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História Meu amigo não tão imaginário - Minnie?


Escrita por: coly-unnie

Notas do Autor


um passarinho me contou que vcs gostam de capítulo grande e eu dei bola pra ele. trouxe um com nove mil palavras~

olá momozins, o cap de hoje quase não veio porque eu não tinha revisado e tava com muito sono, mas existe um anjo
na terra chamado anne que betou pra mim e caralho quero chorar porque ela é muito foda, por favor, digam amém @vianne

nhaa~ filhos da mãe, como assim isso tudo de favorito? vou chorar

boa leitura e até logo aaaaaaaaaaa tô com sonooo

Capítulo 7 - Minnie?


Fanfic / Fanfiction Meu amigo não tão imaginário - Minnie?

— Aqui. — começou a acariciar os quadris onde dizia que doía, e depois fez uma careta. — Tá calor. — e voltou a abanar o corpo.

— Por que veio com essa camisa gola alta?

— Para ter estilo. — cruzou seus braços.

— Pode ter estilo com roupas mais frescas, Tae. — e ele negou com a cabeça em silêncio. — Por que seu quadril tá doendo, hein?

— Dormi de mal jeito. — resmungou, deitando a cabeça sobre a mesa. — Me sinto… Cansado.

— É segunda. Não te culpo. — afaguei suas costas.

Suspirei observando o pátio externo cheio e também deitei a cabeça sobre a mesa amadeirada. Estava calor e muito agitado porque o período de provas dos veteranos do turno da noite chegara ao fim e, agora às oito da manhã de uma segunda, estamos presenciando todas as turmas livres de aulas, apenas esperando os funcionários do colégio acabarem de organizar o campo de futebol para participarmos das gincanas. Tudo para comemorar o sucesso de alguns alunos. Acontecia todo o ano e até que era legalzinho, mas hoje parecia chato. Não sei se é porque é segunda ou se é porque o Tae está mais sonolento que o normal, não sei. Só sei que quando ele fica assim, eu fico mais desanimado também.

— Oi. — olhei para Hoseok, que também não estava lá muito agitado, soltando sua mochila sobre a mesa.

— Bom dia. — cumprimentamos ele, que se sentou ao lado do Tae.

— Tá quente hoje. — Jung reclamou também, estalando seus dedos.

— Sim. — Tae concordou.

— É porque vocês dois estão usando roupas de inverno. — sim, Hoseok também estava de moletom, o que podia parecer estranho pois estava muito calor.

Mas, claro, ambos tinham seus motivos para vestirem-se daquela maneira. E eu apoio-os totalmente.

Tudo isso porque uma vez Taehyung veio para a escola sem cobrir as marcas no pescoço, e um agente escolar notou os chupões em sua pele. Nosso colégio costuma ficar de olho nessas coisas: alunos com marcas sexuais, rapazes querendo camisinhas, meninas conversando alto sobre pílulas e mais algumas coisas perversas que todo adolescente faz por aí. Apenas querem que nós tenhamos o cuidado necessário com essas coisas porque convenhamos, engravidar na adolescência não é muito legal, e é claro que com o Tae não foi diferente. A mãe dele ficou sabendo através de uma ligação da diretoria. No mesmo dia, eu, Tae e nossas mães, tivemos uma conversa incrivelmente constrangedora sobre se cuidar, transar com camisinha, tratar as garotas com cuidado e mais um monte de merda sobre sexo hétero, sendo que eu não havia feito nada de errado, só fui incluído. Além de ser nojento ter que ouvir nossas mães falando sobre gozo, masturbação, sexo oral e outras várias baboseiras, o fato de nenhum de nós ficar com garotas só piorava tudo. Claro que as marcas no Tae não eram de uma menina, era óbvio de quem eram, e eu não ficava com ninguém.

Desde então o Tae sempre se cobre quando está marcado. É ruim, mas necessário.

— E vocês? Irão participar dos jogos de hoje? — perguntei e quis sair de lá quando o Hoseok começou a massagear o quadril dolorido do Tae.

— Ah eu não-hm… Quero não… — meu primo respondeu. De verdade, era uma bosta ter que ficar com eles naqueles momentos.

— Eu também… Eu também não. — virei o rosto para frente, começando a ficar constrangido. — Ugh… — resmunguei incomodado quando fui abraçado por trás, o que não era lá muito comum porque as únicas pessoas naquela escola que me abraçam estavam bem ao meu lado.

— Jeongguk! — oh, era o Mingyu. — O que vocês estão fazendo aqui? Vamos para a quadra! — olhou-nos.

— Ah eu não quero ir… — Hoseok resmungou. Eu estava agradecendo aos céus por Mingyu ter aparecido para me tirar daquele lugar.

— Vamos, Mingyu. Eu vou com você. — peguei minha mochila e me levantei. — Hyung… Te vejo depois?

— Não. Hoje não, Jeongguk. — Taehyung disse em resposta. Era nesses momentos que o Kim traía nosso incrível laço de primos e tudo por causa do Hoseok.

Brincadeira. Só estou sendo dramático.

— Tá. Vacilão. — Mingyu riu de nós e me puxou para o seu lado.

― Por que você não foi pra sala hoje? Eu e Sicheng ficamos te procurando! ― Mingyu disse e parecia indignado, mas eu não entendi muito bem, porque eles não eram de me procurar por aí normalmente.

― Eu vim ficar com os meus amigos… Se não eu ficaria sozinho. ― respondi.

― E eu sou o quê seu, garoto? ― e eu quase ri quando ele me chamou de “garoto” porque Mingyu parecia bravo de um jeito engraçado.

― Certo. Eu vou até vocês na próxima. ― sorri pois gostava mesmo da presença dele e também do Sicheng, e todo mundo da minha sala que me tratara bem na última sexta.

― Acho bom.

Mingyu começou a falar sobre algumas coisas da última sexta, que acordou no quarto de uma pessoa desconhecida, mas não se importava porque costumava fazer isso às vezes. Ri nervoso porque acho que ficaria muito envergonhado se acordasse no quarto de alguém que eu não conhecesse, mas apreciei o fato de sermos pessoas diferentes que se entendem.

Aproximamos-nos da quadra e vi muitas pessoas por lá, assim como vi Sicheng correr até nós na velocidade da luz.

― Jeongguk! Estávamos procurando você. ― disse e começamos a ir apressados para perto da quadra.

― Ahn… Precisam de mim para algo? ―  perguntei, vendo Mingyu me dar um soco no braço e Sicheng rir.

― Não, Jeongguk. A gente só quer sua presença.

Oh…

― Wow. Obrigado. ― riram da minha cara desacreditada, apenas pararam quando chegamos perto do gramado e das pessoas da nossa classe.

Sentei-me no meio, ainda meio risonho e chocado porque pensei que seria como quando eu fazia trabalho com Mingyu. A gente se falava fora da escola, mas dentro não. Então quando todo mundo começou a perguntar por mim e dizer que estavam me esperando, fiquei bobo.

― Você vai participar desses jogos? ― Eunbi se sentou ao meu lado e me entregou uma garrafa de água gelada.

― Eu não.

― Por quê?

― Digamos que não gosto de participar de nada. ― e isso fizeram-os rir. ― E o que eles vão fazer esse ano? Eu não prestei muita atenção nos outros, então não faço ideia do que possa ser.

― Eu acho q-

― Vamos começar?

A voz grave vinha das caixas de som, obviamente alguém estava falando por um microfone e algo iria começar. Vi um cara baixo com o microfone perto dos lábios, era ele quem estava falando, e agora pedia para todos abrirem um espaço no gramado pois o jogo iria começar.

― Ok. Todos os anos nós fazemos isso, então, neste não será diferente! ― uma pequena salva de palmas para o rapaz por este ter dado início a algo que eu ainda não sabia o que era, mas aplaudi também. ― Quem não sabe o que tá rolando, vou explicá-los agora.

― Ainda bem. ― Eunbi murmurou, acho que era a primeira vez dela aqui também.

― Será sobre dança. ― o cara se sentou para explicar, cruzando as pernas em seguida. ― Quem ainda não usou o tempo livre da gincana para dormir, terá a chance de ganhar ponto nas seguintes matérias. Se vencerem o jogo, é claro. ― então foi mostrado um quadro com o nome de alguns professores que estavam dispostos a dar pontos por causa de uma gincana.

― Oh! História! ― Eunbi saltou fitando o nome do nosso professor no quadro. ― Porra, eu preciso ganhar. ― a garota começou a se alongar do meu lado e quis rir porque ela parecia uma criança. Era muito baixinha.

― Primeiro quero dez garotos e dez garotas aqui no meio. O jogo é o seguinte, os meninos vão escolher uma música entre cinco músicas dos nossos mais amados grupos femininos e a plateia vai escolher quem dançou melhor. As meninas farão o mesmo, mas com músicas de grupos masculinas. Uma troca! ― Ah, entendi o jogo. Eu via muito disso na televisão, era algo que os Idols viviam fazendo.

As pessoas começaram a conversar e com o tempo alguns meninos foram indo para o meio do gramado e algumas garotas também. Eu só queria ver aquilo porque provavelmente seria muito engraçado, ainda mais porque Eunbi e Sicheng foram participar.

Eu estava rindo da cena do Sicheng se alongando quando o nono garoto fora para o meio do gramado e por um momento, as pessoas aplaudiram sua presença. E eu? Eu apenas fiquei bobo ao olhá-lo.

Jimin acenou e depois cobriu os lábios, sorrindo cheio de vergonha pelas pessoas estarem lhe recebendo daquele jeito. E por um momento, me perdi nele. Park Jimin era…

Muito fofo.

E quando eu vi, estava indo para o gramado também. Eu era o décimo e último garoto. Iria dançar.

― Jeongguk! Sério? ― Eunbi veio pulando em minha direção e eu engoli em seco antes de confirmar com a cabeça.

De fato, minha mente estava nublada. Eu não sabia o que estava fazendo entrando em uma competição de dança feminina que provavelmente só servia para fazer todos nós passarmos vergonha e no final dar boas risadas, mas, posso dizer que foi automático. Automático de novo. Eu queria participar porque Jimin estava ali e eu queria muito me aproximar dele.

Porque, se eu pensar direito, aquela não era a oportunidade perfeita? Vejamos: como eu iria me aproximar de Jimin de uma forma natural em outra ocasião que não fosse aquela? Eu com toda certeza não conseguiria agir normalmente se nós dois apenas sentássemos em algum lugar e começássemos a conversar. Tá, é normal fazer isso e tal, mas me parecia diferente com ele. Parecia que ia ficar um clima estranho, ainda mais porque não faço ideia de como chegar e começar a falar com alguém, assim do nada. E até que daria para falar com ele de boas, tranquilo, suave, porque havíamos um assunto que era em primeiro: sua alergia a gatos, segundo: meu nome que ele não sabia e em terceiro: a minha camisa que estava com ele. E a camisa dele que estava comigo.

Que eu, aliás, nem lavei. E nem quis trazer para a escola.

E o clima está tão bom agora que eu acho que podemos nos aproximar de alguma forma assim: aqui, dançando ao som de grupos afeminados na frente de todo mundo. Jimin iria rir da minha cara e eu iria rir da cara dele, talvez ele se aproxime e se lembre de mim, e talvez eu consiga me aproximar também. Quem sabe perco essa maldita timidez no meio das risadas do povo e no sentimento de vergonha alheia. Apesar de ser quase impossível, posso levar isso em consideração.

Os “dançarinos” participantes se dividiram em um lado os garotos, e do outro as garotas. Vi que a Lisa também estava participando quando ela gritou um “Jeongguk-ah!”. Fitei-a e murmurei um “Fighting”, a garota fez o mesmo em seguida e demos risada, passamos a prestar atenção quando o professor se colocou no meio de nós com um Tablet na mão direita e um microfone na esquerda.

― Quem vai ir primeiro? ― perguntou, nos olhando de um por um.

― Eu! ― Eunbi deu um berro lá do outro lado, o que fez metade das pessoas rirem.

Enfim, ela escolheu uma música entre as cinco que havia. Começou a tocar algo bem famoso e que todo mundo conhecia. Eunbi dançou bem pra caralho, e no final ainda pulou para outra música por acidente e ela continuou. O pessoal da nossa classe estava bem na frente e não preciso nem dizer que eles começaram a gritar pelo nome dela, não?

Após a Eunbi, observei as outras garotas dançarem e achei-as sem sal e animação. De fato, Eunbi seria a vencedora. Depois não prestei atenção, porque Jimin estava lá do outro lado esfregando suas mãos nas bochechas vermelhas e, pensar que ele estava com calor quase me fez atravessar o gramado apenas para lhe dar minha garrafinha de água gelada. Céus, ele era muito fofinho.

Eu só deixei de olhá-lo quando o Sicheng começou a dançar ao som de uma música sobre bolo de sorvete e, cara, pra ele, todo mundo gritou. Eu não fiz nada além de dar risada, porque quando o garoto se virou e alisou a própria bunda, eu quase caí no chão de tanto rir. Fiquei vendo os meninos dançar e ri bastante, eles eram os mais engraçados.

Quando eu vi, só estava eu e o Jimin no gramado. Estive tão distraído no papo com o Sicheng que quando este se afastou, e eu olhei para frente para dar de cara com Jimin me olhando, fiquei confuso e nervoso ao mesmo tempo.

Por que todos haviam saído do gramado?!

― Temos os dois últimos!

Fiquei nervoso por um tempo, ainda mais porque estava olhando para Jimin e sendo olhado de volta. Ele estava com um sorrisinho pequeno nos lábios e as mãos dentro de seus bolsos, revisava entre olhar para os meus olhos e o professor.

― Qual música você escolhe?

― Up & Down. ― eu e Jimin respondemos ao mesmo tempo, e na mesma hora nos olhamos.

Perguntei-me se o professor estava falando comigo ou com ele, afinal eu achava que era comigo, mas Jimin também respondeu. Então era com ele?

― EI VOCÊ, KIM! ― Jimin direcionou seu dedo indicador em minha direção, esbravejando com uma expressão irritada, gritando por mim. Na verdade, gritando o sobrenome do Tae, mas aceitei que ele conhecia Kim Taehyung e não me conhecia. Provavelmente achava que éramos irmãos. ― ELE FALOU COMIGO!

Eu me assustei de primeira, ainda mais quando as pessoas gritaram um “Uoooou, eu não deixava!”, fiquei desesperado, quase me joguei no chão e soquei a cabeça na grama para mostrar o quanto estava arrependido, e quase pedi perdão para o Park só para acabar com tudo aquilo, mas o mesmo se aproximou rapidamente e disse baixinho em meu ouvido:

― Estou brincando, entra na onda. As pessoas adoram uma briga.

Ele se afastou tentando fazer cara de bravo, mas quando suspirei aliviado, Jimin riu alto, mas ninguém pareceu perceber, ou não queriam ver mesmo porque estavam gritando e torcendo para que nós nos matássemos no meio do gramado. Então era tudo um teatrinho?

― JEONGGUK-AH QUEBRA TUDO! ARRASA!

Olhei para trás, vendo Taehyung e Hoseok gritando por meu nome junto com o pessoal da minha sala. Oh, resolveram aparecer agora, seus putos?

Eu queria correr dali, sério! Não pensei que iria ficar sozinho com todos gritando e isso… Era uma merda, honestamente. Ser o centro das atenções nunca foi meu forte, de verdade, então eu quase saí andando como um retardado para longe. Quase fugi. Mas então olhei para Jimin dando pulinhos animados e sorrindo para mim.

Sorriso lindo por sinal.

Então respirei fundo e decidi que iria entrar naquela. E iria encenar mesmo.

Baixei sabe-se lá qual santo quando levei as mãos ao alto, aumentando ainda mais a gritaria das pessoas da minha classe que pulavam tanto que me perguntei o quanto eles estavam surpresos comigo para estarem tão animados e barulhentos daquele jeito.

Bom, se era pra fingir, que fingisse direito, não é?

― EU IREI VENCER, PARK JIMIN!

Tá. Gritar desse jeito e fazer pose foi a coisa mais ridícula que eu fiz em toda minha mísera e patética existência, mas quando Jimin me olhou e riu confirmando com a cabeça, vi que fiz o certo.

Up & Down começou a tocar e no estado mental que eu estava, não hesitei em chutar alto e alisar minha coxa de uma forma não tão sensual como as meninas faziam, gerando uma gritaria jamais sido direcionada a mim antes por parte da platéia. Virei o corpo e comecei a fazer a coreografia, eu estava patético e tenho consciência disso, mas gostava de olhar para a cara do Park e vê-lo rir. Também gostava da animação das pessoas da minha sala, e o Taehyung parecia tão feliz em me ver ali, pagando mico, que quando eu acabei a dancinha, fiquei mais satisfeito do que pensei que pudesse ficar.

Depois, era a vez do Jimin. Eu pensei que ele iria fazer alguma graça, assim como eu, mas ele simplesmente dançou tudinho no mais incrível e perfeito estado. Eu acho que ele estava fazendo para ser engraçado, a expressão facial dele mostrava isso já que me parecia um pouco exagerada demais, mas… Ele dançou muito bem, e também fora aplaudido e chamado pelas pessoas da festa. Ainda mais quando moveu o quadril para frente e para trás, de fato uma das partes mais marcantes da coreografia; e ele fez jus ao seu título de presidente do clube de dança ao se mover daquela maneira. Não quero admitir, porque me parece rude pensar em uma coisa dessas, mas, foi muito… Não sei qual palavra usar, mas foi bom de olhar.

Depois que dançou, ele se jogou no chão e eu soube que foi por vergonha, pois cobriu o rosto e gargalhou. Um grupinho de adolescentes saiu do meio da multidão e foi para o gramado e se jogaram sobre Jimin e lhe estapearam, enquanto eu só ria e olhava. Até ser atacado do mesmo jeito pelo Taehyung e em seguida por Hoseok e as pessoas da minha sala.

Um tempinho depois, as pessoas se acalmaram e esperaram o professor pegar o microfone outra vez, que anunciou que foi muito difícil escolher entre três garotos e duas garotas, mas no final, sabiam que o resultado seria aquele e que fizeram as escolhas certas. Um garoto do primeiro ano ganhou a rodada dos meninos e a Eunbi a das meninas. Eu bati de leve no Tae por ele ter me dado um soco forte, e ajudei as pessoas da minha sala a levantarem Eunbi no ar, comemorando.

Taehyung me chamou para ir para as sala de aula, mas eu disse que não e isto o deixou surpreso, e em seguida, enciumado. Eu iria ficar com o pessoal e, bem, eu nunca neguei a companhia do Tae porque eu não tinha ninguém além dele e do Hobi. Mas com um abraço que eu quase nunca dava nele, o deixei um pouco menos chateado.

― Vem com a gente! ― Mingyu saltou nas minhas costas. Ele era gigante e eu quase caí por causa disso, mas depois me acostumei com o peso e confirmei com a cabeça, vendo-o apontar para a piscina de natação onde o pessoal estava. Não estavam dentro da piscina, e sim envolta dela, sentados na beira com os pés na água. Parecia bom porque eu estava queimando naquele sol, então pôr meus pés lá era-me uma ótima ideia.

Quando chegamos lá, Mingyu desceu das minhas costas e nós tiramos os nossos calçados. Me sentei no meio da Rosé que estava meio amuada e com a cara toda vermelha, e do Mingyu, que veio pro meu lado um tempo depois.

― Jeongguk-ah! ― estava mergulhando os dedos do pé na água gelada quando a ruiva praticamente jogou-se sobre mim, soube neste exato momento que ela estava muito triste mesmo. ― Você já partiu o coração de uma garota? Como vocês garotos podem fazer isso sem nenhuma pena?! ― Rosé gritava e os nossos amigos faziam uma careta engraçada, apenas esperando para ver como eu lidaria com ela.

― O que aconteceu? ― perguntei em um sussurro para Mingyu.

― O ex dela estava com uma garota do terceiro ano e… ― sussurrou de volta. ― Ela não lidou muito bem com isso.

― Percebi.

― JEONGGUK-AH! ― Rosé gritou alto, tipo, muito alto! Chamando a atenção de várias pessoas. ― ME RESPONDA!

― Calma, eu respondo! ― tentei acalmá-la, agarrando seus ombros e tirando-a de cima de mim. ― Qual foi a pergunta?

― Já ousou partir o coração de uma garota? ― apontou o indicador na minha cara, pressionando-o sobre o meu nariz.

― Não, Rosé. Eu nem gosto de garotas, e se eu gostasse, não faria isso com nenhuma. Tá? ― que eu gostava de garotos não era nenhum mistério, foi o que eu pensei, mas quando metade da sala arregalou os olhos e gritou um “Sério?!” percebi que estava errado.

― COMO ASSIM? ― Rosé gritou outra vez. ― Qual é o seu problema com o sexo feminino? Você nos odeia? O que isso quer dizer? ― ela olhava para os lados, confusa.

― Quer dizer que ele é gay, Rosé. ― Eunbi disse lá do outro lado. ― Sério que vocês não sabiam?

― Como você sabe? ― perguntei, afinal, ela era a única que não havia ficado surpresa com a informação.

― Eu sempre soube.

― Como?

― O Taehyung me contou no acampamento de verão que frequentamos no fundamental. ― disse. ― Ele era um ano mais velho, mas fizemos dupla em um dos exercícios e ele contou que você era gay.

― Como ele sabia que eu era?! ― perguntei, afinal, eu só fui contar tal coisa para o Tae no ano retrasado, enquanto ele insistia para eu ficar com uma garota da sua classe muito bonita. Eu estava tão cheio dele me jogando para cima das garotas que gritei alto que eu não “caía” pra aquele lado. Lembro até hoje do sorriso que ele abriu para a informação.

Então como o Tae sabia que eu era quando estávamos no fundamental? Foi bem antes de eu contar.

― Ele estava frustrado porque você não contava pra ele, mesmo ele te apresentando várias meninas, esperando você admitir. ― Eunbi continuou explicando. ― E ele disse que você beijou o menino do prédio, ele viu, mas não disse e esperou você contar. Mas você não contou, então ele começou a chorar no acampamento por causa disso.

― Meu Deus do céu. ― suspirei, ouvindo a risada do pessoal porque aquilo era a cara do Tae. ― Aish, Taehyung… ― às vezes eu não sabia se amava ou odiava meu primo, como agora.

― Isso não importa! ― Rosé disse alto, mais uma vez. ― E você já partiu o coração de um garoto, então?

― Não, Rosé. ― respondi, vendo-a se jogar para o lado do Gyujin, que como um bom amigo, a abraçou de volta com força e começou a consolá-la.

― Jeongguk dançou muito bem hoje, eu fiquei impressionada! ― Sooyoung sorriu feliz, estava na outra beira, então agradeci baixinho curvando minha cabeça com um pouco de vergonha.

― É, eu não achei que você iria dançar. ― Mingyu comentou ao meu lado, envolvendo meu ombro com seu braço.

― Eu pensei em pagar um mico básico. ― disse, ganhando algumas risadas.

― E aquele garoto? O Jimin. ― Sicheng trouxe tal assunto para a roda, engoli em seco com a possibilidade dele dizer ali que percebeu meu olhar sobre ele. ― Ele tinha que errar seu sobrenome daquele jeito? E foi de propósito. Desnecessário.

― O quê? ― franzi o cenho, olhando-o.

― Aquilo foi encenação, Cheng, não estavam brigando de verdade. ― Mingyu disse e eu confirmei com a cabeça, concordando.

― Sim, mas não precisava ter errado o sobrenome. ― olhei para Sicheng outra vez.

― Ele não sabe meu sobrenome, não foi culpa dele. ― eu falei, mas Sicheng riu como se o que eu dissesse fosse engraçado.

― Como assim ele não sabia seu sobrenome? É claro que ele sabe. Na verdade eu acho que ele sabe até quantos quilos você pesa, sua altura, o tamanho de suas mãos, seu livro favorito… ― disse, eu fiquei tão confuso que se alguém dissesse que há um ponto de interrogação flutuando sobre a minha cabeça, eu acreditaria. ― Jeongguk… Você por acaso já escutou as fofocas alguma vez na vida?

― Eu não.

― Então é cego, no mínimo. ― riu, mas quando viu que eu continuava confuso, Sicheng continuou. ― Cara! No sétimo ano, porra!

― O quê? Como assim no sétimo ano?

― Puta que pariu, Jeongguk. ― Mingyu reclamara também e Eunbi correu para o nosso lado porque queria ouvir, ficando no lugar da Rosé.

― O que foi? ― Eunbi perguntou.

― Acho que ele não lembra do Minnie. ― Mingyu disse e ela riu desacreditada.

Mas por que estavam falando do Minnie?

― Jeongguk, você lembra do Minnie? ― confirmei com a cabeça. Minnie era um garoto baixinho de cabelos negros que nunca cortava a franja, usava um óculos gigantesco, tornando quase impossível olhá-lo e ver seu rosto claramente. ― Não lembra da musiquinha? “Jeongguk e Minnie, um, dois, três! Quero ver o beijo de vocês!” ― ele cantou baixinho e, ah, fiz uma careta para aquelas lembranças estranhamente vergonhosas que eu nunca soube lidar.

― Aish, sim, eu lembro. Por que vocês cantavam aquilo, hein? ― eu reclamei, Mingyu riu.

― Ele era desligado. Na verdade, é desligado, sim? ― Mingyu deu risada junto com Sicheng.

― Parem de rir e me expliquem! O que o Minnie tem haver com isso? ― perguntei e Sicheng suspirou, acho que ele tinha raiva da minha lerdeza.

― Jimin, seu idiota. Jimin e Minnie são a mesma pessoa. ― Sicheng disse como se fosse a coisa mais simples e normal do mundo, mas aquela informação era uma bomba do caralho.

De repente, eu me lembrei de Minnie e de como ele era estranho e pensei em Jimin. Aquilo era impossível. O Minnie era muito baixinho e tinha cabelo preto, usava um óculos gigante, e sua voz era mais fina que a do Alvin do filme Alvin e os esquilos. Sempre que eu ia para a biblioteca, ele se enfiava por trás das estantes e ficava me olhando entre os livros. Era estranho, porque eu não sabia ao certo o que aquilo significava. Uma vez eu até me levantei e fui falar com ele, mas a cara dele ficou vermelha e ele saiu correndo.

Como aquele menino poderia ser o Jimin?

― Espera, é sério isso? ― eu perguntei, sendo alvo dos olhares do Sicheng.

― Aham.

Coloquei o dedo entre os lábios, eu costumava fazer isso quando queria ligar os pontos e encontrar uma solução rapidamente. Uma resposta. Lembrei mais uma vez do Minnie. Seu rosto, bem, os lábios fartos eram como os de Jimin; os olhos eu realmente não me lembro, tenho certeza que me lembraria caso notasse-os no Minnie, mas aqueles óculos eram realmente grandes. Minnie e eu éramos considerado o casalzinho da escola, ok, ele me observava e ficava vermelho quando eu o notava, ok, ele… Puta merda!

Ele gostava de mim!

― O Minnie gostava de mim?! ― eu fitei Mingyu.

― Sim, né.

― Por que ele gostava de mim?!

― Não dá pra saber, mas é possível ver o porquê dele ter desistido. Você é lerdo demais, Jeongguk. ― Sicheng, rude e muito honesto. ― Eu não acredito que você não sabia.

― Eu sei lá, eu… ― suspirei. ― Fodeu, Sicheng. Porra, fodeu.

― Por quê? ― Eunbi franziu o cenho e me olhou.

― Eu… ― suspirei e saltei com a mão forte no meu ombro, me chamando de forma simples.

Olhei para trás e… Claro, o universo me ferrou e colocou Jimin bem ali e logo agora.

Eu sentia que iria ter um colapso mental.

― Ei! ― levantei o olhar de supetão e se a pessoa em minha frente não tivesse se afastado, provavelmente teríamos batido nossas cabeças. ― Desculpa, eu te assustei?

― Ah. Jimin! ― eu ri, um pouco nervoso, se era por ele estar na minha frente sozinho ou se era porque eu estava enlouquecendo pensando no que dizer, eu não sabia, mas que era por causa dele, era óbvio. ― Não assustou.

― Oh, ok, então tá bom. ― sorriu bonito, sua risada baixinha era incrivelmente melodiosa. ― Eu só queria dizer que eu fiquei muito aliviado por você não ter saído correndo naquela hora, sabe? ― ele se agachou para ficar na minha altura e eu só conseguia olhar para seu rosto e ver o ChimChim, em seguida o Minnie, e depois o Jimin. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo, mas Jimin parecia ser todo mundo. ― Eu realmente achei que você iria me deixar lá sozinho.

― E-Eu não f-faria isso. Com você. ― Sicheng engasgou uma risada do meu lado, provavelmente rindo de como eu gaguejei.

― Oh, sério? Obrigado. ― sorriu outra vez, fazendo seus olhos tornarem-se traços bem curtos e bonitos. ― Obrigado. Você sempre me salva. E sua dança é ótima!

“Você sempre me salva.”

Suspirei um pouco porque me lembrei da festa, então fiquei aliviado por pensar que Jimin lembrou de mim.

― Pfft, ah, não. A sua que foi. ― eu ainda estava rindo de nervoso, que nem um retardado, e Jimin pareceu notar isso quando ergueu as sobrancelhas e alargou o sorriso, parecia rir internamente da minha cara.

― Ah, para com isso. ― riu mais um pouco. ― Você é demais.

― H-Hum? Você é que é. ― eu queria morrer, ainda mais porque Sicheng estava tossindo falsamente tentando não rir e Eunbi ficava me acariciando o ombro, como se me apoiasse.

― Eu só senti que deveria dizer isso. ― e Jimin se ergueu. ― Já vou indo.

― Sim. ― murmurei, vendo-lhe começar a se afastar enquanto acenava. ― Jimin! ― vi-o se virar, me olhando enquanto parava de caminhar. ― É Jeongguk. Meu nome é Jeon Jeongguk.

O Park sorriu apenas com os lábios.

― Eu sei.

E depois ele só… Só saiu com aquele sorriso de quem sabia mais do que qualquer mero ser-humano. E eu ainda sentia que ele estava rindo de mim.

― Cara, você é patético. ― Sicheng me disse, muito obrigado, hein, Cheng.

― Ah, mas puta que pariu… ― eu cobri meus olhos, porque as coisas estavam mil vezes mais complicadas.

De verdade, cara.

― Tudo bem, Jeongguk. ― Eunbi acariciou minha cabeça. ― Olha… Eu achei fofo. Gaguejar é fofo, sabe?

― É, eu também achei uma gracinha. ― Mingyu disse, mas depois só começou a rir com o Sicheng e eu só os ignorei e tentei pensar, pelo menos um pouco.

Porque de repente eu estava me sentindo tão, mas tão confuso. Já imaginava no que Jimin pensava sobre mim, será que ele guarda algum rancor? No fundamental, eu o ignorei muito, não tinha consciência de que ele nutria sentimentos amorosos por mim, eu só não entendia ao certo o que estava acontecendo. Naquela época eu só queria ler livros e dormir o dia inteiro, eu nem pensava em romance. Como eu perceberia aqueles olhares e inúmeras dicas de que Minnie gostava de mim? Nas minhas lembranças, eu só o via como um garoto meio esquisito e tinha a leve impressão de que ele não gostava de mim. Meu pai sempre dizia que se um homem te encara por muito tempo, é porque quer brigar, então eu pensava que Jimin queria brigar comigo. E eu sentia medo, então o ignorava, mesmo quando eu o olhava de volta e suas bochechas ficavam vermelhas. Eu juro que pensava que era por conta raiva que ele tinha por mim, ou pois estava com medo. Como quando odiamos muito alguém e os olhamos de longe porque não temos coragem o suficiente para bater de frente com tal, e apenas queremos matar com o olhar, mesmo sendo cientificamente impossível. Alimentamos nosso ódio dessa maneira, sim?

Sobre “Minnie e Jeongguk, um, dois, três! Quero ver o beijo de vocês!”, eu pensava que também era porque ele me odiava. Minnie me odiava e as pessoas notavam isso, e como ele era medroso demais para me bater e eu quieto demais para ligar para isso, criaram uma canção nada ver para nos irritar e fazer com que nós brigássemos de uma vez. Sim, eu sou tão maluco que criei isso tudo na minha cabeça para lidar com Minnie, o garoto de óculos que me olhava… Que antes me olhava todas as horas.

Que me olhava como hoje eu olho para ele.

— Jeongguk!

Pensar que Jimin já gostou de mim me deixa nervoso. Eu pensava em tudo que havia feito e adicionava o fato de Jimin ser o tal garoto apelidado de Minnie. Todas as minhas atitudes podem ter algum sentido aos olhos dele, como quando lhe joguei contra a parede e perguntei seu nome. E se ele pensasse que eu o reconheci como Minnie e repentinamente fiquei interessado, ou bravo, ou qualquer outra coisa? E se quando ele perguntou “só isso?” quando eu fui pedir desculpas, estivesse esperando por uma palavra minha sobre o nosso “romance” no fundamental? E se ele me pegou o admirando e, agora acha que fiquei interessado nele, sendo que o ignorava antes?

Porra. Meu Deus do céu.

— Ai! — o estalo havia sido alto, e em seguida, o meu grito de susto e dor. Sicheng acertou um tapa realmente forte na minha nuca.

— Jeongguk, estou te chamando há dez minutos, seu lesado maluco!

— Oi… Oi? — falei baixo, suspirando.

— Iremos assistir o ensaio das meninas mais tarde.

— Quando? — perguntei já que daqui a pouco tínhamos aula.

— Depois das aulas. Elas vão dançar balé, minha irmãzinha é a principal. — e Sicheng sorriu animado.

— Oh. Eu fiquei sabendo sobre essa dança! — Mingyu se animou. — É com uma ópera Sueca.

— Não acho que aquilo seja uma ópera… — Eunbi murmurou, voltando seu olhar para o Gyu.

— Me parece bastante.

— Depois das aulas eu vou ir para casa. — aquilo era óbvio, né.

— Tá. Seu sem graça. — Sicheng disse e eu apenas voltei a suspirar, quieto.

Só queria o colo do meu primo Tae para desabafar.

[…]

Seis e meia da tarde.

Trinta minutos sozinho.

Em um frio do caralho.

Resmunguei e fechei os olhos. Eu apenas queria chorar como uma criança que foi esquecida na escola pela mãe e agora se sentia sozinha. E Seul ainda teve a ideia de dar uma de bipolar e ficar fria para um caralho.

Como hoje era segunda, só as salas B-A e B-F saíam às seis da tarde, e eu era da B-A, então fui liberado. O único problema era que quando estava para pegar o ônibus, vi que minha carteira havia sumido. Pode ser que eu tenha apenas deixado-a em casa já que Yoongi pagou nossas passagens de manhã. Além de tê-lo perdido de vista, eu estava preso no colégio porque Taehyung e Hoseok já haviam ido embora e meu celular desligou. Eu ficaria ali até alguém notar minha demora e vir me buscar, ou cansaria e entraria para procurar o diretor e pedir seu celular emprestado. Mas o diretor não gostava muito de mim porque eu andava com o Hoseok e o Taehyung, então sempre fico envergonhado perto dele e da sua forma de me olhar torto. Só iria lá se necessário. Sério.

Suspirei e comecei a cantarolar baixo uma música americana que aprendi no ano passado para um trabalho de inglês. Eu faria de tudo para ouvi-la agora nesse tédio e frio dos infernos.

Já tem anos que eu escutei essa música, mas depois que vi uma folha de papel amassada perto de uma lata de lixo, me peguei pensando nela. Agora estava cantando-a para mim mesmo. Sussurrando a música como se estivesse mergulhado na letra e nas sensações que ela traz, uma rota musical que conta tudo que alguém já sentiu e colocou no papel para, enfim virar uma canção. Acho isso tão fascinante.

Cocei os olhos, sonolento e com mais frio. Eu estava quase desistindo e entrando de novo. Minha bunda deveria estar quadrada de tanto ficar sentado na calçada, na mesma posição, olhando para o nada. A rua estava deserta também. Fala sério, será que me carteira foi roubada?

E pior de tudo era não conseguir parar de pensar no Jimin.

Eu estava com tanto medo dele estar tendo ideias erradas sobre mim.

Jimin nunca teve má aparência. Mas… Entendam que no fundamental ele era baixinho, usava óculos e apenas trajava roupas formais muito engraçadas. Suas bochechas eram enormes e muito fofas. Mas agora Jimin é um homem. Ele é um homem. Seus fios loiros estão em um corte irresistível, suas orelhas cheias de pirceings, se veste como um modelo e seu rosto é tão visível e me parece tão lindo. Antes eu não podia vê-lo. Mas e se ele pensar que eu o não lhe olhava antes pois era “feio” e nerd, e agora estou lhe olhando porque é muito lindo e popular? Essa possibilidade é a que mais me dá medo. Pois realmente era o que parecia estar acontecendo, mas não era isso. Não era mesmo isso!

Eu não quero que ele pense desse jeito, mas também não tenho coragem de me explicar. Ele ser super fofo e compreensível não ajuda nada, sabia? Porque Jimin era sim um cara muito legal e compreensível, afinal, deixou de lado e me perdoou por praticamente ter o jogado contra a parede e ter perguntado em um tom totalmente desnecessário qual era seu nome. Eu só não queria sair falando demais e ser tachado como esquisito na cabeça dele. Tinha medo também de Jimin me detestar por achar que estou estranhamente o fitando agora pois ele está irresistível. Nossa, como eu estou com medo de tudo.

— Ugh. — disse baixinho sentindo algo plástico ser pressionado sobre minha cabeça.

Toquei meus cabelos e acabei tocando uma mão por acidente, então notei que tinha alguém ali comigo. Não me virei, só puxei o plástico posto na minha cabeça e observei minha blusa social preta, guardada na sacola transparente.

— Entregue.

Olhei para trás e prendi a respiração por um momento, fitando Jimin. Estava agasalhado, além de usar um óculos de grau bonito que deixava seus olhos um pouco maiores.

Awn. Por que eu sempre fico pensando que ele é fofo?

— Oh. — então notei que era a blusa que o emprestei no final de semana. Ele estava me entregando.

Jimin riu soprado e se sentou ao meu lado na calçada.

— Desculpa a demora para entregar. Esqueci na minha sala de manhã. — disse.

— Não, não. — ri pouco porque eu havia lhe emprestado na sexta passada, então Jimin não havia mesmo demorado. Não foram nem três dias. — Obrigado, mas… Eu não trouxe a sua. — falei envergonhado.

Ainda mais envergonhado porque eu tinha me lembrado sim de sua camisa, lembrei de querer lavá-la, passá-la e colocá-la em uma bolsa não tão simples, mas também não tão chique, para depois entregá-lo.

Acabei não fazendo por birra.

— Tudo bem, você pode me entregar depois. — apoiou o cotovelo no joelho e descansou o queixo na mão, suspirando. — Como você está?

— Estou bem. E você? — deixei de ser idiota e comecei a olhá-lo mesmo. Sem ficar desviando de dois em dois segundos por me sentir nervoso.

Porque era o Jimin, certo? Eu não precisava ficar nervoso.

Afinal, ele já foi compreensível comigo uma vez… Será que era gentil o bastante para ser mais uma vez?

Estou torcendo para que seja. Torcendo de verdade.

— Estou faminto. — disse e rimos, porque sua barriga roncou logo depois. — Mas estou feliz. — observei-o massagear seu ombro esquerdo e fiquei preocupado com a careta que fez.

Ele deve estar dolorido…

— Também estou feliz. — fora a primeira vez de todas as vezes na qual Jimin desviou os olhos, e isso me deixou encabulado, feliz e envergonhado ao mesmo tempo. — Eu… Eu tenho um saco de salgadinhos pré-fritos aqui. Quer dividir?

— Ah… Não, quero dizer… — ia dizendo enquanto eu abria minha mochila, pegando um saco grande de salgadinhos. Havia trago para lanchar, mas Tae dividiu sua marmita comigo, então ficou guardado. — É tortilha… — lambeu os lábios, ninguém resistia à um bom e crocante salgadinho laranja triangular. Esse mesmo.

— Era o saco mais gordo da loja. — sorri porque era grande mesmo aquele pacote e eu dividiria com ele tranquilamente.

Abri com facilidade e peguei os primeiros, mordendo e colocando o pacote aberto na frente dele. Jimin me olhou, olhou o salgadinho e colocou a mão dentro do saco. Engraçado ele ter pegado apenas um biscoito. Eu tinha enchido a mão mesmo.

— Nossa isso deve ser tão… Calórico. — quase comecei a rir muito, ele parecia minha tia Taeyeon falando daquele jeito, como se estivesse comendo algo errado, mas ainda fazia uma careta de prazer por causa do sabor delicioso.

— É sério que você liga para essas coisas? — ri um pouco, mas ele fez um bico emburrado então achei melhor não zombar.

— Uhum. — e eu fiquei mais feliz quando ele, dessa vez, encheu a mão de salgadinhos. — É que eu fico inchado com facilidade.

— Ah, para… — neguei, vendo-o alisar seu ombro com os dedos que estavam limpos.

— É sério. — disse e eu neguei com a cabeça mais uma vez. — Sempre que emagreço, meu rosto continua rechonchudo. É a única coisa que não consigo mudar, honestamente. — bicudo, mordeu a bolacha e nossos dedos já estavam começando a ficar alaranjados por causa do corante.

Fiz um bico porque não gostava muito daquele papo. De verdade. Eu queria falar que Jimin não precisava mudar seu rosto. Está lindo do jeito que está, com as bochechas fofas, ele era lindo. E eu também tinha bochechas bem gordinhas. Qual o problema delas, certo? As do Hoseok também eram cheinhas.

— Ah, Jimin. Por favor. — ri após engolir uma mão cheia de salgadinhos. — É sério isso? Você é bonito do jeito que está. — e depois eu suspirei, me lamentando silenciosamente por não conseguir falar tudo que queria dizer, mas pelo menos deixei claro que ele estava bonito… Né?

— Hum, talvez. — e Jimin encheu outra mão. — Eu falo essas coisas, mas... Eu realmente não consigo fazer nenhuma dieta. Olha isso. — cheirou sua mão cheia de salgadinhos. — Que delícia, porra.

E então eu não consegui controlar, ri muito e ele me acompanhou. Era a primeira vez que ele usava um palavrão comigo e eu gostei disso, por mais estranho que seja.

— Não tente fazer dieta, Mi… — ignorei a rua e os carros, fitando seu rosto. — Não faça dietas, Minnie.

Então ele olhou o saco de salgadinhos e me ignorou em silêncio, enchendo a mão.

— Ah, por favor, use Jimin ou Jiminnie. — sussurrou quieto.

Então suspirei mais baixo e comi em silêncio. Por que eu o chamei de Minnie, hein? Ele não devia achar que eu sabia que ele era o Minnie. Assim as coisas só ficariam mais confusas e ele apenas teria ideias erradas.

Eu precisava falar algo.

— Ei, você me odeia?

Foi um impulso e… Bem, a primeira coisa que veio na minha cabeça.

Então Jimin me olhou nos olhos e depois franziu o cenho, quase rindo.

— O quê? Claro que não.

Eu ainda sentia que ele podia me odiar por o ignorar tanto. 

— Não me odeia nenhum pouco? — perguntei, sua expressão suavizou um pouco.

— Não. Nenhum pouco. — disse, simples.

Imaginem que dos meus ombros, saíram um peso gigante. Meus músculos relaxaram e eu suspirei como se há muito tempo segurasse a respiração.

Não sei ao certo o motivo dele ter sido tão claro e direto, sem questionar minha pergunta. Será que ele sabia no que eu estava pensando? Eu sentia que sim só de olhá-lo. Era muito estranho porque estávamos em silêncio, e essa fora uma das primeiras vezes que eu parecia conversar com alguém sem dizer nenhuma palavra.

— Aí… Eu… — percebi que tínhamos parado de comer e isso me deixou tímido porque a gente apenas parou para se encarar e aquilo era muito vergonhoso. — Eu não te reconheci. Sério.

Aí sim ele pareceu confuso.

— Quê? — riu desentendido, dando mais uma apertada em seu ombro.

— Eu não sabia que você era o Minnie até hoje de manhã. — engoli em seco. — De verdade… Para mim Jimin e Minnie eram pessoas diferentes.

Mas aí eu vi que não disse algo muito bom, porque ele quebrou o contato visual e olhou seus dedos sujos de salgadinho.

— Ah… Claro que sim. — sussurrou.

Espera… Eu disse algo errado?

Suspirei assustado e engoli em seco mais uma vez.

Eu precisava explicar, precisava deixar claro, precisava deixá-lo sabendo…

— Assim… Quando a gente estava no fundamental… Eu pensava que você queria me bater. Porque você ficava olhando pra minha cara. — eu comecei a contá-lo, e era a verdade que eu iria dizer.

Eu queria ser honesto.

— O quê? É sério? — me olhou chocado.

— É, de verdade. — ri sem graça. — Eu só lembrei de você no fundamental hoje, e aí descobri que você era o Minnie e então fiquei tão surpreso. Porque antes você ficava me olhando e eu pensava que você queria me matar, e agora você parece muito, muito, muito gentil. — reforcei o fato dele ser gentil porque, realmente, ele era. — Sério. — desviei o olhar pois ele estava olhando demais para o meu rosto. 

— Espera, os olhares que eu te lançava no fundamental… — colocou os dedos limpos no meu queixo e me fez lhe olhar. Arrepiei um pouco porque era a primeira vez na qual ele tocava o meu rosto. Meu Deus. — Eram parecidos com os de alguém que queria… Matar? — ele fez uma careta.

Engoli em seco.

— Sim.

E Jimin só revirou os olhos e se deitou para trás, esparramando o corpo na calçada.

— Oh… Meu Deus. — choramingou.

— Jimin, era só para mim que parecia. Porque todo mundo… Todo mundo achava outra coisa… — não queria dizer “pois todo mundo sabia que era porque você gostava de mim” de verdade. — Eu que era lesado.

— Você é lesado, né Jeongguk? — e se levantou de novo e colocou a mão nos salgadinhos.

Então eu ri um pouco e recebi uma cotovelada.

— Desculpa por rir.

— Nossa eu… Não acredito que você é um lerdo.

— Eu sou muito lerdo.

— Porra! Demais. — e Jimin começou a rir de mim e eu também, porque era muito patético.

— Eu sou um pouco menos agora… Espero. — ele ainda sorria lindamente e ria, me senti honrado.

Eu estava fazendo Park Jimin rir.

— Ah, isso é tão engraçado. — Jimin falou.

— Eu sei. — confirmei, vendo-lhe massagear o ombro outra vez, então, enfim perguntei:

— Seu ombro está doendo?

— Pra caralho…. Mas logo passa. — só agora vi que Jimin costuma usar muitos palavrões. Não que isso seja ruim.

— Tem certeza?

— Uhum.

— Ah… — lambi os lábios, fitando o chão. — Eu gostei muito.

— Hum?

— Das coreografias… Eu fiquei sabendo que a maioria das meninas que dançaram eram do seu clube… — sim, Eunbi tinha me contado mais cedo. Eu estava mentindo porque não havia olhado para elas, mas tinha certeza de que elas eram boas. — Sabe, hoje de manhã, no gramado. — disse, vendo-o rir um pouco alto.

Jimin olhou para os próprios pés, ria negando levemente com a cabeça, por fim, me encarando novamente com um sorriso travesso.

— Ah, não minta. — sorriu grande, seus olhos ficaram minúsculos e as maçãs de seu rosto voltaram a ficar inchadinhas. — Você não parou de olhar para mim um segundo sequer. Aposto que não viu nada da coreografia.

Ergui as sobrancelhas e suspirei em um instante e... caralho! Eu fiquei com muita, muita vergonha!

Era a vergonha mais estranha que eu já havia sentido em toda a minha vida. Meu coração pareceu ir para a garganta, e como consequência, minha barriga ficou gelada. Após isso meu peito acelerou tanto, mas tanto, que o meu rosto começou a esquentar. As minhas bochechas estavam ardendo, estavam ardendo demais! E vê-lo rir da minha reação, fez com que eu cobrisse meu próprio rosto com os braços.

Caramba, eu sou um lixo!

— Ah… Jimin, aish. — resmunguei e quando Jimin riu mais alto, eu quis chorar de vergonha.

— Ai, meu Deus, você está corado! — ele ainda ria, ria demais. — Olhe suas orelhas, estão vermelhas!

Jimin só poderia estar querendo me matar. Sim, ele queria me matar.

Levantei-me do chão e comecei a andar na sua frente. Ele ainda estava rindo e me seguindo com o olhar, enquanto eu apenas procurava alguma coisa para arrumar, apenas para… Sei lá, eu queria esquecer que meu rosto estava explodindo e estava explodindo bem ali, bem na cara dele, e nossa, como era vergonhoso! Peguei o saco vazio do biscoito que comíamos e recolhi alguns copos jogados no chão, indo até a lixeira em silêncio e colocando tudo lá, apenas ouvindo a risada do Park começar a abaixar e, estranhamente ficar dengosa. Ah, que o som era lindo demais de se ouvir.

Fitei-o, agora sentado na calçada, com aqueles fios loiros todos bagunçados enquanto me fitava com graça.

Por que ele é tão bonito?

— Você não mudou nada, Jeongguk-ah. — ah que aquele “Jeongguk-ah” ainda me mataria.

Isso quer dizer que ainda sou lerdo?

— Desculpa.

— Por que está se desculpando?

— Sei lá. — murmurei. — Você riu demais de mim. Vou ficar traumatizado.

Pfft… É que sua timidez é engraçada. — sorriu, de novo, Jimin estava sorrindo de novo. — Você é tão fofo.

Ofeguei, fitando o chão enquanto apertava a alça da minha mochila. Meu coração estava disparado, tanto que eu pensei que ia morrer, ou chorar, ou desmaiar porque aquilo era tenso demais e, me perguntei se um dia eu pararia de me sentir assim perto de Park Jimin.

— Hum… — suspirei meio bravo, me aconchegando ao seu lado novamente. — Bem, eu...

Suspirei olhando sua mão segurar a minha e, após usar os dedos para abrir um dos meus punhos fechados, Jimin deixou seu celular desbloqueado na minha palma.

— Por favor, me passe seu número.

Ah... o quê?

— Quê? Sério que você quer? — olhei seu rosto, eu não tinha reação, sério.

Afinal, por que alguém como ele iria querer o meu número?

— Jeongguk-ah, por favor, me passe seu número. — repetiu e entendi que ele não iria me dar satisfações. Apenas clicou na tela e sorriu pequeno, olhando para o meu rosto.

Engoli em seco e sorri trêmulo, digitando breve e certo o meu número em seu celular, sentindo sua respiração perto. Não sabia se ele estava próximo demais ou se o frio causava aquela sensação. Só sei que estava nervoso, mas muito… Muito feliz.

— Hum… — sorriu alegre para seu celular. — Agora sim. Quando eu precisar de achocolatado, vou te ligar. — então ele riu baixinho e me lembrei do acontecimento, semana passada, rindo com ele. — Brincadeira. Se você quiser me ligar… Me ligue. — e então deu de ombros, olhando para o lado oposto do meu e aproveitei isso para olhar um pouco mais para seus cabelos loiros. — Digo… Eu mandei uma mensagem, então meu número está no seu telefone também.

Eu iria respondê-lo quando uma moto parou bem na nossa frente e fomos interrompidos. Suspirei surpreso e vi o tio Minhyuk tirar o capacete, me olhando.

— Jeongguk! Sua mãe está desesperada atrás de você! — disse, até olhar Jimin. — E aí, garoto.

— Oi… — Jimin disse tímido. — Então…

Me levantei e pouco antes de subir na moto do meu tio, olhei para o Park.

— Eu te ligo. — falei, dando um meio sorriso torto e provavelmente muito esquisito.

Então Jimin me fitou de volta.

— Sim. Me liga.

E quando me segurei na moto, me peguei sorrindo e rindo aliviado. Porque eu tinha conseguido me explicar. Porque Jimin era sim gentil o bastante para ser compreensível não só uma, mas duas vezes.

E eu estava fascinado por isso.

[…]

O teto me parecia muito comum e familiar. Ele era realmente familiar. Talvez seja porque eu olhava para ele há quase oito anos. Só agora o notei de verdade, talvez seja porque não paro de olhá-lo. Um monte de ponto de interrogação para isto que eu acabei de pensar. Na real, eu nem tenho mais controle dos meus pensamentos, já faz um tempo desde que eles eram comuns. Minha cabeça está borbulhando em ideias.

— No que você tanto pensa? Suas bochechas estão coradas.

Olhei para Tae, sentado na minha cama com o celular em suas mãos.

Havia chegado em casa e   após tomar um banho quente, ganhar umas bronca dos meus pais que, como sempre, se preocuparam demais, me deitei na cama com o Tae e voltei a pensar. Era um pensamento bom.

Finalmente.

— Estou pensando no Jimin, Taehyung.

Seus olhos piscaram um par de vezes e sua expressão suavizou. Só eu sei o quanto Taehyung gosta quando eu penso demais em algum garoto, em certo alguém. Tae é um romântico moderno. Acredita que paixão é simplesmente o porquê de estarmos vivos, inclusive afirma não poder viver sem o amor, lê-se Jung Hoseok. Então gostava muito quando eu me mostrava interessado em alguém, ele ficava muito feliz, tipo, muito mesmo. Eu apenas me interessei por duas pessoas nos últimos dois anos, um era um garoto de cabelos azuis muito bonito que vimos no cinema e o segundo, é Park Jimin.

Digo… Não que eu esteja interessado. Eu só estava pensando nele.

Não estou querendo dizer que apenas porque acho Jimin lindo eu automaticamente irei querer tocar sua mão e trocar mensagens fofas, só que é exatamente isso que estou querendo dizer.

Merda.

Eu caí tão rápido, Park Jimin.

— Oh. — Tae sorriu pequeno, se jogando no colchão ao meu lado. — Jimin? Hum, você tem pensado muito nele?

— Tenho.

— Como?

— Não sei, eu só penso nele. — engoli em seco. — Conversei tanto com ele hoje e… Ele me entregou minha camisa. Mas ainda estou com a dele. — Tae já sabia sobre o acontecimento de sexta, na verdade, eu atualizava-o sempre.

— E…?

— E ele pediu meu número e comemos salgadinhos e o jeito que as bochechas dele mexiam quando ele mastigava era legal.

Tae deu risada.

— Como você é fofo, Jeongguk-ah. — seus dedos puxaram minha bochecha. — Minha nossa, você é um doce.

— Para com isso… — riu, retirando os dedos quando me levantei de supetão, batendo em minhas roupas recém-amassadas. — Por favor, só… Só não sai por aí espalhando sobre isso para todo mundo, tá? Por favor!

— Tá bom, mas o que vai fazer sobre isso? — eu me joguei na cadeira, Taehyung me seguiu e sentou-se ao meu lado.

O que ele estava dizendo? Não havia nada a se fazer.

— Eu ainda não sei, eu… Vou esperar ele ligar, ué. — o olhei. — Enfim, eu… Eu quero me distrair um pouco. Quer jogar alguma coisa?

— Eu jogo se…

Fomos interrompidos pelo grito alto que veio da sala, e pela voz fina e exagerada, soubemos que era a tia Taeyeon. Taehyung e eu nos olhamos e, após isso saímos do quarto para descobrir que merda havia acontecido para ela gritar daquele jeito.

O grito não foi de medo, me pareceu animado, e quando eu vi minha irmã pular sobre as costas dele e lhe abraçar com força, soube o porquê.

— Jin?


Notas Finais


playlist: https://open.spotify.com/user/nickuchanx/playlist/389snLNVQweLDQVpI9cEDQ
oi Jin te amo

como podemos ver hoje, jimin tem 2392398 identidades kkkk brinks
tô com sono bbs, até a próxima~
ah e pfv digam amém vianne

AMÉM VIANNE


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