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História Meu Dominante - Fuga


Escrita por: nosfe_

Notas do Autor


Capítulo revisado
(2022)
Boa leitura!

Capítulo 6 - Fuga


Fanfic / Fanfiction Meu Dominante - Fuga

Em alguns lugares de Crocus

Eu sentia a velocidade através do vento cortante, que não chegava a machucar graças a minha pelagem. Minha pelagem era mista, porque consegui ver fragmentos de mim em marrom claro e branco. Fascinante!

Mas nesse momento, estava fugindo, não havia tempo para me perder nos meus atributos físicos lupinos. Eu estava correndo por um motivo; salvar meu couro, ou melhor, pelo! Fugia do homem que estranhamente forçou meu despertar, e acredito que eu esteja com a vantagem, porque sai em disparada pulando pela janela e estilhaçando os vidros, correndo a todo vapor para longe. Passei por becos escuros quando notei a movimentação de pessoas, algumas notaram a presença inquieta de um lobo, mas fui tão rápida que não cheguei a ver suas reações.

-Ele está perto.- novamente essa voz intrigante, vindo de dentro da minha cabeça. Mas, antes de tentar retribuir com uma pergunta, vislumbrei uma sombra ágil deslizando e pulando por telhados, antes de aterrissar com força no chão, atrás de mim. O chão tremeu com o baque de seu peso.

Por dentro, meu queixo caiu e minha espinha se arrepiou. O lobo grande de pelos castanhos avermelhados e olhos pretos obsidiana corria muito! Eu, menor, com menos peso que sua forma animalesca, mesmo voando, com vantagem por ter saído antes que si, era quase alcançada. Suas patas traseiras alcançavam as dianteiras, resultando cada vez mais na sua proximidade até mim. Se eu não visse exatamente uma forma canina, diria que este ser corre como felino! Os guepardos, especialmente, cujo suas patas traseiras são tão mais velozes que as dianteiras, os transformando nos animais mais rápidos do mundo!

Bom, até eu conhecer este ser.

Já nos encontrávamos na floresta da estrada de Crocus, ou seja, estávamos a quilômetros de distância das pousadas! Em pouco tempo cruzaríamos as fronteiras de Crocus e delimitaríamos para o interior de Fiore novamente! Não podia ficar a mingua, tão distante da cidade: sozinha e desprotegida, com certeza eu seria pega!

Mas antes de eu pensar em mudar minha direção, o lobo estava ao meu lado, apenas árvores separando-nos. Entretanto, em segundos, nem isso mais. Ele tentou avançar contra mim, que com uma destreza impecável, esquivei, deslizando minhas patas traseiras para trás. Derrapei, demorando alguns segundo a pegar impulso novamente, na intenção de sair acelerada dali. Se ajeitando pós esquiva, quase abocanhou meu traseiro, o que me fez suar frio por dentro. Apesar de o ter surpreendido com a esquiva, por questão de segundos ele não arranca um pedaço do meu rabo! Rabo? Cauda! Não importa. Vamos, Lucy, vamos!

-Acho melhor você parar!- rosnou uma voz animalesca, e claro que pertencia a esse monstro atrás de mim. Me perturbou, desconsertando de forma imediata. Eu podia ceder à suas ordens facilmente. Me senti tentada a desacelerar e voltar para ele.

-Fique firme, Lucy!- essa voz era minha guia, contrastando com a perturbada voz dominante do lobo que me seguia. Recobrei minha consciência, me preparando para dar tudo de mim e partir de uma vez desse lugar.

Todavia, minha dispersão momentânea foi o meu erro: uma sombra preta atingiu-me com todo seu peso, o que me fez girar em todos os sentidos. Tanto dentro da minha cabeça quanto meu corpo. Meu corpo e da fera preta enlaçavam-se, nos jogando para o barranco da floresta, enquanto despencávamos. 

Olhos vermelhos encontraram os meus. A fera negra era outro lobo, que incansavelmente tentava arrancar pedaços da minha cara. Eu resistia, minha loba, com as patas traseiras, o chutava. Rosnávamos em uníssono, mas ele grunhia também, dedicado a arrancar sangue de mim.

Jogou a imensa cabeça para trás, rugindo, e vinha em seguida para abocanhar minha jugular, acabando ai com minha efêmera vida. Um detalhe, porém: abriu uma brecha para mim!

-AGORA!- a voz interior rugiu para mim, e eu, acatando seus conselhos, enterrei meus caninos com toda a força de minha mandíbula em qualquer região de seu longo pescoço. O lobo chorou.

E eu o chutei para longe, com toda a força de minhas patas animalescas e aquecidas da longa corrida.

Vi o lobo caído, enquanto sentia meu tórax retumbar com meus próprios rosnados. Expunha meus dentes e sentia o sangue do outro em minha boca: o gosto metálico e o cheiro como tal se alastrando pela minha língua. O cheiro do outro lobo começava a se impregnar em mim, enquanto eu andava lentamente em sua direção, na intenção de acabar com o que comecei.

-Basta!- a voz potente acudiu minhas estruturas, enquanto o lobo avermelhado se punha entre mim e o abatido. Quase que choro como um cachorro submisso, com orelhas e corpo baixo, enquanto escondo o rabinho entre as pernas.

-Não!- a voz dentro de mim resistiu, se rebelando. Machucando nosso corpo, levantávamo-nos contra a gravidade que teimava em nos achatar ao chão. Era efeito da voz do lobo marrom, concluo.

O lobo, apesar de por um momento desconsertado, recobrou firmeza e abaixou as orelhas, exibindo os dentes para mim, complementando com rosnados cortantes e violentos.

-Não me obrigue a subjugá-la, loba.- isso bastou para minha loba abaixar sobre si, enquanto ele aproximava-se me olhando de cima. Seus olhos eram firmes nos meus, e a pressão exercida sobre mim me fazia querer choramingar. Mas me contive com tudo que pude.

Tudo aconteceu em uma fração de segundos; o lobo preto surgiu nos ares, enquanto me encarava mortalmente, via suas presas e patas prestes a aterrissar em meu corpo, me esmagando antes de dilacerar com seus dentes enormes. Contudo, seu corpo foi parar longe com o do outro, entre mordidas e uma luta corporal que olhos normais não poderiam acompanhar.

Nem os meus, porque não hesitei antes de correr. E corri, como corri, mais do que tudo. Entre e por cima das árvores, me esgueirei por buracos e becos. Meu único sentido era o cheiro: um cheiro familiar clamava pela minha atenção, apesar do sangue e cheiro da fera negra ainda deturparem meus sentidos. 

Meu corpo começava a queimar, dado eu chegava mais perto do odor e a adrenalina ia passando. Sabia que eram os cortes se fazendo presentes sob a superfície de minha pele , tanto pelo combate, quanto pelos lugares que passei languida me arranhando toda. O cheiro ia se aproximando; eu desviava de locais populosos, optando por vir pelas sombras, e assim que virei a esquina da pousada, lá estava ela! Cana!

Corri, e quando ela se virava em minha direção, com os olhos arregalados, pulei sobre si. Rolamos, e ela, assustada, ergue a mão até meu rosto -ainda cara-. Ah, de novo, não! 

Antes de eu apagar em completo breu, deitei minha cabeça sobre seu abdômen, com orelhas e cauda abaixados. Grunhi, soltando um choramingo canino para a bruxa. 

-Lucy..

Sentia todo meu corpo se movimentando sobre a pele, me tornando, novamente, um pedaço de carne vulnerável. O frio me abateu. Eu voltei a forma humana, assim como vim ao mundo: nua.

Perdi a consciência.

.

.

.

Quando acordei, cada nervo do meu corpo estava pesado e dolorido. Minha pele também ardia, e minha cabeça pesava como uma bola de boliche. Meu corpo estava estático, sob uma cama plana, sem muitos aconchegos. Os seios e tórax enfaixados, com apenas uma calça larga azul escura cobrindo minha nudez mais íntima. Abri apenas feixes dos olhos, observando as coisas ainda meio embaçadas, vendo a cabeleira morena de costas para mim, preparando alguma coisa. 

-C-ca..na- minha voz saia com dificuldade dada a ardência. Ela se virou imediatamente à mim, trazendo consigo uma caneca escura, com algo fumegando no interior. Afagou meu cabelo de forma rápida.

-Oy! Lucy, tome isso, por favor.. De uma vez.- estava fumegando, mas nem voz eu tinha para discutir. Ela colocou sob meus lábios e o líquido desceu quente, mas não fervoroso, pela minha garganta. Foi um alívio quase instantâneo. A garganta melhorou, e, apesar de a dor não ter sumir, forças haviam sido introduzidas em meu corpo, permitindo que eu me dobrasse sob a cama, a encarando de frente. Em um pensamento rápido,  dúvidas surgiram sobre tudo o que Cana era, o que representava para mim e como de fato estava envolvida nessa situação. Eu confiava nela, claro, mas tinha muito pelas entrelinhas. Sobre tudo e todos envolvidos nessa situação, no caso, mas ela era a mais próxima de mim agora. Por ora, deixaria de lado, tanto pela quantidade de coisas que enchiam minha cabeça, quanto por estar me recuperando agora. Prioridades..- Lucy..- fui mais rápida.

-Eu lembro de tudo.- disse impassiva. Não tinha o que achar dessa situação. Não estava com medo mas também não estava bem em quase ter morrido. Cana suspirou, com temor nos olhos, uma preocupação genuína e sincera. Ela parecia sem forças, o que me preocupava.

-As coisas saíram um pouco do controle. Eu soube que Natsu retornou, e, na ida para te encontrar, senti a falta da ligação do amuleto..- olhou para meu pescoço, onde o acessório já se encontrava impecável ali novamente.

-Natsu?- questionei. Seria ele?

-Sim.. Natsu é o Alfa de Fiore..- suspirou profundamente, com olheiras intensas e uma expressão que a deixava décadas mais velha.- A sede dele não é mais aqui, em Crocus, mas ele continua cuidando dos territórios de Fiore. Sua alcateia está por todos os lados, e sua aliança está espalhada por toda Fiore.- explicou-me, e agora as coisas ficavam mais claras para mim.

-Aliança? O que seria isso? E essa tal sede?- eu precisava absorver o máximo de informações possíveis para viver nesse mundo e me proteger melhor. Isso não podia se repetir.

-A sede é, como o nome diz, a base da alcateia. Apesar de vários pontos espalhados por todos os lugares, a alcateia tem uma única base. Lá tem tudo e todos.- pontuou.- Agora a Aliança é a união de Alfas de Fiore designados para cuidar de toda a extensão do país. Apesar de Natsu ser o Alfa, ele tem a aliança com outros Alfas, e quando há mais de um Alfa em uma Alcateia, eles são designados para a proteção do território. Natsu é Alfa, mas é um, ele não da conta de estar no Norte, Leste, Oeste e Sul ao mesmo tempo. Dependendo da situação, os Alfas podem trocar a posição, mas Natsu domina mais pelo Norte mesmo, onde fica a Sede. A principal.- prestei a atenção em cada ponto.

-Já que ele fica por aqui, como assim ele ''retornou''?- me soava a um comportamento inquieto, de certa forma suspeito.

-Bom, com a queda da barreira de Magnólia, o Governo foi alertado. Eles sabem agora, estão abrindo inquérito, provavelmente. E bom, Natsu é representante dessa Nação. Ele tinha ido por convocação, e voltou provavelmente por essa onda de atividades e energias suspeitas. Ele tem informantes que o alertam sobre tudo também.- coloquei o indicador sobre meus lábios, refletindo sobre a situação.

Estávamos encurraladas. Provavelmente estavam em busca de minha mãe e avó, que sumiram do mapa pós o envolvimento da minha mãe com o Usurpador. Esse fato em si já deve ter levantado suspeitas acerca de uma possível prole, e bom, sobre segredos. Até eu sinto mistério vindo dessas duas.

-E ah, Lucy..- Cana chamou minha atenção, a olhei de imediato.- Sem o amuleto, e agora com o despertar, você não é mais uma anônima. Sem identidade, claro, mas identidade civil. Seu cheiro já se alastrou, o espírito de sua loba já mexeu com as normas naturais. Sabem da sua existência, só não sabem quem é você. A cada vez que se transformar em loba, menos encoberta estará. O amuleto não encobre o seu ser lupino, apenas seus indícios. Cada vez que você se transforma, mais sentem seu cheiro, e por mais territórios você fica marcada.- me encarou séria.- Você vai ter que controlar isso! 

Eu olhei atônita. A única forma de me proteger, que era meu lobo, não posso usar? Usar me soa muito.. abusivo. Então, incorporar. Aquele homem conhece meu rosto!

-Cana! Eu despertei por causa de alguém.- ela me olhou curiosa e bem interessada.- Ele era ruivo, alto, com um poder de persuasão só com a voz. Um lobo marrom avermelhado.- soltei as informações, já imaginando quem era. Cana de bronzeada foi para pálida.

-Natsu..- sussurrou, imersa em pensamentos.

-Sim, possivelmente esse mesmo. Ele conhece meu rosto. Aliás, perguntou do meu cordão.- apontei, buscando respostas.

-É, as pedras rubi de fogo são do clã dele, o clã Dragneel. São pedras preciosas que contém um alto poder mágico; usá-las para rituais é comum, para aqueles que conseguem uma raridade dessas, né. Elas estão extintas desde o extermínio do clã. Os Dragneel's são imunes à sua magia.- suspirou.- mas antes de você despertar, isso dava conta de te esconder dele também. Isso esconde apenas sua categoria. Mas agora seus feromônios estão por ai, inundando as narinas daquele Alfa selvagem. Só a ele, porque é imune á pedra.- agora sim eu me preocupava!

-E agora?- segurei-a pelos ombros. -Vocês não pensaram antes de me deixarem vir até Crocus, onde está, literalmente, quem mais devo evitar?- Laylah e Anna não tinham o poder de me impedir, mas Cana, se estava tão bem informada assim, tinha. Parece que a estou culpando, por algo que foi uma escolha individual -se tem alguém culpado sobre estarmos nessa situação mais cedo do que esperado, sou eu.- mas não é bem assim. Apenas realmente me ronda essa dúvida. Se tivessem aberto o jogo mais cedo, nada disso estaria acontecendo.

-Ele não é quem mais devemos evitar. Temos - ela quis dizer ela- uma ligação indireta com a alcateia de Natsu. Eu, por conta própria, queria chegar até ele.- desviou o olhar. Culpa exalava dela.- Ele pode saber onde está meu pai.- ok, impactante, mas a deixei continuar.- Eu sei que inicialmente tive atitudes egoístas, mas com meu pai tendo ligação com Natsu, teríamos mais chances, entende? Infelizmente você foi apresentada como uma loba solitária de origem desconhecida, invadindo o território deles. Tudo saiu dos trilhos.- eu não podia culpá-la. No seu lugar, eu agarraria a melhor oportunidade de forma apressada também. Nem tudo se tratava sobre mim, e estou bem com isso.

-Eu entendo.- respondi simplista, não conseguindo também consolá-la. Deve ter achado que eu a culparia ou algo assim, pois me olhou com gratidão nos olhos. Eu não precisava falar, nossa amizade se comunicava por conta própria. Olhei para as minhas mãos, com a cabeça meio perdida.

- Vou tentar esconder sua presença com runas, mas apenas uma pedra de magia destrutiva pode ocultar algo tão forte quanto feromônios, e que está ao nosso acesso, apenas a rubi de fogo!- me olhou com pesar.- Não era para acontecer dessa forma, me desculpe. É culpa minha por sair do seu lado. mas estava tentando conseguir informações. Natsu veio de surpresa.- chiou em frustração. A olhei em choque.- Antes apenas ele que acesse seu odor, a todos os outros. Natsu é independente, não vai acionar Conselho algum antes de ele próprio investigar a situação.

-M-mas.. Ele é perigoso!- a olhei com intensidade.- Ele me perseguiu! Ele e outro lobo! Iam me matar.- emburrei, irritada por ser um alvo.

-Deve ser algum outro membro, Lucy. Apenas membros da Fairy Tail rondam por essas áreas. A não ser que entre um solitário por aqui, mas se for louco o suficiente para isso, estará sem cabeça antes mesmo de te farejar.- mais mortes?? Era só o que me faltava.

-Saber que são assassinos não me acalma.- principalmente com minha representação atual ser exatamente isso; uma loba solitária parasita.

-Não são assassinos. Infelizmente nessa parte é compreensível. Os lobos devem estar cada um no seu quadrado, para não haver uma guerra por territórios e posses sexuais de parceiras de outra alcateia. E se Natsu quisesse te matar, já teria te matado- me explicou com o indicador. Faz sentido, ele podia ter deixado o outro lobo acabar comigo, ou o fazer assim que me fez paralisar sobre si. Sinistro.- É pelo equilíbrio. E bom, instinto.- falou com desprezo. Cana não se lembrava que seu desprezo a lobos atingia a mim agora.- Olha, há certos lugares que você pode estar segura. Nos que tiver uma runa de proteção. Eu posso fazer runas em locais, não em pessoas. Como a barreira de Magnólia, mas não tão forte e sustentável. 

-Então vou ficar limitada a um só espaço??- agora presa como, literalmente, um animal!

-Lucy! Até darmos um jeito..-tentou me tranquilizar.- Vamos limpar esses machucados e dar um jeito em você. A primeira transformação é intensa e agressiva.

Mas eu não sabia como isso seria resolvido, como sairíamos dessa situação.

Fugir daquele cara, já percebi, era quase impossível.


Notas Finais


Fanfic sendo reconstruída, com antigo roteiro sendo adaptado ao novo.
(2022)


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