantas emoções conflitantes.

 


Notas Finais


Haaaa!
Pegadinha da autorinha!
hehehehe
Acho que metade ficou "como assim ela jogou o beijo desse jeito?!"
Brincadeirinha! O beijo Giyushino foi só um sonho (dessa vez!)
Pronto, o mistério da idade do Douma resolvido! E pra piorar, Kotoha está buchuda! >...<
Eita, Giovana! Alguém chamou o Obanai para um encontro! Só que também chamaram a Mitsuri. E agora?
Ta aí, Sanekanas! O primeiro beijo real é de vocês! Yayyy! xD
Pergunta do próximo capítulo:
Quem vai se declarar? heheheh
Kisuuus!


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