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História Meu amigo não tão imaginário - Du er ikke alene


Escrita por: coly-unnie

Notas do Autor


A T R A S A D A

olá xuxuzinhos, queria agradecer por todos os favoritos e comentários!! li todos com o maior amor, meus queridos<3

juro que, a partir desse capítulo, voltarei a responder todos os comentários! sério, me desculpem mesmo por esse tempinho aí que deixei de responder... desse em diante, podem comentar que eu irei responder!

boa leitura~

Capítulo 16 - Du er ikke alene


Fanfic / Fanfiction Meu amigo não tão imaginário - Du er ikke alene

É aquele ditado: o que Jimin me pede sorrindo que eu não faço chorando?

Eu provei do molho uma vez antes de adicionar o manjericão fresco — sim, roubado da horta da minha vó — na panela, vendo como borbulhava e minha casa ficava cheirosa com o cheiro daquela droga de molho de tomate.

Eu demorei tanto para prepará-lo que peguei ranço.

Sério! Duas horas, cara. Além de uma hora e meia indo até o centro de ônibus para pegar tomates e outros ingredientes frescos na minha vó, que disse que faria questão e inclusive insistiu em vir jantar meu macarrão de molho caseiro aqui em casa. Graças a Deus consegui convencê-la do contrário e ela passaria o dia e a noite com a mamãe e o resto da família em sua casa. Aqui não…

Porque hoje seria meu jantar com Jimin.

A verdade é que eu nunca fiz comida italiana e nem macarrão. Nunca que aquilo era minha especialidade, ainda mais o molho. A pior parte foi tirar a pele do tomate e cortar as cebolas, que me fizeram chorar como uma criança. Mas pelo menos ficou com um gosto bom… Bem, eu acho que sim.

Tive sorte de não ter que ir à aula hoje porque, cacete, demorei muito para conseguir fazer tudo aquilo. Além do macarrão — que logo eu cozinharia e colocaria no forno com o molho —, eu arrisquei também preparar uma torta de nozes, doce de leite e canela, pois ‘num desses últimos dias, o Park disse para mim que queria muito comer essa sobremesa. Então eu fiz. E não ficou ruim, apenas muito doce para o meu gosto, mas Taehyung comeu um pedaço e disse que estava ótimo — inclusive quase roubou a minha torta, aquele cretino —, então espero que Jimin goste também. De verdade.

Hoje é sexta-feira, então a família tinha ido passar o dia com a vovó como de costume e apenas eu, Yoongi e Taehyung ficamos aqui, este último pediu comida japonesa e dormiu exausto no meu sofá. Tive que arrastá-lo até sua cama em sua casa e, agora, ele deve estar no oitavo sono. Ele estava muito cansado, coitado. Já Yoongi chamou alguns amigos para a sua casa e prometeu que não ia não aparecer aqui ou me atrapalhar. Então estava tudo ok.

Faltava exatos cinquenta e seis minutos para a hora que marcamos marcar no relógio e isto foi o suficiente para eu largar o molho — que já estava pronto — e ir para a sala. Tinha duas mesas de jantar em minha casa, uma na cozinha e uma na sala, e a que usaríamos hoje seria a da sala, porque era a mais "chique". Na verdade, era apenas porque a sala da minha casa era mais bonita que a cozinha… Sei lá, estava mais organizada, então…

Depois de forrar com uma toalha xadrez decente, olhar a mesa, e começar a ter um mini surto de vergonha e constrangimento por nunca, nunca ter preparado um jantar ou ter tido uma experiência daquelas que só se vê em filme antes, eu resolvi acabar de ajeitar a sala, para em seguida ir até meu quarto me arrumar. Quando tudo pronto, fui tomar um banho demorado.

Já banhado, sequei os cabelos e vesti uma blusa cinza e um moletom cor bege simples, com uma calça jeans qualquer que combinasse. Ele disse que viria de um jeito mais casual, tipo roupas confortáveis e não sociais, então decidi fazer o mesmo.

Surpreendi-me quando, ao estar amarrando o cadarço do tênis, ouvi toques na porta da frente. Rapidamente fui até lá, me surpreendendo pela segunda vez ao encontrar Jimin e não um dos meus primos ao abri-la. Já?

— Oh. Hyung- — ele sorriu, me deu um beijinho e acabei por ficar quieto, ainda não acostumado com aquelas bitoquinhas que ele me dava de repente. Sorri quando o outro sorriu, dando-o espaço para entrar em seguida.

— O seu porteiro me deixou entrar de primeira. Por quê? Da outra ele vez não deixou nem quando implorei de joelhos… — ele disse, olhando em volta enquanto eu fechava a porta.

— É que eu disse que se você aparecesse, era para deixá-lo entrar e dizê-lo onde eu morava… Mas você devia ter me ligado, eu iria até lá te buscar. — fiz um biquinho enquanto ele continuava sorrindo e olhando para todos os lados, até se voltar a mim e deixar uma sacolinha de papel bonitinha em cima da mesa de centro, caminhando para perto.

— É que eu estava ansioso... — falou e deu um sorrisinho quando ajeitou meu moletom, que não vi que estava completamente revirado e bagunçado, em seguida alisando meus ombros. — Eu trouxe sorvete! E vinho.

— Vem, vou pôr no congelador. — disse, pegando a bolsa para ele enquanto ele me seguia. — Você veio como? Está um pouco frio hoje, não?

— Realmente… Vim andando. Até que não é tão longe, nós moramos perto. — disse e vi-o sorrir quando entramos na cozinha. — Nossa, o cheiro está muito bom.

— Na verdade, eu ainda não acabei de fazer… Você veio cedo. — falei, guardando as coisas que ele trouxe.

— Espera, você cozinhou? Mesmo? — ele parecia surpreso. — O quê? Deu trabalho? Eu disse a você que eu poderia trazer o jantar.

— Mas você disse que queria macarrão… — fiz um biquinho e só então ele parou com a face chocada, passando a sorrir um pouco.

— Certo. Isso é ótimo, vamos, eu vou te ajudar e… Na verdade, eu não sei fazer nada na cozinha e… — Jimin falava de forma engraçada. — Só sei que eu trouxe isso para colocar música. Vamos ouvir um pouco. — disse, por fim tirando uma caixinha de som da bolsinha, aquelas estilo bluetooth e pondo em cima do balcão, se sentando lá em seguida.

Era fofo como as pernas dele ficavam balançando, o dando um ar infantil e adorável.

— O que você vai colocar? — perguntei, vendo-o mexer em seu celular com um sorrisinho.

— Você vai gostar dessa. — ele disse, aumentando o volume e logo me emburrei para a música escolhida por ele, que riu um pouco da minha cara e começou a remexer os ombros, como se estivesse dançando.

 

If I was your boyfriend, I'd never let you go

Se eu fosse seu namorado, nunca te deixaria ir

 

— Aish, hyung…

— O quê? — perguntou, risonho.

— Você sabe dos rumores, então. — sim, rumores. Que eram verdadeiros. Mas ainda eram rumores.

— Hum? Rumores? — riu. — Que eu saiba, você realmente ama as músicas dele. — disse e ri sem graça, cortando os tomates no balcão, logo ao lado dele, que olhava para minhas mãos com um semblante curioso.

Era verdade, eu amava as músicas do Justin Bieber, ainda mais Boyfriend. Mas eu sentia que ele logo iria me caçoar, então fiquei atento.

— É… Sim. — sorri e olhei-o de soslaio quando colocou a mão na minha nuca, começando a acariciá-la. — Hum… E como vai as meninas? A apresentação é amanhã, não? — referi-me a apresentação do clube de dança, a qual Jimin liderou.

— Sim… Bem, estamos confiantes. — sorriu. — Pode ir assistir? É às 18h de amanhã…

— Claro, eu vou estar lá. — sorri e ganhei um beijinho na bochecha, acabando por parar o que estava fazendo para olhá-lo.

— Eu posso pegar uma taça? — perguntou e assenti, apontando para o armário acima dele. Ele se afastou, abriu e pegou uma. Depois pegou o seu vinho, enchendo-a e em seguida bebendo. — Huh. — deu uma risadinha, voltando a se sentar, cruzando as pernas e me olhando com aquela taça cheia de vinho na mão.

— O quê? — fitei-o, pegando já a assadeira e o macarrão cozido ao lado do molho.

— É que quando você fica concentrando, eu fico me lembrando… — deu risada. — Do fundamental.

Sorri coçando a nuca e, de repente, me lembrei de algo…

Eu queria muito saber o porquê dele gostar de mim naquela época.

Essa questão me deixava curioso 'pra caramba às vezes. Era impossível não ficar. Eu só era sério e quieto… Quem gosta de alguém com essas características, afinal?

Respiro fundo, falando:

— Sobre o fundamental… — fitei-o. — Por… Por que você gostava de mim? — perguntei, preparando o macarrão na tigela e abrindo a boca para o pedaço de tomate que ele pôs perto dos meus lábios, o comendo de imediato.

— Hum… Por que eu gostava? Deixe-me ver… — sorria entretido, aquela típica expressão facial que ele fazia quando parecia estar rindo de mim. Me preparei para qualquer coisa que ele fosse dizer ou fazer. — Foi à primeira vista. — disse. Ah, tá. Logo ri, negando com a cabeça. — O quê? É sério!

Encarei-o, como se quisesse que ele admitisse que era mentira. Mas ele não admitiu.

Espera…

— Tá falando sério? — perguntei, e ele confirmou com a cabeça.

— Foi… Na primavera. No refeitório. Foi a primeira vez que vi você. — ele segurou minha mão, depois me fez um carinho nos dedos. E só olhou para ali ao falar: — Você estava lendo Este lado do paraíso e usava uma camiseta do A-ha. — fitou-me e, por Deus, como era bonito. — Eu nunca tinha visto algo tão perfeito. Me lembro de pensar… Pensar que precisava de você, ou morreria. Nem que só pudesse te conhecer… Nem que apenas um pouco. Nem que praticamente nada. Eu só queria... — sussurra. — Você entende?

Com certeza…

— Sim… — ele sorriu.

— E… Você sabe, ninguém escutava A-ha naquele ano. Eu era obcecado por eles porque a banda foi formada na cidade em que eu nasci.

A-ha… Eu era viciado nas músicas daqueles caras.

— É…

— E depois eu fiquei te olhando por um tempo, e apenas via sua franja de cabelo castanho. Depois… Bem, aí você olhou para frente e… — ele gesticulou uma explosão suave com sua mão. — Eu acho que eu não apenas caí, eu me afundei. Foi na hora. Jeonggukie, você estava tão lindinho naquele dia que foi… Ah, foi inevitável não sentir aquelas coisas. Foi amor à primeira vista, Gguk, eu te juro. Eu nunca tinha sentido aquilo antes, mas… — fitou-me, com um biquinho bonito. — Acho que você me fez descobrir um sentimento, afinal.

Ah…

— Hyung… — ele estava falando daquele jeito para me deixar envergonhado?

Se sim, funcionou.

Até me virei de costas para fazer o macarrão, pois não conseguia olhá-lo naquele momento. Só me lamentei por ter soltado sua mão…

Eu jurava poder ouvir meu coração batendo quando ele riu um pouco, voltando a falar:

— Depois eu comecei a procurar por você em todo lugar. Aquele foi um dos únicos dias que você ficou no refeitório, não?

— Sim... Depois, eu passei a ficar na biblioteca. Ficava lá para fugir do Taehyung e do Hoseok... — é, eu era bem antissocial. 

— Ah... Eu só achei você duas semanas depois, na biblioteca, e aí… — olhei-o de volta, vendo como ele estava coçando a nuca. — Eu não conseguia falar com muitas pessoas naquela época… E você minha paixãozinha suprema... Nunca consegui…

— I-isso é fofo, Jimin hyung. — falei, tentando não parecer tão agitado, embora tivesse gaguejado.

Só estava tentando ser legalzinho porque por dentro eu estava surtando. Mas Jimin fez bico e não pareceu perceber.

— Eu ficava super preocupado com você também… — disse baixinho, balançando os pés. — Você era tão quieto, e ficava sozinho. Sua aura estava sempre amuadinha, eu ficava com muita vontade de me aproximar, mas… Não conseguia. — sorri de leve, encarando-o um pouco. — Até que os meninos da sua turma perceberam minha paixãozinha. Depois começaram a brincar com aquilo. Taemin também percebeu e descobriu que era ali onde eu me metia no intervalo. Então ele começou a me incentivar muito para me confessar, sei lá, você lembra de receber umas seis caixinhas de chocolate no dia dos namorados?

— Sim… Espera, era-

— Era tudo meu sim. — chocado. Eu estava chocado. — Eu também tentei escrever cartinhas… Aí você começou a me olhar também, porque as brincadeiras estavam mais frequentes, e até uma musiquinha debochada surgiu… Aí uma vez, eu estava atrás das estantes, te olhando entre livros e você quase me matou do coração quando olhou de volta do nada.

— Me lembro desse dia…

— É! Aí você se levantou e veio até mim… Depois ficamos ‘num silêncio constrangedor. — rimos juntos disso. — Aí… Bem, é… Eu saí correndo porque fiquei com muita vergonha…

— Depois… — lembrei-me vagamente, olhando-o. — Depois eu acho que você não apareceu mais.

Confirmou com a cabeça.

— Foi quando comecei a dançar. Era dezembro, fim de ano, você ficou no fundamental, eu fui para o ensino médio… Acabei emagrecendo no verão, porque Taemin também estava gordinho e acabou que nós fizemos um monte de coisas juntos para resolver isso…

— Uhum…

— Depois pintei o cabelo, e Taemin furou minhas orelhas e começamos a dançar juntos… Acho que esqueci um pouco, porque fiquei muito ocupado, tinha outros interesses e amigos, mas… — olhou-me, com um sorrisinho. — Eu… Acho que eu nunca deixei de olhar para você. Não realmente.

Cocei a nuca, ofegante…

— Mas você agiu tão bem na minha frente… Nunca cheguei a pensar que você fosse o Minnie.

— É que eu peguei o jeito, né, Jeongguk… Eu sou ótimo em manter a calma agora. — piscou um dos olhos e isso foi muito charmoso. — Só que… Eu ainda não sei lidar muito bem com uma coisa sobre você.

— Hum? — enfim coloquei o macarrão no forno, depois fitei-o. — O quê? — ele pegou em meu pulso, me puxando.

— Não sei… — olhou-me nos olhos e continuava me puxando, acabei me aproximando completamente, o fazendo apertar meus ombros. — Não sei lidar com o seu charme… Porque você é realmente muito charmoso. Isso me deixa… balançado. — suspirei sobre sua boca quase colada a minha. — Jeonggukie… — seu nariz tocou o meu, e como um beijinho de esquimó, ele remexeu o rosto. — Me beija um pouco…

Fora ele quem me pediu para beijá-lo, mas a iniciativa foi totalmente sua. Apenas um toque de nossas bocas para ele se separar e respirar contra meu rosto, mexendo-se um pouco e, automaticamente, me acariciando com o toque de seu nariz e bochechas, ‘numa atitude tão… Tão amorosa. Eu me senti derreter, suspirando um pouco e o fitando. Apertei-o, beijando-lhe na bochecha com delicadeza, em seguida segurando seu rosto entre minhas mãos, afagando as bochechas vermelhas com os dedos.

— Hyung. Sabe sobre você se sentir balançado? — pergunto em um sussurro, e sua expressão facial permanecia suave. Seu rosto quentinho.

— Hum… — resmungou baixinho, entreabrindo os lábios.

— Quer saber como eu me sinto?… — perguntei baixinho, e estávamos tão próximos que pude ver todos os pequenos detalhes de seu rosto. Ele me olhou com os olhinhos brilhando em expectativa e me apertou mais nos ombros, confirmando com um aceno breve. — Não posso colocar em palavras, mas… Sinto como se estivesse virando de ponta-cabeça. E afundando. — ele me deu um selinho afoito, e depois abraçou meus ombros, olhando atentamente para meus olhos. — E… Eu acabo por não ter medo de me afogar… Em você.

Jimin fez beicinho e depois me abraçou completamente, enterrando o rosto no meu ombro e me puxando. Fiz o mesmo, acariciando suas costas com os dedos, sentindo seu cheiro e ouvindo o som de sua respiração… Eu acabei por pensar e concluir uma coisa pela primeira vez com aquela onda imensa de sentimentos que me atingiu, daquela vez mais, sempre um pouco mais e… Pensei em amor. E pensei que… Claro. É claro…

Eu estou apaixonado.

Eu nunca tinha pensado nisso antes. Não na palavraapaixonado”. Amor… Paixão…

Naquele mesmo momento, minhas mãos suaram um tanto e meu coração ficou agitado. O apertei com força e fechei um poucos os olhos, querendo me acalmar, mas… Era difícil. Ele era... Meu…

Meu primeiro amor?

— Jeon… Posso ficar aqui para sempre? — ele sussurrou dando uma risada nasalada, se ajeitando no meu ombro e suspirando.

Lambi os lábios e sorri um pouco.

— Você pode. — murmuro e faço-o rir um pouco mais.

Eu acho que ficamos um bom tempo daquele jeitinho porque, o macarrão no forno levava vinte e cinco minutos para ficar pronto e, agora, o forno acabou de apitar. Acalmei-me depois de um tempo, mas me sentia balançado com tudo que aconteceu… Tudo era tão intenso. Eu desconhecia tanto aqueles sentimentos… Estava descobrindo tudo tão de repente.

Custou muito para mim sair daquele abraço, que tinha dedinhos macios acariciando minha nuca e um cheirinho delicioso de perfume. Era tão bom. O hyung se afastou e vi suas bochechas vermelhas, e a expressão facial ainda mais… Suave.

Suave…

— Vamos comer… — sussurrou e confirmei com um aceno, o dando um beijo breve e só então me afastando.

Ele me ajudou a pegar as coisas para colocar na mesa da sala e levou aquela caixinha com ele. E começamos a comer, nos olhando nos olhos em silêncio às vezes, e quando ele desviava e dava um sorrisinho tímido, eu me sentia elétrico. Acabei por provar um pouco de vinho e não achei tão ruim, uma vez que era amargo, mas não tinha um gosto tão… Desgostoso como a cerveja. Jimin gostou de saber disso, e depois riu, dizendo “Droga, estou te levando para um mau caminho!” e rimos bastante disso.

E era tão bom estar ali… Com ele.

Com Jimin hyung…

E era inevitável não ficar pensando… No futuro. Seria bom ter aquilo por… Um grande tempo. Não quero ousar dizer para sempre, mas… É, é inevitável não dizer e querer ele para sempre! Droga, é o Jimin, eu… Eu vou sempre o querer muito.

Tinha vezes que ele limpava o cantinho da minha boca com guardanapo, e continuava elogiando a comida toda hora… Seu gosto para música era ótimo, pois tudo que saía daquela caixinha era bom, e não pude me sentir mais abobalhado por ele. Cara, o Park é… Perfeito.

Teve um meio minuto que ele pegou seu celular para responder uma mensagem e, curioso, perguntei:

— Quem é? — ele deixou de digitar em seguida.

— Taemin hyung. — sorriu, bebendo do seu vinho.

Taemin…

Ele o conhecia há tanto tempo…

— Entendo…

Ouvi-o rir e votei a olhá-lo.

— O que acha sobre eu e Taemin, Jeongguk? — ele pergunta de repente e eu… Só limpei a boca com um guardanapo, me remexendo um pouco na cadeira antes de responder:

— É… — murmurei, coçando a nuca. — Talvez… Sei lá. Eu sinto que vocês podem ter… Ter tido uma relação- ah sei lá, hyung, você fica com ele desde sempre. Vocês já… Sei lá, vocês já se beijaram, não é? — tudo que eu tinha na cabeça saiu naquela hora. Suspirei e fitei-o.

Na verdade, apenas não o perguntei uma coisa… Era a que eu realmente queria saber:

Taemin é seu primeiro amor?

Jimin deu risada.

— Hey, Jeongguk… Sabe o Taehyung? — franzi o cenho, confuso. Meu primo? — Seu primo e você… Estão juntos desde sempre, não?

— É…

— Você consegue se imaginar ficando com ele ou o beijando-o?

Beijando- quê?! Nunca! Credo.

Nada contra o meu primo, mas… Não. Nunca.

Nem dava pra imaginar uma coisa daquelas…

— Não mesmo… Não, hyung. De onde tira essas coisas? — ele riu da minha cara.

— Taemin é como um irmão para mim, Jeongguk. E, olha, eu até te daria uns apertões na bochecha dos fortes por esse seu ciúme sem motivo, mas… — sorriu lindamente. — Eu morro de ciúmes de você com o Taehyung. Mesmo que entenda e saiba da relação de vocês… Não posso evitar ficar com aquela pontada do capeta quando ele fica te abraçando e dando beijinhos na sua cabeça… — disse e eu só conseguia pensar em como ele me entendia e como tínhamos coisas em comum: Ciúmes. — Nossa, isso me deixa um pouco amargurado.

— Sério?

— É, mas não é nada demais, relaxa. — sorriu. — Eu sei quem Taehyung é… Para você, em sua vida, e quem você é para ele. Então não deixo isso me consumir… Entende? — confirmei com um aceno. — É a mesma coisa com Taemin. Nossa relação é de irmãos, primos, como a sua com Taehyung… — ele fez uma meia careta. — Nada contra o Taemin, mas… Beijá-lo? Não. Nunca. — rimos um pouco, já estávamos acabando de jantar. — Sei lá, é que…

— Só não dá. — completei. — É. Mesma coisa com Taehyung. — levantei-me e ele sorriu. — Entendo… Desculpa, eu fico bem enciumado.

— Tudo bem… E não se desculpa. — acariciou minha mão. — Por que se levantou, hum?

— Ah, bem, só espere aqui. Eu vou tirar a mesa e trazer a sobremesa.

— Eu te ajud-

— Pode ficar aí. — falei e o vi fazer um biquinho. — Se me ajudar em tudo, não será tão romântico… Né? — disse e vi-o tombar a cabeça para o lado, me mostrando um sorrisinho.

— Tá bem. — pegou minha mão e deu um beijinho. Aighhh…

Tirei as louças sujas da mesa e depois levei pratos de sobremesa, organizando e ouvindo-o rir.

— O quê? — perguntei, admirando seu sorriso.

— Me peguei pensando aqui… É que você tá bem husband material organizando a mesa assim. — ergui uma das sobrancelhas. Husband Material? Vendo minha cara confusa, ele falou: — Você tem todas as qualidades de um bom marido, foi o que eu quis dizer. — sorri quase desacreditado.

— Uh? Não, não… Eu sou um crianção. — falei, voltando para cozinha e ouvindo-o dizer de onde estava:

— Ah, para.

— Eu sou sim. — voltei, deixando as colheres na mesa e ele me deu um aperto no ombro como bronca, e gemi de dor, vendo seus olhos afiados.

— Você não é um crianção.

— E minhas atitudes, hum?

— Tá falando sobre o quê? Hesitação? — confirmei. Eu era crianção porque sempre precisava de uma explicação clara da parte dele para fazer qualquer coisa, seja tocá-lo, beijá-lo, ir até ele… Eu só não entendia às vezes, e isso era bem infantil. Jimin deu risada. — Isso não te faz um crianção. Você só pensa demais às vezes.

Eu…?

— Como assim? — fitei-o, percebendo seus olhos inchadinhos e as bochechas vermelhas.

— É… Tipo, você pensa demais nos outros e menos em você. E isso pode ser bem ruim. — dizia, cruzando os braços e balançando a taça de cá a lá, parecendo inteligente demais para um garoto como eu. — É bom, porque você pensa nos sentimentos das outras pessoas e não as machuca. Você é cuidadoso demais, embora não perceba que é assim. Você só faz, e eu noto.

— Como?…

— Bem… Tipo comigo. — sorriu, bonito. — Eu vejo, você tem um enorme cuidado comigo e isso é bom. A não ser quando você transforma toda essa conclusão em sua cabeça em uma forma rasa de insegurança. — olhei-o, confuso.

— Espera… O quê? Como assim insegurança? — perguntei e ele não demorou para continuar:

— Como… Pense bem, Jeongguk… — fitou-me, atento. — Você pensa demais em suas atitudes quando é comigo, e é hesitante, além de pensar demais no pior. — sentei-me na cadeira perto da sua outra vez.

Aquilo era verdade…

— É…

— Também, não pega muito a parte boa das coisas, e acaba achando que de alguma forma é um incômodo. — acariciou o meu rosto, os dedos gelados e úmidos pela taça que segurava. — E você não é, nunca foi… Nunca será. — argh, isso é maldade. Assim fica difícil.

Como? Por quê? Ele me lê completamente, e por que continua a me olhar com tanta ternura?

— Por que… — abaixei o olhar, mas ele continuou acariciando meu rosto. — Por que você gosta de mim? — ouvi-o rir e foi inevitável fazer um biquinho.

— Quer saber de uma coisa, Jeongguk? — fitei-o. — Eu não faço ideia do porquê de eu gostar tanto assim de você. Eu comecei a gostar de tudo em você, e agora eu só gosto. E gosto muito. — bochechas. Vermelhas. Minhas bochechas estão vermelhas. — Eu não gostaria nadinha se você fosse diferente do que é… Charmosinho, tímido, de risada fina e engraçada. — ai, minha risada, meu Deus. — Lindo. E doce como aquelas sobremesas que você não gosta… Eu só gosto, sabe? Até de quando você é meio esquisito.

— Ai, hyung. — ele riu.

— Eu gosto de você do jeito que você é. — sorriu bonito. — Tá me entendendo, né?

Sorri grande.

— Sim. — eu segurei sua mão em meu rosto, vendo como estava bem quentinha. Huh… — Eu vou pegar a sobremesa. — falei e ele confirmou com a cabeça, suspirando um pouco. Depois parei onde estava. — Hey… Eu gosto- — ele me olhou e acabei por ofegar, me apoiando na parede. — Gosto de você. Do jeito que você é… Gosto muito.

Jimin sorriu.

— Eu sei disso.

Por Deus, eu estou totalmente caído por ele.

Por fim dei um sorrisinho e saí para a cozinha.

Peguei a torta e o sorvete, conseguindo levar ambos em minhas mãos de uma vez até a mesa. Jimin sorriu grande e surpreso para a torta e fiquei feliz por todo aquele bater de palmas por parte dele.

Ele se serviu e depois eu peguei apenas o sorvete, porque provavelmente ficaria enjoado se comesse aquela torta doce que fiz. Jimin pareceu gostar muito quando dava garfadas, mastigando rapidamente.

— Eu ‘tô dizendo, Jeongguk. — fitou-me. — Você será sim um ótimo marido.

Aish…

— Pode não falar assim, por favor? Parece até minha avó dizendo que serei um bom pai… — fiz um bico e o ouvi rir.

Parecia que ele dizia de forma indireta que, de certa forma e em algum tempo, íamos acabar por nos separar e eu seria um ótimo marido para…

Outro alguém.

Não que a gente fosse se casar, né, mas... Deu pra entender, certo?

— Huhuh… — ele colocou a colher entre os lábios. — Posso dizer uma coisa?

— Hum? — ele se aproximou na mesa, como se fosse contar um segredo.

Então sussurrou:

Talvez você seja um ótimo marido para mim. — suspirei, não conseguindo reprimir um sorriso. — Assim tá melhor? Hum?

— S-sim. — ele me deu um beijo breve e acabei por sorrir. Mas o beijinho foi tão breve…

Pergunto-me quando iremos nos beijar de verdade, logo, agora, aqui… Eu quero muito.

— Isso de husband material e marido me faz lembrar de um livro que li. — deu uma risadinha. — É tão engraçado. Sabe como o casal se conheceu e como a relação de ambos começou a “andar”?

— Como? — perguntei, curioso.

— Estavam em um bar. Então depois de conversarem um pouco, ela disse: ponha uma música que você acha que me defina ou que cantaria para mim. — foi engraçado como ele fez uma pose feminina e afinou a voz, acabando por me fazer rir bastante. — E depois ele disse que faria isso, mas só se ela fizesse o mesmo depois.

— E aí?

— Ele colocou uma música sobre dinheiro em Las Vegas e bunda grande para ela, e… — olhou-me, risonho. — O engraçado é que eles se casaram no final do livro. Mesmo com esse começo de merda. — ri um pouco.

— Isso é que é um péssimo começo. — ele riu e confirmou, deliciando-se com a torta. — Hum… E você?

— Eu o quê, meu bem? — ele me chamou de meu bem, meu Deus.

— É-é, que música- — puts, eu estava tão confiante para perguntar antes. Respirei e enfim disse: — Que música você… — fiz uma pose feminina e vi-o arregalar os olhos, com uma expressão facial engraçada de quem iria rir. — Ponha uma música que você acha que me defina ou que cantaria para mim, Jimin-ssi.

Ele caiu na gargalhada, ainda mais porque perguntei aquilo imitando uma mulher super charmosa. Vi-o secar as lágrimas de riso e pegar seu celular.

— É claro que eu ponho, Jeongguk-ah. — sorriu travesso e a música…

Aish…

— Sério, hyung? Você acabou de criar um começo de merda ‘pra gente. — falei e ouvi-o rir mais.

Afinal, ele colocou Baby do Justin Bieber. Aish, isso, ughh

Não que eu não goste da música. É minha favorita. Mas não pareceu meio absurdo?

Acabei rindo um pouco com ele e vi-o me dar seu celular.

— Então, Jeongguk-ssi. — sorriu grande. — Coloque você. Que música escuta quando pensa em mim? — apoiou o cotovelo na mesa e o queixo em sua mão, piscando aqueles olhinhos lindos na minha direção.

— É difícil, sabe? — fitei-o. — É que eu penso em você em todas elas. — acabei por me orgulhar de dizer aquilo sem ficar vermelho, até o fiz olhando para seu rosto.

Suas bochechas coraram mais e ele me deu um tapa forte, cobrindo o rosto com a mão.

— Vai, Gguk, só escolhe e cala a boca. — agressivamente amoroso, era o que definia-o. Sorri grande, deslizando por suas músicas e pondo a música perfeita para ele. Que definia-o.

Que eu cantaria para ele.

A música começou e ele franziu o cenho, acho que nunca escutou-a antes.

Electric Love do Børns.

— É em inglês? — perguntou e confirmei, vendo-o pegar seu celular de volta

— Vai pesquisar a tradução, não é? — ele riu.

— É… Você sabe que eu sou fodido em inglês. — ri e confirmei com a cabeça.

 

Candy, she's sweet like candy in my veins

Doce, ele é açucarado como doce em minhas veias

 

Lindo. Ele estava lindo daquele jeito.

Vi-o ficar com os olhinhos um pouco arregalados — estes que ainda me pareciam um tanto inchados —, depois um sorrisinho brotou em seu rosto e ele me fitou.

 

And every night my mind is running around her

E toda noite minha mente se volta para ele

 

— Jeonggukie… — ele parecia ter lido tudo de uma vez, embora a música ainda estivesse no comecinho.

Jimin hyung se levantou, largando seu celular e eu sorri para ele, mesmo que estivesse um pouco envergonhado. Se sentou na minha perna de forma infantil e me deu um abraço amoroso e gostoso. Eu quero-o para sempre.

 

I can't let you go now that I got it

Eu não posso deixar você ir agora que eu o tenho

 

Dei-o um beijo no rosto e voltei a abraçá-lo.

Sua pele estava bem quentinha e acabei por não me preocupar com aquilo, apenas lhe envolver com mais força e carinho. Aquilo era tão bom que eu não queria que acabasse nunca.

Meu coração estava tão aquecido…

 

Drown me, you make my heart beat like the rain

Afogue-me, você faz meu coração bater como a chuva

 

— Jeon…

— Hum? — vi-o erguer o rosto, com as mãos em meus ombros.

— Essa é a melhor escolha de música que você pôde fazer. — nós rimos um pouco. — Acho que salvou o nosso começo de merda.

— Acho que sim. — sorri, sentindo suas mãos afastando o cabelo de meu rosto, acariciando-me com o polegar em seguida.

— Acho que merece algo. — de imediato fitou minha boca e foi impossível não fazer o mesmo. Os lábios rechonchudos pareciam tão doces quanto ele, o próprio Jimin.

— É. — segurei sua nuca e ele sorriu como se estivesse extasiado. — Mereço… Um beijo?

Este não disse nada, só se aproximou, com seu jeitinho suave e maravilhoso para me dar um beijo.

 

Surround me, hold me deep beneath your waves

Cerque-me, segure-me profundamente sob suas ondas

 

Eu diria que era um beijo íntimo completamente diferente de todos que nós já trocamos. Era completamente doce e amoroso. Eram toques sutis, os lábios eram agradáveis e como roçávamos a língua, parecia romântico. Fazíamos carinho um no outro de forma delicada e acho que isso tornava tudo mais apaixonado. Era afetuoso, embora ainda fosse meio quente.

Eu diria que era ótimo ele ter bebido vinho e comido a sobremesa ao mesmo tempo, porque sua língua estava com um gosto tão bom que seria imperdoável não procurar sentir mais daquilo. Envolvi-a com os lábios e Jimin fez um som baixinho, me dando um aperto e se aproximando com um aprofundar que uniu completamente nossas bocas. Suspirei ao que mordeu suavemente meu lábio inferior, me fazendo senti-lo por meio segundo depois de nos afastarmos. O olhei nos olhos e fui presenteado por um lindo sorriso.

 

And all I need is to be struck by your electric love

E tudo o que eu preciso é ser atingido por seu amor elétrico

 

Abracei-o pela cintura e sua voz soou melodiosa quando riu um pouco contra a minha bochecha, com os braços envolta do meu pescoço, parecia um bebê no meu colo. Sério. O dei um beijo na bochecha e este recuou. Fechei os olhos com a mordidinha suave que ele, de repente, deixou no meu queixo.

Jimin nunca me mordeu tanto quanto hoje e isso me fazia sorrir que nem um idiota. Seu sorriso me deu um arrepio bom, fazendo-me voltar a olhá-lo nos olhos. Até que ele se aconchegou mais, procurando conforto em meus braços. A música acabou e agora estava tocando algo suave do The weekend, mas não me importei com isso porque o abraço estava muito confortável.

— Olha. — ele se afastou um pouco e vi que seus olhos estavam mais fechadinhos, como se estivesse com sono. — Essa é minha música… Preferida do A-ha. — disse dando play em Love Is Reason e só consegui sorrir.

Era a minha favorita também.

Acariciei seu rosto de bochechas quentes com a mão e, distraído, perguntei:

— Por acaso gostava tanto da banda… Porque ela veio do mesmo lugar que você? — pergunto, vendo-o desviar os olhos para baixo, confirmando de leve com a cabeça.

Oslo, Noruega… — sussurrou. — Foi onde nasci. — disse tão baixinho que eu quase não ouvi. — Acho que sempre gostei de tudo que vinha de lá… Não me sentia só. Era como se tivesse alguma ligação com essas bens. Uma forma estranha de sentir família. — balançou a cabeça. — Eu… Não me sinto tão sozinho quando tenho essas coisas.

Minhas mãos grudaram em seu rosto, as bochechas cheias apertaram sua boca gordinha e beijei-a com a minha de forma rápida e meiga, fazendo seus lábios desgrudarem dos meus lentamente quando afastei-me. Jimin me olhou com seu rostinho amuado; encarei-o e neguei de leve com a cabeça, acariciando seu nariz com o meu.

— Você não está sozinho.

Vi as sobrancelhas juntas se erguerem e sua expressão ficar completamente aérea, doce e tranquila. Sua boca entreaberta soltou um suspiro e ele fechou os olhos ao que voltei a acariciar suas bochechas com os dedos. Jimin sorriu fraquinho, começando a juntar as sobrancelhas, como se apreciasse o toque.

Eu teria-o beijado, e até me aproximei para o fazer, mas…

Quando toquei sua nuca, notei que ela estava quente como nunca. Parei onde estava.

Ele estava todo encolhido à mim e…

Olhos inchados, pele quente...

Oh, não.

— O que foi? Beija… — pediu e ia se aproximar, mas levei minha mão até sua testa.

Fervente.

— Como se sente? — perguntei e vi-o franzir o cenho, confuso. — Está com frio?

— Eu… Só um pouco… Você tá quentinho. — quando viu que eu ia me levantar, apertou meu ombro com mais força, como se pedisse para eu ficar. — Onde você vai?…

Seus olhos, ai…

Assim fica difícil.

— Acho que você pode estar com febre. — disse e ele ergueu apenas uma sobrancelha. — Você tá muito quentinho, hyung…

— Mas… Eu me sinto tão bem…

Acariciei o seu corpo, dos ombros até os pulsos e pus a mão em seu pescoço. Antes pensei que ele apenas estivesse quentinho, mas… Ele estava muito fervente. A temperatura estava completamente diferente da minha.

— Você se sente preguiçoso? — perguntei e ele confirmou. — E meio mole?

Ele balança a cabeça em afirmação.

Depois fez beicinho.

— Mas… Eu sempre me sinto mole com você… — suas palavras... Me distraíam.

Acariciei os seus cabelos e sorri fraco, vendo-o olhar nos meus olhos.

— Vem cá. — disse e ele se agarrou completamente em mim quando eu segurei-lhe as pernas e me levantei consigo no colo.

Carreguei-o como uma "noiva" ao que ele se remexia um pouco, falando que era pesado e que iríamos cair. Até puxou meu cabelo e acabei rindo de seu desespero. Tá, ele era pesado, mas nem tanto...

Coloquei-o no sofá — quase joguei porque ele não parava de se debater — e vi sua face totalmente emburrada. Depois me sentei ao seu lado e voltei a tocar seu rosto com as mãos.

— Eu vou checar sua temperatura.  — ele aos poucos desfez aquela carranca e, suspirou, mexendo os ombros.

— Tá bom… — murmurou, abraçando a almofada.

Levantei-me e fui até a cozinha, mexendo nos armários até achar o termômetro. Quando voltei e medi-a, sendo observado por ele, que ficava em silêncio com um grande biquinho no rosto, suspirei quase aliviado ao ver o resultado. Ele estava um pouco quente sim, mas não era sério. Acho que depois dele descansar no quentinho e ficar bem confortável, seu corpo expulsaria aquilo e ele melhoraria... Sim.

— Tudo bem, hyung. Não é nada demais… Espera aqui. — disse e me levantei, indo até o meu quarto. Peguei um edredom e um travesseiro. Quando voltei, joguei em cima dele, sorrindo divertido do gritinho que ele deu.

— Pra que isso? — ele perguntou, saindo de sob a coberta ao que eu puxava meu sofá-cama, fazendo-o ficar mais espaçoso.

— Você tá febril, então precisa ficar deitadinho debaixo das cobertas. — vi-o fazer um biquinho.

— Sério? — confirmei com a cabeça. — Tá bom. — beijei seu biquinho, fazendo-o sorrir.

Acabou que ele ficou menos para baixo quando sugeri vermos um filme e, depois dele escolher, apaguei as luzes e me aconcheguei ao lado dele. Ele ficou abraçadinho a mim o filme inteiro, suspirando baixinho. Até me senti encalorado com todas aquelas cobertas, mas era tão bom o sentir o pé dele com uma meia felpuda acariciando o meu, que eu só fiquei ali. Só esperava não ficar suado, porque… Estava bem quente.

Surpreendi-me quando, no meio do filme, ele deu um ronco daqueles, se remexendo. Foi aí que notei que ele estava dormindo. O jeito de sua bochecha estar no meu peito fazia os lábios ficarem em um bico gigante e, na hora, peguei meu celular e tirei uma foto. Eu nunca me perdoaria se não salvasse aquilo em uma foto. Tão fofo.

Estava acariciando a cabeleira loira quando ouvi um toque diferente e, ao fitar o braço do sofá, me deparei com seu celular tocando. Tive que me esticar todo para pegá-lo sem me desgrudar do hyung, mas com um pouco de esforço, o alcancei.

Taemin hyung

Atendi por Jimin, ouvindo uma barulhado do outro lado e, em seguida, o outro começou a falar:

Jimin! Alô? — ele gritava. — Espera- cacete, Shirley, não me toca! — franzi o cenho confuso, aos poucos a barulhada foi se distanciando, e quando em total silêncio, Taemin voltou: — Jimin, você pode dormir aqui hoje?! Vai conseguir acordar amanhã? Minji desmaiou, ela bebeu demais, ela vai dormir aqui em casa. Vem pra cá-

— Oi, é o Jeongguk.

Ele ficou em silêncio, mas depois riu animado.

— Jeongguk! Olá, há quanto tempo!

Agh-

Espera.

“Nossa relação é de irmãos, primos, como a sua com Taehyung…”

Fiquei em silêncio, ouvindo Jimin respirar baixinho e, depois de suspirar, respondi:

— Taemin. Faz tempo mesmo… — ele ri.

O Jimin está aí? Eu preciso que ele fale se vai vir ou não, mas-

— Ele dormiu… Eu… Não quero acordá-lo. — falei e o outro ficou novamente em silêncio.

— Dormiu…? Onde?

— Estamos aqui em casa. — ele deu um grito extasiado.

— Cacete, e ele tá surtando?!

Lembrei do fundamental com a palavra “surtando” e dei uma risadinha.

— Não. — ri um pouco. — Ele estava um pouco febril.

— Febril?!

— Sim, mas é uma febre bem leve, até ele acordar passa e… Jimin também pegou no sono. — ouvi-o murmurar um “Ata, entendi”. — Bem… Ele precisa acordar que horas amanhã? Acha que… Ele pode ficar por aqui? — perguntei, hesitante.

Claro que sim! — Taemin parecia realmente animado. — Ele precisa acordar oito horas ou antes, porque temos que chegar no colégio às nove. Pode levá-lo lá até esse horário? — perguntou e logo peguei meu celular, colocando para despertar sete e meia da manhã.

— Posso sim, é… — suspirei, sorridente. — Obrigado.

Tudo bem, não agradeça! — ele parecia bem animado. — Ele tem o sono muito pesado de manhã. Sacode ele, hein! — ri.

— Pode deixar.

Depois de Taemin falar mais algumas coisas, nós desligamos e eu acabei por ficar ali no sofá até o filme acabar, apenas sendo abraçado por um Jimin super dorminhoco. Ele não roncava e ficava a maioria do tempo ressonado baixinho, mas, se eu me mexesse de alguma forma, ele me apertava com força e dava um ronco alto muito engraçado. Aquilo era fofo.

Quando o filme acabou, acabei por — com muito custo — soltá-lo no sofá e me levantar, sozinho. Ele se embrulhou mais nas cobertas e fez outro beicinho fofo e engraçado. Nunca pensei que ele pareceria tão fofo dormindo.

Fui até meu quarto, acendendo as luzes e dando uma ajeitada básica nele antes de preparar minha cama para Jimin. Eu dormiria no colchão de baixo onde Jin hyung costumava dormir e, quando tudo preparado, fui até a sala outra vez.

Levei-o em meu colo, embrulhadinho no edredom mesmo, e o pus na minha cama com cuidado, ajeitando alguns travesseiros ao seu redor, o descobrindo um pouco. Primeiro tirei sua jaqueta jeans que parecia servir apenas para lhe deixar desconfortável — porque aquela merda não esquentava ninguém — e endireitei sua cabeça no travesseiro.

Ele se remexeu um pouco e me olhou, um pouco avoado.

— Jimin? — ele resmungou em resposta. — Quer colocar um pijama? — perguntei, sussurrando.

Ele negou com a cabeça, com os olhinhos quase fechados.

— Só… Calça. — murmurou um tanto grogue e rouco, e tomei quase que um susto quando ele só levantou o quadril, se apoiando nas pernas e começou a tirar sua calça.

Virei-me de imediato, é claro, procurando uma calça de pijama qualquer — acabou que ele ficaria com uma bem infantil com estampa de ursinho — e ele, de olhos fechados, conseguiu pegar a calça quando coloquei em sua mão. Eu diria que ele é sonâmbulo porque, de verdade, ele fazia tudo com carinha de quem estava dormindo. E é claro que eu apenas olhei pro rosto dele.

Dei meia volta, já era quase meia noite e eu já estava ficando cansado. Fui até a sala novamente para ajeitar as coisas e desligar a televisão e a caixinha de som e, só após lavar a louça e pôr as sobras na geladeira, voltei ao quarto.

A calça jeans dele estava jogada em sua cara do lado do avesso e a calça de pijama estava totalmente torta e do lado errado, porque os ursinhos amarelos ficavam na parte de trás, e nele, estavam na parte da frente. Ri e tirei a jeans de seu rosto, a dobrando e colocando-a no criado mudo.

Fui até o banheiro e escovei meus dentes, colocando um pijama — tive que revirar o guarda roupa para achar um que não parecesse ser de uma criancinha de dois anos — em seguida. Depois de beber um copo de água e trancar a porta da frente, voltei ao quarto, pronto para me deitar na cama.

Quando me sentei na beirada da cama em que ele estava para ajeitar o cobertor em si, me surpreendi com sua mão, pegando em meu braço com força.

Fitei-o no rosto e ele me puxou um pouco.

— Jeongguk… Vem cá. — sua voz estava baixinha e rouca e, me aproximei um pouco, até ele dizer: — Deita comigo.

Engoli em seco, vendo seus olhos fecharem e ele se virar para o lado oposto.

A minha cama era de solteiro, mas quando me deitei, meio hesitante, pareceu perfeito. Não era apertado. Ele virou um pouco do rosto e pegou minha mão, acabando por me fazer deitar totalmente.

— Jimi-

Quero conchinha, Jeon Jeongguk. — disse num resmungo um tanto desafinado, ele estava praticamente dormindo.

Eu apenas me deitei atrás dele, com o rosto explodindo de vergonha e totalmente desajeitado. Olha, a culpa não é minha se eu nunca deitei de conchinha com alguém.

Na verdade, eu nunca mesmo deitei com alguém!

Eu tinha certeza de que ele estava dormindo quando, enquanto eu tentava colocar a mão na cintura dele e me deitar, o Park deu risada e se virou para mim, com seus olhinhos apertadinhos de sono.

— Tudo bem. Deixa que eu te abraço. — sussurrou e só faltou eu morrer de vergonha. Eu era tão crianção que não servia nem para abraçá-lo.

Depois, quando me aconcheguei, ele ficou de frente para mim e se aconchegou pertinho de mim; os fios loiros tocavam meu pescoço e ele abraçava minhas costas. Suspirei tranquilo, sentindo-me confortável ao que ele voltava e respirar de maneira suave, prova de que já havia dormido. Aquilo estava tão bom...

Com teu perfume me confortando, fechei os olhos e apenas peguei no sono.

Espero poder desfrutar de momentos assim… Para sempre.

[…]


Notas Finais


primeiramente, muito obrigada por betar MANTI toda, vianne, você é demais, meu xuxuzin <3 ouvi um amém vianne? AMÉM VIANNE!

du er ikke alene = você não está sozinho (em norueguês).
<3
eletric love: https://www.letras.mus.br/borns/electric-love/traducao.html

heyyy, fiquem sabendo que coloquei banner em todos os capítulos e continuarei pondo <3 espero que gostem de todos :3

espero que tenham gostado, beijinhos e até o próximo domingo!

+ se quiserem:

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