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História Meu bem - Chuva de Prata


Escrita por: 1HoneyBaby2

Notas do Autor


Desculpa a demora, eu estava sem computador. Estou num processo de fazer ele funcionar de vez em quando. Outro processo é o da criação, que parece cada vez mais difícil. Mas estou indo, aos poucos. Obrigada por lerem.

Capítulo 3 - Chuva de Prata


Descíamos a Niemeyer agarradas em honey baby como a vida, o vento abafado do Rio varrendo o céu e nos deixando leves. O infinito passava por nós e sorria, sabendo que ali possuíamos o mundo inteiro. A cidade testemunhava nossa excitação e parecia preparar o cenário perfeito somente para nossa contemplação. Era bonito. Era poético. Na areia da praia vazia fizemos nosso cantinho, observadas pelo céu e nada mais; que honra para ele testemunhar nosso encontro disfarçado. Estávamos vivas, alegres, celebrando o ser mulher, o ser cantora, possuindo nossa verdade e nos deixando ser possuídas pela vaidade de ser o que éramos.

Sentindo o toque morno da areia sob o pano de linho, eu observava o cigarro naquela mão fina de dedos esguios e me sentia a própria chama: queimando e queimando nos lábios daquela mulher. Nunca fui fã de cigarro, mas aquele apelo sexual do treco me atingia e muito, o jeito que Betha tragava devagar (feito francês, ela disse) e soltava olhando para o mar era indecente e incandescente. Logo foi um, enquanto ela bebericava o que restara do Gin da noite anterior. Quando a chama do segundo surgiu, logo veio o suave brilho do sol, que decidira que era hora de despertar. Ele não subiu de uma vez, estava escondido, saudando lentamente o céu, a terra e a pele de Bethânia que reluzia feito ouro líquido. Que lindo banhar à vista de meus olhos. A timidez do Astro fazia par com a minha, pois apesar de tudo eu ainda segurava as rédeas de meus prazeres quando estava com ela, como se algo em mim se curvasse a segurança sensual que ela emanava. Bobagem minha, vivia dizendo. Bobagem ou não, eu era desarmada com frequência e, por mais que tentasse esconder, sabia que ela percebia e ficava muito satisfeita consigo mesma. Orgulhosa como era, não havia como rebater.

         Perdida em meus devaneios, não ouvi quando ela me ofereceu o último gole de Gin. Pensei em recusar porque o sol nascendo era um indicador de que eu não deveria beber, mas algo no olhar que ela me direcionava me deteve. A oferta era uma provocação. De certa forma, agora sabia ler suas expressões como lia um romance de Alencar. Estendi o braço para tomar a oferenda e junto a ela veio a mão cheia de dedos, fechada como uma pulseira em torno de meu punho. O toque dela se demorava em cada detalhe, os olhos acompanhavam fotografando em luz e cor, e ambos subiam e subiam um tantinho mais. E então ela veio com aquele sorriso preguiçoso, de malícia disfarçada, sabendo bem o que podia causar, sabendo que seu anseio impregnado em cada centímetro de pele me acenderia como um braseiro, que o cheiro de mar se misturava em sua pele criando um perfume único. Certeira como só ela, veio feito pássaro pousar em meus braços, afundando o rosto em meu pescoço, me roubando o ar, me chamando de nomes que só ela sabia, que só ela podia. Ali derretemos. Como o sol invadia o dia ela me invadia também, com o mesmo calor. Era uma carícia imperativa, necessitada, como se a existência começasse e terminasse ali. Minhas pernas abertas eram como dunas no deserto, subindo e descendo em conformidade a tremulação dos ventos, balançando o peito num prazer conflituoso que escorria pelas coxas. Eu arfava buscando minha voz, buscando palavras que morriam em forma de sussurros em minha boca. Canta pra mim, baby, ela pedia naquela voz impossivelmente grave, de uma forma que eu não podia negar, num momento que eu não conseguia pensar. Seu toque era tão forte e tão carnal que eu me banhava, me deleitava e me esquecia.

E cantava. Cantava do jeito que ela queria. 


Notas Finais


Isso foi inesperado.
Até breve.


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