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História Meu Doce Pecado - Capítulo 10


Escrita por: AWNIL

Notas do Autor


Olá nenéns ❤️

Sim, sei que demorei mas tá aí, então boa leitura 😣❤️

Capítulo 11 - Capítulo 10


Fanfic / Fanfiction Meu Doce Pecado - Capítulo 10

Terça feira, 10:45 AM

Maillard Université

— Foi uma boa escolha de tecido Dupain-Cheng — o professor Thomas da área de disciplinas práticas confessa analisando meu vestido no manequim e passando os dedos sobre ele — E nossa, esse chapéu, o acabamento... tudo ficou incrível! Estou orgulhoso — ele elogia mais uma vez me fazendo sorrir feito idiota.

— Obrigada professor — agradeço vendo ele anotar algo em sua prancheta com um grande sorriso.

Ser elogiada por ele é uma honra pra mim.

Thomas Petit, não é apenas um professor de moda qualquer o cara é um dos maiores estilistas que eu já conheci. Como podem ver, no momento ele está se dedicando a dar aulas a alunos que desejam chegar ou até ir além da onde ele chegou.

— Ah Bourgeois minha querida... — Thomas faz uma cara de quem está morrendo de pena — O que ainda está fazendo aqui?

— Pra ser sincera, nem eu sei professor — ela responde totalmente despreocupada enquanto mastigava seu chiclete.

— A costura está... parecendo a de uma criança de quatro anos, dá pra notar claramente que o vestido está meio torto e... se eu disser mais que isso vou acabar sendo processado pelo seu poderoso papai — ele começa a escrever na prancheta novamente, porém dessa vez não muito contente.

— Relaxa professor, sei que não sou boa nisso, só estou aqui por obrigação da minha mãe, e pelas festas é claro — ela pisca com um sorriso sem-vergonha nos lábios, isso faz o professor suspirar e negar com a cabeça enquanto caminha para o próximo aluno.

Chloé realmente não está de cabeça nisso, ela ama sim o mundo da moda conhece muitos estilistas e tudo mais, mas o lance dela não é fazê-los, mas sim estourar seu cartão de crédito comprando cada uma delas. O sonho real da garota é atuar, a vadia aqui é uma ótima atriz quando quer, já caí tantas vezes nas suas atuações que se pudesse eu mesma entregaria o Oscar a ela.

E ela não é a única, algumas pessoas nessa faculdade só estão fazendo o que fazem por pura pressão da família. Sabendo disso eu até me sinto levemente privilegiada porque meus pais sempre me disseram que eu poderia ser o que eu quiser quando crescesse.

Acho que se meu sonho fosse ser uma stripper papai e mamãe estariam lá na primeira fileira jogando notas de cem para mim como forma de apoio, ou talvez não... porque papai também poderia arrancar minha cabeça antes de tudo.

— Por hoje é só isso mesmo, amanhã nos vemos novamente — o professor anuncia e todos se levantam de suas cadeiras.

Junto minhas coisas e me levanto.

— Vou buscar o Adrien, pode ir na frente — aviso a Chloé enquanto saímos da sala.

— Tudo bem, qualquer coisa estamos na parte de trás da faculdade — ela avisa e pega sua bolsa saindo da sala.

Coloco minha mochila sobre o ombro e caminho para o andar de Adrien.

Caminho até lá com mais leveza, as coisas estão começando a andar e Adrien está quase confiando em mim, se tudo continuar nesse ritmo daqui a pouco poderei partir para segunda etapa: A sedução.

E acredite se quiser, nesse quesito eu dou aula.

Quando chego a sala dele alguns alunos passam por mim saindo dali. Cansada de esperar resolvo buscá-lo eu mesma.

Mas quando chego lá, não vejo ele em lugar nenhum. Nem mesmo na primeira fileira.

Espera, o que está rolando? Será que foi ao banheiro?

Dou mais uma olhada no local e a única pessoa que vejo é Lila, junto com seu grupinho do mal. Por mais que eu a odeie com todas as minhas forças eu preciso saber onde ele está então me aproximo.

— Hum... Lila? — chamo.

— O que quer Dupain-Cheng? — ao ouvir minha voz ela para de retocar o batom, fecha o mini espelho e me olha com desdém.

— Você viu o Adrien por aqui hoje? — pergunto rodando o dedo indicador.

— Adrien? — ela faz uma careta e dá uma pausa pensativa — O Agreste? Aquele nerd sem graça que sempre senta na primeira fileira? — aponta pra frente.

— É Lila, ele mesmo — concordo sem paciência.

— Não, eu não o vi hoje, em nenhuma das aulas! — ela sorri de forma forçada sem mostrar os dentes.

— Certeza? — pergunto novamente.

— Sim, Marinette! Tenho certeza. Por que está tão interessada nele? — ela se vira pra mim e junta as sobrancelhas perfeitas em confusão.

— Não é da sua conta — sorrio da mesma forma que ela e me afasto saindo da sala.

Onde diabos esse garoto se meteu?

Decepcionada volto para meu amigos meio pensativa.

Tiro o celular do bolso pra enviar uma mensagem para Adrien, mas antes que eu possa começar a digitar, meu telefone toca. Era Marc.

— Que é?! — praticamente rosno quando atendo.

— Que horror, não precisa dessa grosseria! — ele protesta.

— Eu estava ocupada! Fala logo o que quer! — apresso irritada.

— A Chloé já estava mancando hoje na aula? — Marc faz uma pergunta totalmente aleatória.

— Que? De que merda está falando? — eu não estou entendendo porra nenhuma.

— Só me responde isso!

— Eu não sei... eu acho que sim, porquê?

Percebi que ela estava mancando, mas não dei muita atenção, achei que ela tinha apenas tropeçado em algo ou sei lá o que.

Chloé é elegante e anda como se tivesse o mundo na palma da mão, mas também pode ser completamente desastrada e tropeçar de vez em quando, principalmente em alguns paus...

— Ahá! Eu sabia, ele te destruiu! — ele começa a gargalhar feito louco e desliga na minha cara.

Que?!

Volto a fazer o caminho até a parte de trás da quadra. E quando olho diretamente para o banco lá estava meus amigos babando nos meninos do time de basquete feito uns idiotas...

— Ué? Cadê o nerd? — Marc pergunta ao me ver sozinha.

— Não está aí — dou de ombros e me sento também.

— Como assim? — Sabrina indaga e só agora noto Max ao seu lado.

— Eu não sei, ele só não veio... — me sento ao lado dela.

— Tem certeza? E se ele apenas tiver saído da sala e...

— Não, ele realmente não está aí — respondo rápido — Ei Marc, o que queria dizer com aquilo da Chloé estar mancando? — pergunto me virando pra ele.

Saindo do transe ele para de encarar um dos jogadores que estava sem camisa e me olha em confusão.

— Que?

— Por que me perguntou se a Chloé estava mancando hoje na aula?

— Ah sim, é por que a bonita aqui, não quer confessar que o rei Arthur destruiu o útero dela ontem a noite — ele aponta para a loira com o polegar.

Cara, já me arrependi amargamente de ter perguntado.

— Meu Deus, eu já disse que não foi por isso! — Chloé reclama impaciente.

— Amiga, você tá mancando, é claro que aquele garoto te destruiu... — Marc diz como se isso fosse óbvio.

— Eu estou mancando porque torci o pé quando estava na casa dele, mas não foi por causa do pau dele — ela explica.

— Ah é? — ele arquea uma sobrancelha.

— Sim eu juro.

— Então como isso aconteceu? — ele a olha interessado.

— Então, depois que a gente terminou o jantar ele me levou pro quarto dele e...

— Não Chloé! Não sou obrigada a saber da suas putarias — Alya corta antes que ela falasse mais merda.

— Só ignora ela e foca aqui em mim — Marc estala os dedos chamando a atenção dela — Eu quero detalhes imundos. Então me conta, ele é bom de cama?

— Bom? O cara era perfeito!

— Qual é o tamanho dele? — Marc exige.

— Garoto, é aquilo que eu chamo de pau colossal, o cara parecia um deus do sexo! — ela morde o lábio inferior.

Sério, eu as vezes me pergunto por que ainda ando com eles, sabe?

— O cara praticamente tinha a porra do paraíso entre as pernas — a loira sorri como se fosse derreter.

— Sinceramente Chloé, eu realmente não quero ouvir sobre o pau de outro cara — Max pede.

— Ele tem meu voto — levanto a mão.

— O meu também! — Alya se junta a mim.

— Quando isso se tornou uma votação? Eu só...

Chloé para de falar quando ouvimos uma gritaria vindo da quadra, pelo que eu entendi Nathaniel acabou de fazer uma cesta e seus amigos estão comemorando.

Vejo ele piscar para uma garota que estava sentada do outro lado da quadra e fazer um sinal de “me liga”.

Que merda.

Volto a atenção para Chloé quando ela bufa alto.

— Sério, eu odeio ele, o jeito que ele se acha o mais fodão, odeio mais ainda aquele abdômen esculpido, os braços fortes, aquele cabelo sedoso e... e merda! Porque ele tem que ser tão lindo?! — ela exclama com raiva olhando para ele.

— Sabe o que é isso? — Alya pergunta e Chloé nega confusa — É amor encubado, você ainda está apaixonada — ela sorri tranquilamente.

— Claro que não isso foi passado — assegura.

— Passado? Uma semana atrás você confessou que estava apaixonada — Alya rebate.

— Mas ele foi um lixo comigo, então isso não me interessa mais... — ela dá de ombros.

— O esquema é sentar sem compromisso, mas vocês querem sentar e se apegar, é por isso que se fodem e ficam chorando pelos cantos... — Marc diz como se fosse o dono da razão.

— Nossa, falou o cara que agora está de quatro pelo Joseph... — Chloé alfineta.

— Literalmente! — Sabrina completa nos fazendo rir.

— Argh! Vocês não entendem, são tão idiotas! — ele solta um grunhido impaciente.

— Aham, sim, nós somos as idiotas — concordo com ironia.

                                (...)


Quarta feira 09:10 AM

Maillard Université

As portas da sala de aula se abrem, interrompendo meus pensamentos. Quem entra é a professora Ruth, ela coloca suas coisas sobre a mesa e volta para o pódio no meio da sala.

— Bom dia amores — ela sorri de forma doce para todos nós quando respondemos seu cumprimento — Eu realmente estou animada para aula de hoje — Ruth bate palminhas animadas — Eu já estou com o nome de alguns dos estilistas mais importantes no mundo da moda aqui — ela vai até a mesa e pega um pote, ele era pintado de um rosa bem forte e enfeitado com flores e borboletas, é, acho que ela mesmo quem personalizou isso — Vamos começar o sorteio, eu vou passar na mesa de cada um aleatóriamente e vocês irão colocar a mão no pote e tirar o papel com o nome do seu estilista, ah, e após isso, leiam em voz alta, por favor — ela explica como se não soubessemos como funciona um sorteio e começa a caminhar pelo corredor.

Ruth passa pelas mesas de forma aleatória, assim como explicou. Alguns alunos estavam tirando a sorte grande de tirarem estilistas que eu simplesmente amo, ouço nomes como: Miuccia Prada, Christian Dior, Valentino e até Coco Chanel, só nível altíssimo, e eu espero que sobre pelo menos um estilista incrível pra mim também.

Quando ela finalmente chega a nossa mesa estende o pote primeiramente para a loira. Ela coloca a mão dentro balança um pouco e tira de lá o nome de ninguém mais ninguém menos que Thomas Petit, nosso professor de História da Moda, nossa, Chloé realmente é sortuda, ela só vai precisar interrogar o cara por umas semanas e voilà o trabalho perfeito. Nota dez sem esforço algum.

A professora se vira pra mim com um sorriso e estende o pote na minha direção, pego o papel e começo a desdobrar.

— Como você é a última, isso significa que o seu estilista é... — Ruth faz uma pausa ela queria que eu adivinhasse, e sinceramente, não faço a mínima, tem tantos estilistas por aí que eu nem...

Puta merda!

— Gabriel Agreste?! — digo espantada e isso arranca uma gargalhada histérica da Chloé ao meu lado deixando todos completamente confusos.

Ca-ra-lho, eu não sei o que dizer, se isso for um sinal do universo ou algo assim, por favor Sr. Universo, peço que pare de usar drogas, você está me deixando levemente confusa.

Não acha que eu já estava pensando no Adrien o suficiente essa semana e você me vem com uma dessa?!

Sinceramente, não sei se isso é bom ou ruim.

— É isso crianças — Ruth se afasta e volta para o meio da sala — Lembrando que vocês terão esse mês inteiro e metade do próximo para planejar tudo — ela explica pela milionésima vez — Estão livres por hoje, não tenho nada pra passar porque quero que foquem totalmente nesse trabalho

Me levanto totalmente atordoada, cara, como assim? Não que eu não tenha gostado, admiro e muito Gabriel Agreste, mas porra...

— Caralho Mari, se isso não é um sinal do universo eu não sei de mais nada — Chloé continua rindo enquanto caminhávamos para o lado de fora.

Andamos mais um pouco, como fomos liberadas mas cedo, avisamos nossos amigos a nossa localização caso quisessem nos encontrar depois da aula e resolvemos nos sentar debaixo de uma das árvores do campus.

— Eu juro que não estou acreditando até agora — digo observando os alunos passarem.

— Sinal de que são feitos um para o outro! — ela sorri de forma safada.

— Sério, não força, é só uma aposta... zero sentimentos aqui! — digo numa forma de tentar fazê-la parar com essa bobagem.

Chloé dá de ombros e tira o celular da bolsa e em segundos ela já está totalmente entretida nele, ficamos em silêncio por uns minutos aproveitando a brisa fresca da manhã, ah e sim, agora a primavera chegou com tudo e não tem mais inverno que roube o seu lugar.

— Ann Chloé, eu fiquei sabendo o que o Nathaniel falou pra você aquele dia... — murmuro depois que vejo uma garota ruiva passar por nós, isso me fez lembrar do Nath.

— Que di... Merda! Ficou? — ela guarda o celular me olha espantada e eu assinto — Ele vai me matar... — Chloé sussurra algo tão rápido que não escuto muito bem — Olha, isso é uma coisa que ele ainda não está... — a loira se vira pra mim e segura minhas mãos começando a se explicar.

— Do que está falando? — a corto confusa e puxo minhas mãos de volta — A Sabrina só me contou o que ele disse sobre ficar com uma garota tão rodada como você e...

— Ele disse? — ela me interrompe, ela parecia a confusa agora.

— Sim, e depois disso foi quando você deu um tapa na cara dele, não é? — pergunto fazendo ela ficar parada por uns instantes, mas ela logo relaxa o corpo e solta um pequeno sorriso.

— Ah, sim, claro, foi exatamente isso o que ele me disse... — ela suspira olhando para frente — Eu fiquei tão mal com isso, sabe? — Chloé leva a mão até o peito e suspira baixo.

— Sim, sinto muito, mas por que todo o desespero? Tem algo a mais que eu preciso saber?

— Não! Não tem nada rolando, eu juro — ela assegura negando com a cabeça e me lança uma piscadela.

Concordo e minha mente logo volta para Adrien, hoje mais cedo passei em sua sala e nada dele, eu  sinceramente não sei o que está acontecendo, mas só espero que ele esteja bem...


Quinta-feira, 08:17 PM

É quinta-feira à noite uma dia antes do jogo de basquete dos meninos e eu e meus amigos estamos reunidos e sentados no chão da minha casa jogando Palavras Cruzadas e acabamos de entrar em uma discussão porque chegou a vez de Nino e ele colocou no tabuleiro uma palavra que nem sequer existe.

— Eu juro, eu ouvi essa palavra em um filme! — ele se defende.

— Claro que não Lahiffe, isso nem existe! — Nathaniel aponta para o tabuleiro.

— Que porra de palavra é essa?! — Alix inclina a cabeça confusa.

— Vai me dizer que vocês nunca ouviram a palavra “Inovialismo”? — ele alterna o olhar entre nós.

— Não! — todos respondem em uníssono deixando um Nino totalmente indignado.

— Amor, escuta aqui, você não pode inventar palavras que não existem, entendeu? — Alya explica com ternura.

— Mas eu não estou inventando docinho... — ele choraminga pra namorada.

— Então qual o significado? — ela pergunta na maior paciência.

— É... É quando você... tipo... Droga! Vocês me fizeram esquecer! — ele esbraveja alto o suficiente para assustar Tikki que estava dormindo no chão ao lado dele.

A gata o olha com uma cara de quem iria matá-lo, se levanta e sai de perto dele caminhando elegantemente para a cozinha.

— Eu quero jogar logo, se resolvam aí! — Marc apressa.

— Podem pesquisar no Google se não acreditam! — Nino sugere.

— Eu vou escolher acreditar em você, tudo bem? — Alya diz de forma carinhosa e coloca a sua mão sobre a dele o fazendo sorrir.

Argh! Tão lindo e felizes que chega a dar ódio.

— Tá, mas só você acredita nós não! — Kim rebate.

— Eu pesquiso! — Alix já está tirando o celular do bolso e começa a digitar — Nossa! — diz ela um momento depois e esperamos sua resposta — Aqui só diz, “Sua pesquisa não encontrou nenhum documento correspondente”, é acho que realmente não existe.

— Eu sabia! — Nathaniel diz.

— Eu juro que a palavra é real! — Nino insiste tentando se defender.

Depois de muito discussão e muita insistência de Nino resolvemos perguntar a pessoa mas esperta do nosso grupo, Max Kanté, no momento ele não está aqui, preferiu ficar em casa estudando, amanhã ele tem uma prova importante.

— Eu ligo pra ele — Kim avisa, discando o número do amigo e leva o aparelho até a orelha, fica por um tempinho na linha e logo resmunga com raiva — O filha da puta rejeitou minha ligação! — esbraveja indignado.

— Deixa que a Sabrina liga, ele é praticamente o cachorrinho dela, dúvido não atender na hora — Chloé diz e todos olhamos pra ruiva.

— Esperem um minuto — ela se levanta pra pegar o celular que deixou carregando no canto da sala, quando volta a nossa roda procura pelo contato dele, assim que acha clica no botão de ligar e coloca no viva-voz.

No primeiro toque Max atende.

— Falei! — Chloé murmura com razão e cruza os braços.

— Cuzão que recusou minha ligação! — Kim acusa o amigo.

— Kim! — Sabrina adverte.

— Amor, porque estão todos me ligando? Alguém morreu? — Max pergunta confuso do outro lado da linha.

— Não idiota, precisamos da sua ajuda aqui — ela começa a explicar — É que estamos jogando Palavras Cruzadas e Nino acabou de inventar uma palavra que não existe...

— Existe sim! — Nino interrompe.

— Tudo bem, me falem a palavra — Max pede.

Inovialismo! — ele mesmo responde.

— Ino... Inovi o que? É claro que não, da onde ele tirou isso? Do cu?! — as palavras sinceras de Max fazem todos começarem a rir alto, menos Nino é claro.

— Viu só? Não existe! — Nathaniel sorri convencido.

— Claro que existe, no meu vocabulário existe! — Nino diz se sentindo totalmente traído pelos seus amigos.

— Ok, então é isso Nino você está eliminado do jogo — digo indiferentemente, checando as letras que eu tinha disponível, depois dele eu era a próxima.

— Vocês são um bando de vacilões isso sim! — ele nos acusa — Nunca mais jogo nada com vocês! Nunca mais! — Nino se levanta da rodinha, coloca os headphone nos ouvidos e se joga no meu sofá muito puto.

— Awnn — Alya resmunga com dó — Não fica assim amor, é só um jogo, e eu acredito em você tudo bem? — ela olha pra ele fazendo bico.

Apenas dou de ombros e coloco a minha palavra no tabuleiro, o que deixa meu amigos totalmente perplexos, não entendo o porquê, eu tinhas as letras "E" "D" "R" "F" e "O", e acho que qualquer um no meu lugar escreveria a mesma palavra que eu, ou talvez não.

— Que horror! — a doce Rose exclama horrorizada quando vê a palavra “foder” no tabuleiro, já Kim e Nathaniel estavam rindo tanto que quase passam mal.

— Que foi? Nunca fez isso na vida? — digo na defensiva.

— Coração, você não pode colocar esse tipo de palavra no tabuleiro, é obsceno — Marc explica impaciente.

— Nossa, olha só quem quer falar de obscenidade... — cerro os olhos.

— O foco não é esse querida, palavras de baixo calão não valem — ele alarma.

— E isso está nas regras por acaso? — rebato.

— Não, mas é totalmente fora...

— Anh... amiga? — Sabrina me chama.

— Que é?!

— Você só tem três espaços no tabuleiro, não pode colocar mais do que isso, então significa que você está automaticamente fora do jogo — ela sorri fraco, provavelmente não queria me dar essa notícia.

— Tinha que ser... — Juleka diz secamente me fazendo olhá-la — Você está fora Dupain-Cheng — ela provoca com um sorriso sínico.

— Vá a merda Couffaine! — mostro o dedo do meio pra ela — E que se foda! — tiro minhas letras do tabuleiro, levanto e sento na poltrona me aconchegando nas almofadas.

Pra mim não fazia diferença se eu iria ganhar ou não, minha cabeça não estava no jogo, de qualquer maneira.

Nos últimos dias, infelizmente era Adrien Agreste quem estava consumindo todos os meus pensamentos.

Sexta-feira, 07:30 PM

Alguns horas antes do jogo

— Pra que tanto sapatos se você só tem dois pés? — Alya pergunta parada em frente ao closet enorme no quarto de Chloé.

— Que pergunta idiota, seria a mesma coisa que perguntar “Pra que tanta roupa se você só tem um corpo?” — Chloé rebate, ela estava sentada no chão em frente ao espelho passando a chapinha no longo cabelo loiro.

— É, até que faz sentido... — ela faz uma pausa pensativa — Mas você tem dois closets só de sapatos, aposto que não deve usar nem metade disso aqui — fecha a porta e se joga na cama ao meu lado.

— A maioria das coisas que tenho aqui é minha mãe quem compra — explica concentrada no espelho.

— Desculpa interromper a conversa de vocês aí, mas eu já posso tirar essa merda da cara? — Sabrina sai do banheiro apontando para seu rosto, Chloé inventou de fazer uma máscara de hidratação caseira pra colocar no rosto, ela é verde, estranha e pegajosa. Claro que negamos essa porra até a morte, a única que aceitou mesmo foi Sabrina

— Não, você colocou a pouco tempo espera mais um pouco — a loira responde sem nem olhar.

— Mas essa merda já está começando a me incomodar — ela reclama fazendo careta.

— Eu acho melhor você deixar ela tirar Chloé, e se o rosto dela acabar caindo? — Marc diz sentado na penteadeira enquanto retocava as unhas com o esmalte preto que roubou de algum lugar do enorme quarto de Chloé.

— Tá bem, vai lá... — ela responde a contra gosto e Sabrina volta para o banheiro.

As meninas estavam se arrumando para o jogo de hoje a noite, elas, não eu, não estou muito afim, acho que daqui irei direto pra casa.

— Não vai se arrumar? — Alya pergunta quando me vê deitada com a cara mais derrotada possível.

— Eu estou tão cansada, não sei se vou hoje... — murmuro me esticando na cama.

— Ué, desistiu do nada? — Chloé pergunta confusa, mas logo sorri para o seu próprio reflexo no espelho e manda um beijo pra si mesma quando termina de alisar todo o cabelo.

— Sim eu... Sei lá... — resmungo com a cara no travesseiro.

— O Adrien não vai vir mesmo? — Alya diz.

— Acho que não, ele não responde minhas mensagens desde de terça feira — falo.

— Relaxa, quem sabe ele apareça de última hora?

— Hum, não sei...

— Chloé! Eu não sei que resultado essa merda deveria fazer no meu rosto, mas aposto que me deixar parecendo um caranguejo não é uma das opções! — Sabrina grita do banheiro e logo aparece no quarto com o rosto completamente vermelho.

Eu quero rir, mas também tô morrendo de pena dela.

— Cacete! — Chloé a olha espantada.

— Está tão ruim assim? — a ruiva pergunta preocupada.

— Ruim é pouco, parece que você ficou um dia inteiro com a cara no sol sem protetor solar depois passou uma hora naquelas caixas de bronzeamento artificial e após tudo isso lavou a cara com água fervente — Marc diz calmante dando a última pincelada de esmalte preto no dedo indicador.

A confissão dele deixa Sabrina boquiaberta.

— Puta merda Chloé, o que tinha nessa máscara?! — pergunto horrorizada me virando pra ela.

— Hum. Abacate, clara de ovo, aveias e...

— Abacate?! — interrompe.

— Sim...

— Merda! Eu sou alérgica a abacate, Chloé! — Sabrina esbravejou.

— Meu Deus, eu esqueci completamente! — ela exclama, claramente se sentindo culpada e leva as mãos até os cabelos recentemente alisados — Relaxa, nada que um anti-alérgico não resolva! — Chloé diz para Sabrina tentando tranquiliza-la, porém parecia que aquilo tinha sido pra si mesma.

Ela se levanta com presa e vai até o armário abrindo a gaveta de remédios. Alguns segundos depois suspiro e fecho os olhos, só escutando ela correr desesperada de um lado para o outro pelo quarto tentando reparar a merda que fez.

                                      (...)

— Será que ele ainda vai vir? — estou na expectativa desde que chegamos a quadra, a espera de Adrien.

— Não sei Marinette, não sou vidente — Marc responde irritado — Mas eu sei que se você ficar que nem uma louca obcecada tenho certeza de que ele não vai aparecer!

— Só fiz uma pergunta... — eu cruzo meus braços apertados contra o peito.

Sua resposta é um cruzamento entre um gemido e uma risada.

— A mesma pergunta pela décima vez, né gata? — revirando os olhos, ele focaliza sua atenção no jogo.

— Só estou preocupada... — me defendo.

— Ah, meu Deus, porque ele não defendeu a merda da sesta?! — Alya ao meu lado grita irritada e me viro para a quadra.

— Relaxa amor, nós ainda temos muita chance de ganhar... — Nino tenta tranquilizar a namorada sem tirar os olhos da quadra.

Assitir ao basquete ao vivo é uma coisa bem louca, é veloz e intenso. Me distrai e tirei os olhos do jogo por uns segundos, agora estou perdida e voltei em um jogo totalmente diferente. Quando eu estava olhando, o time rival estava no ataque, agora quem está é a BBC e eles estão bem perto de fazer outra sesta.

Tiro a atenção da quadra quando um rugido da multidão acaba me assustando.

— Wow, isso foi falta! — Alix do outro lado esbraveja.

— Você é cego, juiz? Como não viu isso?! — Marc grita agora, claramente irritado.

Um grupo de rapazes algumas filas atrás de nós começa a gritar em indignação, tão irritados quanto eles.

— O que está rolando? — pergunto me sentindo totalmente perdida quando vejo os meninos se posicionarem para fazer uma cesta.

— Os babacas do outro time fizeram uma falta que impediu nosso arremesso, então nós temos direito a uma cobrança de 2 lances livres... — Nino explica concentrado.

— Sério, não importa quantos jogos eu assista, nunca vou entender essa merda por completo, tem regras que eu nem fazia ideia de que existiam — Sabrina retrata. Ah, e a cara dela já está melhor.

— Nino, você gosta e sabe tanto sobre basquete, porque não entra pro time? — indago me erguendo para olha-lo.

— Eu estava muito ocupado com as provas, mas se tudo der certo, eu talvez me inscreva pra entrar no time no próximo semestre...

— Seria bom — encorajo.

— Vamos lá seus filho da puta! — Alix amaldiçoa impaciente — Vamos rapazes! — Ela grita.

Em jogos como esses Alix leva tudo muito a sério, tanto que no último jogo quase caiu na porrada com um torcedor do time rival, tivemos que segura-la antes que ela quebrasse o próprio skate na cabeça do cara, aquele dia foi louco.

Aconteceu de novo, virei a cabeça por um mísero segundo para encarar o surto de Alix, e quando olho para frente, nosso time já tinha marcado os dois pontos e rapidamente um jogador do time rival já estava caminhando em direção a nossa cesta.

— Merda, pegue ele! — eu insisto para Nathaniel que está perseguindo o adversário.

— É isso! Esse é o meu irmão! — Sabrina comemora animada quando Nath consegue impedir o cara de fazer uma cesta.

Rapidamente a bola já está com Kim, e merda, ele corre pela quadra como um raio e é muito rápido. Ele se move para a esquerda e direita de forma ágil quicando a bola continuamente, se afastando rapidamente dos defensores adversários. Eu não posso lutar contra a minha animação enquanto vejo a bola passar em cheio pelo aro, marcando mais uma cesta.

Alya, Alix, Marc e Nino comemoram como loucos e a multidão logo se junta a eles.

— E é sestaaaa! — uma voz animada sai do auto falante — e segundos depois a campainha toca sinalizando o fim do jogo — Vitória, vitória da Boyer Baskett Club!

As líderes de torcida comemoram apresentando seu número, vi Chloé movimentando as pernas com alegria. Me impressionei quando vi a loira dar um salto para trás e uma estrela tripla com espacate. Se tento fazer algo como esse fico sem andar por duas semanas.

Os fãs da BBC explodem de alegria comemorando a mais recente conquista.

Ao invés de comemorar junto com os outros, minha mente idiota se volta pra ele. E é isso, Adrien realmente não veio e eu levei a merda de um bolo, isso nunca tinha acontecido comigo antes, todos sempre querem e sonham em sair comigo, mas dessa vez foi diferente.

Posso garantir que meu ego está levemente ferido agora...

Depois do jogo, não sai imediatamente da arquibancada. Quero parabenizar os meninos antes de voltar para casa, e me afundar na cama.

— O que está fazendo aqui? — Chloé estava saindo do vestiário junto das outras meninas da equipe de líderes de torcida, mas para ao meu lado e pergunta quando me vê no corredor.

— Vou procurar os meninos — respondo me encostando na parede.

— Podem ir meninas, alcanço vocês depois! — ela avisa para as garotas que tinham parado no corredor a espera de Chloé, todas elas obedecem e voltam a seguir seu caminho — Isso incluiu o Kurtzberg? — ela interroga e assim que eu assinto, ela faz cara de nojo — Estou indo, acho que vai ter uma festa em algum lugar, tá todo mundo inda pra lá, quer vir também? — aponta com o polegar para trás.

Ela já tinha tirado o uniforme de líder de torcida e agora usava um vestido preto e um salto vermelho enorme.

— Não, vou esperar os meninos primeiro e decido depois — digo sem pensar muito, Chloé assente e se despede de mim com um beijo na bochecha e caminha para fora.

Ando mais um pouco pela faculdade e sorrio quando finalmente os encontro.

Nathaniel e Kim estão com uns amigos do time no corredor, e cercados por meia dúzia de garotas interesseiras. Pelo que consigo ver da cena, é óbvio que os meninos estão gostando da atenção. Ao nos ver, eles se separam do grupo. Noto que algumas das garotas não gostam quando eles a ignoram pra vir até mim, devem estar com ódio por eu estar roubando o possível ficante dessa noite, mas eu estou pouco me fodendo pra elas, só quero ver meus amigos.

Quando Nathaniel chega perto o suficiente o abraço forte.

— Mandou bem ruivinho — sussurro contra seu peito.

— Obrigado Mari — sorrio e me afasto para olhar em seu rosto.

— Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa? — me deparo com olhos verdes sérios me observando com atenção.

— Não... — minto e nego sem olhá-lo — inclusive, lembrei de algo! — digo, e soco o braço dele com toda minha força, sem aviso algum.

— Ai! Por que isso?! — ele faz careta e leva a mão até o braço e esfrega o local que agora estava levemente vermelho.

— Agradeça que não doeu tanto, eu deveria ter feito pior! — dou de ombros.

— Mas o que eu fiz?

— Pense um pouco e vai lembrar — pisco pra ele.

— Gata — Kim me chama e abre os braços.

Saindo de perto do ruivo vou até Kim, ele me levanta e me gira alegremente, e tenho certeza de que as garotas que estavam esperando por ele estão planejando a melhor forma de me matar.

— Sabia que iriam conseguir.

— Sim, treinamos por duas semanas que nem uns desgraçados, o resultado não poderia ser outro — ele sorri — Você está bem? — Kim pergunta me olhando nos olhos e estica a mão para ajeitar a franja no meu rosto.

— Deus, por que todos estão fazendo a mesma pergunta? — cruzo os braços aborrecida.

— Talvez porque somos seus amigos e nos preocupamos com você? — ele sugere arqueando a sobrancelha.

Paro de olhá-lo quando escuto uma voz no corredor.

— Qual é? Não vão dividir a amiga gostosa?! — um cara que nunca nem vi na vida pergunta ao se aproximar.

Ele está se referindo a mim?

— Vá a merda Blanc... — Nathaniel o xinga entediado.

— Merda cara, você mexeu com a garota errada... O último cara que fez esse tipo de piada perdeu todas as chances de ter uma família — Kim avisa, e sim, isso realmente aconteceu.

Não que o cara tenha perdido as chances de ter filhos, pelo menos eu acho que não. Eu só chutei as bolas dele quando o cara tentou me agarrar contra minha vontade fazendo uma piadinha babaca, foi apenas uma troca justa.

— Ou você corre agora, ou ela corta seu pau — ele diz e começa a gargalhar quando o garoto desce o olhar assustado até mim.

Levanto uma das sobrancelhas e sorrio de forma desafiadora o fazendo arregalar os olhos assustado. Quase rio daquilo e acompanho o garoto sumir no corredor num piscar de olhos.

Não que eu fosse chutar as bolas dele de qualquer maneira, não estou no clima pra isso, não hoje.

— Vamos comemorar a vitória na casa Colombe, eu e  Nathaniel estamos indo pra lá, quer uma carona? — Kim coloca seu grande braço sobre meus ombros, e me guia pelo corredor.

Só agora noto que eles estão arrumados, Kim está usando o casaco da Boyer Basket Club, em preto e branco e uma calça jeans escura cobriam suas pernas compridas e musculosas, Nathaniel estava com sua rotineira jaqueta de couro preta e calça também preta, seu longo cabelo ruivo estava preso em um rabo de cavalo meio desajeitado, no estilo mais badboy possível.

— Uma festa de fraternidade? Eu não sei... — solto um gemido.

— Você tá toda nervosa e estranha a semana toda. Vai por mim, precisa disso — Nathaniel cruza seu braço no meu enquanto andávamos, e logo me vejo  ensanduichada entre os dois caras mais gatos da universidade.

— Acho que não... — eu estou totalmente fora do clima pra qualquer tipo de festa.

— Anda logo, gata. Você nunca recusa uma festa! — Kim arquea uma das sobrancelhas, me persuadindo.

— Se não for, o que vai ficar fazendo? Vai ficar em casa mofando enquanto toma um pote de sorvete enorme? — Nath pergunta inclinando a cabeça para olhar em meu rosto.

— Não. Eu vou ficar com a Tikki enquanto...

— Chatooo! — os dois me interrompem com tédio.

Uma festa de fraternidade pode não ser a minha opção preferida no momento, mas quem sabe não acabo me divertindo e consigo tirar ele da cabeça.

— É, tudo bem. Eu vou! — digo fazendo os dois idiotas comemorarem.

— O.k, mas isso não significa que vai sentar na frente! Aquele banco já está marcado e se encaixa perfeitamente na minha bunda, a última vez que você sentou ali estragou tudo!  — Nathaniel se refere ao banco do passageiro da BMW de Kim.

— E quem é você pra dizer se eu vou ou não sentar na frente? — arquei uma das sobrancelhas com um sorriso desafiador quando pisamos no estacionamento.

— Nem ouse sua vagabunda! — ele diz lentamente em tom de brincadeira se preparando para correr até o veículo.

— Merda, eu estou lidando com duas crianças, é isso mesmo? — Kim pergunta quando nos vê correr em disparada até seu carro.

Claro que foi Nathaniel quem chegou primeiro, o cara é um jogador de basquete enorme, três passos dele até o carro equivalem a cinco meu, porém quem sentou mesmo no banco da frente fui eu, ele sabe quem manda aqui.

Faz só alguns minutos que chegamos à festa, e Kim e Nathaniel foram puxados para o meio da multidão pelo o resto do time. Encontrei Alya assim que cheguei e estamos na parte de cima da casa, especificamente na sacada e debruçadas contra a grade com nossas bebidas a um bom tempo, analisando cada uma das pessoas daquela festa, as que agem como se esse fosse o último dia da sua vida e que bebem tanto que tenho certeza que só irão sair daqui em cima de uma maca, as meninas que se jogam pra cima de qualquer membro do time de basquete a procura de estabelecer um status mais alto, tem também os que acham que sabem dançar, eu particularmente amo esses, são eles quem dão a graça da festa.

— Eu amo essas festas porque é basicamente uma maneira barata e fácil de bebermos de graça e tirar sarro das pessoas que pensam que têm ritmo, se é o que eles estão fazendo pode ser legalmente chamado de dança — o comentário de Alya ao meu lado me faz soltar uma risadinha, quase me engasgando com minha bebida.

Alya torce o nariz quando um garoto de cueca passa correndo por nós gritando que pagaria cem euros para a primeira que chupasse o pau dele.

Eca. Odeio esse tipo de bêbados.

— A cada dia que passa eu desacredito mais na raça humana... — lamento dando um gole na minha bebida.

— Ai amiga, nem fale — ela murmura — Tipo, não seria tão ruim se as pessoas pelo menos tentassem...

— Acho que Nino está te procurando — me debrucei sobre a varanda, avistando seu namorado meio perdido na parte de baixo — Deveria ir vê-lo. Vou ficar por aqui.

— Tem certeza que não vai querer companhia? — Alya pergunta.

— Tenho. Pode ir ver seu namorado, sei que está morrendo de saudades dele — insisto.

— Mari...— ela hesita.

— Sério, vá lá antes que eu te puxe pelos cabelos e te jogue lá em baixo — ameaço de forma amigável — E aliás eu não vou ficar sozinha, o Marc deve estar por aí sozinho, eu acho — digo olhando em volta e sorrio — Agora vá!

— Tudo bem então — ela sorri de volta e começa a se afastar.

Quando ela desce. Observo seu cabelo cacheado se movendo entre as pessoas, e ela logo está ao lado de Nino, que todo feliz deixa um selinho rápido em seus lábios e a leva para o meio da multidão.

Desço as escadas até a sala, e encontro Marc e Nathaniel acomodados no enorme sofá branco em forma de L bebendo juntos. Marc estava no canto com as pernas cruzadas e o ruivo ao seu lado estava com o braço em cima do encosto do sofá ouvindo atentamente algo que ele dizia, eles estavam bem próximos um do outro, mas entendo, o som está tão alto que é impossível ouvir alguém que não estivesse praticamente colado em você.

Eu estava caminhando até eles mas parei e franzi a testa quando vi Marc se aproximar de Nathaniel e sussurrar algo em seu ouvido, o que ele diz faz o ruivo rir tanto que ele deita a testa sobre o ombro do amigo enquanto gargalhava. Após uns segundos Nath levanta o rosto levemente vermelho por conta da risada recente e uma mecha de cabelo ruivo se solta de seu rabo de cavalo e cai sobre a testa. Sem pensar muito, Marc estica o braço e ajeita a mecha atrás da orelha.

Eeee eu giro meus pés pra refazer meu caminho, seja lá o que estiver rolando entre os dois não quero interromper, sei que se ficar ali vou acabar sobrando então procuro por alguém conhecido.

Kim não era uma opção, acabei de ver ele entrar no banheiro com uma morena linda, Sabrina e Max estão aos beijos no canto da sala e Chloé sumiu com um garoto faz um bom tempo.

Acho que até Lila seria uma opção para me distrair neste momento, mas não vejo ninguém familiar.

Contendo um suspiro, caminho até o bar que ficava na cozinha.

Sei que não vou ficar sozinha por muito tempo, não que eu esteja me gabando ou algo do tipo mas em festas como essa sempre tem algum cara interessado em passar a noite comigo, não vai demorar muito até que alguém de sua investida, e talvez isso me distraía um pouco.

                                      (...)

— Aí quando eu fui olhar a pizza tinha ficado presa no teto! — o garoto a minha frente que está usando a camiseta do time e segurando um copo de plástico vermelho na mão, começa a rir me fazendo olhar para ele.

Do que ele estava falando mesmo? Sobre a festa da irmã dele? Ou quando ele começou a trabalhar em uma pizzaria?

— Você ouviu o que eu falei? — ele me olha nos olhos.

— Claro, eu ouvi sim, achei muito engraçado a sua história — minto forçando um sorriso.

Na verdade eu estou pouco me fodendo para o que ele está falando, minha cabeça está em outro lugar, especificamente em outra pessoa.

Esse é Matteo, um dos jogadores do time de basquete não faço a mínima idéia do que ele está estudando, nós já ficamos algumas vezes, ele é até gostoso, mas é um pouquinho chato quando sua língua não está na minha boca.

Ah, e ele foi o primeiro a dar a investida.

— Sim, esse foi um dos melhores dias da minha vida — ele gargalha.

— É... — murmuro sem lhe dar muita atenção e arranco o copo vermelho de plástico da sua mão dando um gole em sua bebida.

— O que está acontecendo com você Marinette? Não aguento mais enrolar com minha histórias, quando vamos nos beijar? — ele pergunta e consegue arrancar um sorriso sincero de mim pela primeira vez desde que começamos a conversar.

— Quando você quiser — sorrio de lado, pousando o copo na bancada ao lado. A música encobre minha resposta, mas ela me vê acenando.

Em questão de segundos Matteo se aproxima e me puxa para um beijo. Levo uma das mãos até seu cabelo loiro, que me lembram e muito os de Adrien.

Rapidamente recebo um aviso da parte sensata e crítica do meu cérebro que diz: SE CONCENTRE SUA CADELA!

Mas não dá, minha cabeça está pensando em saber o que está acontecendo com Adrien. Ele está doente? Está seguro? Não que eu ache que seja difícil para Adrien ficar seguro, com aquele segurança enorme ao seu lado, mas e se algo tiver dado errado? Um sequestro talvez? Pode ter acontecido qualquer tipo de coisa com ele, e eu nem consigo descobrir se ele está bem. Ele simplesmente ignorou minhas ligações e mensagens, estou sem informações do Adrien tem exatamente quatro dias.

— Porra... Isso foi... — Matteo que eu esqueci completamente que estava beijando se afasta para pra recuperar o fôlego.

Nossa, eu estava mesmo pensando no Agreste enquanto beijava outro cara? Puta merda!

— Bom? — pergunto ainda meio distraída.

— Bom não, foi incrível — ele sorri e passa a língua sobre os lábios.

— Se importa se eu for ao banheiro rapidinho? — pergunto apontando com o polegar para trás.

— Não, pode ir — ele chega pra trás me dando espaço e me dá um selinho rápido e sussurra em meu ouvido que quer que eu volte logo para repetirmos o beijo, após isso ele se afasta e vai até seu grupinho de amigos.

Quando ele se afasta o suficiente pego uma caixa lacrada de cerveja no balcão e me dirijo direto para o quintal da casa, repetir aquele beijo era a última coisa que eu queria.

Eu já estava a meia hora na parte detrás da casa, sentada na grama fofa e encarando as estrelas, enquanto abria minha quarta garrafa de cerveja da noite. Fiquei tanto tempo por aqui que até vi um Nathaniel e um Marc completamente bêbados pularem na piscina semi nus, sério, eu juro que se eles não fossem melhores amigos e não estivessem bêbados pra caralho eu estranharia essa aproximação toda.

Após os dois idiotas pularem na piscina, o que era pra ser apenas uma festa de fraternidade em comemoração a vitória da BBC acabou se tornando uma pool party com um monte de jovens bêbados numa piscina bem funda, achei no mínimo perigoso.

— Oi. Posso sentar aqui? — ouço uma voz familiar soar perto de mim, quando olho pro lado me deparo com Luka.

E nem me surpreendi, depois de cinco garrafas eu já estava tão “Foda-se” pra tudo.

— E aí! Ahn... pode — dou de ombros e viro a cabeça vendo ele se sentar na grama ao meu lado.

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas ouvido a respiração um do outro e o falatório atrás de nós, isso até ele tomar a iniciativa de falar.

— Hum, está tudo bem? — Luka inclina a cabeça, curioso.

— Por que não estaria? — pergunto arqueando uma das sobrancelhas.

— Sei lá, está meio abatida... — ele confessa olhando em meu rosto e isso me faz suspirar.

— Pode ficar tranquilo, eu estou bem — forço um sorriso, pra mostrar que estava tudo bem.

— Você sempre foi péssima em mentir — ele colocou o dorso da mão sobre a boca para abafar a risada.

— É, acho que isso não é pra mim mesmo — olho para baixo e deixo uma risada escapar também.

— Sim, lembra quando tivemos que mentir pra sua mãe dizendo que não tínhamos matado aula naquele dia e você acabou entregando tudo só com a sua cara de culpada? — ele me olha.

— Sim! Fiquei um mês inteiro de castigo — começo a rir — Mas você também não é o melhor nisso, lembro perfeitamente bem do dia em que você colou na prova de química e depois não conseguiu mentir pra senhorita Carmen — relembro com um sorriso zombeteiro.

Ele dá uma gargalhada. E eu odiei isso, odiei porque isso me lembrava toda nossa amizade, tudo que já passamos juntos.

— Tá, confesso, eu fui péssimo nesse dia — confessa encolhendo os ombros.

Ele se inclina e pega uma das minhas garrafas de cerveja.

— Hey, Eu não deixei! — reclamo vendo ele abrir a garrafa.

— Calma lá, só quero fazer um brinde aos melhores piores mentirosos de Paris! — ele levanta a garrafa com um sorriso.

Sorri e também levantei minha garrafa, depois virei metade da bebida em um longo gole que me permitiria sobreviver a seja lá o que estivesse acontecendo essa noite.

Bebemos o resto da cerveja em completo silêncio, apenas observando as estrelas.

— Você está linda — ele solta um elogio.

Viro o rosto e sorrio pra ele e seus olhos azuis brilham ao sorrir, eu sei que Luka não é uma pessoa ruim, ele errou comigo sim, mas eu o conheço e sei quem ele realmente é de verdade, ou pelo menos sabia até aquilo acontecer...

Mas que merda eu estou pensando? Eu preciso estar com raiva dele, mas infelizmente no momento não dá.

Ainda bem que estou bebendo, porque no dia seguinte poderei colocar toda a culpa no álcool, como uma covarde.

Ele se senta coloca a mão no bolso da frente e tira de lá uma pequena caixinha de lata e a abre revelando um baseado perfeitamente enrolado.

— O que é isso? — pergunto, mesmo já sabendo a resposta.

— Um baseado! — responde óbvio tirando o isqueiro do bolso de trás — Quer? — ele acende, e dá uma tragada profunda e fala por entre a nuvem de fumaça.

— Não... — nego, desviando o olhar.

— É claro que quer! Você está meio pra baixo, eu juro, vai ajudar — Luka estende o baseado.

— Tudo bem, só um trago — estendo a mão antes que possa mudar de ideia.

Eu não faço isso com frequência, só quando preciso relaxar, mas, vamos ser sinceros né? Se for pra escolher uma momento pra sentir a calmaria completa que um baseado favorece, com toda certeza e sem sombra de dúvidas esse é o momento ideal.

Levo o baseado aos lábios e trago a fumaça até os pulmões.

Por uns minutos, passamos o baseado de um para o outro em silêncio, apenas encarando as estrelas. É a primeira vez que fico sozinha com Luka depois daquilo, e a sensação é de, sei lá, não sei explicar exatamente, só é como se eu estivesse tendo meu melhor amigo de volta e as coisas estivessem começando a voltar aos trilhos.

Ou pode ser apenas a maconha fazendo efeito e me fazendo pensar bobagens.

— Nossa, eu simplesmente odeio como essas garotas da fraternidade Colombe se acham no direito de humilhar os outros! — digo vendo uma das meninas, Kati, eu acho, gritar com uma novata, pelo namorado dela ter encarado o decote da garota.

E o pior de tudo é que ela age como se isso fosse culpa dela. Gritando para menina usar roupas mais descentes da próxima vez ou seria expulsa da irmandade.

Sério? Cadê a porra da solidariedade feminina? A culpa não é dela se o babaca do namorado não consegue controlar o tesão. Quem deve ser atacado aqui é ele, e não outra mulher que não fez absolutamente nada. Já vivemos em um mundo onde muitas mulheres quase se matam ao invés de se unirem e ver isso acontecer bem na minha frente dá vontade de sumir desse mundo, sinceramente.

Se bem que não me surpreende muito as meninas da Colombe agirem assim sendo que a presidente da irmandade não é ninguém mais ninguém menos que Lila Rosi, o que era pra ser um lar com irmãs unidas se tornou um ninho de cobras, parece que a principal regra para entrar é ser uma vadia malvada.

Logo meu lado justiceiro fala mais alto, e eu estou prestes a me levantar e arrancar o aplique mal colocado daquela vadia quando Luka me puxa pelo braço me fazendo sentar novamente.

— A senhorita não vai alugar nenhum, do jeito que está chapada vai acabar causando uma briga...

Está vendo? Eu não gosto brigar com outras mulheres, mas garotas como essa me fazem querer jogar todo meu poder feminino pro alto e bater em cada uma delas até entenderem, elas me fazem perder o controle, e eu não gosto disso.

— Apenas deixe o pessoal se divertir ok? — Luka diz, dando outro trago profundo.

— Se humilhação pra você é divertimento você realmente precisa rever o significado de diversão — o olho seriamente.

— Sim, você está certa, elas são bem babacas e estão erradas... — ele concorda — Mas apenas relaxe e dê outra tragada — Luka aconselha com um sorriso travesso — Você é meio ranzinza quando está sóbria.

— Você não mudou nada, continua sendo um completo idiota! — sorrio e ergo o braço para dar um tapa leve em seu braço.

— Senti sua falta — ele confessa me deixando surpresa.

— É, eu também senti... — digo sem olhá-lo e pego o baseado da sua mão.

— Agora é sério, Marinette, o que está rolando? — pergunta ele, me observando dar outro trago.

— Como assim? — sopro a fumaça na cara dele e isso faz ele tirar o baseado da minha mão no mesmo instante.

— Você está... estranha — com a mão livre ele passa os dedos nos fios tingidos de azul e me encara seriamente.

— Eu gosto do seu cabelo... — mudo de assunto  aproximando a mão e toco os fios macios.

— Você já disse isso. E não mude de assunto linda — Luka sopra outra nuvem de fumaça.

— Não é nada, juro. Agora passa isso pra cá — me inclino para pegar o baseado da sua mão.

— Chega, você já passou dos limites, está até mais simpática — sua boca treme, prendendo o riso.

— Não passei não! — digo quando ele levanta o baseado longe do meu alcance.

— Ah, você passou sim querida... — Luka dá uma última tragada no baseado, em seguida o esmaga na grama, apagando por completo.

Talvez ele tenha razão, e eu já esteja totalmente sobre os efeitos da maconha, o corpo relaxado e a cabeça leve, e essa deve ser o única razão que me faz continuar aqui.

Suspiro baixo e acabo desisto. Acho que é hora de parar.

— Mari.

— Hum? — murmuro sem olhá-lo.

— Eu queria me desculpar pelo que eu fiz, eu estava bêbado, fui um idiota e...

— Esquece isso Luka, já está tudo bem... — digo e começo a enrolar uma folha de grama seca entre os dedos.

— Sério? — não o olho, mas sinto que estava perplexo com minha resposta.

— Sim.

— Você não está me perdoando só por... — ele para por um tempo.

— Pelo o que? — finalmente viro o rosto para olhá-lo.

— Olha — ele se mexe um pouco e agora fica na minha frente me olhando nos olhos — Não quero que ache que eu te chapei só pra você me desculpar, pelo amor, eu não sou esse tipo de cara, eu realmente estou me sentindo mal e estou disposto a recomeçar — ele explica desesperado e eu quase rio disso.

Baixo o olhar para a grama novamente.

— Sei que não faria isso, e é sério, estou te dando mais uma chance porque sinto sua falta, então por favor, não me machuque de novo... — praticamente imploro enquanto arranco a folha de grama seca passando-a entre meus dedos.

Será que eu estou fazendo o certo ou apenas sendo fraca e egoísta por não querer perder a amizade dele pra sempre?



Notas Finais


Eita, eita, eita!

Reconciliação Lukanette rolando aqui, o que acham disso? São a favor ou contra?

E uma semana sem o Adrien? Onde será que o nosso neném se meteu? Algum palpite?

Então... Esse capítulo já estava pronto a um booom tempo, só não postei antes porq eu queria postar ele assim que terminasse o próximo capítulo de All We Need is Love, então eu postaria os dois juntos como sempre faço, mas como eu estava bem longe de terminar o próximo capítulo de All We Need is Love resolvi postar logo esse pra não atrasar tanto essa fic aqui, cês me perdoam né? 😣❤️

Amo vocês, nos vemos em breve ❤️


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