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História Meu Complexo de Édipo - Os Primeiros Flocos São Os Mais Frios


Escrita por: Sanguini

Notas do Autor


Hey guys, curtam o capítulo, espero ter tempo pra terminar essa fic dessa vez :P
Well, espero que gostem.

Capítulo 1 - Os Primeiros Flocos São Os Mais Frios


A pequena garota metamórfica laranja e brilhante caminhava rapidamente pelo corredor da escola, havia alguns alunos ali, conversando entre si sobre as aulas, garotos e artistas de música, provavelmente. Aquilo não importava para Penny, seu coração estava pesado com dúvidas e preocupação, ela não conseguia parar de olhar para o papel que fora entregue para ela pelo diretor Brown, a cada palavra ela xingava internamente seus pais com todos os nomes que ela conseguia imaginar, mas não importava o quanto ela xingasse, o fato de que ela seria transferida para uma outra escola trazia a ela a incerteza, era tudo que ela podia fazer pra evitar a dor da decepção. Finalmente a jovem garota chegou a seu armário e começou a vasculhá-lo e esvaziar todo o seu conteúdo, seus livros, seus folhetos e cartas anônimas que recebia sempre de algum admirador que tentava ser secreto, mas as patinhas felinas sobre o papel não davam dúvidas a Penny. Ela sorriu ao reler as mensagens, algumas eram mais picantes, outras eram simplesmente românticas. O sorriso, contudo, desapareceu quando a garota viu o jovem gato azul de aproximar dela com um ar otimista. 

Por algum motivo, nós sempre estamos felizes quando recebemos uma má notícia, é como um destino cruel. Era o que Penny filosofava enquanto seu namorado chegava à área dos armários, era confuso a forma como, mesmo depois de tanto tempo juntos Gumball ainda agia com timidez quando de aproximava dela, pessoalmente era algo que ela adorava.

"Er... Hey Penny! Disse Gumball com um sorriso carismático. Penny tentou responder a altura, apesar de seus esforços para falar algo serem fortes, ela apenas amassou em suas mãos um dos cartões e abraçou fortemente o gato, tentando esconder as lágrimas que escorriam de seus olhos e sumiam no sweater seco do garoto, ele não entendeu no início, mas a abraçou de volta.

"Alguma coisa de errado, Penny?" Perguntou Gumball começando a se preocupar quando ele ouviu os soluços abafados da sua namorada. Ela se afastou e enxugou as lágrimas, ainda contendo as lágrimas que corriam pelo seu rosto.

"Gumball, lembra daquela vaga em NutterVille que eu estava querendo?" Perguntou Penny, Gumball lembrou imediatamente do seu chat virtual com Penny, onde ela falava sobre como estava ansiosa pela suas notas de seleção na nova escola. Pessoalmente ele nunca acreditou que ela conseguisse entrar em uma escola com tanto renome, mas sempre alimentou as esperanças dela. 

"Me deixa adivinhar... Você conseguiu?" Perguntou Gumball, Penny assentiu tristemente de forma positiva, ao contrário de Gumball que parecia estar eufórico com a notícia. Ele tentou abraçá-la novamente, mas foi impedido.

"Mas... Tem um pequeno detalhe" O tom pesado de Penny fez Gumball perder seu sorriso, ele parecia pressentir uma má notícia.

"O que você quer dizer com isso?" Perguntou Gumball. Aos poucos o próprio bom senso do gato, estimulado pelo olhar desconfiado de Penny o lembrou que a tão cobiçada escola que ela aspirava frequentar estava muito mais longe de Elmore do que os dois desejariam que estivesse.

"Então você vai mesmo?" O último resquício de felicidade que Gumball poderia ter foi drenado quando a jovem assentiu positivamente com a cabeça.

"Acho que... Não vamos nos ver por um tempo." Disse Penny com uma expressão abatida, voltando-se para o seu armário e jogando tudo que podia encontrar lá em sua mochila.

"Penny, eu posso falar com meus pais, eles vão entender." Gumball irracionalmente buscava uma forma de continuar seu romance o máximo de tempo possível com Penny, a garota abriu um sorriso de empatia para o jovem gato, ela via nele a aparência de uma criança pedindo para fazer de tudo para ganhar um presente, ou para não perder ele. Aquela alma pura de Gumball fazia a dor da despedida ser ainda mais intensa. 

"Gumball, você não pode ir comigo bobinho, você ainda tem muita coisa a fazer aqui." Disse Penny enquanto deixava sua mochila no chão e plantava nos lábios do felino um último e aquecido beijo, não tão intenso quanto seus antigos, mas como uma forma singela de dar adeus.

...

As patas de Gumball congelavam a cada passo que ele dava no chão frio da calçada, apesar de elas terem ficado frias desde aquela conversa no corredor, o clima de final de outono que vigorava na cidade de Elmore deixava tudo pior. Ele não era o tipo de aluno que voltava direto pra casa, as costumeiras conversas que ele tinha com os outros alunos do lado de fora da escola não foi repetida naquele dia, não quando a Penny não está lá pra rir de quando ele contava como queimou a própria língua ao tentar apagar uma vela com ela.

Gumball abriu um pequeno sorriso ao pensar em tais lembranças, ele aumentou sua velocidade ao perceber que o frio estava começando a deixar seus pés dormentes, nada como correr para animar seu espírito ou pelo menos tentar deixar aflorar seus instintos animais. Não demorou muito para que ele visse ao longe o gramado da sua cada, sua mãe Nicole estava vestida com um incomum macacão de jardineira enquanto cortava as plantas ao redor com uma tesoura. Por alguns poucos minutos Gumball se esquecera de Penny e focava apenas na pequena dose de adrenalina que corria no seu sangue, quando chegou a sua casa, recebeu um aceno carinhoso de sua mãe e de Darwin, seu simpático irmão-mascote que estava sentado na varanda da sua casa com um chocolate quente.

“Hey bro!” Disse Gumball passando a mão na cabeça de Darwin

“Por que estava correndo, chamou o policial Donut de docinho de novo?” Perguntou Darwin com uma risada acompanhada de uma tosse seca.

“Nah, ele deve estar por aí comendo como sempre. E então, como estão essas guelras?” Gumball perguntou limpando o muco que as envolviam.

“Não pior que a dor de cabeça” Darwin tomou mais um gole de seu chocolate. “É melhor você sair se não quiser acabar como eu, tenho certeza de que a Penny não ia gostar nada de um beijo muito ‘molhado’ se é que me entende” Darwin riu. Gumball, contudo, expressou exatamente o contrário, o que levou o pequeno peixe a ficar confuso.

“Tudo bem, bro?” Indagou Darwin.

“Nada demais, apenas... Preciso de um tempo”.

Gumball abandonou seu irmão e subiu as escadas em direção ao seu quarto. Darwin olhou em direção ao seu irmão imaginando o que houve.

“Não se preocupe, ele sempre volta assim toda sexta-feira.” Disse Nicole respirando fundo depois de concluir seu trabalho, cortando os espinhos de todas as rosas e preparando o jardim pro novo clima de inverno.

Darwin aceitou o que Nicole disse, já fazia vários dias que ele já não ia pra escola, devido sua gripe incomum, mesmo sendo teoricamente impossível de um peixe pegar essa doença. Mas era difícil descrever se Darwin ainda era realmente um peixe.

”Você poderia ir lá ver o que houve, talvez ele precise de ajuda.” Sugeriu Darwin, Nicole limpou as mãos antes de considerar o pedido de seu filho adotivo, ela hesitou em perguntar qualquer coisa, Gumball não era do tipo de garoto que gostava que seus pais se intrometessem tanto assim na vida dele. Contudo, seu instinto materno falou mais alto e a levou a procurar o jovem gato.

Ao abrir a porta do quarto dos dois irmãos, Nicole se deparou com a cena de Gumball deitado em sua cama sob o lençol sem demonstrar qualquer reação, apenas com uma respiração descompassada, como quem estive soluçando ou tossindo, Nicole desejava que fosse a segunda opção. Ao entrar e atravessar todo aquele clima obscuro de final de tarde nublado, que impedia qualquer raio de sol entrar no quarto, ela sentou-se na margem da cama e olhou para Gumball, que custou a notar que sua mãe estava lá.

“Parece que o dia foi cheio hoje, não é?” Disse Nicole tentando deixar o clima mais leve.

“Cheio de decepções? Sim, foi!” Respondeu Gumball, esperando que seu sarcasmo pudesse afastar Nicole e deixá-lo sozinho com a própria dor. Nicole bufou.

“Olha docinho, eu não sei o que aconteceu com você hoje, mas tenho certeza de que vai conseguir resolver esse prob...”

“Penny foi embora... Ela foi e não vai mais voltar.” Disse Gumball apertando o travesseiro com suas garras felinas, Nicole assustou-se com a notícia, definitivamente aquele era um assunto que Gumball não podia resolver.

“Embora, como assim?” Indagou Nicole, Gumball respirou fundo antes de contar tudo o que houve, desde o momento em que Penny fez a inscrição até o beijo de despedida. Nicole tentou se colocar na situação de seu filho, mas tudo que ela conseguia ver era um drama adolescente, ela sabia que ele a amava e que seria doloroso para ele a ver estudar em outra escola, com outros amigos e até mesmo com outro namorado. Nicole suspirou profundamente e buscou alguma forma de levantar o ânimo do seu filho.

“Você... Pode me deixar sozinho por um tempo?” Perguntou Gumball segurando as poucas lágrimas que ainda lhe restavam nos olhos. Nicole acariciou a cabeça de seu filho antes de sair do quarto, sua consciência estava pesada, que tipo de mãe não conseguia naturalmente fazer seu filho feliz, era como se ela pouco a pouco deixasse de ser mãe do jovem gato azul, era natural para ela pensar daquela forma, Gumball já não é mais uma criança.

“Eu estou muito confusa, eu preciso de um banho” Nicole disse se dirigindo para o banheiro, antes que ela pudesse entrar, seu celular tocou no bolso de sua saia.

“Alô?” Nicole respondia ao chamado enquanto fechava a porta do banheiro.

“Ah, olá querida.” Ricardo disse com seu tom carismático. Nicole sorriu ao ouvir a voz de seu marido depois dos três dias que ele esteve em viagem com a sua mãe.

“Ricardo, nossa, por que não me ligou antes?” Nicole indagou tentando demonstrar alguma preocupação.

“Bem, eu liguei pra dizer que eu não vou poder voltar amanhã como eu planejava.” Disse Ricardo, Nicole sentiu uma pequena carga de decepção em sua consciência, todos aqueles dias dormindo sozinha naquela cama, com apenas seus dedos para lhe fazer companhia a deixava carregada de impaciência.

“O que? Mas... Por quê?” Perguntou Nicole, ainda tentando esquecer o fato de que passaria mais aquela noite sozinha.

“A minha mãe teve problemas com a polícia e... Bom, digamos que ela não vai mais tentar atacar um policial porque ele a chamou de velha He He...” Dizia Ricardo com uma risada sem-graça, Nicole suspirou e aceitou a sua solidão naquela noite.

“Ricardo, eu realmente preciso de você aqui hoje.” Disse Nicole com um tom de tristeza, algo que Ricardo poucas vezes ouvia de sua esposa.

“Me desculpe Nicole. Até semana que vem!” Disse Ricardo desligando, sem esperar resposta da gata azul.

“Tchau Ricardo” Disse Nicole não conseguindo conter sua infelicidade. Ela jogou seu celular para debaixo da toalha e despiu-se começando pela sua camisa branca em seguida sua saia acinzentada antes de entrar debaixo da ducha quente.

Nicole adorava tomar banhos quentes em dias frios como aquela sexta-feira estava sendo, seus pelos azuis se soltavam pela água enquanto ela massageava cada parte de seu corpo. O calor a fazia lembrar-se das noites com a qual passava com Ricardo, ele não era o melhor marido do mundo, mas era o melhor que ela poderia encontrar. Quando mais tempo ela passava sob a água corrente e aquecida do chuveiro, maior era o seu lamento por não estar com seu marido coelho.

“Awn Ricardo, como eu queria que você estivesse tomando banho comigo agora.” Disse Nicole enquanto massageava seus seios, tentando arrancar algum prazer daquela fantasia solitária.

Nicole não conseguiu passar muito mais tempo fantasiando com seu marido, aos poucos aquele sentimento de prazer e desejo foi se convertendo em solidão e infelicidade, nesse momento, a primeira coisa que surgiu em sua mente foi a imagem de Gumball, ela nunca se identificou tanto com ele em toda sua vida como naquele momento. Imediatamente ela fechou a ducha e saiu do banheiro enrolada em sua toalha, olhando uma última vez para Gumball em seu quarto e se vendo na situação dele.

“Vamos dar um jeito nisso amanhã, docinho. Para nós dois.” Disse Nicole com um sorriso otimista antes de voltar ao seu quarto e passar mais uma noite solitária de tantas outras que alguém como ela jamais deveria ter. 



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