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História Meu Caminho para a Luz - Contato


Escrita por: Nathymaki

Notas do Autor


Yoo minna!
Capítulo imenso pra compensar! Alguém vai ter coragem de ler isso?
( ͡° ͜ʖ ͡°)
Boa Leitura!

Capítulo 30 - Contato


Fanfic / Fanfiction Meu Caminho para a Luz - Contato

- Happy! – Natsu gritou da porta – Olha só quem vai morar conosco. - O gatinho azul correu ao ver o dono colocar uma gatinha branca com cuidado no chão. Seu nome era Charles e ela fazia parte do pacote "encontre um e leve dois". Aparentemente Wendy a encontrara em uma lixeira e cuidara dela desde então. A gatinha também se apegara a menina, os arranhões nos braços de Natsu provavam isso. Ela havia tentado - com unhas e dentes - proteger sua dona de ser levada por dois estranhos e só Wendy conseguira acalmá -la o suficiente para trazê-la conosco.

- Essa é a sua casa? – a azulada perguntou timidamente.

- Essa é a sua casa agora. - corrigiu ele gentilmente ganhando um abraço de pura felicidade. Fiz bico, havia convidado Wendy para morar comigo, mas ela se afeiçoara a Natsu de um jeito muito forte, talvez pelo fato de ambos terem os pais desaparecidos misteriosamente, e Natsu prometera cuidar dela. HÁ! Como se ele pudesse cuidar de alguém, nem de si mesmo ele cuidava! Ele percebeu o meu jeito e me puxou pela cintura para mais perto. - Não está com ciúmes, não é? - sorriu maliciosamente me fazendo corar.

- N... Não... – gaguejei. Ele riu e me beijou. – Natsu, temos crianças aqui...

- Eu não ligo, podem continuar. – Wendy falou calmamente nos olhando como se fosse um programa de televisão interessante.

- Ouviu a menina. – ele riu no meu ouvido. Afastei-me constrangida.

- Bem, eu vou indo, acho que vocês vão precisar de um tempo para se ajustar. – acenei da porta. – A gente se vê amanhã! – desci os degraus com o pensamento longe. Fora mesmo muita sorte termos encontrado Wendy antes que algo mais sério acontecesse. Ela era como o nosso ponto de união, o local onde nossas infâncias se tocavam, a minha nas ruas da cidade, e a dele com o pai desaparecido. Ao contrário deles, eu ainda tinha o meu pai, e o detestava. Mas, vendo como Natsu e Wendy agiam, talvez fosse hora de deixar o passado para trás e tentar recomeçar.

Porém era difícil esquecer todos aqueles anos, era difícil aceitar tudo que ele já havia feito, só a lembrança doía. Antes que eu percebesse que havia alguém me seguindo, dois braços fortes me agarraram e eu encarei o homem de paletó marrom que me encarava.

- Pai. - falei com toda a calma do mundo, o que parecia ser impossível em uma situação como essa. Ele apenas me encarou com desprezo, como sempre encarava. Nada havia mudado. - Como me encontrou?

- Isso não foi nada. Meus seguranças a tem seguido por toda a cidade. - seu tom continuava o mesmo, ignorante e levemente irritado. - Agora venha, você voltará comigo. - as palavras ecoaram na minha mente enquanto ele me arrastava. "Voltar?". Todas as lembranças dolorosas vieram com força e eu finalmente me recuperei do choque.

- Não. - Forcei meus braços me soltando do seu aperto. - Eu não vou voltar para aquela vida. Nunca! - me afastei dele,  os olhos faiscando de raiva. E pensar que eu achei que pudesse ser diferente, como se ele pudesse mudar. Eu devia estar louca se pensava que pudesse dar certo. - Onde estão os seus preciosos seguranças agora? – gritei. - Por que não os manda me perseguir novamente?

- Eles estão ocupados vigiando a casa dos seus amigos. - paralisei.

- O quê?

- É isso mesmo que você ouviu. - um sorriso maldoso surgiu em seu rosto ao ver a minha reação - Ou você para com essa loucura e volta para casa, ou eu irei destruir aquela sua escola e todos os que lá estudam pedacinho por pedacinho, a começar com aqueles que você chama de amigos. E você não poderá fazer nada a não ser assistir a desgraça e a ruína de cada um deles sabendo que tudo foi por sua culpa. - meu coração martelava descompassadamenteno peito. "Por quê?" Era a única coisa que minha mente conseguia pensar.

- Você... você é o pior... - falei. Podia sentir as lágrimas chegando, mas a raiva queimava mais forte.

- Você tem uma semana. Se até lá eu não receber uma resposta se prepare para o pior. - ele se afastou me deixando parada no mesmo lugar. - Uma semana! - repetiu e sumiu de vista. Meus joelhos amolecerem e eu escorreguei para o chão. E agora, o que eu faria? Minha felicidade ou a vida dos meus amigos. Eu precisava decidir.

***

Depois de uma noite em claro, fui a casa de Natsu como havia prometido. Eu estava preocupada, e se ele percebesse algo diferente? Parei em frente à porta, respirei fundo e, colocando umenorme sorriso no rosto, bati.

- Oi Natsu! - falei com falsa animação - Vim buscar a Wendy para um dia de compras, afinal, ela não pode vestir as minhas roupas para sempre. - apontei para a garota que usava um dosmeus vestidos folgado de mas para ela. Natsu me encarou, a testa franzida como se ele notasse que algo estava errado. Desviei os olhos e me abaixei para falar com a pequena. - Então, você quer vir?

-  Eu posso? - ela olhou para Natsu,que agora agia como um irmão mais velho,com os olhos brilhantes e apelativos. Ele assentiu distraidamente, como se ainda estivesse pensandoem outra coisa. - Oba! - ela comemorou.

- Então vamos. - estendi a mão que ela agarrou prontamente.

- Até mais, nii-san. - se despediu.

- Não se preocupe, ela ficará bem. – falei, mas, antes que pudesse sair, ele agarrou minha mão encarando meus olhos.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou. Senti um arrepio subir pelas minhas costas. Eu sabia que ele perceberia, me conhecia muito bem.

– Não se preocupe, não foi nada. - sorri e o beijei, ele não parecia ter se convencido. Puxei Wendy em direção a escada. - Voltamos logo. - prometi.

Foi muito divertido assistir às reações de Wendy quando chegamos ao shopping. Depois de dois anos afastada da sociedade, ela finalmente se via livre, como uma criança deveria ser. Sua cabeça se voltava em todas as direções absorvendo todos os detalhes. Em um determinado momento, ela se virou para me encarar com um sorriso de pura felicidade estampado no rosto. Retribuí o sorriso enquanto meu coração se apertava dolorosamente no peito.

- Primeiro, as roupas. - falei conduzindo-a para uma loja de roupas infantis. - Depois, eu tenho uma surpresa. - pisquei travessa para ela. Entramos na loja e eu a deixei livre para escolher o que quisesse, ainda tinha algum dinheiro sobrando da quantia que eu roubara do meu quarto, então não seria problema, mas eu precisava arrumar um trabalho em breve se ainda quisesse continuar comendo e vivendo sob um teto. Enquanto esperava,  deixei minha mente vagar em direção ao problema que eu agora tinha em mãos.

Amaldiçoei meu pai com todas as pragas que existiam, ele já sabia o que eu escolheria antes mesmo de fazer a a ameaça, já tinha ganho o jogo antes mesmo dele começar. Ele sabia que, entre eu e os meus amigos, eu não teria dúvidas, não seria egoísta a ponto de escolher a mim mesma. Os outros haviam me salvado e me dado uma nova família quando eu estava sem, e, se eu pudesse retribuir e salva-los do memso jeito, eu faria.

- Lucy-san! - a voz de Wendy me trouxe de volta, ela me encarava preocupada. - Eu sei que aconteceu alguma coisa, aprendi a deduzir as pessoas só pela sua expressão, então, se não quiser continuar, eu vou entender. - acariciei seus cabelos e sorri.

- Não se preocupe, não foi nada de mais. Só guarde isso por enquanto, o Natsu já tem muito com o que se preocupar. - ela assentiu. - A propósito, esse ficou muito bonito. - apontei para o vestido amarelo e azul que ela usava. A azulada sorriu e me puxou para escolher as roupas com ela.

Já era quase hora do almoço quando saímos da loja carregando sacolas e mais sacolas de roupas.

- Isso não é exagero? - ela perguntou e eu neguei.

- Não chega nem perto. Além do mais, você merece, considere como o meu presente. - ela sorriu. - Agora vamos, eu disse que tinha uma surpresa, não foi? - a levei para uma sorveteira,  mas não uma sorveteira qualquer. Por umpequeno  valor pago, ao entrar, você poderia tomar todo o sorvete que pudesse aguentar além de desfrutar de todos os brinquedos disponíveis - e não eram poucos, viu. Ficamos lá o restante da tarde e, tenho que admitir, depois de me empanturrar de sorvete, o meu humor estava muito melhor. voltamos para o apartamento de Natsu rindo e relembrando as minhas espetaculares quedas no sorvete que eu havia derramado, o placa estava: sorvete 20 × Lucy 0 e isso era bem humilhante. Vencida por um sorvete, onde eu havia chegado? Natsu abriu a porta ao ouvir nossas risadas, ele parecia bem zangado.

- Isso é um " voltamos logo"? - perguntou.

- Não seja chato, Natsu. Só estávamos nos divertindo um pouco. - entrei no apartamento e guardei as sacolas  o quarto que agora pertencia a Wendy.

- Sinto muito nii-san, mas a Lucy-san me levou para tomar sorvete, foi muito legal! - ela sorriu.

- Sei, sei, aposto que foi. Agora já pro banho. - ele fingiu ainda estar com raiva, pisquei para ela antes de sair.

- Só porque ela te chama de nii-san não quer dizer que você tenha que agir como um. - ele revirou os olhos e enlaçou minha cintura. - Mas tenho que admitir que você fica muito fofo. - sussurrei colando nossos lábios mas me afastando logo em seguida. Ele me olhou interrogativamente, mas eu apenas sorri e me soltei dos seus braços pegando minha bolsa e indo para a porta. – Você está de castigo por ser um irmão tão chato. - ri de sua expressão, apesar do motivo para o afastamento ser outro, eu precisava manter uma expressão descontraída. - Até amanhã. - acenei e saí. Voltei para o meu apartamento pensando em um modo de afastar Natsu sem magoá-lo,se eu fosse mesmo voltar, precisava encontrar um meio de fazer isso.

***

No dia seguinte, esperei Natsu descer para irmos a escola junto como os demais dias, mas, para minha surpresa, a única pessoa que apareceu foi Wendy.

- Bom dia Lucy-san. - cumprimentou sorrindo, notei que ela estava usando o uniforme da Fairy Tail.

- Bom dia. Onde está o Natsu?

- O nii-san disse que não estava se sentindo bem, por isso pediu que você me levasse a escola hoje. - olhei preocupada para a janela do apartamento dele, o que será que tinha acontecido? - Ele também disse que fez ontem a minha matrícula e que... - ela corou - e que nada desse errado no meu primeiro dia. - Suspirei, ele estava se tornando superprotetor demais.

- Então, vamos? - ela assentiu. Olhei uma última vez para a janela e comecei a andar em direção à escola. Quando chegamos, Erza e Levy já nos esperavam no portão.

- Bom dia. - falaram juntas.

- Bom dia. - eu e Wendy respondemos. Elas encararam a azulada mais nova curiosas. - Pois é gente, essa é a nova irmãzinha do Natsu, Wendy Marvell. - acho que devoter falado muito alto pois logo uma roda de pessoas cercou a pequena fazendo montes e montes de perguntas. Com a ajuda das garotas conseguimos tirá-la de lá e levá-la para a sua sala.

- Então, por que o Natsu não veio? - a ruiva perguntou.

- Ele está doente. - respondi no mesmo tom, mas eu sabia que ela podia ver a preocupação nos meus olhos.

- Então Wendy, - Erza se voltou para a garota que nos acompanhava silenciosamente. - o que acha de visitar o meu apartamento e da Levy? Podemos comer bolo de morango! - eu ri, claro que o bolo tinha que estar envolvido de algum jeito. - Assim a Lucy fica mais tranquila e pode cuidar do seu irmão e amanhã ele já estará novinho. - Wendy olhou para mim.

- Você pode fazê - lo melhorar? - perguntou.

- Eu posso tentar. - falei olhando agradecida para a ruiva que sorria diante a preocupação da garota com o novo irmão que nem conhecia direito.

- Então eu quero. Adoro bolo de morango! - eu ri.

- Essa é das minhas. - Erza sorriu afagando os cabelos da pequena.

- Muito bem Wendy, chegamos. - paramos em frente a porta de sua nova sala e eu me inclinei para falar. - Tenha uma boa aula e esqueça tudo que o seu irmão lhe disse, apenas se divirta. - sorri - Voltamos mais tarde para lhe buscar. Tchau! - acenei para ela que retribuiu e entrou na sala. Quando já estávamos longe, Levy se virou para mim.

- Então, vai nos contar o que aconteceu? - assenti e narrei a elas nossa pequena excursão em busca do pai de Natsu (pulando algumas partes desnecessárias, claro, como os meus sustos, por exemplo). Contei também a história de Wendy e tudo pelo que ela havia passado entre sussurros durante a aula. Ao fim, elas estavam como eu havia ficado, odiando a crueldade desse mundo que forçava as pessoas a passarem pelo que não deviam. Antes que eu me dessem conta, as aulas já haviam terminado, porém o professor nos detivera um pouco em função de um aviso importante.

- Como vocês estão um pouco distraídos, - ele olhou na minha direção e das garotas - vou dar algo em que pensarem durante a semana. A escola estará realizando um evento muito importante e que será divulgado em breve. Para isso, vamos precisar da colaboração de todos. Muito bem, estão dispensados. - todos correram em direção à saída.

- O que você acha que é, Erza? - perguntei,  como ela era uma líder de sala talvez soubesse de algum detalhe a mais.

- Não sei, mas vai ser uma coisa grande e importante. - ela fez uma pausa. - Falando em coisas importantes, você não devia estar indo cuidar do Natsu, não?  Não se preocupe com a Wendy, nos vamos cuidar dela.

- Se ela não virar uma bola depois de comer tanto bolo. - falei para mim mesma - Obrigada. - agradeci a elas e voltei correndo para o apartamento dele. Bati na porta, mas não obtive resposta. Testei a maçaneta e tive sorte, estava aberta.  - Natsu? - chamei, localizado - o sentado em uma das poltronas de olhos fechados.Me aproximei devagar sentindo,  mesmo ainda um pouco longe, o calor que emanava de seu corpo. Seus olhos continuaram fechados, será que estava dormindo? Mas e aquele calor sufocante, como ele estava aguentando?- Natsu, está tudo bem? - encostei minha testa na dele sentindo sua pele queimar sob a minha. - Meu Deus, você está queimando.

- Não é nada. -  ele finalmente falou, sussurrando fracamente. – Estou acostumado com o calor. - disse abrindo os olhos que estavam escuros e sem vida.

-  Calor? Você está a ponto de explodir! - exclamei incrédula - Vem, vai para a cama descansar um pouco,  tenho certeza de que deve estar com frio com toda essa febre. - O puxei pelo quarto ainda sentindo o calor sufocante que vinha dele. - Se deite um pouco, eu vou preparar alguma coisa pra você comer quando acordar. - Antes que eu pudesse dar um passo, seu braço envolveu minha cintura e eu caí sentada esclarecer seu colo.

- Fica aqui comigo. – sussurrou  no meu ouvido. - Não me deixe sozinho. - meu coração apertou, ele estava realmente muito mal, mas eu não podia ficar, não depois daquele aviso, não queria mais ninguém correndo perigo por minha culpa. Precisava me afastar de todos, porém faltava - me coragem para tal. - Por favor. -  pediu acabando com toda e qualquer resistência que eu viesse a ter. Assenti com a cabeça e ele nos puxou para debaixo das cobertas, seu braço ainda envolvendo minha cintura, colando nossos corpos até que o calor do corpo dele também passasse para o meu.

- Natsu... - comeceia dizer, mas ele me calou.

- Shh... Não diga mais nada. - seus lábios sussurram encostados na curva do meu pescoço mandando arrepios pelo meu corpo. Sua outra mão passou a acariciar meus cabelos e face, trançando a curva dos meus lábios, enquanto a mão que estava na minha cintura passou às minhas coxas e foi subindo, apalpando meu bumbum e passando pela barriga parando em um dos seios que ele apertou gentilmente. Mordi os lábios para conter os sons que subiam pela minha garganta. - Luce... - sussurroufazendo cócegas na minha pele quente, seu nariz percorreu o meu pescoço subindo em direção a minha orelha a qual ele mordeu o lóbulo me fazendo apertar ainda mais os lábios. Virei um pouco o rosto para observar o dele e percebi os olhos escuros e sem vida cheios de malícia.

- Natsu... - tentei falar novamente, porém seus lábios me interromperam em um beijo febril. Suas mãos ainda massageavam os meus seios por cima da blusa e ele entrelaçou suas pernas nas minhas, o corpo completamente colado ao meu fazendo-o amolecer e se render as carícias. Eu queria continuar, me entregar completamente a ele, mas aquele não era o meu Natsu, fofo e gentil, a febre devia o estar fazendo delirar e perder o controle sobre si, como se houvesse algoadormecido dentro dele que agora despertava por completo. Nossos lábios se separaram e ele colou nossas testas de forma que apenas sua boca roçasse na minha. Eu queria desesperadamente beijá-lo, mas não podia continuar sabendo que aquele não era a pessoa que eu amava. Precisava para - lo. - Natsu, por favor, acorde... - sussurrei já sem forças, sua boca desceu para o meu pescoço - Por favor...

Ele não me ouviu. Em um movimento rápido, seu corpo estava totalmente sobre o meu, ele prendeu meus braços no alto e voltou a se aproximar do meu rosto com um sorriso malicioso que me causou arrepios. Eu não queria fazer isso, pensei encurralada, mas é o único jeito.

- Sinto muito. - sussurrei antes de levantar a perna e chutar seu ponto fraco. Ele soltou um gemido de dor e eu aproveitei a chance e lhe dei uma cabeçada que, somada ao estado do seu corpo, o fez desmaiar. Saí de debaixo dele e o cobri com o cobertor. - Sinto muito. - falei novamente. - Agora descanse um pouco. - abri a janela deixando a brisa fresca entrar e fui tomar um banho. No espelho, encarei a mancha vermelha na minha testa. - Mas que cabeça dura... – murmurei entrando na banheira para esfriar o sangue que fervia nas veias e tentar diminuir a excitação que eu ainda sentia. - Ah, droga! - reclamei frustrada olhando o meu reflexo na água.

Eu ainda queria continuar. Balancei a cabeça para me livrar de todos os pensamentos impuros que surgiam e afundei completamente na água. Precisava me concentrar em fazê - lo melhorar primeiro, haveria muito tempo para isso depois. Não. Não pense nisso. Me reprimi mentalmente emergindo da água e abraçando os joelhos. Eu não poderia fazer isso com ele e logo depois ir embora, não era certo. Meu prazo de uma semana estava se esgotando e eu precisava cortar todos os laços antes de partir, e, se a segurança dele dependesse de quebrar a minha promessa, eu o faria alegremente.

Por ele eu daria a minha vida, afinal, fora ele que me resgatará da escuridão e se tornara o meu caminho para a luz. Era tudo o que eu tinha.

***

Natsu pov's

Minha cabeça doía como se algo muito forte houvesse me atingido, meus olhos se recusavam a abrir e meu corpo não obedecia aos comandos de se movimentar. Fiquei simplesmente parado, tentando sentir o que havia em volta, sem produzir qualquer ruído, à espera que algo acontecesse. Minha consciência oscilou e se esvaiu aos poucos deixando somente o nada. Tive sonhos estranhos, povoados por monstros e gritos de batalha, uma das pessoas se destacou, tinha cabelos pretos e olhos muito vermelhos além de um sorriso frio que me parecia muito familiar.

Devo ter acordado várias vezes, mas o que via e ouvia não fazia sentido, então logo adormecia novamente. Lembro-me de estar deitado em uma cama macia, sendo alimentado com colheradas de alguma coisa que parecia ser sopa. Uma garota de cabelos loiros nos quais a luz batia formando um halo me olhava com preocupação. Ao ver meus olhos abertos, seus lábios se esticaram em um sorriso de pura felicidade e ela estendeu a mão para acariciar o meu  rosto.

- Você está bem? – indagou com uma pontada de preocupação. Minha mente não conseguiu processar as palavras.

- Você...é um anjo? – perguntei bobamente. Ela sorriu ainda mais e eu senti que estava prestes a desmaiar novamente, meus olhos se fechando.

- Não se preocupe, você vai ficar bom logo. – sua voz doce foi a última coisa que ouvi. Quando acordei novamente, a garota tinha sumido, e, em seu lugar estava uma menina de cabelos azulados. Seus olhos se arregalaram ao ver os meus se abrirem.

- Lucy-san, ele está acordando. – ela gritou chamando alguém.

- Lu...cy... – consegui dizer antes de desmaiar novamente.

Quando voltei a mim de vez, reconheci o lugar onde estava, era o meu quarto. Acima da minha cama, na base da janela, havia uma flor dourada que estava meio murcha, uma de sua pétalas havia caído. Alguém colocou um pano molhado na minha testa, virei a cabeça e encarei a garota loira. Lucy. Ela sorriu ao me ver encarando-a.

- Não vai dormir de novo, não é? – balancei a cabeça e esse pequeno gesto me causou tonturas. Ela ajeitou a toalhinha na minha testa e levou a mão hesitante aos meus cabelos, mal chegou a tocá-los e a puxou de volta.

- Quanto tempo eu fiquei dormindo?

- Três dias. – ela respondeu com a voz falha. – A febre estava muito alta, não sei como conseguiu resistir. Uma pessoa normal teria sucumbido rapidamente.

- Eu disse que estava acostumado ao calor. – tentei sorrir, mas ela não me acompanhou.

- Você fala enquanto dorme.

- Ah, é? O que eu disse?

- O nome da Wendy mais do que o meu. – ela bufou – Você está mesmo me testando? – eu ri.

- Não precisa ficar com ciúmes, você é a única para mim. – ela sorriu embora seus olhos tenham adquirido um tom triste, estava a ponte de perguntar o que havia acontecido quando ela me interrompeu.

- Do que se lembra?

- Só que estava apertando algo muito macio e depois doeu, doeu muito. – flexionei os dedos lembrando a sensação. Ela beliscou minha bochecha com o rosto corado de vergonha. – Ai, ai! – reclamei.

- Pervertido! – ela falou largando a bochecha e cruzando os braços. Encarei-a vendo seus seios se destacarem com o gesto e então entendi. Meu rosto também ficou vermelho e eu desviei o olhar. – Onde está Wendy? – perguntei tentando mudar de assunto.

- Saiu para comprar os remédios e algumas frutas. O que você pensa que esta fazendo? Precisa descansar. – reclamou enquanto eu me esforçava para levantar. Ignorei seus protestos e consegui me empurrar para uma posição sentada, meu corpo doía e suava com o esforço. Antes que ela pudesse continuar, a porta se abriu com violência e ambos nos viramos para olhar.

Wendy entrou parecendo muito assustada e trancou a porta assim que passou por ela, se deixando cair no chão em seguida. Levantei-me rapidamente e, sem me importar com o meu estado, corri até ela.

- Wendy! – ela me olhou e eu senti Lucy parar bruscamente de me seguir. – O que aconteceu com você? – perguntei chocado. Uma das mangas do seu casaco estava rasgada e o braço coberto de arranhões, havia um corte em sua bochecha que sangrava e, apesar disso, ela não estava chorando. – Quem fez isso com você? – minha voz fervia de ódio.

- Uns caras de preto tentaram me agarrar quando eu estava voltando, - ela respirou fundo e uma gota de sangue manchou o chão. – um deles me pegou pelo braço, mas eu consegui me soltar porque o casaco se rasgou e eu acabei caindo bem em cima de uns cacos de vidro quebrado. Antes que eles pudessem se aproximar novamente, eu corri.

- Eu... – um barulho de alguém caindo de joelhos me fez parar, olhei para trás e vi Lucy ajoelhada olhando para Wendy, mas sem realmente vê-la, os olhos opacos por onde escorriam lágrimas. Ela sussurrava algo, aparentemente sem perceber. Aproximei-me para ouvir.

- Mas... o acordo... o prazo ainda não acabou... ainda tenho dois dias... – as palavras se repetiam. Seu corpo se inclinou para frente e eu a peguei antes que sua cabeça batesse contra o chão.

- Lucy... O que você está escondendo? – murmurei colocando-a na cama e observando a flor murcha, eu sabia que ela não estava bem. – Venha Wendy, vamos limpar os seus cortes enquanto ela descansa.

***

Lucy pov’s

Acordei no meio da noite sentindo calafrios por conta do sonho que tivera. Virei de lado e dei de cara com um Natsu adormecido. Eu sorri e acariciei seus cabelos, esse idiota, era ele quem devia estar descansando. Beijei-o levemente na bochecha antes de lembrar o que havia acontecido com Wendy. Levantei-me da cama tomando cuidado para não acordá-lo e saí do apartamento para o corredor olhando em volta e constatando que não havia niguem.

Puxei o celular do bolso e disquei aquele numero que eu tanto odiava. Eu sabia o que havia sido aquele acidente, era uma mensagem avisando: “Quanto mais tempo você demorar, piores serão as consequências.” Durante o tempo em que estivera cuidando de Natsu, esse pensamento não saia da minha cabeça, atormentando-me dia e noite, e eu sabia que precisava tomar logo a decisão. Mas doía e era muito difícil. Agora, com isso tudo acontecendo, eu sabia que fora minha culpa e ia fazer o que devia ter feito há mais tempo.

- Alô? – a voz gélida atendeu me fazendo hesitar.

- Sou eu. – respondi tentando controlar o tremor que tomava conta da minha voz.

- Então, tomou sua decisão?

- Sim. – respirei fundo revendo todos os motivos que me levaram a isso. – Eu irei voltar.


Notas Finais


Então, o que acham?
hehehe, pena que não acabou... mas irá, em breve...
Até o próximo! Nos vemos nos comentários *^*
Kissus ^^


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