História Meu coração é seu - Avaliação

Na segunda pela manhã, eles acordaram cedo como de costume. Tomaram um banho demorado e depois foram se trocar. Remus vestiu as vestes de bruxo padrões para professores, com botas e, sobretudo preto para frio, pois havia amanhecido com neve. Já era início de novembro, e com as férias vinha também o frio, que Eadlyn tanto amava. A menina vestiu calças jeans azul escuro justa, cardigã perolado, e botas pretas sem salto. Na mão resolveu levar um casaco estofado, pois iria assistir e avaliar as aulas de trato de criaturas mágicas, que aconteciam do lado de fora da escola. Ela odiava ter que fazer isso, mas, fazia parte do seu trabalho.

                Eles desceram juntos e caminharam lado a lado até o salão principal, mas quando iam passando em frente ao retrato da mulher gorda, Eadlyn reparou em um garoto muito loiro encostado na parede parecendo ansioso, ele usava vestes da sonserina. Segundos depois Harry saiu do salão comunal com Lily, Rony e Hermione. O rosto do garoto loiro se iluminou ao ver Lily e o dela também, que foi até ele e deu um beijo na bochecha do menino.

- Ei, Ei, Ei, tem que ser na minha frente Lily? – perguntou Harry.

- Não estamos fazendo nada demais Potter. E não se preocupe eu vou levar Lily em segurança para a próxima aula. – respondeu o garoto.

- Acho bom mesmo. –devolveu Harry. Lily deu a língua para ele e saiu com o garoto. Sem ver a irmã que ficara parada um pouco atrás.

                Quando ela se afastou Remus disse:

- Acho que vou falar logo com Harry. – e saiu chamando.

- Harry? Harry? Posso conversar com você um minutinho?

- Claro Lupin. Algum problema?

- Não, pelo contrário, eu só queria conversar com você sobre meu relacionamento com a Eadlyn, você e Lily, são a única família dela, então achei certo, vocês darem sua opinião. – ele falou tudo de uma vez.

- Ah sim! Lupin, a faça feliz é só o que eu te peço. Se ela estiver feliz eu também estou. E pelo tamanho do sorriso dela, bom, é fácil perceber que está feliz.

- Então você não se importa com nossa diferença de idade ou com o fato de eu ter sido um dos melhores amigos do seu pai?

- É claro que não! Primeiro que você só é 15 anos mais velho que ela, o que não é tanta coisa assim. E segundo: tenho certeza que meu pai iria preferir ver a filha namorando um amigo do que um completo estranho.

Remus sorriu, e apertou o ombro do garoto, depois Eadlyn deu um beijo na testa dele e seguiram todos juntos para o salão.

Quando terminaram de comer, todos seguiram para suas aulas. Pelo cronograma do dia, a primeira aula que teria que visitar era Trato de criaturas mágicas. A menina levantou-se desejou boa sorte ao namorado e seguiu Hagrid, para explicar-lhe o que ela faria ali.

- Hagrid? Bom, eu tenho que assistir a sua aula, para avaliar. Desculpe-me por isso, mas faz parte das minhas obrigações. – ela explicou para ele, que começou a ficar branco. – tá tudo bem Hagrid?

- A Dolores já fez isso e me colocou em observação. – ele explicou.

- Ah Hagrid! Umbridge é louca, não vamos levar em consideração nada do que ela falou. Deve ter atrapalhado sua aula completamente. Aquela mulher é um pesadelo. – a menina falou – você não tem o que temer, é só dar sua aula como costuma dar normalmente, tenho certeza que irei adorar.

Ele assentiu para ela e eles continuaram andando para sua cabana, já tinha ido algumas vezes ali quando pequena com seu pai. Mas eram memórias antigas e turvas. Passaram pela horta e se dirigiram para a parte de trás onde a aula aconteceria em minutos todos os alunos do 4º ano da Corvinal chegaram. 

Hagrid parecia um pouco nervoso com a presença de Eadlyn, mas a menina procurou ficar a mais afastada possível para não atrapalhar a aula. Depois de 10 minutos Hagrid pareceu se soltar e o resto de sua aula correu tranquilamente, os alunos estudavam os unicórnios, Hagrid tinha inclusive animais pequenos amarrados a uma árvore próxima para os alunos observarem e até tocarem. Quando a aula terminou, Eadlyn foi até o professor.

- São lindos! – Comentou olhando os animais. - Você vai soltá-los depois, não é? – ela perguntou

- Mas é claro, garota. Quando terminar todas as aulas eu os solto.

- Ah sim, - ela ainda tinha os olhos fixos nos animais acinzentados que quando adultos atingiriam o branco absoluto. – será que posso tocá-los antes de ir para outra aula?

- Pode sim, você só tem que se aproximar de maneira dócil. – e assim a menina o fez. O pelo dele era tão macio, ela pensou. Depois se afastou e voltou sua atenção para Hagrid.

- Você é um excelente professor, apesar de não ter terminado seus estudos. – mas, diante do olhar cabisbaixo dele, ela acrescentou. – mas isso não implica em nada, quero dizer, não tem porque você está em observação. Adorei sua aula. Talvez eu venha assistir mais vezes. Acho que tenho muito a aprender sobre esses animais mágicos.

Isso o alegrou, pois ele abriu um sorriso e agradeceu a garota, dando um grande abraço nela. Assim, Eadlyn saiu à procura da sala do professor Flitwick, assim que encontrou a aula já iria começar. Era a turma do 6º ano da Lufa Lufa que estava lá. Ela entrou e falou:

- Professor, finja que não estou aqui. Por favor! – e se sentou na última fileira de cadeiras.

A aula transcorreu bem, apesar do nervosismo inicial do professor, ele logo percebeu que a menina não se parecia em nada com Umbridge e os alunos até esqueceram-se da presença dela ali. Nenhum feitiço novo para Eadlyn, mas o professor passava de carteira em carteira corrigindo os alunos que erravam. Ponto para ele.

Ao fim da aula, a menina foi até o professor e disse;

- Excelente professor, eu realmente gostei da sua aula. Não irei fazer nenhuma observação sobre o senhor.

- Obrigado senhorita. Que bom que gostou. - a garota saiu, pois agora teria que assistir dois horários de Herbologia, com a professora Sprout.

No caminho para as estufas encontrou Harry.

- Vai pra onde agora? – perguntou para ela.

- Estufas, professora Sprout, Herbologia.

- Ótimo, também vou pra lá. Vamos! – então os dois foram em silêncio, até o meio do caminho quando Harry perguntou:

- Eady? Você está feliz com Remus?

- Harry, eu o amo, e quando amamos alguém, bom, só por respirar a pessoa já te faz feliz.

- E como você soube que o amava?

- No dia do envenenamento, quando vi que não poderia viver sem ele eu tive muito medo de perdê-lo, mais eu ainda não sabia que era amor, até que ele passou alguns dias sem falar comigo por um problema com Carlinhos. Eu não aguentava mais, não tê-lo por perto. E brigávamos muito também. Até que depois da emboscada em que Greyback fez isso no meu rosto. Ele não saiu do meu lado. E nós começamos a ficar juntos de verdade. Não sei dizer exatamente onde nessa história eu descobri que era amor.

- Por quê? Meu irmãozinho está amando?

- Eu sempre achei que gostasse de uma garota da Corvinal. Até semana passada quando a beijei. Eu não senti nada sabe? Foi só um beijo, acho. Ela chora muito por causa de Cedrico. Ela gostava muito dele. Mas toda vez que está comigo ela fala dele. É como se eu servisse para lembrar a ela sobre ele. Não me sinto bem.

- Maninho? Ela está tentando esquecer ele. Só não se apaixone por ela. É muito difícil superar esse tipo de dor. Ela nunca vai se entregar inteiramente para você.

- E tem mais, quando eu a beijei, outra garota veio a minha mente na hora.

- Hum, e você gosta dessa garota?

- Pois é isso é um problema, eu nunca tinha pensado nela assim, e agora ela tem namorado.

- Conquiste o coração dela.

- Eu já o tinha, mas rejeitei, e agora ele é de outro. – agora Eadlyn entendeu. A menina já gostava dele, mas ele não queria nada com ela. E quando ela se apaixonou por outro ele se interessou.

- posso saber quem é a dona do seu coração e dos seus pensamentos?

- Hum… hum… é… é a Gina. E esse é outro problema, ela é irmã do meu melhor amigo.

- Harry? Eu namoro um dos melhores amigos de papai e melhor amigo da mamãe. Mas, eu acho que se você gosta dela, bom, você deve correr atrás. Mesmo que discretamente, para ela saber que você gosta dela.

- É… hum, pode ser, mas vou ver. – ela percebeu que o garoto ia pensar. Então mudou de assunto.

- E qual a daquele garoto com Lily? – perguntou ao irmão.

- Hum… você viu é? – a menina assentiu. – Eu também não sei. Talvez ele esteja mesmo gostando dela… ou… não consigo pensar que ele seria tão baixo.

- Por quê?

- Ele me odiava, sabe? O pai dele é um comensal. – Eadlyn se assustou. Lucio Malfoy sabia que reconhecia o garoto de algum lugar, é a cara do pai. E ele estava no ataque do Beco diagonal, deve ter sido um dos que fugiu. – mas ele nem está tão ruim comigo nos últimos dias, parou de chamar Rony de traidor de sangue e pobre, e parou de chamar Hermione de sangue ruim. Penso que talvez ele tenha mesmo mudado de lado.

- Quem não vai aceitar isso com certeza é o pai dele. – Eles chegaram à frente das estufas.

- Com certeza não. – respondeu Harry.

Ao entraram, todos os olhares se voltaram para eles. Harry caminhou ao seu lugar e Eadlyn foi explicar para a professora o que faria ali. A aula transcorreu sem mais pormenores. “A professora era boa, mas retirar pus de bobotúberas não é lá minha matéria preferida” pensou a menina. Ao término da aula, era hora do almoço, Eadlyn foi apressada para o lado do namorado, e se sentou.

- Como foi seu dia? – ele perguntou para ela.

- Excelente. Estive em várias aulas, mas não tem muito que relatar, os professores são bons.

- Você tem o que à tarde? – ele quis saber.

- Poções e adivinhação se não me engano. Amanhã tenho História da magia e depois você, os dois horários antes do intervalo.

- Turma de Harry.

- É bom, hoje estive com ele em Herbologia. – a menina reparou que de vez em quando ele olhava para a mesa da Sonserina. – O que foi Remus? Aconteceu alguma coisa?

- Bom, na verdade, aconteceu algo muito estranho hoje. Eu estava dando aula pra a turma do 5º ano da Sonserina e uma das garotas resolveu tirar graça com minha condição de lobisomem. – o ódio subiu a cabeça de Eadlyn, mas foi esfriado pela frase seguinte. – só que Draco Malfoy me defendeu. Ele simplesmente disse “ele não é assim por que quis, e de qualquer forma isso não o impede de dar uma boa aula, o que por sinal, foi o melhor professor de Defesa Contra as Artes das Trevas que tivemos até hoje.” Meu choque foi tão intenso que fiquei sem fala na hora, depois o agradeci e disse que se ela não quisesse assistir a aula, podia se retirar. Mas, foi estranho o que aconteceu com Draco, normalmente ele teria sido o primeiro a falar sobre isso.

- Harry, diz que ele mudou muito depois que conheceu Lily, acha que ele realmente gosta dela. Só nos preocupamos com o que Lúcio Malfoy vai fazer quando descobrir. Pensei até em dar abrigo ao Draco. Mas para isso, precisamos ter certeza de que ele, não é só um informante dos Malfoy.

- Sim. Também já pensei nisso. – ele fez uma pausa. – você está feliz não é? Está próxima de seus irmãos.

- E de você. E estamos cada dia mais firmes, e sim, eu estou muito feliz. – a menina respondeu. O homem só não a beijou, pois estavam na mesa dos professores.

                Ao término do almoço, Eadlyn seguiu para a aula de adivinhação. E meu Deus, aquela professora era uma charlatã. Assim que Eadlyn entrou ela disse:

- Prevejo trevas em seu futuro, minha querida, magia negra.

- Professora, as trevas e a magia negra estão no futuro de todos nós, Você-Sabe-Quem voltou. – alguns alunos deram risadinhas, outros ficaram apreensivos.

Depois disso, ela seguiu a aula sem muita atenção a garota. Os alunos teriam que fazer um livro dos sonhos. “Aff! Para mim já deu” – pensou Eadlyn. Por sorte a aula acabou quase instantaneamente. O cheiro daquela sala era horrível. A menina seguiu para as masmorras, onde ficava a sala do professor Snape. Ao entrar ele a olhou com desprezo e a menina apenas se sentou na última cadeira. Poções e DCAT eram suas matérias preferidas na escola. Eadlyn se assustou ao ver Lily entrar, não sabia que aquela aula era para a turma de Lily. O professor chamou a menina até a mesa dele, onde entregou um livro pra ela. A menina sorriu e Eadlyn viu um lampejo de um sorriso nos lábios do professor. Eadlyn reparou que lado a lado Lily parecia uma versão feminina, mais bonita e de olhos verdes de Snape. “Será?” – pensou a garota. Durante a aula Eadlyn reparou que Snape era bem mais carinhoso com Lily do que com os outros alunos, a quem por vezes tratava mal e descontava pontos desnecessariamente.  Ao fim da aula Lily foi até a irmã e disse:

- Você veio avaliar o professor Snape?

- Sim, ele é bem rabugento às vezes, não é?

- Comigo nunca, no entanto com os outros alunos sim. Mas é um bom professor. – isso aumentou as suspeitas de Eadlyn, precisava ter certeza e o único jeito de fazer isso era perguntando. – vamos? – perguntou Lily.

- Vai indo querida. Tenho que falar com o professor, e acho que Remus quer falar com você. – ela olhou surpresa, mas foi atrás do professor.

Eadlyn levantou e se aproximou de Snape.

- Com licença professor, mas o senhor tem um tempo para conversar comigo?

- Não tenho tempo para meninas tolas. – ele esperava atingi-la. Mas Eadlyn cresceu sem pais, era mais forte do que se imagina.

- Eu não sou uma menina tola. Só quero conversar sobre minha mãe. Sei que você gostava dela.

- Não quero falar sobre isso.

- Por favor! Tem a ver com Lily também. É muito importante. – ele pareceu derrotado. Então concordou.

- Certo! passe na minha sala depois do jantar.

- Ok!- concordou a menina. Então os dois saíram da sala e caminharam lado a lado até o salão principal. Remus ainda não havia chegado então ela sentou em seu lugar e esperou por ele para lhe contar tudo.