1. Spirit Fanfics >
  2. Meu Caminho para a Luz >
  3. Traição

História Meu Caminho para a Luz - Traição


Escrita por: Nathymaki

Notas do Autor


Yoo ^^
Primeiro um agradecimento a todos as pessoas que favoritaram/comentaram! Obrigada <3 Isso me deixa muito feliz ^-^
Desculpe a demora, é que esses dias eu estava focada em um novo projeto que planejo postar em breve e está sendo muito divertido de escrever.
Beemmm, esse cap ia ser bem maior, mas se eu prolongasse o drama demais ia ficar chato, então é isso!
Que lágrimas rolem com isso! *risada malévola*
Qualquer erro me avisem!
Boa Leitura!

Capítulo 35 - Traição


Fanfic / Fanfiction Meu Caminho para a Luz - Traição

Depois da pequena vingança de Natsu com a farinha e a pizza, claro que o diretor havia descoberto e nos passado um enorme sermão. Falara tanto que minhas orelhas zuniam ainda ouvindo o eco dos seus gritos. A partida sofreu um breve atraso enquanto a quadra era limpa e organizada novamente por ninguém menos do que os culpados pela bagunça. O sol estava de matar e o suor escorria pelo meu corpo assim como os outros, eu não aguentava mais ver farinha e molho de tomate na minha frente, tinha raiva só de olhar. Por fim, após o que pareceram ser milênios, o castigo acabou.

— Ufa, finalmente estamos livres! - exclamou Erza largando os baldes e esfregões no armário do zelador.

— É, não foi muito divertido limpar tudo, mas eu diria que valeu a pena. - soltei uma pequena risada ao me lembrar da cara de Sting toda suja. - Apesar de tudo acho que vou passar um bom tempo sem comer pizza. - ela assentiu, rindo também.

—- Acho que as coisas vão ficar mais tranquilas agora.

Bom, não sei que poderes Erza tinha, mas ela não podia ter feito uma previsão melhor. Os dias transcorreram tranquilamente e sem mais nenhum acidente. Nenhum pedido de sabotagem havia chegado as minhas mãos e os jogos prosseguiram pacíficos como o oceano. Isso me deixava muito feliz. Sem as trapaças, a nossa escola alcançou pouco a pouco a diferença de pontuação que nos separava e, no momento, ambas se encontravam empatadas.

O último dia finalmente chegara e eu tinha esperanças de conseguir ganhar sem mais nenhum problema. Só faltava mais uma única prova e a com certeza vitória seria nossa. Eu não podia estar mais enganada.

— Quer que eu faça o quê? - tentei controlar o volume e a intensidade da minha voz, chegara até aqui e não podia ser isso a atrair suspeitas para mim.

— Que coloque esse pó de urtiga na garrafa de água daquela ruiva. - Sting repetiu.

— Você está louco? Sabe o que isso faz com a pele de alguém?  Imagina o estômago! - não consegui esconder minha revolta. Isso era horrível, desumano, e eu não ia fazer.

— De que vai adiantar o estômago dela estar bem se ela estiver morta? - recuei um passo, horrorizada, como ele podia ser tão insensível? Mas isso significava uma coisa, ele sabia do meu acordo com o meu pai. Mas, mesmo assim eu não podia fazer isso, não era certo brincar dessa forma coma vida das pessoas.

— Tudo bem. - concordei por fora enquanto bolava um plano para que eu pudesse evitar mais uma tragédia.

— Boa menina. – ele sorriu se aproximando com a mão esticada, peguei o papel com o pó de urtiga e o senti segurar meu braço me forçando a encará-lo. A outra de suas mãos segurou uma mecha do meu cabelo e a levou até os lábios. — Em breve tudo estará acabado. - sussurrou colando os lábios no meu ouvido. Puxei o braço do seu aperto e me dirigi aos vestiários.

Como já era esperado, Erza estava andando de um lado para o outro do vestiário, mas não se nervosismo como qualquer pessoa normal faria, e sim ansiosa pelo momento em que pisaria em cima de todos que entrassem em seu caminho.

— Não se preocupe, vai dar tudo certo. - tentei acalmá-la um pouco antes que ela começasse a socar as paredes para extravasar a emoção. — Afinal, você é a Erza.

— Esse momento é muito importante, vamos mostrar para esses tigres o seu verdadeiro lugar. - e estralou os dedos ameaçadoramente o que me fez engolir em seco. Do lado de fora, o grito da torcida já se fazia ouvir, ficando mais e mais alto a cada minuto que se passava. Não era preciso dizer que as emoções estavam a flor da pele com a chegada do final e da decisão de tudo aquilo.

— Ah! - fingi uma expressão surpresa e decepcionada — Acho que devo ter deixado o meu celular cair pelo caminho. Vou voltar para procurar. - me levantei e fui em direção a porta.

— Você quer ajuda? - ela ofereceu fazendo exatamente o que eu esperava dela.

— Adoraria. Mas não vai te atrapalhar? O jogo já vai começar.

— Não se preocupe, tem tempo de sobra. Além disso, eu preciso gastar um pouco dessa energia acumulada senão alguém pode sair gravemente ferido, e ninguém ia gostar disso não é? - sorriu. Eu não precisava ler mentes para saber o que ela estava pensando.

— Obrigada. - virei o rosto para que ela não visse a minha expressão. — Vou procurar por ali.

— Tudo bem. Eu vou pelo outro lado, assim cobrimos uma área maior e as chances de encontramos também aumentarão.

Esperei seus passos se afastarem para voltar ao vestiário. Lá estava a garrafa de água que ela levaria para a prova. Coloquei a mão no bolso e puxei o papel com o que deveria ser pó de urtiga mas que eu havia trocado por fermento, já que este ao ser ingerido não causaria nenhum problema. Abri a tampa e derramei cuidadosamente o pó dentro da garrafa.

— Lucy? - a voz me pegou de surpresa, era a última pessoa que eu esperava ver, aquele que eu não queria que visse. Pelo visto era ali que tudo acabava. — O que você está fazendo? - me virei lentamente e encarei a expressão surpresa e preocupada de Natsu. Ele me encarou de volta e logo seu olhar se desviou para o que havia em minhas mãos. — O que é isso que você está colocando aí?

— Natsu. - seu nome rasgou minha garganta e eu engoli em seco ao ver o que teria que fazer.  — O que você faz aqui?

— Encontrei com o idiota do Sting a caminho da quadra e ele me disse para tomar cuidado, que talvez a nossa escola não participasse da última prova. Então eu voltei correndo para ver se Erza estava bem, não que eu precisasse me preocupar sendo ela afinal e... - ele se interrompeu voltando a me encarar e ao que eu estava fazendo. Pude ver o reconhecimento se formar em seus olhos enquanto ele associava os fatos. — Lucy, onde está a Erza?

— Ainda não voltou. - coloquei os objetos em cima do banco e me levantei para que ficássemos frente a frente.

— O que era aquilo que você estava colocando na água dela? - respirei fundo, era a hora.

— Aquilo? Ah, era só um pouco de pó de urtiga. - fingi uma expressão indiferente.

— Não. - ele deu um passo para trás, recuando. — Isso não está acontecendo. Eu sei que você não é um deles. - seu olhar se prendeu ao meu implorando para que eu negasse o que se apresentava diante dele. Permaneci em silêncio. Ele avançou, segurando meus ombro e me sacudindo com um pouco de força. — Vamos, me diga que tem uma explicação, que não é você a responsável por tudo. Diga!

— Isso mesmo, - retirei suas mãos dos meus ombros e me afastei alguns passos. — você descobriu. Sou eu quem estava sabotando todas as provas. – abri um sorriso maldoso enquanto sentia meu coração se despedaçar. — Finalmente é hora de abrir o jogo. Foi muito fácil enganar você, todos vocês.

— Lucy? - Natsu me olhou, a dor refletida em seus olhos era como se facas perfurassem o meu peito.

— Tem uma coisa que você precisa saber. - escolhi as próximas palavras sabendo que assim que as falasse não haveria mais volta. — Eu não te amo.

***

Afastado de todo o barulho causado pela turba que esperava ansiosamente o desfecho daqueles jogos, Jellal discava furiosamente o mesmo número. Não importava quantas vezes ligasse, a mensagem era sempre a mesma. "O número que você ligou não recebe chamadas ou não existe.” Afastou o celular da orelha, frustrado.

Já haviam se passado dois dias desde que falara pela última vez com Gabriela e a falta de notícias o estava deixando preocupado. Todo cuidado era pouco quando se tratava de investigar o seu irmão. Ele sabia disso e tinha consciência de que ela também, mas, mesmo assim, insistiu para eles mantivessem um contato regular, para que trocassem notícias e informações e para que ele se certificasse de que ela estava bem. Passou a mão pelos cabelos tentando imaginar o motivo para esse silêncio, mas as ideias que lhe ocorriam não eram muito boas. Ele só podia esperar que ela estivesse viva. Se algo houvesse acontecido, a culpa seria totalmente dele.

Seu pé batia nervosamente contra o chão enquanto a mensagem de voz tornava a se repetir. Então era isso. Se ela não atendia, ele iria procurá-la e se certificaria de que estava tudo bem. Mas antes de ir, tinha uma última missão, um legado que precisava deixar a salvo e sabia a pessoa ideal para essa tarefa. Olhou a chave que brilhava fracamente em sua palma.

— Acho que é hora de passar isso adiante. – falou para si mesmo.

— Jellal! – uma voz o chamou antes que ele pudesse se afastar. Era Erza.

— O que faz aqui? Pensei que sua prova fosse a próxima. – e apontou para a quadra animada.

— E é. – ela confirmou com um aceno. — Mas a Lucy me pediu ajuda para procurar o celular que ela havia deixado cair.

— E onde está ela? – o garoto perguntou ansioso. Depois de muito procurar, finalmente havia descoberto o segredo que ela tão desesperadamente tentava manter escondido. — Não me diga que ela está sozinha? – a ruiva confirmou.

— Está. Nos separamos para cobrir uma área maior. – ele deixou escapar um palavrão. — Mas o que foi? – ela indagou, surpresa com a atitude.

— Isso não vai dar certo. – e começou a correr para o local de onde Erza havia vindo. Ela o seguiu, ainda sem entender a situação, mas confiando nele de que algo de errado estava acontecendo. — Droga Lucy, por que justo agora? – apressou o passo. Depois que investigara a fundo e confirmara a sua teoria de que o pai dela a estivesse chantageando como da última vez, ele tratara de manter um olho nela sempre que podia fazendo o possível para encobrir os crimes que ele sabia serem de autoria dela. Uns minutinhos de distração nos quais ele se preocupara com outra coisa e isso acontecia. — Droga. – repetiu. Ao se aproximar do vestiário, pôde ouvir vozes exaltadas. Então já tinha começado.

— O que está acontecendo? – Erza perguntou, alarmada pelos gritos.

— Nada que possamos interferir. – ele suspirou e a puxou para um lugar coberto de onde podiam observar a situação sem serem vistos. — Agora tudo depende dela.

                                                                                    

***

— Eu não te amo.

— Você... Não me ama? - ouvi seu coração se partir em mil pedaços.

— Não. - falei com a voz mais dura que consegui, sentindo as lágrimas e o choro ficarem presos na garganta. Lancei-lhe um olhar duro e frio de desprezo como o que eu veria todos os dias novamente a partir de agora. — Eu nunca te amei. Você era só uma ferramenta para que eu pudesse me aproximar dessa escola, era só uma pequena parte do plano. Se não fosse você, poderia ser qualquer um. Mas você me apareceu, inocente, sonhador e desesperado por alguém que o amasse. Era tudo que eu precisava. Adquirir sua confiança e te conquistar foi fácil para alguém como eu, e você caiu como um patinho. - as palavras eram duras demais para continuar, machucariam demais, mas eu precisava acabar logo com isso, para o próprio bem dele. — Mas agora eu já não preciso mais de você. Adeus. - me virei para sair deixando-o parado e em choque.

— Eu não acredito. - gritou de repente você nunca me enganaria, eu sei disso. Eu te conheço melhor que qualquer pessoa, melhor até que você mesma. Sei que nunca faria algo que machucasse os outros. - não me virei, não deixaria que ele visse as lágrimas que ameaçavam cair, se eu encarasse aqueles olhos, largaria tudo e voltaria correndo para os seus braços. — Eu... te amo, Luce! - aquilo doeu, doeu mais do que qualquer coisa que ele pudesse dizer.

— Bom, mas eu já disse. Eu não te amo. - me surpreendi com a frieza em minha própria voz. Comecei a me afastar em direção ao portão principal. — Nunca mais nos veremos. - e saí antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa. Quando já estava a uma boa distância, me deixei escorregar para o chão e as lágrimas caíram com força. Era o fim, estava tudo acabado.

Uma sombra encobriu o sol que ardia ao tocar o meu rosto. Ergui a cabeça e vi os cabelos loiros de Sting. Ele sorriu e então eu soube que ele havia armado aquilo tudo. Mas, naquele instante, eu estava muito triste para sentir qualquer tipo de raiva.

— Muito bem. – elogiou erguendo as sobrancelhas. — Aquilo foi horrível. - e ofereceu a mão com um sorriso estampado no rosto . — Bem vinda ao time.

***

Natsu não sabia como havia chegado ao apartamento, não depois de tudo que tinha ouvido. Estava entorpecido e até agora se recusava a acreditar. Mas, ao bater a porta do quarto, ouviu um novo tipo de som, um que lhe acompanhava desde que os últimos fios loiros haviam cruzado o portão. Agora ele finalmente o reconhecia. Era o som do seu coração se partindo. Sentia-se vazio, oco por dentro, como se tudo de bom que tinha houvesse sido destruído e levado embora junto aos fragmentos do seu coração. Bastou uma olhada pelo quarto para que um novo buraco se abrisse em seu peito. Estava só.

Caminhou até a cama e, antes que pudesse desaparecer em baixo das cobertas, uma flor amarela de aparência delicada lhe deu as boas vindas. Como se elas fossem boas. O buraco em seu peito pareceu queimar e se expandir, e, em um impulso, pegou o frasco que encerrava a flor preparando - se para atirá-lo janela afora. Se fizesse isso se libertaria de tudo, nada mais é nenhum juramento o prenderiam a ela.

Esticou o braço e olhou uma última vez para a flor. Hesitou. O buraco em seu peito se comprimiu, e, com um suspiro de desistência, ele devolveu o objeto ao seu lugar de origem e se enfiou na cama, sem perceber que aos poucos a flor murchava, as pétalas caindo graciosa e tristemente até não sobrar mais nada.

 


Notas Finais


E então? Alguém chorou?
Eu tenho que admitir que fiquei muito triste ao escrever isso, mas chorar chorar, eu não chorei, não nesse pelo menos.... (spoilers de algo pior por vir....)
Obrigada por ler, e até o próximo capitulo dramático!
Byê bye ^^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...