Narração Luísa
Confesso que o tom de voz dela me deixou assustada, eu disse:
-Não vou embora.
-Luísa, você não está vendo que ele quer destruir seu relacionamento?
-Dona Glória eu entendo que vocês pensem isso, mas estamos bem aqui.
-Luísa, vamos.
E ouvi Otto descendo as escadas ele disse:
-Que gritaria é essa?
-Ah ótimo você está em casa, a Luísa vai embora daqui e hoje.
-Eu já disse que não vou!
-Espera! Você está machucando a Luísa.
E ele fez ela soltar meu braço, e falou calmamente:
-Luísa, você quer ir embora com a Glória?
-Não, eu quero ficar aqui, com você a Poliana e a Ester.
-Ja tem sua resposta.
-Luísa, você não fica mais nenhum minuto aqui.
-ELA JÁ DEU A RESPOSTA DELA, A ÚNICA QUE NÃO FICA MAIS NENHUM MINUTO NA MINHA CASA É VOCÊ! FORA!
Eu nunca tinha visto Otto falar com alguém daquele jeito, a Glória ia dar um tapa no rosto dele, mas ele segurou a mão dela, e disse:
-Nunca encoste a mão em mim! Some da minha casa!
E ela saiu da casa do Otto um pouco assustada, eu também estava assustada e senti o abraço do Otto e me sentei no sofá com ele e comecei a chorar, eu disse:
-Me desculpa.
-Tudo bem, eu te amo e não quero que você saia daqui.
-Otto, eu estou sentindo cólica.
-Eu vou pegar um dipirona para você.
-Otto, tem algo escorrendo pela minha perna.
-Hemoragia, vamos já para o hospital.
Mas eu não consegui andar e ele me carregou até o carro, e ele me levou para o hospital, quando chegamos eu nem me lembro do que aconteceu pois tudo ficou turvo e eu não conseguia ouvir o que os médicos diziam.
E quando tudo se acalmou eu já estava no quarto com Otto, ele segurava minha mão, e disse:
-Lu...
Apertei a mão dele e comecei a chorar, ele disse:
-Calma meu amor, o bebê está bem.
-Eu...só deita comigo.
E ele me fez companhia até Marcelo chegar e quando Marcelo chegou e me viu com Otto, ele começou a brigar com Otto e os dois estavam discutindo, eu disse:
-Chega! Saí daqui!
-Ta bom.
Disse Otto indo embora, eu disse:
-Você não seu criador maluco, é o Marcelo.
-Eu? É meu filho Luísa!
-Mas por culpa da sua mãe que viemos parar aqui, fora do meu quarto!
E Marcelo saiu do quarto e Otto ficou comigo até o médico me dar alta, Otto me levou para casa e me deixou no quarto, ele disse:
-Lu, eu amo você aqui, mas se quiser ir não quero que se sinta presa.
-Não, eu quero ficar com você.
Ele me deu um selinho, e disse:
-Esse bebê nem é meu, mas já estou amando ele.
Se ele soubesse que o bebê era dele, aí Luísa você deveria dizer a verdade ele vai ser um bom pai, eu disse:
-Você ama crianças.
-Depende, se forem educados até gosto, agora se são o capeta encorpado nem apareça na minha casa.
Fiz carinho no rosto dele e beijei seus lábios, ele disse:
-Deitadinha Lulu, repouso agora.
-Odeio repouso.
-Fica sentada pintando.
-Boa idéia, eu nem perguntei ao médico se o cheiro da tinta faz mau para o bebê.
-Não faz mau.
-E como sabe?
-Confia em mim.
E confiei nele e comecei a pintar minhas telas.
Narração Otto
Deixei Luísa pintando no quarto e quando eu ia buscar Poliana e Ester na escola eu estava saindo com o carro, mas Sara disse que Marcelo tinha levado as meninas para minha casa, na mesma hora saí do carro e entrei na sala, Marcelo estava com as crianças, eu disse:
-Poliana e Ester quarto agora.
-Mas senhor Pendleton...
-Poliana, por favor, depois conversamos.
Provavelmente ela já imaginava que Marcelo e eu iríamos brigar, e quando as meninas saíram da sala, Marcelo disse:
-Cadê a Luísa?
-No quarto descansando.
-O bebê ela...
-Não, os dois estão bem.
-Porque você brigou com a minha mãe?
-Ela entra na minha casa, grita com a Luísa grita comigo e ainda tenta me agredir, é o suficiente Marcelo, a Luísa aínda quer ficar aqui e não vou expulsar ela da minha casa e você deveria respeitar o desejo dela.
-O que você faria se fosse sua mulher? Se fosse a Addison?
-Respeitaria a vontade dela, bem vindo ao mundo do amor Marcelo.
-Você é muito sínico.
-Sai da minha casa!
-Não, eu preciso de sua ajuda antes.
-Vem na minha casa, me chama de sínico e agora quer ajuda? Você é mesmo filho da sua mãe.
-Sim, e você é um doido influente e rico, consegue entrar no consultório da Dra Malú?
-Dra Malú? A psicóloga dos famosos? Que só passa famosos? E que ninguém sabe onde é o consultório e se sabe só entra com a permissão dela? Isso se ela gostar da sua cara?
-Essa mesma, consegue entrar?
-Claro, mas para que quer que eu entre?
-Não só você, mas eu também, a Débora está se consultando com ela e eu preciso saber quem está bancando os luxos da Débora.
-Seja lá quem estiver bancando deixa bancar, ela não é mais nada sua.
-Alguém banca ela para destruir meu relacionamento com a Luísa.
-Lamento.
-Por favor.
Revirei os olhos, claro que eu não confiava no Marcelo, ele podia muito bem planejar algo para Luísa ficar irritada comigo, mas eu disse:
-Te ajudo, mas a Luísa fica aqui até quando ela quiser.
-Fechou.
E ele apertou minha mão, e antes de sair com Marcelo mandei Sara trancar tudo e só abrir se fosse Poliana e Ester, Lara ia comigo pois ela tinha voltado a ver Guilherme e estava no apartamento de Roger, e quando entrei no carro com Marcelo dirigi até a casa de Roger e quando cheguei liguei para Lara, e disse:
-Sai dessa casa agora.
-Ja desço.
Marcelo olhou para mim e disse:
-Otto, o Guilherme é um bom menino, não faria mau a Lara.
-Tenho minhas razões, a Lara é minha sobrinha criei ela como filha então eu que dito as regras para ela.
-Como você é idiota.
-Se você soubesse pelo o que eu passei ia me entender, mas claro você vai ser pai em breve e vai ter idéia.
-Fico impressionado da Lara a menina que você criou como filha aparecer justo agora.
-Se você estivesse no Brasil a seis anos atrás ia saber que eu já tinha ela.
-Só não entendo...Espera? Como sabe que eu estive fora do Brasil esse tempo todo?
-Sua mãe me falou...
-Oi tio.
Disse Lara entrando no carro, eu disse:
-O que conversamos sobre isso?
-Foi trabalho da escola.
-Vocês são de salas diferentes, Lara...
-Não beijei ele eu juro.
-Conversamos em casa, mas acho que uma semana sem celular já ajuda você a se lembrar.
-Ah não tio.
-Prefere cinco semanas?
Ela me entregou o celular e Marcelo me olhou incrédulo e comecei a dirigir, e disse:
-Entra vai ser fácil, o difícil vai ser fazer ela dizer sobre a Débora, é anti ético um psicólogo falar sobre seu paciente.
-Essa parte tenho certeza que você vai cuidar.
-E porquê eu faria isso?
-Porque se não for você quem está bancando a Débora, é outro interessado na Luísa, e se você for igual a mim você vai estar morrendo de ciúmes também.
-Vou ver o que faço.
E acelerei o carro e de repente começou a tocar uma música Bitter Sweet Symphone, Lara gritou, e disse:
-Tio, a música da ponte.
Acelerei mais o carro e entramos em uma ponte longa e abri a parte de cima do carro e aumentei o som e Lara ficou em pé no banco detrás e abri os braços e começamos a cantar a música e foi assim até a ponte acabar, Lara deu risada, e disse:
-Na França é mais divertido.
-Esta de manhã, a noite é mais legal fazer se for natal então.
Ela deu risada e Marcelo disse:
-Vocês tem uma maneira estranha de se divertir.
-Se chama liberdade.
Narração Luísa
Quando as meninas chegaram elas me fizeram companhia e Poliana não parava de fazer perguntas sobre o bebê, estava tudo bem com ele, mas eu podia perder ele, mas quanto mais eu pensava nisso mais nervosa eu ficava.
Liguei para Otto diversas vezes mas ele não me atendeu e nem Lara me atendia, eu estava começando a ficar preocupada.
Narração Otto
Vi Luísa me ligando e ainda bem que eu tinha deixado meu celular no silencioso por isso Marcelo nem fez idéia, mas pedi que Lara mandasse mensagem para Luísa perguntando se ela estava bem.
Quando chegamos no consultório da Dra Malú nos sentamos e eu disse:
-Obrigada por nos receber Dra Malú.
-É um prazer te ajudar Dr Monteiro, mas eu estranhei sua consulta repentina.
-Você atende uma colega nossa, a Débora.
-Ah sim atendo ela sim, ela é um tanto difícil.
-Bem...A Débora está machucando a noiva do meu irmão e infelizmente existe alguém bancado isso e eu quero saber quem é.
-Me desculpa mas eu não posso falar.
-Eu já imaginava.
Disse Marcelo, eu disse:
-Ah mas seria legal se soubéssemos.
E dei um sorriso, e disse:
-Os seus olhos são como duas lagoas de água cristalina, água que me chama, água que me afoga...
-Uau.
Disse ela cruzando as pernas, Marcelo disse:
-O que você fez? Você drogou ela?
-Claro que não, é meu charme.
Olhei para a Dra, e disse:
-A resposta é sim, nós podemos fazer uma rapidinha, mas vai ter que responder minha pergunta.
-Eu não posso é um babado.
-Ah vamos lá, vai perder a chance de uma rapidinha bem gostosa?
-Ah está bem, ela desvia dinheiro dos fundos do CLP, e quem a ajuda também é um tal de CEO da 011, os dois tem um caso.
-Ah não a Débora tão linda tendo caso com aquele idiota do Roger? Como ela tem mau gosto aquela menina...
-Otto, era só isso, vamos.
-Ah, mas não posso sair assim.
-Você vai mesmo transar com essa mulher?
-Claro, eu prometi.
-Eu fico lá em baixo com você Marcelo.
Disse Lara dando risada, eu disse:
-Desço em dez minutos.
E os dois saíram.
Narração Marcelo
Quando cheguei no carro com a Lara, ela disse:
-Não se preocupe Marcelo, meu tio já desce.
-Eu nem imaginava que seu tio fizesse isso.
-Ué, acha que ele não transa não?
-Não me refiro a isso, mas a trocar sexo por informações.
-Ele só é esperto, o que é melhor que sexo?
-O que você é realmente dele?
-Sou sobrinha.
-Não é filha não?
-Não, biologicamente sou sobrinha, mas o chamo de pai, as vezes.
-E como você fica com ele?
-Ficando.
-Me refiro a se ele é chato? Rígido?
-Não, na verdade ele é um bom amigo, só leva tempo para quebrar o gelo, mas foi surpreendente como ele se abriu com você olhando.
-E ele é o tipo de pessoa que afasta você para ferir a...
-Esta preocupado se ele vai sumir com a Poliana caso a Luísa saía da mansão?
-Estou.
-Conhecendo meu tio, ele nunca faria isso, ele gosta e respeita a Luísa, ele não machucaria ela dessa forma.
E Otto entrou no carro e ligou o carro, e disse:
-Lara, a Dra Malú disse que podemos nos consulta com ela, vou ver se a Poliana e a Luísa querem vir, terapia é muito bom, eu já coloquei nós dois.
-Você é um gênio.
-Não sou um gênio, só tenho uma inteligência acima da média.
-Comprovado cientificamente que seu QI é maior que o de Einstein.
-Então o seu e o da Poliana terá que ser maior ainda.
Apesar de eu não me dar bem com o Otto, naquele dia eu vi que embaixo daquele gelo tinha um humano que amava as filhas e que se divertia, me senti seguro em deixar ele e Poliana sozinhos, mas eu tinha que ver com Luísa, as vezes eu tinha a sensação de que Luísa não queria sair de lá.
Mas não por causa da Poliana, mas sim por causa dele, mas podia ser coisa da minha cabeça.
Narração Luísa
Quando Otto chegou ele estava com Lara e Marcelo, eu disse:
-Por onde esteve?
-Eu precisei resolver alguns problemas.
Disse Otto, e subiu para o quarto, Marcelo disse:
-Luísa, você podia dormir em casa hoje.
-Não, eu quero dormir aqui.
-Luísa, a Poliana vai dormir na minha casa então você podia ir com ela.
-Não acho que o Otto vá deixar a Poliana dormir na sua casa, ainda mais se eu não for.
-Ele disse que ia pensar, vamos Lulu?
Conhecendo Otto ele não deixaria ela ir nem se eu fosse junto, mas eu disse:
-Tudo bem.
Eu não queria ficar com Marcelo pois eu ia me casar com ele e viver uma vida junto dele então porquê ficar com ele agora? Era melhor eu ficar com o Otto.
Otto desceu as escadas e olhou para mim, e disse:
-Luísa, pode ficar com as meninas essa noite? Tenho uma emergência em Seatlle e preciso pegar o primeiro avião para lá.
-Claro meu...Amigo, morreu alguém? É a Addison?
-Não, é só trabalho mesmo.
-Fico com as baixinhas.
-Obrigada Lulu, eu...Eu fico muito agradecido, Sara arrumar malas.
-E enquanto a Poliana dormir no João?
Perguntou Marcelo, Otto disse:
-Fico devendo na próxima Marcelo, se a Poliana for a Luísa vai querer ir e a Lara e a Ester...
-Ja entendi.
Disse Marcelo irritado, olhei para ele com um olhar de brava, ele disse:
-Vou indo lá, tchau Luísa.
-Tchau.
E quando ele saiu fui para o quarto de Otto e Sara já tinha preparado a mala dele, eu disse:
-Quanto tempo você vai ficar fora?
-Talvez duas semanas, tive um probleminha com a minha pesquisa, mas não se preocupe.
Beijei ele, e disse:
-Vou sentir sua falta César.
-Eu também vou sentir sua falta, mas sabe o que é bom?
-O que?
-O reencontro.
-Meu César.
E demos um beijo longo.
Meses depois
Narração Otto
E finalmente o grande dia cinco de Abril sim Otto ficando mais velho e ainda suas duas filhas ficando mais velhas, nesse dia Luísa e eu íamos acertar os últimos detalhes do aniversário da Poliana que ia ocorrer no final de semana.
Faltava apenas escolher as cores dos balões e os doces, mas claro que Luísa teria que fazer isso comigo, pois eu era pessimo em escolher isso, Luísa e eu saímos de casa e pegamos um trânsito horrível e para piorar a chuva começou, mas conseguimos chegar no buffet de festa e escolhemos tudo, já no carro indo para casa, Luísa disse:
-Hoje acordei sentindo um pouco de dor.
-O bebê está perto de nascer, a dilatação já começa.
-Ainda falta um mês Otto.
-Disfarça, eu olho sua barriga e penso que você está de nove meses.
-Eu...Otto a bolsa estourou.
-Brincou?
-Não.
Estávamos muito longe do hospital e eu coloquei Luísa no banco detrás do carro e dirigi o mais rápido que eu podia mas ela começou a gritar, eu disse:
-Intervalos de vinte segundos, o bebê está nascendo.
-Otto! Me leva para o hospital!
-Até levo você minha Deusa, mas estamos a uma hora do hospital.
-E agora?
-Agora...
Estacionei o carro, abri o porta malas e peguei o kit de emergência, e disse:
-Seu bebê vai nascer aqui.
-O que? Não Otto eu tenho medo!
-Luísa, acha que eu vou deixar algo de ruim acontecer com seu bebê?
-Você já fez um parto na vida?
-Já.
Não sei se Luísa acreditou mas peguei a garrafa de água lavei bem as mãos, sequei as mãos e coloquei as luvas, Luísa estava chorando, e disse:
-Eu tô com medo Otto.
-Não precisa ter medo, confia em mim.
Ela apertou minha mão e tirou a calça e a calcinha, eu coloquei meus dedos mas entrou minha mão, eu disse:
-Dilatação completa, só precisa fazer força o resto seu corpo faz.
E ela começou a fazer força e gritava eu segurava a mão Luísa, ela estava chorando mas quando ouvimos o chorinho dele, foi uma emoção.
Enrolei o bebê na minha blusa e cortei o cordão umbilical, e disse:
-Lu, deixa ele aquecido, temos que chegar no hospital logo.
E fomos para o hospital mas eu achei aquele bebê da Luísa grande demais para ser prematuro, quando chegamos ela foi atendida, e o médico disse:
-Acompanhante da Luísa D'Ávila?
-Sou eu.
-Ela já está bem, você cortou o cordão umbilical perfeitamente, o bebê já pode ficar no quarto com a mãe.
-Posso ver?
-Pode.
E quando entrei no quarto de Luísa ela estava segurando o bebê, ela disse:
-Derek o nome dele.
-Bem vindo Derek, ele é lindo.
-Com quem você acha ele parecido?
-Com nenhum dos dois.
E nessa hora Glória e Marcelo chegaram, eu disse:
-Já vou indo Lu, a Poliana deve estar preocupada já e devo sair com as meninas.
-Obrigada Otto.
Beijei a mão dela, e sai do quarto dela.
Narração Luísa
Quando Otto foi embora eu fiquei com Marcelo e Glória que ficaram segurando Derek, Glória olhava para meu bebê de um jeito estranho, e quando Marcelo saiu, Glória colocou Derek na caminha, e disse:
-Luísa, esse bebê não é do Marcelo.
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