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História Meu Chefe -Livro 1 e 2 - Parte 17


Escrita por: NaayPortilla

Capítulo 18 - Parte 17


Se o dia anterior fora cheio, o dia seguinte estava sendo um completo desastre. Emma se recusava a falar comigo e eu mantinha o sentimento recíproco, ainda estava magoada com o que ela me disse, estava magoada com as palavras que ela escolhera para direcionar a mim. Com Matteo não estava diferente, conversamos algumas vezes hoje más tudo somente relacionado a trabalho. Ele estava fingindo que a cena no carro ontem não tinha acontecido e na verdade, eu também queria que não tivesse mesmo.

Eu estava, apesar de próxima fisicamente, distante dos únicos dois amigos que tenho tido ultimamente. Eu precisava desabafar, pôr meus pensamentos para fora, más eu olhava em volta e não tinha ninguém. Eu estava sozinha, a ponto de morrer entalada com tanta informação trancafiada dentro de mim.

Chegou a hora do almoço e como de costume, fui para o mesmo restaurante da esquina, o mesmo restaurante que costumava almoçar com Emma, isso antes da gente protagonizar o "barraco" do dia de ontem.

Ela não estava lá, também não estava na empresa quando eu saí, então imagino que tenha ido almoçar em outro lugar.

Eu almocei sozinha, passei boa parte do tempo olhando a tela do celular para ver se com o poder de meus pensamentos, um dos dois me mandassem uma mensagem. Apesar de magoada com Emma, eu já sentia sua falta, Matteo quase me beijou na noite passada e eu precisava da minha amiga naquele momento, precisava contar como fora difícil ter que me esquivar do toque dos mais macios lábios que já beijei. Eu também precisava de Matteo na mesma medida, eu tinha brigado com minha amiga e precisava dele para me acalmar e dizer que tudo ia se resolver. Eu precisava de ambos más não tinha nenhum.

Eu estava aérea, meus pensamentos eram tantos que eu chegava a ficar zonza, desnorteada. Depois de pagar meu almoço eu saí do restaurante. Podia ouvir os barulhos clássicos de toda cidade movimentada na rua. Podia ouvir buzinas de carro, o abre e fecha das portas dos ônibus nas paradas, pessoas conversando, o tilintar dos sinos da porta do café ao meu lado, até mesmo o soar dos meus saltos no chão, e fora nesse som que eu resolvi me concentrar, até me distrair demais e esbarrar em um estranho que vinha sentido contrário.

-Perdão!. -Ele diz logo após o choque.

-Não foi nada. -Espera aí, eu conheço essa voz. -Romeu?!. -Sim, o cara da boate. Ele estreita os olhos por um momento e eu temo que ele não me reconheça.

-Kayla!. -Ele diz meu nome e logo após sorri. -Que coincidência! Está passeando por aqui?. -Me pergunta.

-Na verdade eu estava voltando para a empresa onde trabalho. -Digo. -E você, o que faz por aqui?. -Devolvo a pergunta. É coincidência demais que eu esbarrasse justamente naquele ser humano?.

-Passeando. -Ele diz apenas. -A que horas deixa o serviço? Posso convida-la para um jantar?. -Ele investe.

Eu adoraria dizer "não", eu já tenho muitos problemas para resolver e sem dúvidas, sei que não preciso de alguém achando que vai ter alguma chance comigo, quando na verdade não tem nenhuma.

-Sim, eu saio hoje por volta das nove e meia. O jantar eu vou ficar devendo, más posso aceitar uma bebida. -Digo. Apesar de tudo eu ainda precisava desesperadamente de alguém para conversar, Romeu não é a melhor opção já que não sabe absolutamente nada sobre minha vida, não vai entender um terço dos meus probelmas, más é a única opção que tenho, tudo bem, eu estou mesmo desesperada.

-Tudo bem, então eu te econtro mais tarde, pode salvar meu número?.

-Claro..

...

Já é mais de dez horas quando finalmente mando uma mensagem para Romeu.

"Oi, fui liberada. Te encontro no enfrente ao restaurante onde nos esbarramos mais cedo. ;)"

Aperto o botão de enviar e recolho minha bolsa, o andar está vazio como sempre, um completo deserto quando saio da minha sala, já que na maioria das vezes, eu sou uma das últimas a ir embora. A porta da sala de Matteo está fechada, más pela fresta posso ver a luz acesa, ele ainda está lá.

Estou parada na frente do elevador quando sua porta abre, ele sai de dentro e posso ver seus músculos se contraírem quando me vê. As coisas costumam sair do controle quando estamos sozinhos e sei que é isso o que ele teme porque também é exatamente o que eu temo. Eu volto a apertar o botão que chama o elevador e ele para ao meu lado, em silêncio.

É uma das piores torturas ficar tão próxima assim dele nesse momento de vulnerabilidade. Posso sentir minhas pernas ameaçarem ficar trêmulas e meu coração palpita tão alto dentro do peito que se ele chegar mais perto, vai poder ouvi-lo.

As portas finalmente se abrem, ele me deixa entrar primeiro e entra logo em seguida. Eu vou para a parte de trás do elevador, ele se posiciona na minha frente de costas para mim e quando eu percebo as palavras já saíram da minha boca.

-Me desculpa por ontem.

-Não tem que pedir desculpas. -Ele me diz, sem se virar.

-Então o que eu preciso fazer para ter meu amigo de volta?. -Pergunto. "Amigo" é uma palavra dura para descrever o que ele significa para mim, eu gostaria que fosse muito mais que isso.

-Desculpa ter te ignorado durante o dia de hoje, eu estava com vergonha. -Ele aperta o botão de emergência que trava o elevador e finalmente se vira. Finalmente vamos conversar. -Desculpa por ontem também, estava indo tudo tão bem e eu estraguei tudo. -Ele assume a culpa.

-Eu perdoo. -Digo sorrindo. -Por que tentou me beijar?. -Pergunto curiosa.

-Você já se olhou no espelho?. -Pergunta e eu gargalho. -Você é atraente pra caralho. -Ele diz por fim.

-Meu Deus, ele fala palavrão. -Eu finjo espanto. -Achei que era algo estritamente proibido no seu vocabulário.

-Achei apropriado para o momento. -Ele da de ombros e aperta o botão que liga de volta o elevador que volta a se mover.

-Certo, então estamos bem?. -Pergunto esperançosa.

-Maravilhosamente. -Ele conclui. -Quer que eu a leve em casa?. -Oferece. -Dessa vez eu juro que não tento te beijar. -Acrescenta e eu volto a rir.

-Adoraria. Eu agradeço, más tem alguém me esperando. -Digo.

-Emma já foi embora tem uns quarenta minutos, a menos que... espera. -Ele insinua.

-O que?. -Eu tento disfarçar.

-Vai encontrar com alguém. -Acusa com o tom de voz brincalhão.

-Talvez.. -Eu dou de ombros fingindo despreocupação.

-Quem é ele?. -Me pergunta curioso quando as portas se abrem e nós dois saímos do elevador.

-O cara da boate. -Digo apenas.

Caminhamos em direção a rua e o seu carro já tinha sido entregue pelo manobrista.

-Está bem, me lembre de perguntar sobre tudo amanhã. Boa sorte!. -Ele beija minha bochecha e entra no carro, me deixando com um sorriso bobo nos lábios. Bem, um problema a menos.

Matteo tem se mostrado uma pessoa incrível, diferente do que eu pensava, é até possível lidar com ele. Eu não o suportava no início e agora não imagino minha vida sem ele com suas confusões, seu comportamento autoritário e seu jeito desajeitado quando está perto de mim. Eu ainda estava sorrindo quando consegui enxergar Romeu do outro lado da rua, acenando.

Então eu me recomponho, respiro fundo e atravesso a rua em direção a ele, eu acho que já me arrependi de ter topado essa bebida, por que eu não paro de complicar minha vida?

Não é por Romeu, ele parece ser um cara legal, más eu não posso deixar ele se aproximar já que toda vez que eu me aproximo do meu chefe, me vejo cada vez mais distante de sentir qualquer coisa por qualquer outro homem.
...




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