História Meu Caipira Arrogante - Imagine Jeon Jungkook - Capítulo 03

Jeon Jungkook

— Boa noite — cumprimentei a recepcionista e saí da pousada, a caminho da minha fazenda.

Como não era longe, consegui chegar de carro em casa em menos de vinte minutos. Lá, pude ver Taehyung saindo da sua caminhonete, sorri e comecei a andar até ele, mas parei.

O ambiente ficou mais quente ao reconhecer S/N saindo do automóvel. Cerrei os punhos, comecei a andar no caminho oposto dos dormitórios, em que meus funcionários dormiam, e entrei na minha casa.

No dia seguinte, acordei disposto a trabalhar, precisava tirar algumas coisas da minha cabeça, me distrair um pouco. Me arrumei e antes de sair de casa, peguei o meu chapéu pendurado atrás da porta.

Quando a abri, dei de cara com Taehyung, que estava arrumando a roupa, provavelmente antes de bater na porta.

— Taehyung? O que faz aqui?

— Senhor, temos um problema.

— Qual?

— Parece que a gasolina que íamos usar para encher o tanque do trator sumiu.

— Você procurou direito? — perguntei começando a ficar preocupado.

— Sim, pedi até a ajuda para outras pessoas procurarem, mas ninguém achou.

— Onde você tinha deixado ele?

— No lado do trator. Eles geralmente ficam no pasto de milho.

— Isso foi hoje? — perguntei saindo de casa e trancando a porta.

— Ontem à tarde.

— Certo, a partir de agora eu não quero mais ver nenhum trator parado sem que um funcionário de confiança esteja perto — dizia apontando a mão para o rosto dele, que apenas concordava com a cabeça. — Sem contar que quero que você fale com todos os que estavam trabalhando na área em que estava o trator. Sei que é só um galão cheio de gasolina, mas não aceito furtos pelas minhas terras.

— Claro.

— E providencie gasolina para o trator.

— Já cuidamos disso. Só avisei porque sei como o senhor não tolera esse tipo de comportamento.

Não suporto quando as pessoas roubam. Mas todo mundo merece uma segunda chance, ainda mais esse ladrão de gasolina.

— Certo.

O deixei ali sozinho e fui até o campo onde treino os meus cavalos. O meu maior passatempo é treinar esses animais, sem contar que depois eu consigo vendê-los por um preço ótimo.

Reparei que a grama estava muito alta, fui até o estábulo e peguei o cortador de grama, logo voltando para onde estava, começando a trabalhar. Hoje o tempo estava extremamente quente e abafado. Desabotoei a minha camisa e a joguei em qualquer lugar. Liguei o cortador e comecei a andar empurrando-o.

S/n Collins

A noite com Taehyung foi agradável, os amigos dele foram super gentis e a comida estava ótima. Nós conversamos e demos altas risadas, foi realmente muito divertido. As pessoas daqui são muito alegres, eu gosto disso, me faz lembrar da minha cidade natal.

Subi o zíper da minha bota, peguei um anel no meu porta joias e uma bolsa com os meus pertences, logo saí do quarto, indo para o andar de baixo da pousada. Fiz um prato pro café da manhã e me sentei em uma mesa.

Quando terminei, fui até a recepção, onde uma moça me recebeu com um sorriso no rosto.

— Oi, bom dia. Queria saber onde tem posto de gasolina por aqui.

— Senhora, eu sou nova por aqui, mas você pode perguntar pro Jungkook, ele sabe tudo aqui na palma da mão. — A moça respondeu simpática.

— Obrigada.

Agradeci e fui até o meu carro, onde eu entrei e o liguei. Tinha pouca gasolina, mas acho que o suficiente para ir e voltar da fazenda de Jeon.

Quando cheguei em frente a casa dele, bati três vezes, ninguém me atendeu. Depois da terceira tentativa, resolvi desistir e procurar outra pessoa. Coloquei a mão em cima dos olhos, fazendo sombra para que eu pudesse enxergar melhor. Mais à frente, encontrei um homem, que empurrava um cortador de grama.

Andei até ele e quando estava relativamente perto, parei. O homem estava de costas e sem camisa. Suas costas eram musculosas e o suor deixava o seu corpo ainda mais bonito. Sorri sapeca. Que cowboy bonito.

Quando se virou para a minha direção, tive a visão privilegiada de seu peito musculoso e abdômen definido. Coloquei o dedo na boca, entre os meus dentes, observando a cena, totalmente entretida.

Ele levantou a cabeça e o chapéu de vaqueiro. Não pode ser.

— Mas que mer...

— S/n?

Jungkook me interrompeu de dizer o palavrão.

— O que faz aqui? — perguntou desligando o cortador.

— Eu? Nada... — respondi desfocada, o observando enquanto andava até mim.

As gotas de suor escorriam enquanto ele caminhava, me fazendo passar a língua entre os lábios. Balancei a cabeça, me livrando dos pensamentos impuros e voltando a prestar atenção no rosto dele.

— Veio aqui só para não dizer nada? — perguntou confuso.

— O quê? Não! — Franzi as sobrancelhas. — Que besteira, por que eu viria aqui por nada? Isso não faz sentido!

— S/n, foi você que disse isso! Acorda, garota! — Estalou os dedos na frente dos meus olhos, que estavam preocupados demais olhando como o seu pomo de Adão mexia conforme ele falava. — S/n, eu sei que sou lindo, mas não precisa de muito.

Saí de meus devaneios ao ouvir o que disse. Esse homem é uma tremenda distração. Olhei para o campo, procurava olhar para qualquer lugar que não seja esse cara completamente bem trabalhado.

— Enfim, eu vim aqui para te perguntar se tem algum posto de gasolina por aqui.

— Tem sim, é no...

Parou de falar assim que coloquei o cabelo para trás da minha orelha. Em um movimento rápido, Jungkook pegou a minha mão e tirou o anel que eu usava.

— Ei! Esse é o meu anel! — reclamei enquanto ele analisava o objeto na mão.

— Seu anel? — Voltou a me olhar. — Esse anel é meu! Tem até o meu nome aqui dentro.

Apontou para a parte de dentro do anel que eu roubei ontem. Abri a boca espantada, como eu pude ser tão descuidada assim?! Devo ter pego o anel errado no meu porta joias.

Tentei arranjar algum argumento, enquanto ele me olhava cruzando os braços, esperando uma resposta. Meu olhar desceu até os seus braços cheios de veias saltadas. Virei para o lado de novo, procurando nunca mais olhar para aquele corpo. Como algo pode hipnotizar tanto?!

— Olha... eu posso explicar.

— Não, você não pode. Eu achava que tinha perdido ele, mas não! Você roubou o meu anel! E olhe para mim enquanto eu estiver falando contigo! — brigou impaciente.

Bufei irritada e me virei para ele. Sempre vidrada em seus olhos, para que não me distraia mais uma vez.

— Sim! Sim, eu roubei o seu anel! E aí? O que você vai fazer?

— Não me desafie, garota. Eu vou te entregar, isso sim! — disse convicto e começou a andar em direção a sua casa.

— Não! Não pode fazer isso! — Segurei em seu braço, o fazendo parar de andar. — Meu Deus... — murmurei enquanto apertava o seu bíceps forte.

— S/n, me solta. Você não manda em mim! — Ele puxou o seu braço, se soltando e voltando a andar.

— Não! Por favor! — Fui até a sua frente e coloquei as minhas duas mãos em seu peitoral, finalmente o parando.

Sequei as mãos no tecido da minha calça e continuei:

— O que você quer? Dinheiro? Eu tenho dinheiro! Quanto você quer?

— Isso não se trata de dinheiro, se trata de caráter, S/n!

— Ok, mas o que eu posso fazer para você não me entregar? — perguntei desesperada. Estava prestes a me ajoelhar na frente dele e implorar pelo seu perdão.

Jungkook ficou dois segundos pensando.

— Eu posso te dar uma chance.

— O que você quiser. — Sorri aberto. Tudo era melhor que a cadeia.

— Você vai ter que parar de roubar e começar a trabalhar para mim.

Desfiz o meu sorriso e o olhei desacreditada.

— Aqui? — Apontei para o lugar em volta. — Está de brincadeira, né?

— É isso ou a cadeia. O que você prefere? — Fiquei quieta, pensando no que iria fazer. — Temos um acordo? — Ele cuspiu na própria mão e a estendeu para mim, oferecendo um aperto de mão.

O olhei com uma cara de nojo e apertei a sua mão.

— Temos um acordo — disse com a voz falha, por achar o gesto completamente nojento.

Trabalhar em uma fazenda não deve ser tão ruim assim... ou deve?