Luna
– Gastón?
Gastón corre em sua direção e pula no seu colo. O que faz os dois caírem no chão rindo.
– Como você... — Gastón fala quando eles se levantam. Ele estava confuso. Muito confuso.
– Fui adotado! E por conhecidencia, o casal mora aqui em Buenos Aires. Na mesma casa que eu morava antes.
– Luna! — Gastón corre e me abraça também. Achei que ele nem se lembraria que Matteo tinha um anjo da guarda.
– Oi Gastón. — falo quando saímos do abraço. – Você cresceu pra caramba! — ele sorri.
– A Ámbar tem anjo da guarda também. Mas ela não sabe. Nina me contou. Ela disse que é daqueles que ela não pode ver. Em falar em Ámbar, ela vai pirar quando saber que você voltou. Vem! — Gaston pela Matteo pelo braço e saí correndo pelas ruas seguido de Matteo.
– Por que não contou que voltaria? — ouço uma voz atrás de mim e me viro pra ver quem é.
– Nina! — nos abraçamos. — Nem eu sabia que voltariamos, as coisas aconteceram muito rápido!
– Eu nem acredito amiga! — o sorriso dela só aumentava.
– Onde eles vão mesmo?
– Pra casa da Ámbar. Ainda se lembra dela?
– Da garota loira de olhos azuis a qual Gastón era apaixonado mesmo a garota sendo apaixonada por Matteo? — ela assenti rindo. — Sim, me lembro.
– Então vamos segui-los. — Já estava anoitecendo, não podíamos demorar. Nina pega minha mão e vamos voando até uma casa não muito longe. Atravessamos a porta e seguimos o barulho das vozes. Chegamos em uma sala muito bonita, onde os dois garotos estavam sentados em um dos sofás.
– Oi Gastón, o que você... — a menino começa a falar, mas logo trava e derruba uma caneca que estava segurando. A caneca quebrou e o líquido se espalhou pelo chão. — Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus! Acho que estou ficando louca...
– Olá Ámbar. — Matteo fala após se levantar juntamente com Gastón.
– Matteo! — ela corre até meu protegido e lhe da um abraço. Vejo um criatura com asas passar pela porta e olhar a situação com as sobrancelhas franzidas. Logo depois olha pra mim e Nina sorrindo e finalmente reconheço quem é.
– Simón?
– Olá Luna. — ele vem em nossa direção.
– Alguém pode me explicar?
– Simón virou anjo da guarda de Ámbar a dois anos. É uma missão especial também, só que ele ainda não sabe qual. Nesse tempo que você passou fora Gastón sofreu muito com a perda dos pais e do seu amigo. Ámbar era a única que o entendia, a amiga mais próxima, então de tanto ficaram próximos ele acabou passando a tristeza dele pra ela, o que fez ela ficar em desespero pois não aguentava mais ver o amigo triste. E foi nesse mesmo dia que Simón virou o anjo da guarda de Ámbar. Mesmo não sabendo sua missão, até hoje... Ano passado Ámbar começou a ver Gastón com outros olhos se é que me entende. Descobriu que Gastón sentia o mesmo e começaram um “namoro” escondido. Mas meses atrás eles se desentenderam, Gastón só a vê como amiga, e Ámbar também. E sobre o Simón, bom, ele protege a garota normalmente. Livrando ela de acidentes, mal acontecidos, coisas básicas. Simón me disse que a garota ainda é apaixonada por Matteo. Acredita que ela tem uma foto dele que guarda dentro da gaveta do criado-mudo? Ela já sonhou com esse reencontro!
– Uou, é muita informação pra um anjo só...
– Nina é exagerada Lu. Resumindo, eu não sei minha missão e Ámbar é apaixonada por Matteo.
– Obrigada. — Nina revira os olhos e volto minha atenção pras crianças.
Matteo
– Você mudou muito Ámbar. — falo quando me distancio dela. Ela estava realmente muito bonita, mas tenho que me lembrar de Gastón. Ele ainda era apaixonado por ela?
– Você também. — ela sorri e acabo retribuindo. Ela tinha um sorriso lindo, realmente não era mais a garotinha chata de dentes tortos que eu conhecia. — Mas me conta, como teletransportou pra cá? — fala quando nós nos sentamos.
– Fui adotado e tô morando na minha antiga casa.
– A que compraram a duas semanas? — Ámbar pergunta se virando pra Gastón. O mesmo assenti.
– Sim. — meu amigo estava com um sorriso enorme no rosto. Não parecia estar triste pelo fato de Ámbar mal ter dado confiança pra ele.
– Meu Deus, tenho que mostrar pros meus pais que você voltou!
– Pode ficar pra outro dia? Tenho que ir pra casa agora. — não tinha que ir embora, só não queria ver os pais da Ámbar. Por quê? Porque se a alguns anos eles ficavam me jogando pra cima dela, imagina hoje? A verdade é que eles sempre me acharam o “menino ideal” pra filha deles.
– Claro. Tudo bem.
– Eu vou também. Tchau Amb. — eu e Gastón nos levantamos.
– Então vou acompanha-los até a porta. — assenti com a cabeça e vamos até a porta. A Ámbar do passado não nos acompanharia até a porta. Parece que as pessoas mudam.
– Até mais. — acena e fecha a porta me deixando sozinho com Gastón. Começamos a andar na direção das nossas casas.
– Não sente mais nada por ela? — pergunto depois de minutos de silêncio.
– Não. Mas você sim.
– O que?
– Ah Matteo, desde criança tava escrito na sua testa que você gostava da Amb. E ela idem, tinha que ver como ela chorou quando você foi embora.
– Eu...
– Não fuja dos seus sentimentos Matteo. — olho na direção da voz e vejo Nina andando do meu lado.
– Olá Nina.
– Olá. Você cresceu muito. — ela sorri. Olhos pro lados e não vejo Luna.
– Cadê a Lu?
– Ali. — aponta pra uma nuvem um pouco mais a nossa frente. Com muito esforço pude ver ela sentada olhando pro céu.
– Gastón, pode desejar que eu voe?
– Hã? — o loiro olha pra ele com as sobrancelhas franzidas.
– Peça pra Nina fazer eu voar. Meu anjo da guarda tá lá em cima agora. — eles me olhavam incrédulos. — eu já fiz isso antes, Luna ne ensinou a voar quando eu pedia. Vai Gastón, só pedir pra eu ter asas. — Nina tinha ae acalmado, porém Gastón ainda achava o pedido ridículo, mas cedeu.
– Nina, quero que o Matteo tenha asas. — Nina assentiu (fez uns paranaue com as mãos e falou umas palavras estranhas lá) e me fez ficar com asas.
– Obrigado. — dou impulso e vôo na direção da nuvem. Luna estava distraída sentada enquanto olhava as estrelas. Percebi esse costume dela quando estávamos no orfanato. Me aproximo sem fazer barulho e me sento do lado dela.
– A noite tá linda né? — falo pra chamar sua atenção e ela olha pra mim sorrindo.
– Ela sempre está linda. — falou e voltou a olhar pra cima.
– Sabe, percebi no orfanato que você sempre tem essa mania de se sentar e ficar olhando o céu durante a noite. Por que faz isso se sempre está no céu todos os dias?
– Sei que moro perto do céu, mas toda vez que olho pra ele não consigo mais parar, é como se ele fosse um imã que atrai meus olhos pra olha-lo. Sei lá... — fala sem me encarar.
– Mesmo se tiver uma noite nublada?
– Só vir pras nuvens, da pra ver melhor. — ela se deita e eu vou junto. — Sabe Matteo, toda vez que um anjo nasce, o céu ganha uma estrela. Aquela é a minha. — aponta pra estrela afastada das outras, com pouco brilho. Estreito os olhos.
– Por que logo aquela? É tão... Sem graça. — ela sorri de lado.
– Elas crescem conforme os anjos vão crescendo. Quer dizer, não que quando eu fizer mais um ano de vida ela vai brilhar mais, só que crescer espiritualmente.
– Anjos usam palavras difíceis. — lembrou da frase de Gastón e Luna riu.
– Um dia você vai entender. — ela deita a cabeça no meu peito e me abraça pela cintura ainda olhando pro céu. Passo o braço pelos seus ombros e olho pro céu na novamente.
– Eu também quero uma estrela. Deve ter alguma sem dono, não é?
– Aquelas ali. — aponta pra outras estrelas sem brilho também.
– Mas eu quero uma grande, com muito brilho.
– Ela vai crescer conforme você crescer também.
– As estrelas tem nomes?
– Alguns colocam nome.
– O nome da minha vai ser Luna. — ela olha pra mim.
– Duas luas em um céu?
– Sim. Só que a minha vai crescer tanto que vai ficar maior do que a Lua. Vai ser a melhor de todas!
– Você é um mauricinho exibido que quer ser melhor que todos, acho que vou pegar sua estrela de volta.
– Ela vai crescer tanto que vai ocupar o céu inteirinho! — falo não dando atenção ao que a Luna falou e ela revira os olhos rindo.
– Vamos pra casa Matt. — por incrível que pareça, não me incomodei. Achei até bonito aquele palavra saindo da boca dela
Descemos da nuvem, e como eu já imaginava, Gastón e Nina já não estavam lá. Luna tira minha asas mesmo sem eu pedir e vamos caminhando até minha casa. Entro e Tini estava sentada no sofá da sala com Jorge assistindo televisão.
– Boa noite. — Cumprimento. Martina olha pra e sorri, Jorge faz o mesmo.
– A comida está na mesa, vai querer jantar?
– Não, não. Obrigado. Vou subir, tomar um banho e dormir.
– Ok. — subo as escadas acompanhado de Luna e vou pro meu quarto onde um colchão, travesseiros e cobertores estavam.
Pego uma toalha pendurada na janela, meu pijama e tomo banho logo depois voltando pro quarto. Luna estava de novo olhando pro céu.
– Tão rápido... — pude ouvir ela sussurrar enquanto chegava perto dela.
– O que? — ela olha pra mim, mas logo volta a olhar pro céu apontando pra sua estrela. Espera, por quê ela ficou tão brilhante de uma hora pra outra?
– Isso é raro, a uma hora atrás ela não estava assim.
– Pra mim ela está linda. — falo sem tirar os olhos do céu.
– É. Mas isso só acontece quando... — ela para de falar e arregala os olhos.
– Quando?
– Nada, bobagem a minha. — volta a olhar pro céu. Ficamos ali por minutos até eu quebrar o silêncio.
– A noite está linda, né? — repeti.
– Sim...
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