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História {Meu} Coração de Veludo - Tiros em silêncio.


Escrita por: LadyLace

Capítulo 3 - Tiros em silêncio.


Fanfic / Fanfiction {Meu} Coração de Veludo - Tiros em silêncio.

Já estava tão acostumada à levantar no finalzinho da madrugada que o celular nem precisou despertar para que já me pussese acordada.

De olhos fechados e no escuro, sorria de maneira preguiçosa. Ruffles havia deixado a cama, talvez saído pela janela. De lado, passei para de costas, me espreguiçando na totalidade da minha nudez, até que os dedinhos dos pés escapassem do lençol. Ia ser um dia muito longo.

Muito longo!

Pulei da cama deixando as cobertas bagunçadas, quase parecia que tinha realmente dormido ali com a Alice. Bela decepção que me foi.

Revirei lentamente os olhos enquanto abria o guarda-roupas e pegava dali um sutiã-top, uma regata e um short, além do óbvio, uma calcinha [...]

Quinze minutos depois já estava servindo minha xícara de café, enquanto o relógio no pulso apontava 5:50 a.m, lá fora o dia ainda ia demorar alguns minutos pra clarear.

Me recostei de costas na pia enquanto sorvia a bebida morna por conta do leite e ficava a olhar a porta, devaneando distraida, Ruffles, já em casa estava sentado em cima da mesa me encarando, já havia comido, e eu tinha trocado a água, mas aquilo era quase um ritual pra nós dois.

Lavei a xícara, sequei e guardei, sistemática quando terminei, afagando as orelhas do gato antes de sair.

Chaves, fones, algum dinheiro...

Ia checando mentalmente enquanto saia, porta trancada e chaves guardadas, fones nos ouvidos enquanto descia as escadas pro hall do prediozinho, e por fim a rua. Deserta àquele horário, um ar fresco e gelado, gostodo até.

As escadas tinham sido o aquecimento, as bochechas ja estavam vermelhas, então comecei a correr.

[...]

O costume de cronometrar o tempo era fortemente inserido, estava correndo à vinte minutos já quando alcancei o paiol. Um velho e abandonado paiol, aonde as vezes um caminhão atracava e desembarcava algumas caixas, nada de mais, ou ao menos eu não queria especular.

O caminhão estava ali, e não me interessava, homens de roupas mais sociais, musculosos descarregando caixas, me encarando como uma ameaça, o clima era tenso, e pra evitar confusão, preferi olhar novamente o relógio e os ignorar.

_6:12_

Spfff

O som foi silencioso, mas o respingo quente em mim foi o alerta, me virei num rompante quando um dos homens caía com um tiro na testa, e minha coxa e perna estava manchada com o sangue dele. Desespero. Os outros estavam vindo... Pra mim!

- Eu... eu não fiz nada!

Ergui as mãos em sinal de defesa, mas não adiantou, em menos de segundo uma glock 9mm estava apontada bem na minha cara. Fim.

Spfff

Outro tiro silenciado, e o meu agressor caiu aos meus pés, sujando agora meus seios de sangue por cima da roupa.

O chão!

Foi pra onde eu fui, me joguei ralando joelhos e cotovelos, colocando as mãos acima da cabeça e a testa colada na calçada. Tremia de leve, algo entre susto e medo. Não pensava, apenas tremia, não falava, mal conseguia respirar.

Se o sniper que estava atirando não me matasse... Os homens dali iriam, e eu não tinha certeza do qual era pior.

Eu podia jurar que ouvia minha pulsação nos ouvidos, misturada com o barulho dos homens e suas frases desconexas, tensas.

"Aonde esse filho da puta está?" Disse um deles, estavam indo e vindo, procurando a origem dos tiros, e um alívio me percorreu.

Eu sou insignificante!

Meu momento de alegria durou tão pouco que chegou a doer, até que um deles disse que teriam de me eliminar.

"Ela é testemunha!"

Spfff

Novamente aquele barulho surdo, conhecia aquele som, mas não lembrava de onde, e era assustadoramente reconfortante pra mim...

Spfff

Reduzidos à metade do que eram os homens ficaram alarmados, pensaram em fugir, um foi pego indo para a esquerda e outro tentando entrar no caminhão.

Spfff, spfff

Lentamente ousei erguer o olhar e procurar nos prédios ao redor qualquer coisa, nada mais que um pequeno brilho, como se a luz correndo o cano de uma arma, e uma sombra atrás.

Ironicamente nenhuma das balas da arma foi direcionada a mim. Então ou eu era absolutamente inofensiva, ou nem devia estar ali.

Com certeza eu não devia!

Spfff

O penúltimo caiu bem pertinho de mim, me encarando de olhos esbugalhados, morto.

Spfff

E então o último que caiu sobre o capo e escorregou para o chão. Um dom agoniado me escapou da boca enquanto me sentava, como uma gata assustada encarando o cadáver morto. Novamente olhei para o prédio e não havia mais sombra nenhuma ali. Iria vir até mim?

Desesperada cacei no cadáver sua arma, aquela pistolinha safada, e um pente sobrando, o pente foi para o bolso e a arma para a mão. Nem notei a aproximação de alguém em minha destemida busca, e quando me virei, um tremor correu a espinha quando meus olhos bateram no pedaço de carne sobre o cano um dejavir me atordoou.

"É sério Lilean! Dá pra usar carne no cano"

Então a pistola em minha mão baixou, encarando confusa o tal sniper.

Aquilo na mão dele definitivamente não era uma sniper, era um revólver! Com um binóculo colado com durex em cima, um momento ele parecia ter uma aura do soldado Luke envolta em si... Com uma arma zoada.

"Ô doida! Pro caminhão, Vai!"

E lá se foi a aura, Luke era bem mais gentil. Ponderei um momento na duvida, mas com o "Vai" dele eu fui.

Pulei o cadáver e fui subindo os degraus do caminhão, o coração a mil, mas a mente desperta.

Aonde eu fui me enfiar, deus eu nunca dirigi um caminhão! O cinto! O cinto...

Puxei a fita e a engatei ao redor do corpo, enrolada, nervosa, a pistola nas coxas, um fone na orelha e outro caído no decote.

Meu deus.



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